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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo - Subsídio para a lição





Introdução
Neste domingo estaremos estudando a lição nº 9 sobre como confrontar os inimigos da Cruz de Cristo. Quem são e o que fazem? Estão ainda agir no seio da noiva do Cordeiro? Quais armas podemos usar para combatê-los e assim não deixarmos minar suas doutrinas na seara do Mestre?

1-EXORTAÇÃO A FIRMEZA EM CRISTO

1.Imitando o exemplo de Paulo.
Paulo nutria uma preocupação em que todos os crentes o imitassem, face aos aproveitadores aos quais ele identifica como lobos devoradores e maus obreiros que na sua ausência surgiriam para tirar proveito das igrejas com palavras persuasivas (Atos 20:29; Colossenses 2:4). Note que ele também faz esse apelo aos crentes de Corínto (1Coríntios 4:6; 11:1). Paulo teve o cuidado de em tudo ser o exemplo do rebanho, assim como ele havia aprendido de Cristo (3:17). Este cuidado ele passou ao seu filho na fé Timóteo, a quem o instruiu a agir da mesma forma (1Timóteo 4:12). Paulo era imitador de Cristo em tudo, inclusive nos sofrimentos, onde, no seu próprio corpo trazia as marcas de Cristo, quais eram as feridas adquiridas por pregar o evangelho da graça, incompreendido por aqueles que ainda queriam se manter debaixo do regime da lei mosaica (Gálatas 6:17). Como imitador de Cristo, Paulo também se considerava um cooperador, procurando não dar escândalo em coisa alguma, para que o ministério que ele havia recebido do Senhor não fosse censurado (2Corintios 4:1-10;11:23-29). Que exemplo de obreiro foi Paulo.

2. O exemplo de outros obreiros fiéis
Além de Timóteo e Epafrodito que são referencias de obreiros, o escritor aos Hebreus aconselha os crentes a lembrarem-se de seus pastores imitando a fé deles, atentando para a maneira viver (Hebreus 13:7). Realmente, o maior exemplo e legado que um pastor pode passar para o rebanho é a fé e a maneira de viver sem ostentação, assim como viveram os apóstolos e muitos missionários que doaram suas vidas pela causa do reino, vivendo pela fé (Hebreus 10:38). 

3. Tendo outro estilo de vida.
O comentarista da lição Pr. Elienai Cabral ressalta a importância de se resgatar o ideal da reforma protestante que era mostrar que hoje diante de Deus todos somos sacerdotes, diferente daquilo que era no antigo concerto, onde somente os filhos de Levi exerciam tal função. Ali, apenas estes eram ungidos para o sacerdócio, mas hoje, essa unção é repartida com todos os crentes (1João 2:20;27; 1Pedro 2:9; Apocalipse 1:6; 5:10). Outro grande problema que existe nas igrejas evangélicas e que envolvem as lideranças de hoje, dá-se por conta do modelo de hierarquia herdado do catolicismo romano. Este modelo ela resgatou da antiga aliança na figura do sumo-sacerdote, sacerdotes e auxiliares. À igreja Jesus estabeleceu uma forma de governo totalmente diferente, mostrando que todos somos iguais. A nós crentes Jesus ensinou que: todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo (Mateus 20:26,27).


2- OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO

1   1. Os inimigos da cruz de Cristo.
    Quem eram esses inimigos e o que faziam? Ao referir-se a estes, Paulo o fez com lágrimas, isto é; com tristeza e também decepção. Para um melhor entendimento, basta fazer uma leitura cuidadosa da carta que ele escreveu aos Gálatas. Essa igreja enfrentou o mesmo problema da igreja em Filipos, pois esses inimigos da cruz não eram outros, senão os judaizantes. Estes eram judeus que haviam se convertido a fé cristã, mas que ainda se mantinham presos ao regime da lei mosaica com seus ritos, cerimoniais e costumes. Estes entendiam que somente a fé em Cristo não era o suficiente para o cristão herdar as bênçãos de Deus e a salvação (Atos 15:1). Até certo ponto é compreensível o raciocínio deles, visto que eles passaram milênios obedecendo as doutrinas vero-testamentárias que os rabinos lhes passaram e, sabemos que não é fácil mudar de opinião de uma hora pra outra, principalmente nesta questão de regras e doutrina. Eles não compreenderam que na cruz foram cumpridas todas as ordenanças da lei e pagas todas as dívidas que a lei exigia (Colossenses 2:14).
  
   A tristeza de Paulo consistia em ver aqueles que ele gerou em Cristo, voltarem aos rudimentos do mundo, tornando nulo o sacrifício de Cristo pela prática de ritos da lei, passando a crer num outro evangelho (Gálatas 1:6). 

   "Confio de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação" (Gálatas 5:10). O gnosticismo poderia ser sim um problema na igreja de Filipos, mas os judaizantes eram uma ameaça muito maior ao estabelecimento da graça, principalmente entre os crentes gentios que abraçaram a fé, pois estes não tinham e nem tem nenhuma obrigação em observar os preceitos e tradições que Deus entregou por Moisés ao povo judeu exclusivamente (Atos 15:28,29).

    1. O deus deles é o ventre.
    Em outra tradução ventre é estômago (koilia em grego). Os inimigos da cruz de Cristo se vangloriavam de serem observadores dos ritos mosaicos, entre eles a abstinência de determinados tipos de alimentos, quais a lei os considerava impuros, assim como a prática da circuncisão, conforme vimos na lição nº 07. Observando tais preceitos, julgavam que seriam justificados diante de Deus pelo cumprimento de tais obras. Porém, com essas atitudes eles  convertiam a graça de Deus em dissolução, negando o poderio do Senhor Jesus (Judas 1:4). Estes evidenciam claramente as obras da carne no seu quotidiano e não levam em conta que um dia prestarão contas de seus atos (Gálatas 5:19-21).

     2.  A glória deles.
     Os inimigos da Cruz tem uma glória transitória, visto que o coração deles está firmado nas coisas terrenas. Pra eles o que interessa é o “aqui e agora”. Essa glória é evidenciada pelo status, poder e fama a qual querem alcançar a qualquer custo. Estes são aqueles que acumulam tesouros aqui nesta terra e fazem da piedade uma fonte de lucro (Mateus 6:19-21; 1Timóteo 6:3-5). Porém, o fim deles é a perdição!
    
3   3- O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO
    
    1. Mas a nossa cidade está nos céus.   
    Após mostrar quem são os inimigos da Cruz de Cristo, como agem e qual será a recompensa deles, Paulo mostra aos crentes que devam pensar e agir diferente, pois nossa cidade está nos céus, ou seja: estamos aqui, mas não somos mais daqui. Jesus quando fez a oração sacerdotal disse a mesma coisa em relação aqueles que amariam a mensagem da Cruz. Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (João 17:6).
     
    Aos colossenses Paulo pediu: Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Colossenses 3:2-4).

1. Que transformará nosso corpo abatido.
     “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1João 3:2,3). Esta é a promessa que temos da parte do Senhor, que um dia nos recompensará tornando nosso corpo imortal e incorruptível assim como o dele é, pois é necessário que aquilo que é mortal se torne imortal e aquilo que é corruptível se torne incorruptível (1Corintios 15:53,54).

     Por essa razão, devemos cuidar do nosso corpo, pois este é hoje o tabernáculo do Espírito Santo. "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo."  (I Tessalonicenses 5:23)
     
     1. Vivendo em esperança.
 Sim, não há dúvidas que vivemos os tempos mais difíceis da história da igreja. Tempo este que Paulo profetizou que seriam trabalhosos, justamente porque os homens ditos religiosos haveriam de ter as seguintes qualidades: “amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.” (2Timóteo 3:1-9). Estes são aqueles que introduzem falsas doutrinas na igreja, com o único fim de se beneficiarem a sí mesmo (o próprio ventre). Mas nossa esperança está no autor e consumador da nossa fé, para o qual devemos estar com nosso olhar fixo (Hebreus 12:2)

Conclusão
Os inimigos da Cruz de Cristo estarão sempre infiltrados no meio do rebanho de Cristo. A semelhança do que aconteceu no período apostólico, estes sempre tentarão anular a obra salvifica de Cristo na Cruz, com ensinos permissivos de uma falsa santidade e humildade, cujo objetivo e tornar os crentes presas fáceis de tradições e regras que na cruz foram abolidas (Colossenses 2:14-26). A tática não mudou, pois vemos muitos desses querendo complementar a salvação com obras mortas, onde algumas assemelham-se até a rituais de umbanda. Além de vigiar e orar o crente precisa cada dia conhecer profundamente a Palavra de Deus, contida no antigo e no novo testamento. Somente assim poderemos combater os modismos e as heresias disfarçadas de doutrinas que os inimigos da Cruz de Cristo semeiam nos arraiais dos santos (2Corintios 11:13), bem como também não podemos ignorar os ardis de satanás, pois este se transfigura até em anjo de luz (2Corintios 11:14,15).

Lembremos que somos cristãos e a nossa religião precisa influenciar o mundo, inclusive o judaísmo e não permitir que o judaísmo influencie nossa fé, pois, infelizmente vemos isto acontecer em nossos dias, onde muitos inimigos da cruz tentam resgatar ritos judaicos fazendo muitos apostatarem da genuína fé em Cristo que consumou toda obra na Cruz (1Timóteo 4:1-4).


 Reginaldo Barbosa
Sta. Bárbara do Pará