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segunda-feira, 23 de março de 2015

A Igreja e a Lei de Deus - Subsídio da lição nº 13


Texto Áureo:
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (Romanos 3 : 31).

Verdade Prática:

O Senhor Jesus definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e Novo Testamento, entre a Lei eo Evangelho.

INTRODUÇÃO

No decorrer deste trimestre, aprendemos que a Lei de Deus não se resume apenas ao decálogo, mas é todo o conjunto de 613 preceitos que se encontram no Pentateuco, isto é, nos cinco livros escritos por Moisés, também conhecidos como os livros da lei que são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Muito embora alguns teólogos tenham dividido a lei em moral, cerimonial, civil e outros, contudo na bíblia não encontramos essa divisão. O que encontramos são os princípios morais, cerimoniais, civis, de saúde e outros que compõe toda a lei, mas a lei em sí é una e santa, pois foi estabelecida por Deus que é santo. Faz-se necessário saber que quem formou a bíblia como a temos hoje foi a igreja romana, e também foi ela quem inicialmente fez essa divisão na lei, além de mudar alguns mandamentos, como o sábado para o domingo e o dízimo que na lei era alimento para dinheiro na atualidade. Os que seguem essa tradição romana da divisão da lei, o fazem para assegurar a observância de alguns mandamentos que julgam serem necessários ao ser humano como a abstinência de alguns alimentos, a guarda do dia de sábado e a cobrança do dízimo como essencial a manutenção do serviço religioso.

É necessário também avisar os crentes que fazem isso que as Escrituras dizem que: "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las." (Gálatas 3 : 10). Alguns que observam uns mandamentos em detrimento dos demais tentam se justificar afirmando que o que foi abolida foi somente a lei cerimonial que consistia em festas e sacrifícios, enquanto que a lei moral contida nos dez mandamentos continua eterna, por ter sido escrita pelo dedo de Deus. Outros ainda vão mais longe dividindo a lei em LEI DE DEUS e LEI DE MOISÉS. Os tais afirmam que os dez mandamentos são a lei de Deus e os demais 603 preceitos são a lei de Moisés, quais foram abolidos. Mas Tiago, o irmão do Senhor confirma o que o apóstolo dos gentios falou em Gálatas 3 : 10: "Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos." (Tiago 2 : 10). Toda a lei aqui é todo o conjunto de 613 preceitos, incluindo os dez mandamentos e nenhum foi abolido, mas cumprido.

A lei foi dada diretamente a Moisés no Monte Sinai, mas este não a dividiu. Jesus, o filho de Deus que veio para cumpri-la também não a dividiu e, quando Ele, nos seus ensinos se referia à lei, falava dela como um todo. Vamos aprender nesta lição que nenhuma lei foi abolida, mas continua em vigor até porque ela foi dada a um povo específico que são os judeus que enquanto o céu e a terra não passam, deverão observá-las. A lei foi estabelecida como uma aliança entre Deus e Israel, com o fim de fazer de Israel o povo peculiar e exclusivo de Deus: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha." (Êxodo19 : 5). "Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel." (Êxodo 34 : 27).

I – O QUE SIGNIFICA CUMPRIR A LEI?

1-Completar a revelação; Cumprimento das profecias e O centro das Escrituras:

Jesus disse que não veio abolir a lei, mas cumpri-la (Mateus 5 : 17 -19). De fato, as Escrituras e a lei não teriam nenhum sentido se Cristo não tivesse vindo ao mundo. Ele é o centro e o cumprimento de toda profecia relacionada à salvação encontrada na Bíblia desde Gênesis a Apocalipse. Em Gênesis encontramos a primeira promessa de redenção relacionada a Jesus: "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gênesis 3 : 15). Em Apocalipse que encerra o cânon sagrado da revelação, o próprio Jesus fala de sí mesmo dizendo: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro." (Apocalipse 22 : 13). Toda a vida de Jesus desde o seu nascimento foi em função do cumprimento da lei. Paulo aos Gálatas diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4 : 4 , 5).

Toda a lei composta de 613 preceitos tornara se impossível a um mortal comum observá-la na sua totalidade. Na carta aos romanos, Paulo explica o porquê dessa impossibilidade: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado." (Romanos 7 : 14). Logo, somente alguém plenamente espiritual e sem pecado poderia cumpri-la em lugar do pecador. Jesus foi esse homem que além de espiritual, também era da linhagem israelita, isto é era um judeu. E, como um judeu, cujo povo a quem foi dada a lei pode cumpri-la na sua totalidade. Quando o Senhor ressuscitou de entre os mortos e apareceu aos discípulos, disse: "E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos." (Lucas 24 : 44). A lei de Moisés citada aqui por Jesus é a própria lei de Deus, pois não há divisão ou diferença de ambas. Ao cumprir a lei, Jesus pagou toda a dívida que essa nos induzia: "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz." (Colossenses 2 : 14). Aleluia!

Quanto ao cumprimento da lei, explicarei com mais detalhes nos seguintes tópicos.

II-O SENHOR JESUS VIVEU A LEI.

Preceitos cerimoniais; Preceitos civis e Preceitos morais.

O que são preceitos senão a própria lei em sí?  Tomo como exemplo o texto a seguir que fala de Zacarias e sua esposa Isabel, que esclarece essa verdade: "E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor." (Lucas 1 : 6). Discordar de quem defende a divisão da lei em moral, cerimonial e civil, e afirmar que o que existe são preceitos morais, cerimoniais e civis dá no mesmo. O que existe é claro, são princípios inseridos dentro de toda a lei. É, no cumprimento da lei, Jesus, por seu judeu precisou observá-la, obedecendo aos seus princípios, tanto cerimonial, como civil e moral. Vejamos a seguir:

Segundo a lei, Jesus foi circuncidado, obedecendo aos princípios cerimoniais da lei: Como foi dito acima, Jesus nasceu sob a lei (Gálatas 4 : 4). Oito dias após nascido, Jesus foi circuncidado conforme a lei exigia. “E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido” (Lucas 2 : 21). Segundo a lei, Jesus foi levado ao templo quando os dias da purificação de sua mãe Maria se completaram que era de 40 dias. Alí ele foi apresentado conforme a lei exigia e também foi dado uma oferta pela purificação de sua mãe. Por serem pobres essa oferta foi um par de rolas ou dois pombinhos:  “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor  (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); E para darem a oferta segundo o disposto na lei do SENHOR: Um par de rolas ou dois pombinhos” (Lucas 2 : 22 – 24).

O que dizia a lei sobre o primogênito: "Porque todo o primogênito é meu; desde o dia em que tenho ferido a todo o primogênito na terra do Egito, santifiquei para mim todo o primogênito em Israel, desde o homem até ao animal: meus serão; Eu sou o SENHOR."  (Números 3 : 13)  O que lei dizia sobre a oferta de purificação da mãe: "E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote."  (Levítico 12 : 6). Eu fiz questão de enfatizar que a oferta era dada pela purificação da mãe e não pela apresentação da criança, porque há igrejas que cobram ofertas por apresentação de crianças, como também oferta de santificação por cada de primogênito nascido. Isto fazem, sob a alegação que se está escrito na bíblia é para se obedecer.

Quando adulto Jesus realizou milagres, curando, libertando e ressuscitando. Mas no tocante a cura de leprosos, Jesus ao curá-los ordenava que esses fossem ao templo apresentar-se ao sacerdote, pois a lei assim dizia: “Quando no homem houver praga de lepra, será levado ao sacerdote” (Levítico 13 : 9 ; Mateus 8 : 2 - 4).

Eu poderia citar muitos outros exemplos de cumprimento da lei por Jesus como: participação dos festejos dos judeus, como páscoa, tabernáculos, pentecostes e outros. Mas quero encerrar este tópico, falando da morte do Salvador que foi no cumprimento da lei. Em Romanos 6 : 23, Paulo diz: "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." Em 1Corintios 15 : 56, reitera que: "Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei." Sabemos perfeitamente que Jesus não tinha pecados, mas, pela lei que exigia a morte do pecador, Ele precisou morrer para pagar o salário de nossos pecados.

Na lei, Deus determinou um ritual para a purificação do pecador, onde um animal puro, sem manchas e sem defeito era levado para ser sacrificado no altar por expiação pelo pecado do homem (Levítico 4 : 28 -35). Como um cordeiro para expiar nossos pecados definitivamente, Jesus foi sacrificado no altar da cruz (Marcos 15 : 32). Na carta aos Hebreus diz: "E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." (Hebreus 9 : 22). O sangue de Jesus derramado na cruz foi para cumprir a lei (Levítico 4 : 5 – 7). Na lei, o animal morto em expiação dos pecados deveria ser queimado fora do arraial (Levítico 9 : 11). Jesus, como sacrifício perfeito foi morto fora do arraial, isto é fora das portas de Jerusalém: “E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hebreus 13 :  1 , 12). Enfim, Jesus viveu a lei e a cumpriu em sua totalidade. E quanto aos privilégios que Jesus na sua morte transferiu de Israel à igreja (Mateus 21 : 43), dizem respeito a missão de anunciar o seu evangelho a toda a criatura, coisa que até os anjos anelaram fazer (1Pedro 1  : 12).

 III - A LEI NÃO PODE SER REVOGADA

Jesus revela seu pensamento; Até que o céu e a terra passem e O menor mandamento:

Aqueles que pensam que uma parte da lei foi abolida e outra não precisam rever seus conceitos, pois Jesus foi bem claro quando disse que enquanto os céus e a terra não passarem, nenhum jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo se cumpra (Mateus 5 : 18). Interessante que somente Mateus registra esta afirmação de Jesus. O motivo: Mateus escreveu seu evangelho aos judeus, povo que tem até hoje a obrigação de observar a lei. No entanto, se a lei não pode ser revogada, também não pode ser adaptada ou mudada, como alguns querem. Quanto a esse fato, Jesus também foi incisivo quando disse: "Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus." (Mateus 5 : 19). Não obstante essa advertência do próprio Senhor, a lei não só foi mudada, como também adaptada para atender os interesses de uns poucos. E o pior é que tais preceitos que são puramente humanos são ensinados nas igrejas tal qual os fariseus faziam, invalidando assim os mandamentos de Deus, pelas suas tradições (Marcos 7 : 9).

Sabemos que a lei não pode ser revogada, mas no evangelho escrito por Lucas, temos um texto que parece contradizer este ponto. O texto é esse: "A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele." (Lucas 16 : 16). Na verdade, Lucas parece contradizer Mateus 5 : 17 que disse: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir."  (Mateus 5 : 17). Alguns cristãos se valem de Lucas 16 : 16, para afirmarem que a lei não está mais em vigor, enquanto que os céticos e opositores da Bíblia aproveitam textos como estes para criticar a bíblia como contraditória e cheia de erros. Mas, o que Jesus quis dizer no evangelho de Lucas 16 : 16? Estava Jesus a dizer que a lei e os profetas só valeram até João o Batista e que depois dele ambos não têm mais nenhum valor? É lógico que não! Crer nessa tese é afirmar também que não existem mais profetas na graça. Mas, para entender isso, vamos nos valer da exegese e retroceder alguns capítulos do evangelho de Lucas. No capítulo 7 está escrito: "E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele." (Lucas 7 : 28). Jesus estava afirmando que João o Batista foi o último dos profetas veterotestamentários.

João o Batista foi o último dos profetas do antigo concerto a profetizar na Lei, porém, foi o mais privilegiado de todos, porque preparou o caminho para o Salvador. O evangelista Lucas enfatizou no primeiro capítulo de seu evangelho que João o Batista veio na virtude e no poder de Elias, um dos profetas mais contundentes do antigo concerto: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto." (Lucas 1 : 17). A tradução King James, sobre Lucas 16 : 16 diz: “A Lei e os Profetas PROFETIZARAM até João. Dessa época em diante estão sendo pregadas as Boas Novas do reino de Deus, e todos tentam conquistar sua entrada no Reino”. A carta aos Hebreus que foi escrita aos judeus que se convertiam ao evangelho da graça, fala disso: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho," (Hebreus 1 : 1). É bom compreender que muito embora os evangelhos façam parte do compendio do Novo Testamento, este só teve início após a morte de Jesus, como diz as Escrituras: “Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador. Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?” (Hebreus 9 : 16, 17). Resumindo: a Lei não foi abolida em João o Batista e nem os profetas.

Em algumas das lições que passamos, foi falado a respeito da adaptação de certos mandamentos à graça. Porém, nada da Lei foi adaptado a graça e sim cumprido. Jesus ao cumprir a lei nos deu um NOVO MANDAMENTO. "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis." (João 13 : 34). Ele mesmo disse: "Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (Mateus 22 : 40). Paulo confirma as Palavras do Senhor dizendo: "Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz," (Efésios 2 : 15).

IV-A LEI E O EVANGELHO

O papel da Lei; Jesus e Moisés estão do mesmo lado e A Justiça dos fariseus

"Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada." (Gálatas 2 : 16). É bom salientar que as obras da lei são diferentes das obras de misericórdia, qual Tiago ensina ser essências acompanharem nossa fé (Tiago 2 : 24). Obras essas que justificam a nossa fé. Mas, o que seria essas obras da lei? Todas aquelas ordenanças que quando a lei foi promulgada no Sinai, foram nela inseridas. Até mesmo os mandamentos que Deus deu antes da lei, como a observância do dia de sábado e a circuncisão, passaram a ser obra da lei, quando esta passou a vigorar. Em Neemias 10 : 28 a 39 é citado uma lista de ordenanças que são obras da lei, onde algumas delas são praticadas e ensinadas na igrejas cristãs, justamente por haverem sido adaptadas à graça, sem consentimento do seu autor. Na carta aos Gálatas, que é considerada por muitos cristãos, como a carta magna da liberdade dos crentes, Paulo diz que: “...a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados."  (Gálatas 3 : 24). Isto é, o papel da lei foi preparar o caminho para a chegada do Messias que é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12 : 2).

Jesus e Moisés estão do mesmo lado. A respeito de Jesus, Moisés falou: “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18 : 15). Moisés, como profeta que teve o privilégio de falar face a face com Deus, sabia que a lei que ele como medianeiro deu ao povo de Israel era transitória (2Corintios 3 : 7). Deus lhe revelara que a lei teria o seu cabal cumprimento na vida de Seu unigênito filho, que remiria os crentes de debaixo do jugo da lei (Gálatas 4 : 5). No cumprimento da lei, conforme já expliquei acima, Jesus falou de Moisés, ordenando que os judeus atentassem para aquilo que Moisés havia designado em lei, como a oferta pela purificação do leproso: "Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho." (Mateus 8 : 4), bem como aconselhou aos escribas e fariseus continuarem entregando os seus dízimos, conforme Moisés havia determinado em lei que era em produtos da terra e não em dinheiro (Mateus 23 : 23 ; Lucas 11 : 42).

E, quanto a nossa justiça exceder a dos escribase dos fariseus, não significa fazer o que os fariseus faziam ou além do que faziam, como muitos supõe. É fazer exatamente o contrário, pois os fariseus não eram justos e sim hipócritas. Basta uma leitura atenciosa no capítulo 23 de Mateus e entender como agiam. No verso 3 Jesus aconselha seus discípulos: “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem” (Mateus 23 : 3). Entre outras coisas, os escribas e fariseus, quando faziam alguma obra era com o intuito de serem vistos pela sociedade (verso 5); gostavam de serem reconhecidos pelos títulos eclesiásticos (verso 6); pelo legalismo exacerbado fechava a porta do reino dos céus às pessoas (verso 13); visitavam as viúvas e cobravam pelas longas orações que faziam (Verso 13); davam o dízimo que a lei exigia, mas não exerciam misericórdia, justiça e fé (verso 23). Enfim, nada do que faziam contava com a aprovação do Senhor, por isso, Jesus disse: "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus." (Mateus 5 : 20).
                                
CONCLUSÃO

"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei." (Romanos 3 : 28). A fé cristã não é contra a lei, mas entende que ela exerceu o seu papel que foi servir de tutor até a chegada Cristo que nos justificou pela fé, sendo Ele próprio o autor e consumador desta (Gálatas 3 : 24 ; Hebreus 12 : 2) . A lei não foi revogada, mas continua em pleno vigor, mas para o povo a quem foi dada – Os judeus. A Lei veio revelar o pecado, mas não trouxe a solução, mas Cristo sim, pela graça. E, quanto à igreja, o próprio Espírito Santo conduziu os primeiros líderes a tomarem uma decisão bastante importante no que concerne as obras da lei, conforme está no capítulo 15 do livro de Atos:

“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também... Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas... Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (Atos 15 : 10 ,11 ; 19 – 21; 28 , 29).

A igreja do Senhor é salva pela graça sem as obras da Lei. Porém, existem alguns que por falta de conhecimento acham que devem cumprir alguns cerimoniais da lei que é próprio dos judeus. A estes que não são judeus, mas que se passam por judeus, Jesus os chama de Sinagoga de Satanás (Apocalipse 2 : 9 ; 3 : 9).

"Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;"  (Gálatas 3 : 13)


Em Cristo,

Reginaldo Barbosa

Santa Bárbara do Pará.

terça-feira, 17 de março de 2015

Não Cobiçarás! Subsídio da 12ª lição


Texto Áureo:
"De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário." (Atos 20 : 33).

Verdade Prática:
A cobiça é a raiz da qual surge todo o pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.


INTRODUÇÃO

Chegamos a penúltima lição que vai tratar do último mandamento do decálogo. O mandamento NÃO COBIÇARÁS está de certa forma incluído nos outros nove mandamentos. Como enfatiza o comentarista da lição, Pr Esequias Soares, “O último mandamento protege o ser humano de ambições erradas. A cobiça infecta  pobres e ricos nas suas mais diversas formas”. A cobiça é aliada da ambição e foi um das causas da entrada no pecado no mundo. Primeiro Satanás cobiçou e ambicionou uma posição que não lhe dizia respeito que era ocupar o lugar do Altíssimo, por isso foi lançado do seu lugar (Isaías 14 : 12 – 15 ; Ezequiel 28 : 13 – 18). Na terra tentou destruir a obra prima de Deus com a ilusão de que os homens seriam iguais a Deus se comessem do fruto que Deus proibiu que se comesse (Gênesis 3 : 4 – 6). Por essa cobiça e ambição o pecado entrou nomundo e pelo pecado a morte (Romanos 5 : 12).

I. O DÉCIMO MANDAMENTO

Quanto a abrangência, o décimo mandamento envolve vários tipos de pecados. Pecados que fazem parte das obras da carne, conforme Paulo cita em Gálatas 5 : 19 a 21, que são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,  Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”. No deserto o povo de Israel pecou contra o Senhor murmurando por causa da cobiça de estrangeiros que saíram do Egito no meio do povo de Israel, conforme está escrito no livro de Números: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?”Na versão King James diz:“Um bando de estrangeiros que haviam no meio do povo de Israel encheu-se de cobiça e gula, e até os próprios israelitas tornaram a reclamar murmurando: “Quem nos dará carne para comer?”(Números 11 : 4). Fato que fez o Senho se irar contra o seu povo.

Quanto ao objetivo, o nono mandamento visava estabelecer limites a vontade humana para que houvesse respeito mútuo entre as pessoas e seus bens. Muitos outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia, concupiscência, inveja e avareza. Na vida do rei Daví, o grande monarca de Israel temos um exemplo de quão grave é a não observância deste mandamento.

No capítulo onze do segundo livro de Samuel encontramos este triste episódio. Daví envia o exército de Israel ao campo de batalha sob o comando de Joabe. Era comum os reis saírem a guerra, mas naquele tempoDaví ficou ocioso em seu palácio. Enquanto seus fiéis soldados pelejavam na defesa de seu reino, Daví passeava no terraço da casa real. Dalí ele avistou uma mulher que se banhava e então ficou a admirá-la. A formosura de Bateseba despertou a concupiscência, a luxúria e a cobiça no coração de Davi, pelo que mandou seus servos buscá-la e assim, se relacionou com Bateseba mesmo sabendo que era casada. A cobiça de Daví pela mulher do seu próximo levou-o a violar o sétimo mandamento que é NÃO ADULTERARÁS. Mas não ficou apenas nisso. Sabendo que ela havia engravidado mandou buscar a seu esposo no campo de batalha e tentou convencê-lo a ficar com sua esposa, querendo assim encobrir sua falta. Mas o fiel Urias não fez como o rei queria e então, Daví planeja o seu assassinato, para poder tomar a Bateseba como esposa. Com a morte de Urias, Daví comete assassinato violando assim o sexto mandamento que é: NÃO MATARÁS! O justo juiz que defende a causa dos justos fez Daví pagar pelos pecados cometidos.

Quanto ao contexto, não há contradição ou divergências na lei, embora hajam variações entre os textos de Êxodo 20 : 17 e Deuteronômio 5 : 21. Em êxodo a lei é entregue ao povo de Israel e em Deuteronômio Moisés repete as mesmas leis ao povo antes de este tomar posse da terra. A questão de em Deuteronômio Moisés acrescentar “campo” não quer dizer que foram dadas duas leis diferentes ao povo de Israel ou adaptadas ao espaço geográfico em que Israel esteve e estaria no futuro. É importante observar o que diz o décimo mandamento em ambos os textos: "Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo."(Êxodo 20 : 17) e "Não cobiçarás a mulher do teu próximo; e não desejarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo."  (Deuteronômio 5 : 21). Observa-se que ambos os textos encerram com “coisa alguma do teu próximo” e isto se refere a tudo o mais que alguém possua e que não esteja legalmente inscrito nos textos. Além de “campos” acrescido em Deuteronômio 5 : 21, Moisés poderia também mencionar o ouro, a prata, as vestes, carros e outros bens, sem que viesse a comprometer a legalidade do mandamento.

Quanto ao esclarecimento, desde a primeira lição venho chamando a atenção para o fato de que o decálogo, conforme está na bíblia e o que foi elaborado segundo a doutrina romana não se harmonizam. Isto porque a religião romana que representa o império romano na atualidade cumpre uma profecia de Daniel 7 : 25 que diz que o príncipe deste império que é o Anticristo, cuidaria em mudar os tempos e a lei. Quando comparamos os dez mandamentos segundo o catecismo romano e os dez mandamentos, conforme encontra-se nas Escrituras, vemos essa verdade. Nos dez mandamentos do catecismo romano não encontramos o primeiro conforme está na Bíblia. Foi mudado. E, quanto segundo mandamento que diz: “Não terás outros deuses diante de mim”, este foi simplesmente excluído, dando lugar ao terceiro mandamento que é: “Não tomar o Nome do Senhor em vão”. O quarto mandamento, conforme está em Êxodo 20 : 8 - 11, vem ocupar terceiro lugar no mandamento do catecismo romano com a mudança do sábado para o domingo como dia de descanso. Havendo o segundo mandamento ter sido excluído, os demais mandamentos seguem fora da ordem até o nono mandamento que foi extraído do décimo que é: Não cobiçar a mulher do próximo, para assim completar os dez.

II - A COBIÇA

Esta palavra “cobiçar” vem do termo hebraico “hamad” que significa literalmente "desejar, ter prazer em". É o pecado do desejo ilícito de possuir aquilo que pertence a outrem.A cobiça aparece também na Bíblia na forma de avareza, amor ao dinheiro. É o desejo de possuir mais, cada vez mais , sempre mais! A cobiça leva a ganância e à morte. Um exemplo de cobiça mortal temos na vida de Acã.

Antes de tomar posse da terra prometida, Israel deveria conquistar algumas cidades. A primeira delas seria Jericó, cidade dalém do Jordão. Quando da conquista, Israel deveria destruír tudo, poisDeus havia considerado a cidade de Jericó maldita (anátema) e tudo o quanto havia nela, pelo envolvimento com a idolatria que era o culto a falsos deuses. Era anátema, porque tudo lá era consagrado aos ídolos (demônios).Destruir tudo era uma medida divina para não ficar nenhum resquício de idolatria que futuramente pudesse contaminar Israel. Nada deveria ficar com vida ou intacto. Até mesmo mulheres e crianças não deveriam ser poupadas. Mas Acã quando viu algumas riquezas, deixou a cobiça e a avareza dominar seu coração. Descoberto seu pecado ele declarou: “E respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o SENHOR Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela” (Josué 7 : 21 , 22). Acã e sua família morreram e seus bens foram queimados por causa desse pecado. Alguns exegetas afirmam que Acãmorreu por se apossar de algo que pertencia e era consagrado ao Senhor como o ouro, a prata, o ferro e outros (Josué 6 : 18 ; 24). Porém, o termo consagrado no original hebraico se refere a “ser separado para destruição”, como diz Josué 6 : 18: “Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis”. Vejamos o mesmo texto na tradução King James: “Mas guardai-vos do anátema, ficai distante do que é consagrado à destruição, não tomeis posse de coisa alguma do que é anátema, não vos deixar mover pela cobiça, pois isso tornaria anátema o acampamento de Israel e traria desgraça e destruição sobre toda a congregação israelense”.

Em Josué 7 : 1, vemos:“E transgrediram os filhos de Israel no anátema; porque Acã filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel”. Vejamos o mesmo texto na versão King James: “Entretanto, os israelitas foram infiéis com relação ao “Hérem” anátema, ao que fora consagrado à destruição. Acã, filho de Carmi, neto de Zabdi, bisneto de Zerá, apossou-se de alguns objetos que estavam sob anátema;e por isso a ira de Yahweh acendeu contra Israel”.

Em o Novo Testamento a cobiça é proibida aos filhos de Deus. Em 1Corintios 10 Paulo usa o exemplo de Israel no deserto mostrando que muitos deles pereceram por que cobiçaram o que não eras lícito. Em relação a Igreja Paulo diz: “E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Corintios 10 : 6). Em 1 Timóteo 6, Paulo mostra o caráter de falsos obreiros que se aproveitam da ingenuidade dos fiéis para obterem vantagens financeiras, cuidando que a piedade seja fonte de lucro. Paulo, sobretudo ensina que o cristão deva levar uma vida desapegada das vantagens materiais enfatizando que nada trouxemos para este mundo e nada dele levaremos. Ele afirma categoricamente que “o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Timóteo 6 : 10). Jesus ensinou que o homem não pode servir a dois senhores (Mateus 6 : 24).

III. A VINHA DE NABOTE

A lição encerra com o funesto exemplo de cobiça de um rei contra um justo servo de Deus que covardemente perdeu a vida.  Por causa da ganância do ímpio rei Acabe e sua esposa Jezabel sacrificaram a vida de Nabote, um homem fiel a e temente a Deus. De igual modo, nos tempos atuais muitos tem sido injustamente tratados para satisfazer a cobiça e a ganância de poucos.

CONCLUSÃO

Em meio a uma sociedade consumista e perversa; de valores invertidos e que se move à custa da ostentação, muitas vezes com prejuízos dos mais fracos, precisamos ser a voz de Deus, denunciando tais atrocidades. Como Elias, não podemos nos calar diante da injustiça e da maldade cometida pelos que se julgam ter o poder nas mãos. Sempre que o direito dos mais necessitados for usurpado, devemos procurar a medida do possível defendê-los, não deixando de alertar a todos a respeito do julgamento divino que com certeza virá, pois o juiz de toda a terra não dorme e está atento a tudo o que acontece.    

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Sta.Bárbara do Pará

segunda-feira, 16 de março de 2015

Credes nos seus profetas e prosperareis!


"E pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém: Crede no SENHOR vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis;"  (2Crônicas 20 : 20).

Qual o significado e a contextualização dessa promessa para a igreja na atualidade?

Atualmente, muitos daqueles que se intitulam profetas do Senhor, usam este texto com o intuito de exigirem respeito e crédito das ovelhas às suas mensagens distorcidas. Geralmente, com poucas exceções, fazem isso com a finalidade de serem beneficiados financeiramente, ensinando que aqueles que crerem em suas palavras prosperarão como reza o texto. Mas a prosperidade no contexto, não se referia a bênçãos materiais ou riquezas como pressupõem os “profetas” modernos e sim a garantia da proteção de Deus e principalmente da vitória sobre os inimigos, quais eles estavam tão temerosos.

A promessa dizia respeito a vitória do povo de Judá frente ao exército inimigo. Quando Judá foi avisado que os filhos de Moabe, os filhos de Amom e outros amonitas marchavam contra esta para a destruírem, Jeosafá temeu, isto é, ficou com medo de uma possível derrota. Jeosafá era filho de Asa e foi o quarto rei de Judá, piedoso e temente a Deus seguindo os passos de seu pai. Como líder responsável e que depositava sua plena confiança no Senhor, Jeosafá buscou a face de Deus em oração e apregoou um jejum em todo o Judá. Em resposta Judá seguiu o exemplo de seu líder e se ajuntou a pedir socorro ao Senhor, humilhando-se debaixo das potentes mãos de Deus.

Deus é aquele que não rejeita e nem despreza a oração de um coração contrito (Salmos 51 : 17); e que está pronto a responder a oração de seu povo quando este se humilha, e ora, e busca a sua face e se converte dos seus maus caminhos (2Crônicas 7 : 14). Diante da humilhação de seu povo, Deus responde por intermédio de seu profeta Jaaziel que era um levita, encorajando o povo a não temer diante dos inimigos, pois a peleja não era de Judá, mas do próprio Deus.

A segurança e a prosperidade de Judá devia-se principalmente a submissão e a humilhação perante a face de Deus, a começar pelo líder do povo que foi Jeosafá. Naquele tempo Jeosafá foi para o pátio do templo buscar a face de Deus, pois foi ali lugar que Deus escolheu para santificar o Seu Nome e onde prometeu ouvir as orações de seu povo (2Crônicas 6 : 20). Hoje, o templo não mais existe e o lugar ideal para buscarmos a face do Senhor é em nosso quarto à porta fechada, conforme ensinou Jesus (Mateus 6 : 6). Naquele tempo, Deus falava por intermédio dos profetas, mas hoje tem nos falado pelo próprio filho (Hebreus 1 : 1).

A semelhança de Israel, também temos muitos inimigos, mas com a diferença que eles são espirituais e a nossa luta não é contra a carne e o sangue (Efésios 6 : 10 - 18). Não nos iludamos com promessas daqueles que torcem as Palavras de Deus para seus próprios deleites (Salmos 56 : 5 ; 2Pedro 3 : 16), pois nossa segurança, prosperidade e garantia da vitória sobre nossos inimigos está em mantermos a nossa fé em Deus e na nossa confiança depositada nas Palavras de Seu filho, pelo qual são todas as coisas (2Corintios 1 : 20 ; Hebreus 2 : 10).

"Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo."  (I Coríntios 15 : 57); "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé."  (I João 5 : 4).
Em Cristo,

Reginaldo Barbosa

Santa Bárbara do Pará

terça-feira, 10 de março de 2015

Não darás Falso Testemunho

Texto Áureo:
"Não admitirás falso rumor, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. (Êxodo 23 : 1)
 INTRODUÇÃO

Por envolver a questão da mentira, o nono mandamento se aproxima do terceiro mandamento. Aliás, o falso testemunho e a mentira são aliados inseparáveis, poderosos para, inclusive acabar com uma vida. Ele também tem ligação com o sexto mandamento, pois a palavra de falsidade tem o poder de matar uma pessoa. "A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto." (Provérbios 18 : 21), e: "A língua falsa odeia aos que ela fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína."  (Provérbios 26 : 28). O nono mandamento é tão grave que aquele que o pratica tem de estar ciente do juízo que sobre ele virá, pois: "A falsa testemunha não ficará impune; e o que profere mentiras perecerá." (Provérbios 19 : 9).

I – O NONO MANDAMENTO

Abrangência, Objetivo e Contexto: "Martelo, espada e flecha aguda é o homem que profere falso testemunho contra o seu próximo."(Provérbios 25 : 18). Não darás falso testemunho tem como objetivo proteger a honra e a fé do indivíduo. Somente quem já foi vítima de calúnia e difamação, pode entender claramente o que isso significa. O catecismo maior de Westminster define o objetivo do nono mandamento que é “conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação do nosso próximo,assim como a nossa própria; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questão de julgamento e justiça e em todas as coisas mais, considerar caridosamente os nossos semelhantes...”

E, no tocante a doutrina, este mandamento se constitui uma muralha contra os falsos ensinos teológicos. Pelo menos deveria ser assim, pois a igreja dos últimos dias tem sido bombardeada pelos mais diversos movimentos estranhos a ortodoxia bíblica. A nociva teologia da prosperidade é um exemplo disso. Iniciada nos Estados Unidos no ano de 1950, este movimento teológico teve grande aceitação no movimento evangélico brasileiro, principalmente nas igrejas néo-pentecostais, expandindo-se para as igrejas pentecostais e até tradicionais. 
A Teologia da Prosperidade é uma doutrina cristã que defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel. Baseada em interpretações não-tradicionais da Bíblia, geralmente com ênfase no Livro de Malaquias, a doutrina interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Sendo a filosofia dessa teologia que a prosperidade financeira é resultado de uma troca, ou seja, a disposição em se investir valores financeiros no reino de Deus para se obterde volta em dobro de Deus; àqueles que não aceitam tais ensinamentos sofrem julgamentos temerários por parte daqueles que direta ou indiretamente aprovam tal teologia. Isto é de alguma maneira a violação do nono mandamento.

No contexto da lei mosaica, o nono mandamento foi dado para estabelecer a justiça no meio do povo de Israel. Quando os hebreus tomaram posse da terra prometida, Deus determinou que em cada cidade que fosse estabelecida, também fossem estabelecidos juízes que julgassem a causa do povo com justiça: "Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o SENHOR teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça." (Deuteronômio 16 : 18). Por representarem Deus nos julgamentos, os juízes não poderiam fazer acepção de pessoas e não receber subornos (Deuteronômio 16 : 19).

II – O PROCESSO

Responder em juízo, Falso testemunho e o próximo: "Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;" (Levítico 19 : 11).

Falso testemunho é um crime que consta na legislação brasileira que está previsto no artigo 342 do Código Penal Brasileiro, que é: "Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor, contador ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial ou em juízo arbitral:"

Pena: Reclusão, de 2 a 4 anos, e multa (Pena com a redação dada peça Lei nº 12.850/13).



§ 1º - As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
§ 2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

O nono mandamento está intrinsecamente ligado ao grande mandamento que Jesus deixou à sua igreja que é amar a Deus e ao próximo. Jesus disse que desses dois, dependem toda a lei mosaica. Até porque, o amor que devotamos a Deus só poderá ser reconhecido se primeiramente demonstrarmos amor para com o nosso semelhante. João, o discípulo amado foi bem claro quanto a este assunto: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (João 4 : 20 , 21). Aquele que ama seu irmão, não levanta calúnia contra seu próximo. A lei dizia a mesma coisa: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o SENHOR. Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado” (Levítico 19 : 16 , 17).


Duas coisas nos chamam atenção nestes textos, “Não andarás como mexeriqueiro” no verso 16 e “não deixarás de repreender o teu próximo” no verso 17. O mexerico aqui se refere a “fofoca” propriamente dita. O mexeriqueiro segundo o dicionário é o maldizente ou fofoqueiro; é aquele que gosta de fazer intrigas e anda a vasculhar a vida alheia em busca de defeitos. Quando não encontra, ele inventa. É aquele que semeia discórdia entre irmãos, fato que Deus abomina em Sua Palavra: “A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” (Provérbios 6 : 19).O mexeriqueiro é aquele que espalha infâmia do próximo com base em falsos relatos de outros mexeriqueiros, arruinando a vida alheia, quando não, destruindo grandes amizades."O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos." (Provérbios 16 : 28). É o falso testemunho condenado no nono mandamento.

E, quanto a não deixar de repreender o teu próximo diz respeito ao cuidado que temos de ter para com o nosso irmão, quando o vemos praticar algo que não está de acordo com a vontade de Deus. Muitos não entendem esse cuidado e, quando são repreendidos, se valem de textos da bíblia que dizem que não devemos julgá-los, porque Jesus disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados." (Mateus 7 : 1). Porém, existe uma grande diferença entre julgar e repreender por amor, que é julgar com justiça. Jesus disse: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça." (João 7 : 24). Não repreender o irmão na sua falta é ser conivente com o seu erro, podendo ser responsabilizado pelo sangue deste. "Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão." (Ezequiel 33 : 8). No novo testamento, Judas, o irmão do Senhor nos dá este conselho:"E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne."(Judas 1 : 23).

III – A VERDADE

Antigo Testamento, Novo Testamento, O que é a Verdade?"Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros."(Efésios 4 : 25).

Um dos grandes deveres do nono mandamento é falar a verdade. Quem de fato ama a Deus e ao próximo deve ter grande satisfação em sempre falar a verdade, ainda que não seja bem compreendido. Amigos de Paulo se tornaram seus inimigos porque ele lhes disse a verdade: "Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?" (Gálatas 4 : 16). Falar a verdade tem sido um dos grandes desafios dos servos de Deus nestes últimos dias, pois vivemos em tempos de relativismos em todas as áreas, tanto na sociedade, como no meio religioso. De certa forma falar a verdade tem soado como uma ofensa para muitos, que não vivem de acordo com os padrões estabelecidos por Deus. Estes geralmente interpretam isso como uma forma de julgamento, por parte daqueles que tentam alertá-los de seus desvios.

Ora, se Deus é a verdade e a verdade é um atributo dEle e, toda verdade emana dEle, convém-nos falar a verdade e viver essa verdade, ainda que com prejuízos. Verdade e justiça andam juntas: "Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;" (Efésios 6 : 14). Tiago o irmão do Senhor nos aconselha: “Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados” (Tiago 5 : 19 , 20). Jesus se identificou como essa verdade que é: A verdade que liberta o homem (João 8 : 32); a verdade que conduz ao Pai (João 14 : 6); e a verdade pela qual o homem é santificado (João 17 : 17).

IV – O CUIDADO COM A MENTIRA

As testemunhas, Os danos, O pecado da mentira: "A falsa testemunha não ficará impune; e o que profere mentiras perecerá." (Provérbios 19 : 9). A mentira surgiu no Édem, quando Satanásinduziu o primeiro casal a desobedecer o Criador dizendo que eles não morreriam se comessem do fruto que Deus havia proibido que eles tocassem (Gênesis 3 : 1 – 4). A mentira não deva fazer parte dos filhos de Deus. Na lei Deus determinou: "Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;" (Levítico 19 : 11). A mentira é oposta a verdade, mas infelizmente ela tem mais aceitação entre os homens do que a própria verdade. Segundo as Palavras de Jesus a mentira tem um pai que é o diabo (João 8 : 44). O falso testemunho tem sua força na mentira, cujo efeito pode levar pessoas à prisão e até à morte, como aconteceu com Estevão, um dos sete diáconos. (Atos 6 : 8 – 14):

8  E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9  E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
10 E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava.
11 Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
12 E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho.
13 E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei;
14Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.

Jesus também foi vítima do falso testemunho, com acusações parecidas com as de Estevão (Marcos 14 : 55 – 58):

55 E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam.
56 Porque muitos testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes.
57 E, levantando-se alguns, testificaram falsamente contra ele, dizendo:
58 Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens.

E por fim, o falso testemunho poderá levar alguém a cometer o pecado imperdoável que é a blasfêmia contra o Espírito Santo. No evangelho de Mateus 12 : 22 a 32, vemos um episódio que mostra essa situação: Jesus havia curado um homem expulsando o demônio que lhe atormentava. Por inveja, os religiosos atribuíram a Belzebu a operação daquele milagre pelo Senhor. Jesus havia operado aquele milagre pelo Espírito Santo que era com Ele, por isso advertiu que: “Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens” (Mateus 12 : 31). Em relação aqueles que crêem no Senhor, Jesus disse: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada." (João 14 : 23).

Hoje, Deus não habita mais em templos de pedras, mas no templo que Ele mesmo construiu. Paulo disse: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Coríntios 3 : 16). Sim, o mesmo Espírito Santo que estava com Jesus, hoje está com os seus servos – aqueles que lhe obedecem. Portanto, é preciso tomar o máximo cuidado quando se tratar com o semelhante e ao se proferir palavras de injúria, calúnia e outras contra os servos de Deus. Hoje, no campo religioso é muito comum dizer que tal pessoa tem demônio, quando não se concorda com aquilo que a outra prega, ou mesmo por causa das ideologias ou diferenças religiosas.

CONCLUSÃO:

Por causa daquilo que eu hoje defendo e ensino sou chamado por alguns de ladrão, anticristo, filho do diabo e até satanista. Quando eu estava na congregação chegaram até a afirmar que eu era usado pelo demônio nos meus ensinos, pelo fato de eu pregar aquilo que muitos não gostam de ouvir. Mas, antes de apontarmos o dedo para julgar o próximo, levantando falso testemunho contra este, devemos lembrar-nos das Palavras de Jesus: "Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo."  (Mateus 12 : 36).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa

Sta. Bárbara do Pará