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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O que é uma heresia?

"E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós."  (I Coríntios 11:19).

Uma palavra que estamos acostumados a ouvir com frequência quando o assunto envolve doutrinas é a palavra “heresia”. É fácil taxarmos alguém de herege ou que determinado ensino é heresia, basta o ensino de quem quer que seja ser diferente do nosso. No entanto, a conotação pejorativa da palavra é coisa relativamente recente. O termo “heresia” vem do grego αἵρεσις (hairesis) e significa simplesmente “escolha”. A palavra não era estranha aos escritores do Novo Testamento e nem aos primeiros cristãos. Os tradutores preferiram traduzi-la por “heresia” em I Co. 11.19, Gl. 5.20, II Pd. 2.1 e, por “seita” em todas as demais ocorrências dessa palavra, notadamente no livro de Atos dos Apóstolos, inclusive para falar dos seguidores do Nazareno, como vemos em At. 24.5 “Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita (heresia) dos nazarenos;”, a palavra “seita” aqui é literalmente “heresia”, ou seja, poderia ser traduzido por “heresia dos nazarenos”, isto significa dizer que, no linguajar de hoje, Jesus e seus discípulos eram considerados hereges ou sectários. Paulo era reconhecido como um membro da seita ou integrante da heresia nazarena da qual os judeus ouviam falar mal, At. 28.22 “No entanto bem quiséramos ouvir de ti o que sentes; porque, quanto a esta seita (heresia), notório nos é que em toda a parte se fala contra ela.

Com o passar do tempo a palavra “heresia” deixou de ter o significado simples de “escolha” ou “linha de pensamento” para ter a ideia de oposição à Palavra de Deus. Os grupos começaram a taxar uns ao outros de herege.

Orígenes, por exemplo, foi considerado um dos maiores teólogos de seu tempo e o mais proeminente antes de Agostinho de Hipona, no entanto foi rotulado de herege posteriormente porque muito de suas posições conflitavam com aquilo que posteriormente foi convencionado como ortodoxia. É verdade, claro, que a obra de Orígenes não necessariamente reflete toda a verdade da fé cristã, mas a percepção posterior que tiveram de seu trabalho mostra que aquilo que não era heresia em determinado momento da história cristã pode ter seu status mudado de acordo com as circunstâncias.

Geralmente o grupo dominante ou em maior número arrogará para si a detenção da verdade acusando o grupo discordante, minoritário, de herege (o inverso também pode acontecer). No entanto pertencer ao grande número não significa necessariamente pertencer àqueles que estão do lado da verdade bíblica. O maior exemplo dessa possibilidade é o contraste das doutrinas bíblicas com as defendidas pela, grande em número, Igreja Católica Romana. A partir do imperador Teodoro I e durante toda a idade média era a igreja dominante e taxava de herege além de condenar à morte todos os que não concordassem com suas doutrinas. Muita gente morreu sem serem dignos desse fim. A igreja romana se pôs acima de todos até à época da Reforma quando aquela que acusava a todos seus opositores de herege, passou a ser reconhecida também como herege. Os reformadores viram nela o símbolo da heresia e da paganização da fé cristã.

O espírito de intolerância e prepotência, no entanto, não é exclusividade dos católicos medievais. Ainda hoje, com muita facilidade, católicos e protestante taxam uns aos outros e ambos a outros grupos de hereges. Dentro do protestantismo mesmo vemos acusações mútuas de heresia, no pior sentido da palavra, com muita facilidade. É verdade que dentro do cristianismo há pontos indiscutíveis de fé como, por exemplo, a afirmação de que Jesus é nosso Salvador. Mas, há outras questões importantes de doutrina que não estão expressamente ditos na Bíblia e são defendidos por grandes grupos cristãos. A chamada doutrina da trindade é uma delas. Assim, pela própria ausência de explicitude dessa doutrina na Bíblia um trinitário poderia, dentro da conceituação e do sectarismo existente hoje, ser chamado de herege. Mas, dentro do conceito etimológico da palavra os diversos seguimentos cristãos são hereges entre si, pois cada um fez uma escolha, e, escolha é o significado primário da palavra heresia.

Portanto a alegação de heresia, não depende exatamente de que determinado ensino ou ponto de vista seja realmente herético (quem o determinará?), pois pode ser apenas a alegação de um grupo que tenha arrogado para si o status de detentor da verdade e discorda do ensino de outro grupo.

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Qual a diferença entre pastor, bispo e presbítero?

Por Dennis Allan

No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero descrevem os mesmos homens (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3; Tito 1:5-7). Eles servem em congregações locais, cuidando do rebanho de Deus.
As várias palavras identificam os mesmos servos, mas cada palavra tem seu próprio significado. Essas variações de sentido ajudam para mostrar aspectos diferentes do trabalho dos homens que cuidam de uma congregação.

Pastor é uma palavra comum na Bíblia. Freqüentemente se refere aos pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos rebanhos. Tais homens protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas. O Espírito Santo usou esta palavra várias vezes no Antigo Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias espirituais. Deus é chamado de Pastor desde a época dos patriarcas (veja Gênesis 49:24-25). Salmo 23 descreve o Senhor como pastor do seu servo fiel. O autor, um pastor de ovelhas na sua juventude, descreve o carinho e a proteção de Deus para com seus seguidores. Moisés descreveu o homem escolhido para guiar o povo como pastor (Números 27:17). Infelizmente, nem todos os pastores são bons. Deus condenou fortemente os pastores egoístas que devoravam o rebanho de Israel (Ezequiel 34:1-10). No Novo Testamento, homens qualificados devem pastorear o rebanho, a congregação do Senhor (1 Timóteo 3:1-7; Atos 20:28-35; 1 Pedro 5:1-3).
Bispo vem da palavra grega episkopos, que quer dizer supervisor ou superintendente. Em 1 Pedro 2:25, se refere ao Senhor. Várias outras passagens usam essa palavra para descrever a responsabilidade de homens escolhidos para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja (veja Atos 20:28; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:7).
Presbítero (ancião em algumas versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada. A palavra é usada na Bíblia para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas locais foram freqüentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18; 1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1). São homens de idade suficiente que tenham filhos crentes. 

Necessariamente são alguns dos mais maduros dos cristãos na congregação. Usam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.

Pastores, bispos e presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim três palavras que descrevem aspectos diferentes dos mesmos homens. Igrejas que procuram manter distinções entre pastores, bispos e presbíteros não somente fogem do padrão bíblico como também perdem a riqueza das palavras que o Espírito Santo usou para descrever os guias do povo de Deus.

O sacrifício da oferta


Graça e Paz.

Hoje vos escrevo sobre “Sacrifício da Oferta”.

A repetição de atos conduz-nos aos hábitos e acabamos por formar o caráter. Creio, ser necessário, romper com a rotina, que é a causa da mesmice das práticas e se tornam, banais e enfadonhas.
Três são as formas de comunicar a Palavra de Deus, a saber: O sermão, a homília e a exegese. Deus deu dons aos evangelistas e são eles que nos anunciam a Palavra, pelo sermão. É semear, à mão, as sementes que são a Palavra de Deus. Aos pastores, Deus confiou a homília, e a Palavra de Deus é anunciada com o coração do que prega. Aos mestres, Deus confiou a Palavra de ensino, ou exegese, que é a exposição do significado da Palavra encoberta ou hermética, como é o caso das parábolas, dos provérbios, das alegorias e das metáforas.

O que tenho a escrever-vos sobre o “Sacrifício da Oferta”, é no sentido de compartilhar, que toda a oferta tem um preço a que chamaremos de “Sacrifício da Oferta”. A matemática ensina-nos a soma, a subtracção, a divisão e a multiplicação. Quando temos, por exemplo, dez reais e damos dois reais sobram oito reais. Você acaba de perder dois reais da sua carteira. Quando temos vinte reais e dividimos este valor por todos acabamos por ficar com o resultado zero. No entanto, a divisão está ligada à multiplicação, que foi o caso de quando Jesus abençoou os pães e os peixes que, sendo poucos se converteram no milagre da multiplicação e ainda sobejaram peixes e pães. A isto chamaremos o “Sacrifício da Oferta”.

Talvez possamos agora compreender a exegese das palavras de David, que disse: “Não darei ao Senhor nada que não me custe”. Outrossim, quando Jesus observava a maneira como as ofertas eram depositadas, no gazofiláceo, mereceu o comentário de que muitas das ofertas eram dadas do que sobejava e outras, como a da viúva pobre era o “Sacrifício da Oferta”, porque deu tudo quanto tinha. A viúva pobre, resolveu dividir pela totalidade o que tinha e por este ato Jesus disse que esta oferta seria o testemunho do “Sacrifício da Oferta”.

Mais do que as mães, que amamentam os filhos, são os corvos, que espicaçam o peito para que com o seu sangue possam alimentar os filhotes no ninho.

Semelhantemente, também o Filho de Deus, pelo seu Sangue, que verteu no sacrifício do Calvário se ofereceu como “Sacrifício de Oferta” para nos redimir e nos tornar filhos de Deus.

Meus amigos, nós todos devemos nos sacrificar com ofertas, que nos custem e desta maneira praticarmos o verdadeiro culto a Deus que consiste em amar a Deus e ao próximo.

Casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues

Gospel mais

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O legado de um pai

O maior legado que deixamos para os nossos filhos não é a nossa herança material, tampouco o nosso bom nome. Nosso maior legado é a herança espiritual que deixamos a eles, para andarem no caminho do Senhor.
Quando Davi estava em seu leito de morte, disse a seu filho: "E você, meu filho Salomão, reconheça o Deus de seu pai, e sirva-o de todo o coração e espontaneamente, pois o Senhor sonda todos os corações e conhece a motivação dos pensamentos. Se você o buscar, o encontrará, mas, se você o abandonar, ele o rejeitará para sempre." (1 Crônicas 28:9).

Deus estabeleceu os pais como autoridades sobre os filhos. E isto ocorre de várias formas. Como pais, nós representamos Deus perante os nossos filhos. A história que eu conto muitas vezes sobre um menino, ilustra bem isso. O menino estava assustado numa noite de tempestade muito forte. Ele ligou para seu pai no quarto ao lado e disse: - "Papai, estou com medo." O pai então respondeu: - "Filho, não se assuste. Deus está com você." O menino parou por um momento e disse: - "Eu sei disso, mas agora eu quero alguém de carne e osso."

Pais são, sob muitos aspectos, Deus em carne e osso para os filhos. É claro que isso não é literal, mas serve para demonstrar que os pais são os representantes de Deus para as crianças.

Considere isto: muitas das atitudes que uma criança irá desenvolver a respeito de Deus serão baseadas no relacionamento que tiveram com seus pais. Não quero assustá-los como pais, mas alerto para a responsabilidade de termos uma influência divina sobre os nossos filhos. Quando os filhos vêem seus pais contradizendo aquilo que eles mesmos já sabem que é a verdade, um grande estrago pode estar sendo feito.

Infelizmente, muitas crianças não honram seus pais, simplesmente porque eles não são muito dignos de honra. Muitos adultos, às vezes, não amadurecem o suficiente e abandonam suas responsabilidades domésticas para perseguirem seus próprios interesses.

Como diz Andrew Murray: "O segredo do lar é o exemplo: devemos ser nós próprios aquilo que queremos que nossos filhos sejam".

Nossos filhos devem ver o Evangelho vivido no dia-a-dia e não apenas pregado. Não devemos ser testemunhas apenas para o mundo, mas também para nossas próprias casas. Crianças prestam atenção naquilo que realmente importa para nós e em como vivemos o cristianismo em nosso dia-a-dia.

Você é um exemplo. A pergunta é: um exemplo bom ou um mau exemplo?
Há uma passagem bíblica sobre essa responsabilidade dos pais (frequentemente citada quando algum filho se sai mal) em Provérbios 22:6 que diz: "Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles."

Esta frase, "segundo os objetivos que você tem para ela", poderia também ser traduzida "em sua tendência." A Bíblia Amplificada traduz desta forma: "Ensina a criança no caminho em que deve andar (e de acordo com seu dom individual ou tendência), e até quando for velha não se desviará dele."

Vemos neste contexto que cada criança é diferente. Espero que possamos nos dar conta disso, como pais. Cada criança tem uma personalidade única e distinta. Da mesma forma como não há dois flocos de neve exatamente iguais, assim são as crianças.

É por isso que precisamos observar nossos filhos, prestar atenção neles, para então educá-los de acordo com suas individualidades.

Isso não significa que devemos nos afastar dos princípios bíblicos. Apenas devemos adaptá-los a cada criança. Por exemplo: palavras duras mantém algumas crianças na linha, enquanto outras precisam de uma abordagem diferente.

O que quero dizer é que precisamos reconhecer os atributos únicos daqueles pequeninos que Deus colocou sob os nossos cuidados. Devemos dar o nosso melhor para mostrar-lhes a direção certa e treiná-los no caminho do Senhor.

Quantas vezes pensamos: -"Estou ocupado demais para perder tempo com crianças!" Cuidado: o tempo passa muito rápido. Valorize cada momento com seus filhos, e não os negligencie. Expresse seu amor por eles. Saber que nossos filhos caminham com o Senhor é a nossa grande esperança. Mas precisamos lembrar que elas não nos pertencem, mas sim a Deus. Nossa responsabilidade é conduzi-los para Ele.

Fonte: Devocionais Diários

O respeito devido do cristão às autoridades políticas

É lícito um cristão fazer ofensas pessoais aos governantes e demais autoridades por má gestão, tendo em vista que a Bíblia diz que as autoridades constituídas são ministros de Deus (Romanos 13:1 a 7)?"

Autoridade é o direito ou poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. A suprema autoridade universal é a de Deus, e “não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Romanos 13:1 - NVI). 

Nas regiões celestiais existem poderes e autoridades (Efésios 3:10), que lutam entre si (p. ex. Daniel 10:13, Judas 9). Entre eles estão os dominadores deste mundo, forças espirituais do mal nas regiões celestiais: é contra eles que o cristão luta, e não contra os seres humanos (Efésios 6:10 a 18). 

Na terra, o ápice da autoridade política em um país é detida por um indivíduo, ou grupo, que conquistou esse direito de maneira reconhecida pela nação. Seja ela em forma de monarquia (imperador ou rei), democracia (presidente eleito pelo povo), oligarquia (grupo que assume o poder, como no comunismo) ou outras variantes, a sua autoridade também vem de Deus. 

Têm havido grandes déspotas através da história universal, que julgaram ser soberanos absolutos, isentos de responsabilidade pelos seus atos. Um deles foi Nabucodonozor, que Deus chamou de “meu servo” (Jeremias 25:9, 27:6). Este destruiu o templo e levou cativo o povo de Deus, mas Deus o puniu severamente para que se humilhasse (Daniel capítulo 4). 

Um cristão verdadeiro, nascido de novo pelo Espírito Santo, produz o fruto do Espírito, que é “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, justiça e verdade” (Gálatas 5:22, Efésios 5:9). Essas características distinguem o caráter cristão, e se revelam no comportamento do crente em relação ao próximo, seja ele quem for. 

Mesmo com relação aos inimigos, o Senhor Jesus instruiu: “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam” (Lucas 6:27). Esse princípio geral deve orientar o comportamento do cristão em todos os seus relacionamentos.
O cristão é cidadão do reino dos céus, está no mundo, mas não pertence ao mundo. Ele está aqui para testemunhar do nosso Salvador. Estando aqui, deve “dar a César o que é de César”: o Senhor Jesus (o Filho de Deus) sem dúvida não poderia aprovar a pessoa idólatra e os atos vis do imperador romano, mas foi Ele quem pronunciou essas palavras. 

Em Romanos 13:1-6 encontramos uma exposição do que vem a ser “dar a César o que é de César”: sujeição às autoridades governamentais (quem se rebela é condenado) por questão de consciência, dando-lhes o que for devido: imposto, tributo, temor e honra. Paulo escreveu isto quando a maior autoridade no mundo dele era César, título dado a uma série de imperadores cruéis e sanguinários. 

Fica evidente, portanto, que não é lícito a um cristão falar, ou agir de forma desrespeitosa ou rebelde contra as autoridades governamentais, pois:
  • O poder das autoridades governamentais, em última análise, provém de Deus de Quem vem toda a autoridade. É a Ele que darão contas dos seus atos, e não aos seus próprios subordinados.

  • As autoridades governamentais não são o inimigo contra quem o cristão deve combater, mas sim, as “forças espirituais do mal nas regiões espirituais”, sendo o diabo o “príncipe deste mundo” (Efésios 2:2, etc.). O combate se faz com a “armadura de Deus” (Efésios 6:11-18). Devemos amar nossos inimigos humanos.

  • O cristão deve tributar às autoridades governamentais o que lhes for devido, com temor e honra, e estará, portanto, faltando com o seu dever se falar, ou agir de forma desrespeitosa ou rebelde contra elas.

  • A Bíblia nos informa que injuriar, difamar ou rejeitar as autoridades é a atitude dos “mestres ímpios” conforme identificada por Judas, o irmão do Senhor Jesus. Eles “… Rejeitam as autoridades e … difamam tudo o que não entendem”. “Nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse 'O Senhor o repreenda!'” (Ver. 8 a 10 - NVI). O crente deve se submeter às leis do país em que vive, salvo se, ao cumpri-las, ele estiver desobedecendo aos mandamentos de Deus.
Alguns podem pensar que, por estarem em uma democracia, em que os governantes recebem o poder em virtude do voto do povo, existe a liberdade de criticar a atuação dos governantes porque eles estão exercendo um mandato que o povo lhes conferiu. Como o seu poder emana do povo, o povo tem o direito de exigir que eles cumpram seu mandato legalmente. 

Contra esse argumento devemos ponderar que ao eleitor não é concedido o direito pessoal de julgar, condenar ou injuriar os poderes constituídos. Seus direitos e deveres são geralmente definidos por legislação própria, regida por uma constituição nacional. Portanto, mesmo se o cristão pudesse fugir ao caráter que o distingue (que descrevemos no início do artigo), e participar de um mundo ao qual não pertence, se ele for insubordinado, desacatar a autoridade superior, ou ofender pessoalmente os governantes e demais autoridades, ele estará agindo ilegalmente. 

Sem dúvida o cristão pode pessoalmente discordar do que a autoridade governamental vigente faz, e com razão considerá-la incapaz, desonesta, maldosa, etc., mas nem por isso deve reagir publicamente contra ela, em atos ou palavras. Deve dar graças pela liberdade que ainda tem de pregar e praticar o Evangelho atualmente em seu país, e orar por aqueles que sofrem perseguição por causa da sua fé em países onde essa liberdade está cerceada ou não existe. 

Lembre-se:
Quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.” (1 Pedro 3:10-11 NVI.)

R David Jones

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