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quinta-feira, 28 de março de 2013

Como identificar um pregador confiável


Há duas semanas mencionei em meu sermão que Deus faz os cristãos crescerem ao alimentá-los com sua Palavra. Uma forma de ele fazer isso é provendo sua igreja com mestres e pregadores. Isso significa que, se vamos crescer, precisamos nos assentar aos pés de portadores confiáveis da verdade de Deus. Isso, entretanto, levanta a questão: como podemos identificar um portador autêntico da verdade de Deus? A Bíblia deixa claro que existem muitos portadores desonestos de uma suposta verdade. Satanás se disfarça de anjo de luz procurando enganar. Portanto, precisamos de muito discernimento bíblico aqui. Só porque um mestre ou pregador vem em nome de Jesus com a Bíblia debaixo de seu braço não significa automaticamente que ele é confiável.

Felizmente, tanto a Bíblia quanto a história da igreja nos dão alguma direção aqui. Portanto, quero te munir com uma lista breve de cinco questões (baseadas nos cinco solas da Reforma) que podem te ajudar a discernir a autenticidade de um pregador ou mestre em particular.

Questão 1 (Sola Scriptura): O pregador baseia tudo o que ele diz na Bíblia? Em outras palavras, ele parte da autoridade e suficiência da Escritura? Um portador confiável da verdade de Deus procura se deleitar, meditar profundamente e expor, a partir da Bíblia. Ele parte da Bíblia. Tudo que ele diz flui do que uma passagem particular da Bíblia diz. Eles não usa a Bíblia simplesmente para sustentar o que ele quer dizer. Isto é, ele se submete ao que a Bíblia diz, não procura submeter a Bíblia ao que ele diz. Ele se preocupa tanto com o Antigo quanto com o Novo Testamento. Ele se recusa a tirar os versos do contexto. Ele reconhece a unidade da Bíblia. Ele reconhece que tanto o Antigo Testamento quanto o Novo Testamento contam uma história e apontam para uma pessoa, a saber: Deus salva os pecadores através da obra consumada de seu filho Jesus Cristo.

Questão 2 (Sola Gratia): O pregador enfatiza livremente que, devido ao pecado, uma relação correta com Deus só pode ser estabelecida pela graça de Deus somente? Cuidado com qualquer doutrina que enfatiza a capacidade do homem acima da capacidade de Deus; a liberdade do homem acima da liberdade de Deus; o poder do homem acima do poder de Deus; a iniciativa do homem acima da iniciativa de Deus. Cuidado com qualquer doutrina que sutilmente ensina que um relacionamento correto com Deus depende, no fim de tudo, da resposta humana acima da soberania divina.

Questão 3 (Sola Fide): O pregador enfatiza que a salvação não é alcançada pelo que fazemos, mas que é recebida pela fé no que Cristo já fez? Têm-se afirmado corretamente que existem na verdade apenas duas religiões: a religião da ação humana e a religião da ação divina. O pregador enfatiza a primeira ou a última? Um portador confiável da verdade de Deus sempre destaca o fato de que Deus salva os pecadores; pecadores não salvam a si mesmos.

Questão 4 (Sola Christus): O pregador ressalta que Cristo é o mediador exclusivo entre Deus e o homem? Ele afirma e proclama que Jesus é “o caminho, a verdade e a vida”, e que ninguém vem ao Pai senão por Cristo? Ele fala sobre o pecado e a necessidade de Cristo? Os pregadores devem aprender a desvendar e apresentar a verdade do Evangelho a partir de todo texto bíblico que eles pregam, de uma forma que resulte na exposição dos ídolos da nossa cultura e dos ídolos do coração. A exposição fiel de nosso verdadeiro Salvador a partir de cada passagem da Bíblia dolorosamente revela todos os pseudossalvadores em quem confiamos, pessoal e culturalmente. Todo sermão deveria revelar as maneiras sutis em que, como indivíduos e como cultura, dependemos de coisas menores que Jesus para nos dar segurança, aceitação, proteção, afeição, significado e satisfação que apenas Cristo pode suprir. Desta forma, bons pregadores devem constantemente mostrar o quão relevante e necessário Jesus é; eles devem trabalhar duro para mostra que somos grandes pecadores, mas Cristo é um grande Salvador.

Questão 5 (Soli Deo Gloria): O pregador exalta a Deus acima de tudo? Um pregador confiável te levará a maravilhar-se com Deus. Um portador verdadeiro da verdade de Deus sempre te levará a encontrar a glória de Deus. Um mestre teocêntrico é apenas isso: teocêntrico. Ele pregará e ensinará de maneira que você se encontrará faminto e sedento de Deus. Você escutará sermão após sermão e sairá com grandes impressões da personalidade divina, não grandes impressões da personalidade humana.

Esse é só um começo, mas eu espero que sirva como um recurso para que você determine a autenticidade de certo mestre ou pregador.

Tradução: Josaías Jr no iPródigo
Fonte: Tullian Tchividjian em The Gospel Coalition
http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2013/03/como-identificar-um-pregador-confiavel.html

quinta-feira, 21 de março de 2013

Perseguidos, mas não desamparados


Pr. Silvio Dutra
Enquanto debaixo das perseguições que sofre neste mundo, o crente fiel deve estar sempre lembrado desta grande verdade de que, apesar de serem perseguidos, nunca são desamparados por Deus.
Lembremos que desamparar significa abandonar totalmente. Todavia, o próprio Deus, que não pode mentir, nos fez a promessa de jamais desamparar os Seus filhos, como vemos, por exemplo, em Hb 13.5:
“Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.”
Daí o motivo de se nos ordenar que exultemos, oremos, abençoemos, e não que fiquemos entristecidos ou que amaldiçoemos os que nos perseguem.
Ao contrário, nosso Senhor assegura que a perseguição por causa do nosso amor a Ele é para motivo de exultação e alegria, e não para tristeza ou exasperação.
É necessário pois nos armarmos do pensamento quanto ao modo que nos convém agir ou reagir diante das perseguições que sofremos neste mundo.
Não podemos esquecer que Deus está vendo tudo e que exerce controle absoluto e não permitirá que sejamos provados além da nossa capacidade de suportar no poder do Espírito Santo, todas as oposições e provocações que sofremos da parte do diabo, e tentações da carne e do mundo.
É importante trazer tudo isto em memória, para que não sejamos surpreendidos pelos ataques do Inimigo e sejamos privados de viver em paz.
Convém que aquietemos o nosso coração diante de provocações e perseguições. Que estejamos sossegados e calmos diante de Deus, sabendo que Ele nos dará a graça necessária para suportarmos tais tribulações e aflições.
http://estudos.gospelmais.com.br/perseguidos-mas-nao-desamparados.html

sexta-feira, 8 de março de 2013

O Crente e o Discípulo. Qual a diferença?

Pr. Geraldo Aparecido S. Moreira

Todo discípulo é um crente, mas nem todo crente é um discípulo.
O crente espera pães e peixes; o discípulo é um pescador.
O crente luta por crescer; o discípulo luta para reproduzir-se.
O crente se ganha; o discípulo se faz.
O crente depende dos afagos de seu pastor; o discípulo está determinado a servir a Deus.
O crente gosta de elogios; o discípulo do sacrifício vivo.
O crente entrega parte de suas finanças; o discípulo entrega toda a sua vida.
O crente cai facilmente na rotina; o discípulo é um revolucionário.
O crente precisa ser sempre estimulado; o discípulo procura estimular os outros.
O crente espera que alguém lhe diga o que fazer; o discípulo é solícito em assumir responsabilidades.
O crente reclama e murmura; o discípulo obedece e nega-se a si mesmo.
O crente é condicionado pelas circunstâncias; o discípulo as aproveita para exercer a sua fé.
O crente exige que os outros o visitem; o discípulo visita.
O crente busca na palavra promessas para a sua vida; o discípulo busca vida para receber as promessas da Palavra.
O crente pensa em si esmo; o discípulo pensa nos outros.
O crente se senta para adorar; o discípulo anda adorando.
O crente pertence a uma instituição; o discípulo é uma instituição em si mesmo.
O crente vale porque soma; o discípulo vale porque multiplica.
Os crentes foram transformados pelo mundo; os discípulos transformaram, transformam e transformarão o mundo.
Os crentes esperam milagres; os discípulos os fazem.
O crente sonha com a igreja ideal; o discípulo se entrega para fazer uma igreja real.
A meta do crente é ir para o Céu; a meta do discípulo é ganhar almas para povoar o Céu.
O crente maduro finalmente é um discípulo; o discípulo maduro assume os ministérios para o corpo de Cristo.
O crente necessita de festas para estar alegre; o discípulo vive em festa porque é alegre.
O crente espera um avivamento; O discípulo é parte dele.
O crente agoniza sem nunca morrer; o discípulo morre para dar vida a outros.
O crente longe de sua congregação lamenta por não estar em seu ambiente; o discípulo cria um ambiente para formar uma congregação.
O crente é sócio; o discípulo é servo.
O crente cai nas ciladas do Diabo; o discípulo as supera e não se deixa confundir.
O crente responde talvez… o discípulo responde eis-me aqui.
O crente preocupa-se só em pregar o evangelho; o discípulo prega e faz outros discípulos.
O crente espera recompensa para dar; o discípulo é recompensado porque dá.
O crente é pastoreado como ovelha. O discípulo apascenta os cordeiros.
O crente pede que os outros orem por ele; o discípulo ora pelos outros.
Os crentes se reúnem para buscar a presença do Senhor; o discípulo carrega a sua presença através do Espírito Santo.
O crente segue tentando limpar-se para ser digno de Deus; o discípulo não se olha mais e faz a obra na fé de que Cristo já limpou.
O crente não se relaciona com membros de outras igrejas; o discípulo ama a todos, pois isto é uma ordem de Deus, e só assim o mundo o reconhecerá como discípulo de Jesus.
O crente procura conselhos dos outros para tomar uma decisão; o discípulo ora a Deus, lê a Palavra e em fé toma a decisão.
O crente espera que o mundo melhore; o discípulo sabe que não é deste mundo e espera o encontro com seu Senhor.

Lucas 9:23: Se alguém quer ser meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me.
http://iej.com.br/pastorgeraldo/entenda/o-crente-e-o-discipulo

sábado, 2 de março de 2013

A formação de um líder


Pr. Altair Germano

Muito já se escreveu sobre liderança, e com bastante propriedade. Charles Swindoll, Oswald Sanders, John Maxwell e Rick Warren, são alguns exemplos destes notáveis escritores. Contudo, entendo que nunca é demais difundir por meio da escrita os princípios que norteiam uma liderança eficaz, e que em tudo busca a glória de Deus. Pela bondade de Deus já temos duas obras publicadas sobre o tema: O Líder Cristão e o Hábito de Leitura (CPAD) e O Perfil de Sete Líderes (Arte Editorial). No livro Uma Igreja com Saúde, a segunda parte é dedicada ao tema liderança. Há um novo projeto literário já encaminhado para a editora, e enquanto escreve estas linhas penso numa nova publicação, abordando alguns aspectos da liderança que ainda não abordados nas obras anteriores, ou abordando-os de outras perspectivas. Espero em Deus, com a continuidade da publicação de posts sobre o tema liderança, poder continuar cooperando para o desenvolvimento dos atuais e futuros líderes cristãos, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11-12).

A FORMAÇÃO DE UM LÍDER

A liderança é inata ou adquirida? As pessoas nascem já inclinadas à liderança ou aprendem a liderar? Não há unanimidade sobre a questão, mas tenho a  minha opinião sobre o assunto, e acredito fundamentar-se biblicamente. Creio, numa perspectiva bíblica, que a liderança é inata, mas que pode e deve ser desenvolvida através de vários meios e recursos. 

Ao afirmar que a liderança é inata, declaro que Deus decide em sua soberania e graça os que serão líderes, ou seja, eles já nascem com as características próprias de um líder, vocacionados para a liderança, precisando apenas desenvolver estas habilidades e vocação. No Reino de Deus os líderes não são forjados em instituições acadêmicas, através de cursos e treinamentos específicos, ou de qualquer outro meio, pois tais recursos servem apenas para aperfeiçoar aqueles que já são vocacionados para a liderança, em seus vários níveis e segmentos.

A soberania de Deus na vocação de líderes é comprovada claramente na Bíblia, através vida daqueles que foram chamados para liderar. Adão foi criado e estabelecido por Deus como o primeiro líder dentre os homens. A ele foi delegada a responsabilidade de lavrar e guardar o jardim do Éden (Gn 2.15). O termo hebraico para “guardar” é shamar, que pode ser traduzido por proteger, cuidar, preservar, que são características próprias de um líder. Na condição de líder, coube a Adão a responsabilidade de dar nomes às aves e os animais (Gn 2.19-20), e também a sua mulher (Gn 3.20). Quando a mulher comeu do fruto da árvore que estava no meio do jardim, desobedecendo às ordens de Deus, para em seguida dar ao seu marido, Adão foi responsabilizado por isso, pois era o líder no Éden (Gn 3.9-19).

A soberania de Deus na escolha de líderes é claramente evidenciada na vida de Noé (Gn 6.13-22), Abraão (Gn 12.1-4), Isaque (Gn 17.19); Jacó (Gn 25.23; 28.10-15); José (Gn 37.5-11; 41.38-44), Moisés (Êx 3.1-10), Josué (Js 1.1-9), Gideão (Jz 6.11-16), Davi (1 Sm 15.28; 16.1-13); Jeremias (1.4-10), Neemias (Ne 2.4-12); Pedro, André, Tiago e João (Mt 4.18-22), e de Paulo (At 9.11-16; Gl 1.15; 1 Tm 1.12-16; 2 Tm 1.8-11). Estes servos de Deus desenvolveram suas lideranças através do aprendizado que a vida oferece, mas já nasceram vocacionados por Deus, e com características inatas, próprias dos verdadeiros líderes. 

LIDERANÇA É INFLUÊNCIA

A verdadeira liderança não se fundamenta na força do cargo que alguém ocupa. O líder autêntico é seguido por aquilo que ele é, pela confiança que passa, pela credibilidade que possui, pelas habilidades demonstradas, pela maneira como trata e considera as pessoas, e não por títulos ou posições hierárquicas que venha a conquistar.

Ninguém é líder sem seguidores voluntários, que decidiram seguir apenas pela força de atração do líder, por sua capacidade de influenciar. 

A verdadeira liderança não se fundamenta nas qualidades carismáticas. A verdadeira liderança se estabelece pela força do caráter. Há muitos líderes carismáticos, mas sem caráter. A liderança que tenta se estabelecer apenas sobre o carisma logo ruirá. O caráter é a força que dá sustentação ao líder. A verdadeira liderança necessita do elemento credibilidade, e não há credibilidade sem caráter, sem integridade.

Um chefe, gerente, presidente ou diretor, pode passar muito tempo no comando de uma instituição ou organização, pois há vários artifícios e mecanismos capazes de mantê-lo ali. Um líder, só conseguirá manter-se na condição de líder através do exemplo positivo, de uma vida inspiradora, da conquista e manutenção da confiança, do poder da influência. 

Conheço vários chefes que não são líderes, nunca foram e nunca serão. Falo de gente que compra gente e que manipula situações para conquistar ou manter-se no cargo. O verdadeiro líder é escolhido por Deus e reconhecido pelo povo. O verdadeiro líder busca o bem do povo e a glória de Deus.

Antes de avançar no propósito de liderar o povo de Deus, de desenvolver-se como líder, busque a certeza em Deus de vossa vocação à liderança. A liderança cristã é para os vocacionados, para os chamados, para os escolhidos por Ele, mediante sua soberania e graça (Mt 20.23; Mc 3.13-14; Hb 5.4).

Pr Altair Germano
http://www.altairgermano.net/