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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Milênio – Um Tempo Glorioso para a Terra


INTRODUÇÃO

“Ó DEUS, dá ao rei os teus juízos, e a tua justiça ao filho do rei. Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo. Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça. Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor” (Salmo 72 : 1 - 4).

Jesus virá em glória, lançará a besta e o falso profeta no lago de fogo e lançará o dragão, a antiga serpente no abismo (Apocalipse 20 : 1 – 3). Após isso, julgará as nações e separará as ovelhas dos bodes em seu trono de glória e então instaurará nesta terra o seu governo por mil anos (Mateus 25 : 31 – 46).

I – O REINO MILENIAL.

1. A restauração da terra. "Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?"  (Atos 1 : 6). No milênio, não somente a terra, mas principalmente a nação de Israel terá sua restauração como foi profetizado e como desejam os judeus (Isaías 49 : 6 - 8). A terra será restaurada voltando a ser como foi no principio, antes da queda do homem. Assim como os judeus aguardam por esse momento em relação a Israel, toda a criação também anseia por este tempo, quando ela será libertada da servidão da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Foi sobre isso que Paulo ensinou na carta aos romanos. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8 : 19 -21).

2. A terra será governada por Jesus. "E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome." (Zacarias 14 : 9). Após jejuar e orar por quarenta dias e quarenta noites, o diabo se apresentou ao Senhor para tentá-lo. Em sua terceira tentativa, o diabo transportou o Senhor a um monte muito alto, onde, dali lhe mostrou todos os reinos do mundo e a glória deles. “E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero” (Lucas 4 : 6). Apesar de Satanás ser o pai da mentira, contudo, ele não mentiu, pois de fato as escrituras dizem que o mundo jaz no maligno (1 João 5 : 19). Jesus mesmo disse que o diabo é o príncipe deste mundo (João 14 : 30 ; 16 : 11). Assim, este mundo atualmente é regido por Satanás, mas por intermédio de governos humanos. Por isso, leis que confrontam a soberania divina não encontram dificuldades em serem aprovadas por estes governos. Mas, quando o sétimo anjo tocou a sua trombeta, foram ouvidas grandes vozes nos céus que diziam: “...Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre."  (Apocalipse 11 : 15). Quando o anjo anunciou a Maria o nascimento de Jesus, logo lhe avisou que Ele seria rei e que assentaria no trono de Daví e reinaria na casa de Jacó e seu reino não teria fim (Lucas 1 : 33).

3. Jerusalém será a capital do mundo. “E irão muitas nações, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do SENHOR” (Miqueias 4 : 2). Jerusalém está situada no monte Sião. Ela é amada por Deus e por Ele guardada e protegida (Salmo 125 : 1 , 2) . Jerusalém é a cidade do rei e de lá o Senhor governará as nações com justiça. “Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra” (Jeremias 33 : 15). As leis para dirigir o mundo sairá de Jerusalém e Zacarias profetizou sobre esse tempo. "Assim virão muitos povos e poderosas nações, a buscar em Jerusalém ao SENHOR dos Exércitos, e a suplicar o favor do SENHOR."  (Zacarias 8 : 22). Em Jerusalém a igreja estará ao lado de seu Senhor a julgar o mundo. No final do milênio Satanás ao ser solto intentará atacar Jerusalém, a cidade amada. Mas descerá fogo dos céus e devorará o seu exército (Apocalipse 20 : 7 – 9).

II – O GOVERNO DE JESUS CRISTO

1. Jesus governará com seus servos. "E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra." (Apocalipse 5 : 10). Jesus reinará sobre a terra e os santos reinarão com ele. “Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade... E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão” (Daniel 7 : 18 ; 27). Paulo exortando a Timóteo a não desanimar diante dos sofrimentos por amor ao Nome do Senhor, disse: "Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará" (2Timóteo 2 : 12).

2. A Igreja reinará com Cristo. “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (1Corintios 6 : 2 , 3). Na carta enviada ao anjo da igreja em Laodicéia, Jesus prometeu aos vencedores que estes se assentarão com Ele no seu trono, assim como Ele venceu (Apocalipse 3 : 21). O assentar-se no trono indica a capacidade e a responsabilidade de reinar e julgar. A igreja como a esposa do Cordeiro estará com seu esposo em seu trono julgando o mundo e os anjos. Os doze apóstolos em particular estarão assentado em tronos específicos julgando as doze tribos de Israel (Lucas 22 : 30). E quanto ao julgamento dos anjos pela igreja, é preciso ressaltar que anjos no contexto se referem aos anjos caídos ou demônios. (2Pedro 2 : 4 ; Judas 1 : 6). Estes são os que ora atormentam as pessoas e tentam parar a missão da igreja (Efésios 6 : 12).

3. A Nova Jerusalém. "E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido." (Apocalipse 21 : 2). Por estarmos tratando sobre o milênio nesta lição, não tecerei comentários sobre a Nova Jerusalém, pois ela só aparecerá quando forem criados os novos céus e a nova terra após o milênio e o fim de todas as coisas.

III – ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO.

1. Quem vai participar deste Reino? "Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino." (Lucas 12 : 32). Todos aqueles que amaram o Senhor, foram fiéis e praticaram a justiça. "Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre." (Salmos 37 : 29). No sermão das bem aventuranças o Senhor mostra uma lista de quem participará do Seu reino, como: Os pobres de espírito; os que choram; os mansos; os que fome e sede de justiça; os misericordiosos; os limpos de coração; os pacificadores e os que sofrem perseguição por causa da justiça (Mateus 5 ; 3 – 10).  Além destes, também entrarão no reino os que escaparem das nações que serão julgadas no vale de Josafá (Zacarias 14 ; 16); o remanescente israelita salvo na grande tribulação (Jeremias 23 : 6 ; Romanos 9 ; 27 ; 11 : 26); e as ovelhas que serão separadas dos bodes no julgamento do trono de glória. (Mateus 25 : 31 – 46).

2. Haverá um conhecimento universal de Deus. "E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR." (Isaías 11 : 2). Toda a terra conhecerá o Senhor, pois esse conhecimento sairá de Jerusalém, o monte Sião, onde o Senhor estará reinando (Isaías 11 : 9 , 10). Ele mesmo é quem será o responsável em fazer conhecido o nome de Deus no milênio, assim como o fez com seus discípulos quando veio ao mundo pela primeira vez como Redentor  (João 17 : 23). E esse conhecimento será da glória de Deus como também profetizou Habacuque: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2 : 14). E isto se dará mediante a ação do Espírito Santo.

3. Haverá Paz na Terra. "Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz." (Salmos 37 : 11). As guerras que dizimaram incontáveis vidas no decorrer dos séculos não mais existirão. Jesus é o rei da paz e no milênio as nações converterão suas armas de guerra em instrumentos de trabalho agrícola para se trabalhar na terra. "E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear." (Isaías 2 : 4)

4. A natureza será transformada. “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi” (Isaias 11 : 6 , 7). No milênio tudo voltará a ser como era no início do mundo quando Adão habitou no paraíso. A harmonia voltará a fazer parte da natureza e do convívio entre homens e animais. Muito embora alguns religiosos defendam que tal transformação será a implantação do paraíso aqui para todo o sempre, as Escrituras nos ensinam que após o milênio toda a terra será destruída e serão criados novos céus e nova terra onde habita a justiça (Isaías 65 : 17 ; 2Pedro 3 ; 13). Resumindo, a terra se findará assim como começou.

5. Haverá saúde e prosperidade. "Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; porém o pecador de cem anos será amaldiçoado." (Isaías 65 : 20). Saúde e longevidade de dias alcançarão a todos os que entrarem no milênio. Isaías muito falou das glórias que no milênio serão reveladas, como: os olhos dos cegos sendo abertos, os ouvidos dos surdos se abrindo, os coxos saltando como cervos e a língua do mudo cantando (Isaías 35 : 5 , 6). Além da saúde, haverá prosperidade em todos os sentidos, pois o mar dará peixes em abundância e a terra será abençoada e produtiva (Ezequiel 47 : 9 – 12). Ezequiel ainda previu que durante o milênio haverá segurança para todos os que nele entrarem: "Assim diz o Senhor DEUS: Quando eu congregar a casa de Israel dentre os povos entre os quais estão espalhados, e eu me santificar entre eles, perante os olhos dos gentios, então habitarão na sua terra que dei a meu servo, a Jacó. E habitarão nela seguros, e edificarão casas, e plantarão vinhas, e habitarão seguros, quando eu executar juízos contra todos os que estão ao seu redor e que os desprezam; e saberão que eu sou o SENHOR seu Deus."  (Ezequiel 28 : 25 , 26)

CONCLUSÃO

O milênio será um tempo real onde Cristo nesta terra reinará. Será o tempo glorioso em que todas as coisas serão restauradas antes do fim deste mundo. Muito embora o milênio seja o tempo em que Cristo governará o mundo com justiça, o pecado ainda subsistirá. Por isso, que no milênio será necessário ser pregado o evangelho do reino antes que o mundo se consuma como enfatizou Jesus. "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim." (Mateus 24 : 14). Devemos almejar por este tempo, pois Jesus nos ensinou a orar pedindo a chegada desse reino.  "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu" (Mateus 6 : 10).


Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Vinda de Jesus em Glória


"E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. (Atos 1 : 10 , 11).

Na lição desta semana trataremos da vinda de Jesus em glória. Este evento foi vaticinado pelos profetas veterotestamentários, ensinado por Jesus e pelos apóstolos. Jesus subiu para o céu do Monte das Oliveiras e quando voltar em glória Ele descerá no mesmo lugar. "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul." (Zacarias 14 : 4). Jesus virá em glória acompanhado dos anjos e de Sua igreja para derrotar as forças do mal, julgar as nações e instaurar o reino de justiça e paz nesta terra por mil anos.

I – JESUS VOLTARÁ E TODOS O VERÃO.

1. Jesus voltará com poder e glória. "E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória." (Lucas 21 : 27). Embora alguns segmentos religiosos discordem, a vinda de Jesus em glória será a segunda e última etapa de sua segunda vinda. Na primeira, Ele virá para arrebatar a Sua igreja ficando nas nuvens (1Tessalonicenses 4 : 17). Não pisará neste solo e nem será visto por ninguém, pois a igreja é que subirá ao seu encontro nos ares. Sete anos depois, quando a 70ª semana profética se consumar na terra, e após as Bodas do Cordeiro nos céus, Ele virá de forma visível e gloriosa sendo acompanhado dos anjos e santos quando todo o olho o verá (Apocalipse 1 : 7). Zacarias profetizou que nesse dia Deus derramará sobre o povo judeu o Espírito de graça e de súplicas e estes reconhecerão que Jesus é o Messias que eles rejeitaram. “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12 : 10).

Como acontecerá de todo o olho vê-lo voltar? Jesus virá em meio a batalha que estará acontecendo no vale do Armagedom e a tecnologia que temos hoje se incumbirá dessa proeza. Fazendo cobertura dessa guerra estarão as grandes redes de televisão do mundo. Em meio as turbulências, de repente, as lentes das câmeras se voltarão para cima e, em tempo real, em todo o mundo a vinda de Jesus em glória será vista nos canais de televisão, nos celulares, na iternet e até nos telões, cumprindo a palavra que todo o olho o verá.

2. O cortejo que acompanhará o Rei. “... Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;" (Judas 1 : 14). O profeta Zacarias no Antigo testamento aludiu a esse dia. “... Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo” (Zacarias 14 ; 5b). Além dos anjos que formarão seu exército celestial, o Senhor virá acompanhado de sua esposa – a Igreja. Depois do evento das Bodas do Cordeiro que acontecerá nos céus, João tem a visão do Senhor glorificado montado em um cavalo branco com as vestes salpicadas de sangue E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça... E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Apocalipse 19 : 11 ; 13). Acompanhando-o está o seu exército também em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro (verso 14). Certamente que a igreja estará fazendo parte deste cortejo, pois a ela foi dado a vestir-se de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos (Apocalipse 19 : 8).

II – JESUS VOLTARÁ PARA DAR A DEVIDA RECOMPENSA AOS ÍMPIOS E PARA LIVRAR ISRAEL DO EXTERMÍNIO.

1. A recompensa dos ímpios. "Os ímpios serão transtornados e não subsistirão, mas a casa dos justos permanecerá." (Provérbios 12 : 7). Mais uma vez volto a falar para lembrar que o ímpio não é o pecador alienado de Deus, morto em seus delitos e pecados. Os pecadores se não se arrependerem estarão diante do trono branco no juízo final, na consumação de todas as coisas (Apocalipse 20 : 11 – 15). O ímpio é aquele que embora conhecendo a Deus, vive na prática da iniquidade. O ímpio é o crente que por sua injustiça e resistência em aceitar a verdade ficará neste mundo por ocasião do arrebatamento. Aqui ele será enganado pelo Anticristo e fará a sua vontade (2Tessalonicenses 2 : 10 – 12). Quando Cristo voltar o ímpio não subsistirá e ficará de fora da casa dos justo que será no reino milenial.

2. A Batalha do Armagedom. "E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom." (Apocalipse 16 : 16). Armagedom do grego Harmagedōn; do hebraico “megiddô” = “Monte Megido”. Será a batalha final entre Deus e as forças do mal. Satanás sempre odiou o povo judeu e um dos motivos desse ódio é por que essa nação foi criada pelo próprio Deus. E outro motivo é que por meio desse povo veio a salvação para toda a humanidade (João 4 : 22). Por isso, Satanás sempre intentou destruir Israel. Por isso, ele usará o seu filho, o Anticristo que neste lugar reunirá os exércitos de grande parte das nações da terra com o propósito de exterminar de uma vez por toda Israel. Em Apocalipse 16 ; 13 e 14, João viu sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs. Estes são espíritos de demônios que operam milagres e maravilhas e que vão ao encontro dos reis da terra e do mundo para congregá-los na batalha daquele grande dia.

A batalha do Armagedom começará quando, nos fins dos dias, o reino do Sul - que se acredita ser o Egito - se levantar contra o Anticristo (Daniel 11 : 40). O profeta Ezequiel previu que uma confederação de nações se aliará ao Anticristo para executar seu diabólico plano de destruir Israel. Essa confederação que apoiará a besta é chamada de Gogue. "Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor DEUS: Porventura não o saberás naquele dia, quando o meu povo Israel habitar em segurança?... E subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos." (Ezequiel 38 : 14 ; 16).

Muito embora a batalha do Armagedom seja a mais terrível de todas, ela não foge ao controle de Deus. Ela faz parte do plano de Deus em mostrar ao mundo o seu amor para com Israel.

3. O Anticristo se voltará contra Jesus. “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército”. (Apocalipse 19 : 19). Ao contemplar a esplendorosa cena de Cristo e seu exército descendo dos céus, o Anticristo tentará com armas humanas combater o Rei dos reis e sua milícia celestial. O esforço será inútil, pois nesse momento o Senhor o desfará pelo assopro da sua boca, e o aniquilará pelo esplendor da sua vinda (2Tessalonicenses 2 : 8). A besta que é o Anticristo e o seu falso profeta serão presos e jogados vivos no lago de fogo. Aqueles que seguiram após a besta serão mortos com a espada que sai da boca do Senhor, isto é, serão mortos pela autoridade da Palavra de Deus (Apocalipse 19 : 20 ; 21). Ato contínuo Satanás é preso e lançado no abismo para não mais enganar as nações até que os mil anos se completem (Apocalipse 20 : 1 – 3).

4. O fim da batalha do Armagedom. “E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” (Apocalipse 20 : 1 , 2). A batalha do Armagedom terminará com a prisão de Satanás, da besta e do falso profeta. A besta e o falso profeta serão imediatamente lançados no lago de fogo, mas Satanás será preso no abismo por mil anos. No final desta batalha, Israel, sem condições de lutar, clamará a Deus e Ele o ouvirá e o livrará. Assim Israel será salvo e entrará no milênio.

5. O Julgamento divino. Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra” (Joel 3 : 2). O vale de Jeosafá ou Josafá vai de Jerusalém até o leste do Jordão e depois em direção ao norte. A batalha do Armagedom começará nas planícies de Megido, no norte e descerá até o vale de Jeosafá, incluindo a terra de Edom no sul e leste e Jerusalém. Um mar de sangue será derramado nessa batalha que chegará aos freios dos cavalos, aproximadamente um metro de altura. Some-se a isso o espaço de mil e seiscentos estádios que corresponde a trezentos quilômetros de sangue.

No dia de Sua vinda o Senhor se levantará e julgará as nações que pelejaram contra o seu povo Israel. Todos os que batalharem contra Jerusalém serão atingidos por uma praga que destruirá as carnes e os órgãos do homem estando ele ainda de pé (Zacarias 14 : 12 – 15). Acredita-se que esta praga será o efeito devastador de uma bomba nuclear que, em virtude do grande calor emanado de sua explosão, desfaz a carne dos seres vivos antes que seus corpos caiam ao chão. No Apocalipse João teve a visão de um anjo conclamando as aves de rapina para um evento na terra a quem ele chamou de a “ceia do grande Deus”. "E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus; Para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes." (Apocalipse 19 : 17 , 18). Literalmente os mortos que cairão nessa batalha servirão de alimento para as aves e as bestas da terra. Ezequiel profetizou que os restos mortais dos que caírem nessa batalha levarão sete meses até que todos sejam sepultados (Ezequiel 39 : 11 – 15).

6. A Separação dos “bodes” das “ovelhas”. “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas” (Mateus 25 : 31 , 32). Quando Jesus vier em glória julgará as nações e separará os bodes das ovelhas. Vale salientar que esse julgamento não será o juízo final, diante do trono branco onde todos comparecerão, vivos e mortos, quando serão julgados pelo que estiver escrito nos livros. O julgamento que Jesus fará assentado no trono de sua glória será para aqueles que ficaram aqui e subsistiram na grande tribulação. Como vimos, as nações serão julgadas no vale de Josafá, onde Ele mesmo executará o juízo contra elas. E o que sobrar dessas nações, após o julgamento entrarão no milênio, conforme profetizou Zacarias. “E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos” (Zacarias 14 : 16). Porém, após o julgamento das nações, Jesus irá separar as ovelhas dos bodes. Mas as ovelhas e os bodes não fazem parte destas nações? Atente para o texto que diz: “E todas AS nações serão reunidas diante dele” em seguida: “e apartará UNS dos outros”. Se Jesus estivesse se referindo a separação das nações diria: “e apartará “UMAS das OUTRAS” e não “UNS dos OUTROS”.

Quem são as ovelhas? As ovelhas se referem tanto ao povo de Israel como a Igreja. E quanto aos bodes; seriam todos os incrédulos? Não! Os incrédulos serão julgados no juízo final e o julgamento aqui é para quem irá tomar posse do reino. Logo, Jesus estará julgando o seu povo como diz a Escritura. "Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo." (Hebreus 10 : 30).

Vejamos quem são os bodes que Jesus se refere.

No capítulo 34 : 15 de Ezequiel, vemos Deus prometendo separar ovelhas de bodes. “E quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes”. Quem são esses bodes no contexto bíblico?

Ao povo de Deus aqui na terra que são as suas ovelhas, foi dado homens para delas cuidar, até que o Senhor volte para requerê-las (Mateus 24 : 45 ;  Lucas 12 : 42  e Efésios 4 : 11). Quando Deus por intermédio do profeta Ezequiel profere a sentença contra os pastores que destroem seu povo Israel, está se referindo ao retorno de Israel à sua terra que começou no dia 14 de maio de 1948 e ao dia em que Jesus separará as ovelhas dos bodes no seu trono de Glória. Observe os versos 6 a 8 de Ezequiel 34: “As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas”.

No texto acima mencionado, Deus está reclamando contra os pastores pelo fato de eles não haverem se preocupado com suas ovelhas (Israel), quais andaram espalhadas por toda a face da terra. Isto porque, no decorrer dos séculos, os pastores só se aproximavam das ovelhas querendo receber o que elas lhe podiam oferecer, mas não cuidavam de sua vida espiritual. No milênio, o Senhor mesmo recolherá as suas ovelhas e dispensará os serviços dos pastores, pois Ele mesmo é quem as apascentará. “E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor” (verso 23). Daví aqui é uma representação de Jesus, o sumo pastor.

Os bodes no contexto, seguindo a exegese bíblica, são os pastores (tanto de Israel como da igreja) que não exercem o ministério a que foram separados que é: fortalecer as fracas; curar as doentes; ligar a quebrada; trazer a desgarrada e de buscar a que se perdeu (Ezequiel 34 : 4). Por isso, no seu trono de glória Jesus irá separar os bodes das ovelhas. Vamos mais uma vez ao livro de Zacarias para confirmar essa verdade. “Ora, é justamente contra os pastores que minha ira se inflama; eis que Eu punirei os bodes, os líderes do povo. Mas o Senhor dos Exércitos visitará o Seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo nas guerras” (Zacarias 10 : 3 KJA). Atente que em Mateus 25 : 31 a 46 o critério de julgamento, tanto para as ovelhas como para os bodes será relativo a maneira de como trataram seus semelhantes aqui neste mundo. Quem fez o bem para Jesus na pessoa do necessitado entrará no reino milenial e quem não o fez será jogado no inferno que foi preparado para o diabo e seus anjos.

Porém, isso não quer dizer que todos os pastores são bodes. Apenas aqueles que não assumem o ministério como exposto acima. Estes serão separados das ovelhas no grande dia.

CONCLUSÃO

A vinda de Jesus não é invenção dos crentes. Ele virá, conforme prometeu. Primeiro para arrebatar a Sua igreja e depois para livrar a Israel do cerco das nações no final da grande tribulação.

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A Grande Tribulação

INTRODUÇÃO

"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo." (1Tessalonicenses 5:9)

Continuando o ensino sobre escatologia, esta semana estudaremos sobre a grande tribulação. Escatologia é a doutrina das últimas coisas e essa ciência trata a respeito de fatos futuros que ainda irão acontecer. Por isso, é preciso cuidado e atenção redobrados no ensino sobre este assunto. O que será a grande tribulação? Segundo as escrituras e o próprio Senhor será o período mais sombrio da história humana, pois nestes dias o mundo conhecerá a ira do todo poderoso, onde todas as más ações e injustiças humanas receberão a devida recompensa. Quando acontecerá; Quem passará pela grande tribulação; Haverá salvação nestes dias? Neste estudo iremos entender o que se dará nestes dias e o que devemos fazer para o evitarmos (Lucas 21:36).

I – A GRANDE TRIBULAÇÃO

1. O que é a grande tribulação? De acordo com as palavras do Senhor Jesus, a grande tribulação será período de uma aflição tão grande como nunca houve e nem jamais haverá. "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." (Mateus 24 : 21). O comentário da lição, conforme consta na revista diz que a grande tribulação terá seu cumprimento logo após o arrebatamento da igreja, mas não é assim que as escrituras ensinam. Pela bíblia entendemos que após o arrebatamento terá início a 70ª semana profética ou a última semana de anos conforme foi revelado a Daniel. (Daniel 9 : 24 – 26). A última semana profética compreenderá um período de sete anos que serão divididos em duas etapas de três anos e meio cada, sendo a primeira parte, um período de uma falsa paz e aparente estabilização econômica mundial (1Tessalonicenses 5 : 3). Fatos que farão o mundo e principalmente Israel aceitarem o anticristo como o tão esperado messias. Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis." (João 5 : 43).

Após o arrebatamento da igreja o anticristo se revelará ao mundo, estabelecendo seu governo iníquo (2Tessalonicenses 2 : 1 – 10).  Daniel profetizou sobre esse acontecimento envolvendo o anticristo, o mundo e principalmente a nação de Israel: “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador."  (Daniel 9 : 27). Palestinos, judeus e árabes estarão em paz, e neste tempo o terceiro templo judeu será reconstruído e os sacrifícios voltarão a ser oferecidos nestes como era no antigo concerto.

A GRANDE TRIBULAÇÃO, conforme revelada na bíblia se iniciará somente na segunda metade dos sete anos, ou seja, nos últimos três anos e meio, quando o acordo entre o anticristo e os judeus for rompido e ele iniciar a perseguição contra a nação de Israel. A quebra do acordo vai se dar quando os judeus virem ele profanar o santo templo inserindo nele a abominação desoladora. Jesus alertou os judeus quanto a isso. “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda” (Mateus 24 : 15). A quebra do pacto por parte dos judeus desencadeará a fúria do anticristo contra a nação israelita que empreenderá uma grande perseguição contra eles, onde só escaparão aqueles que fugirem. Sobre esse dia Jesus disse: “E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mateus 24 : 20 – 22). Os dias abreviados se referem aos três anos e meio, quando deveriam ser sete. Se fosse sete, começando logo após o arrebatamento não escaparia ninguém.

2. A igreja passará pela grande tribulação? Muito embora alguns grupos religiosos, principalmente aqueles que seguem os ritos judaizantes defendam que sim, a bíblia ensina que não. Como dito na lição, a igreja não é um prédio onde os crentes se reúnem, mas a comunidade dos salvos em Cristo. A igreja como o corpo de Cristo era um mistério que esteve oculto e que foi revelado a Paulo, o apóstolo dos gentios. Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja; Da qual eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir a palavra de Deus; O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos. Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória”. (Colossenses 1 : 24 – 27).

A igreja como um mistério, é a esposa do Cordeiro a qual Ele se entregou sofrendo em seu lugar e que virá para levá-la para sí por ocasião do arrebatamento (1Tessalonicenses 4 : 17). Ele lhe fez a promessa que ela não passaria pela tentação que há de vir sobre todo o mundo (Apocalipse 3 : 10). A grande tribulação será o período do juízo de Deus sobre o mundo, onde sua ira será derramada sobre os infiéis. Mas aqueles que são fiéis e foram justificados pela fé e pelo sangue do Cordeiro serão salvos dessa ira. "Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira." (Romanos 5 : 9). A igreja não passará pela grande tribulação, pois um dos objetivos desta é disciplinar pela última vez a nação de Israel e julgar aqueles que tiveram prazer na injustiça e rejeitaram o amor de Deus para serem salvos (2Tessalonicenses 2 : 12).

II – A MANIFESTAÇÃO DA TRINDADE SATÂNICA NA GRANDE TRIBULAÇÃO.

2. A manifestação do Anticristo. O Anticristo, de acordo com o ensino de Paulo a igreja em Tessalônica só se revelará após ser retirado daqui aquele que o detém. “E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2Tessalonicenses 2 : 6 – 8). E não temos dúvidas que esse que o detém é o Espírito Santo que ora age na vida da igreja e que, por ocasião do arrebatamento será tirado desse meio e assim, o anticristo terá o caminho livre para executar seu plano.

Mas o apóstolo João disse que antes que o Anticristo apareça, haveriam de surgir seus emissários, chamados de “anticristos”. "Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora."  (1João 2 : 18). E João continua dizendo que os anticristos, como emissários do Anticristo sairiam do meio da igreja (verso 19). Estes são aqueles que não têm a unção, apesar de aparentarem possuí-la. Eles vivem a propagar mentiras no meio do povo de Deus (versos 20 a 22). É bom lembrar que todo aquele que apesar de usar a bíblia, conhecer a verdade, mas mesmo assim mente para a igreja está a serviço do Anticristo, preparando o cenário para quando ele se manifestar. Amado irmão, obreiro e pregador da Palavra, você é parte da igreja do Deus vivo que é a casa de Deus e coluna e apoio da verdade (1Timóteo 3 : 15). Por isso, não negocie a verdade de Deus em troca de vantagens pessoais ou mesmo de posições eclesiásticas. Não tenha medo do que lhe possa fazer o homem, mas do juízo divino que virá. Não se faça um anticristo a serviço do Anticristo.

João ainda ensina que o Anticristo é aquele que nega o pai e o filho (1João 2 : 22 , 23). Ele, após se revelar ao mundo depois da quebra do acordo, imporá pela espada a sua própria religião e exigirá adoração como se fosse Deus (2Tessalonicenses 2 : 4). Todos os que se submeterem a ele, serão marcados pelo seu número (666) na fronte e na mão direita (Apocalipse 13 : 15 , 16). Porém, aos que se recusarem a adorá-lo e a aceitar a sua marca serão degolados vivos. João viu esses fiéis que foram pelo Anticristo martirizados por causa do testemunho de Jesus. “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos” (Apocalipse 20 : 4). Que o leitor identifique qual povo e religião mantém a tradição de degolar os oponentes em pleno século XXI.

2. Um governo único. O reino do Anticristo será um reino político e religioso. Ele como estrategista político e carismático dominará as nações com o poder de Satanás e o apoio da religião sob o comando do falso profeta. Por isso, não será dificuldade condenar a pena capital aqueles que não se submeterem as suas leis. Os santos que durante a tribulação aceitarem a salvação em Jesus e rejeitarem o governo iníquo da besta sofrerão as duras penas (Daniel 7 : 25). Somente os que perseverarem até o fim é que serão salvos (Mateus 24 : 13).

3. O falso profeta. No capítulo treze do Apocalipse, João teve a revelação de uma besta terrível que saia do mar que tinha sete cabeças e dez chifres. Essa besta era semelhante a um leopardo, com pés de urso e boca como de um leão e ela recebe o poder do dragão. Uma de suas cabeças estava ferida de morte, mas que fora milagrosamente curada, fazendo com que toda a terra se maravilhasse após ela e com isso adorassem ao dragão (diabo) que realizou este feito (Apocalipse 13 : 1 , 2). Essa besta é o quarto e terrível animal que Daniel viu e ele incorpora em sí os outros três terríveis animais, que representavam os quatro impérios mundiais. Na visão de Daniel estes animais saiam do mar (Daniel 7 : 1 – 12). O mar aqui representa os povos, línguas e nações e essa besta que sai do mar é o próprio Anticristo a quem Satanás entregou o seu poder (2Tessalonicenses 2 : 9 – 11). Em seguida, João viu outra besta vindo da terra com dois chifres semelhantes ao de um cordeiro, mas falando como dragão. Ele exerce o poder da primeira besta e faz com que todos os habitantes da terra adorem a primeira besta a qual faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz cair do céu à terra, à vista dos homens (Apocalipse 3 : 11 – 13). 

Essa segunda besta é o falso profeta, que pode ser um homem ou uma religião organizada com o fim de dar apoio ao Anticristo que é a primeira besta. O falso profeta que pode ser um homem ou uma organização religiosa será o responsável por marcar as pessoas nas frontes e na mão direita com a marca (666) da primeira besta que é o Anticristo. Após Jesus retornar em glória com sua Igreja, o Anticristo e o falso profeta serão presos e lançados vivos no lago de fogo. "E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre." (Apocalipse 19 : 20). Tanto a primeira besta (Anticristo) como a segunda (Falso Profeta) recebem poderes de Satanás com o fim de enganar as pessoas. 

III – O JUÍZO DE DEUS SOBRE O MUNDO.

A partir do capítulo cinco até o dezoito do Apocalipse vemos o juízo de Deus sendo derramado sobre a terra. Sete selos são abertos, seguidos dos toques de sete trombetas anunciando o juízo de Deus sobre a terra que serão derramados de sete taças. Esses juízos certamente ocorrerão a partir do momento em que iniciar-se-à a grande tribulação, na última metade da semana profética. Será o tempo do cumprimento do que foi profetizado por muitos profetas do antigo concerto como Isaías, Jeremias, Joel e Sofonias.

Sofonias 1:14-18:
14 O grande dia do SENHOR está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia do SENHOR; clamará ali o poderoso.
15 Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,
16  Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.
17 E angustiarei os homens, que andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne será como esterco.
18 Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do SENHOR, mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada.

Alí se cumprirá a profecia de Jeremias a respeito do tempo da angústia de Jacó, onde as tribos de Judá e Israel passarão pela última provação.

“Porque assim diz o SENHOR: Ouvimos uma voz de tremor, de temor, mas não de paz. Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com as mãos sobre os lombos como a que está dando à luz? e por que se tornaram pálidos todos os rostos? Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jeremias 30 : 5 – 7). Esse tempo de angústia para Jacó enfatiza o aspecto da Tribulação futura que expressa a dificuldade pela qual os judeus ou descendentes de Jacó passarão durante esse período, pelo fato de não haverem aceitado o filho de Deus como seu Messias. Sobre esses dias Jesus falou às mulheres que choravam quando o viram caminhar ao calvário. “Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.  Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos.  Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?” (Lucas 23:28-31).

CONCLUSÃO

Concluindo este subsídio, quero responder a um questionamento que constantemente é feito: -Haverá salvação na grande tribulação? Sim, haverá! Na grande tribulação o evangelho eterno será pregado pelos anjos (Apocalipse 14 : 6). João viu no céu uma multidão a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas em suas mãos (Apocalipse 7 : 9). Quando um dos anciãos pergunta quem são eles, a resposta logo é dada: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7 : 14b). Porém, essa salvação será com muita dor, pois muitos destes serão torturados física e emocionalmente e por fim serão mortos degolados pelo exército da besta. 

Não queiramos estar aqui para testemunhar isso.

"Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem."  (Lucas 21 : 36)


Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

As Bodas do Cordeiro


INTRODUÇÃO

"E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus." (Apocalipse 19 : 9).

Depois que os crentes passarem pelo Tribunal de Cristo, onde haverão de receber ou não o galardão, nos céus se consumará as Bodas do Cordeiro. Enquanto neste mundo fazendo a obra do Pai, Jesus sempre falou deste glorioso evento que coroará todo o trabalho feito pela igreja em favor do reino de Deus. Trabalho este que muitas vezes árduo e com prejuízo da própria vida de muitos que a formam. Mas neste Dia a igreja verá que valeu a pena ter renunciado o mundo e seus prazeres para dedicar-se ao Senhor, bem como o ter sofrido as agruras e perseguições por amor ao Nome de Jesus. Para ilustrar seus ensinos, mostrando o que acontecerá no reino dos céus, onde ninguém ainda entrou Jesus sempre se utilizou de parábolas. Parábolas são comparações de algo que acontece neste mundo em relação ao que será no porvir. No estudo de hoje, comentarei a respeito do casamento no conceito judaico, de onde Jesus citou exemplos para as Bodas nos céus e o tempo em que esse glorioso evento acontecerá.

AS BODAS DO CORDEIRO

O que será? "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou." (Apocalipse 19 : 7). O comentário da lição enfatiza que as Bodas do Cordeiro será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e Sua Igreja. Na verdade, esse encontro já aconteceu antes, nas nuvens, quando o Senhor a arrebatou. “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1Tessalonicenses 4 : 17). As bodas do Cordeiro será na verdade a eterna união que é o casamento entre Cristo e Sua Igreja.

Chamo a atenção de professores e alunos que ao estudarem a lição, atentem cuidadosamente para as referencias citadas na revista. Que as leiam em seus contextos, pois algumas delas não se referem ao assunto estudado. A falta de atenção quanto a isto pode ser perigosa e até fatal para a vida espiritual, pois pode levar o aluno a acreditar num ensino diferente daquele que se encontra na palavra de Deus.

No comentário da revista é dito que Jesus previu esse evento e como base para tal, é citado a referencia de Lucas 22 : 29 , 30. Porém, este texto não se refere ao evento das Bodas do Cordeiro e sim ao que irá acontecer quando Jesus instaurar o Seu reino milenial, após as Bodas. Isto será quando Ele retornar em glória, onde será visto por todo olho humano (Apocalipse 1 : 7). Atente para o texto no seu contexto, onde Jesus está fazendo promessas exclusivamente aos seus dozes apóstolos. “E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou, Para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel” (Lucas 22 : 28 – 30). São os doze apóstolos que irão julgar as doze tribos de Israel assentados em tronos específicos. A igreja, no entanto, tem a promessa de julgar o mundo assentada no Trono do Cordeiro (1Corintios 6 : 2 ; Apocalipse 3 : 21). Ambos os casos se darão no milênio aqui na terra e não nos céus.

E quanto as Bodas do Cordeiro, para um entendimento mais claro de como será esse glorioso evento, faz-se necessário conhecer um pouco dos costumes dos judeus, da maneira como acontecia nos tempos de Cristo.

Um dos textos mais apropriado para ilustrar esse grande momento é a parábola das dez virgens, conforme está em Mateus 25 : 1 a 13.

Entre os judeus não havia namoro, pois geralmente, com algumas exceções, era o pai do noivo quem arranjava a noiva para o filho. Costume esse herdado do patriarca Abraão que mandou seu servo Eliezer buscar uma noiva para seu filho Isaque (Gênesis 24 : 7). Assim, quando um judeu encontrava aquela que viria a ser sua esposa, ele e os pais, iam à casa da noiva já levando um “ketubá” (contrato de casamento) que seria assinado na presença de duas testemunhas. Assinado o contrato, as mães de ambos (noiva e noivo) quebravam um prato de porcelana. O prato de porcelana quando quebrado era para mostrar que assim como a porcelana não pode ser emendada, da mesma forma o contrato de noivado quebrado é um ato muito grave, perante a lei dos judeus. Neste rito, o noivo pagava ao pai da noiva o dote num valor muito expressivo, mostrando o quanto a noiva era valiosa para o noivo. Por este contrato de casamento, o compromisso matrimonial era firmado e a noiva já era considerada desposada, porém, não poderiam se relacionar sexualmente, o que se daria somente após as núpcias. Se, após o contrato efetuado houvesse infidelidade por parte de um dos dois, este era anulado e a parte afetada poderia contrair novo casamento, sem o prejuízo de ser considerado adúltero(a). (Mateus 19 : 9).

Abro aqui um parêntese para dizer que foi o que aconteceu com Maria e José. "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo." (Mateus 1 : 18). Maria fora desposada por José, isto é, pelo contrato de casamento que não permitia que ambos tivessem relacionamento sexual até após as bodas. O termo “antes de se ajuntarem”, fala da noite de núpcias que se daria após as bodas, quando por fim, ambos poderiam se unir sexualmente. Por isso, José intentou deixar Maria secretamente, por julgar que ela lhe fora infiel durante o tempo do contrato. Se fosse verdade o que José pensou de Maria, então ele poderia repudiar Maria e desposar outra virgem com o amparo da lei, sem que com isso fosse julgado como um adúltero. Somente no período do contrato de casamento que a regra de exceção sobre o casamento era válido, conforme Mateus escreveu (Mateus 5 : 32 ; 19 : 9). Mateus foi o evangelista que escreveu seu evangelho para os judeus que tinham o conhecimento da lei. Por isso, ele é o único que menciona a regra de exceção que não se aplica a pessoas legalmente casadas. Para a infidelidade no tempo do contrato, Mateus usa o termo grego “porneia” que se refere a “fornicação” e/ou “prostituição”. Se Maria e José já tivessem legalmente casados, usaria o termo grego “moichéia” que significa “adultério”. Fecho o parênteses.

Após assinarem o “ketubá” (contrato de casamento), o noivo prometeria a sua noiva que iria construí-lhe uma casa digna e só voltaria para buscá-la e toma-la por esposa quando esta tivesse concluída. Isso, geralmente levava um ano. Segundo o talmude, o pai do noivo supervisionaria a construção da casa e seria ele quem daria a palavra final. Concluída a casa e passando pela avaliação do pai, este diria a seu filho que já poderia ir buscar sua noiva. O filho então mandaria mensageiros avisar a noiva que se preparasse, pois ele já iria busca-la. A noiva então convidava suas amigas para o grande dia. Como o cortejo nupcial se dava a noite, estas deveriam estar aguardando o noivo com lâmpadas acesas e azeite de reserva no caso de o cortejo atrasar. A noiva ficaria em seus aposentos já vestida e adornada esperando o momento de ser levada pelo noivo. O noivo iria na companhia de seus amigos carregando tochas e, ao chegar perto da casa da noiva, um deles iria a frente gritando que o noivo havia chegado. Os convidados deveriam estar preparados e vestindo vestes finas e brancas que eram as vestes nupciais, aguardando o cortejo para se ajuntarem a ele, indo ao local aonde iria se acontecer a festa das bodas. Entrando na casa as portas eram fechadas e os que chegassem atrasados não poderiam mais entrar.

Ao derramar seu sangue, Jesus pagou o dote pela sua esposa, a igreja, com valor inestimável. "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela," (Efésios 5 : 25). Ele foi à Casa do Pai preparar para ela um lugar digno, para depois vir buscá-la. "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (João 14 : 2 , 3). A igreja já foi desposada e está compromissada com seu Senhor, aguardando ansiosamente o momento de entrar nas bodas. Sejamos-lhe fiéis. Aleluia!

Quem poderá participar deste evento? A semelhança de Noé que por sua justiça foi salvo do dilúvio (Gênesis 7 : 1) e de Ló que por sua justiça foi tirado de Sodoma para não ser condenado por ela (2Pedro 2 : 7);  assim a igreja que pratica a justiça participará desta festa. Somente os justos e os que forem convidados como os santos do antigo testamento e daqueles que forem salvos na grande tribulação participarão das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 7 : 14).

Quem ficará de fora deste glorioso evento? Certamente todos aqueles que não forem arrebatados. Mais uma vez chamo a atenção aqui dos professores e alunos quanto ao cuidado para as referências citadas na revista. No comentário deste tópico da lição é mencionado a referência de Apocalipse 22 : 12 a 15, sobre a lista daqueles que não participarão das bodas. Mas o texto não alude às Bodas do Cordeiro, e sim àqueles que ficarão de fora da Santa Cidade; a Nova Jerusalém que de Deus, há de descer dos céus no final do milênio onde se consumarão todas as coisas (Apocalipse 21 : 2). Até porque, os cães, os mentirosos, os feiticeiros, os adúlteros, os que se prostituem e os idólatras não serão arrebatados e muito menos entrarão nos céus. É bom lembrar que durante o milênio o pecado ainda não foi erradicado. Muitos dos que nascerão no milênio não seguirão o Cordeiro, se entregarão ao pecado e se aliarão a satanás quando este sair da prisão (Apocalipse 20 : 7 , 8).

A leitura em classe da lição na revista está em Mateus 22 : 1 – 14. Chama-nos a atenção os versos 11 a 14 que diz:

11  E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias.
12  E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
13  Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
14  Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Quem seria este que entrou nas bodas com uma veste diferente? Pode se dar o caso de um penetra poder entrar sem ser convidado numa festa tão gloriosa? Não, este homem foi convidado e, ao contrário de muitos que recusaram o convite, ele o aceitou. Mas o que Jesus quis nos ensinar sobre este homem sem os trajes nupciais?
Jesus quer nos ensinar que todos aqueles que não estiverem vestidos adequadamente não poderão participar desta grande festa. Como já falei no tópico acima e explicarei mais adiante, para participar das Bodas do Cordeiro é necessário e obrigatório estar vestido de linho fino, branco e puro, pois essa veste representa a justiça dos santos (Apocalipse 19 : 7 , 8). Justiça é sinônimo da equidade. Paulo diz: "Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor." (Filipenses 4 : 5). E equidade é a justiça sendo praticada, o que vem a ser o oposto da iniquidade. Por isso que Jesus disse que muitos são chamados, mas poucos escolhidos. Muitos crentes que são cheios de dons espirituais; que oram, profetizam, falam em línguas, expulsam demônios e até realizam sinais e maravilhas vão ficar de fora deste glorioso evento por praticarem a iniquidade (Mateus 7 : 21 – 23 ; Lucas 13 : 27). Praticar a iniquidade é ser injusto, principalmente com seu semelhante e até com os irmãos de igrejas. Em resumo, é não amar o próximo como Jesus ordenou (João 13 : 34 ; 15 : 9 ; 15 : 12). Estes são aqueles que não estão vestidos dignamente para as Bodas por estarem com suas vestes sujas, assim como Josué esteve diante do anjo do Senhor (Zacarias 3 : 3 – 5). Mas ainda há tempo de mudar essas vestes, senão, serão lançados fora.

Isaías o profeta messiânico previu esse grande dia, quando falou do casamento entre Cristo e Sua igreja. Como um santo do antigo pacto, Isaías também estará entre os convidados. “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante” (Isaías 61 : 10).

QUANDO SE DARÁ?

Neste subsídio não comentarei os tópicos II e III da lição. Em lugar deles, farei menção sobre o momento em que se realizarão as Bodas do Cordeiro. Embora isso não seja comentado na lição, entendo ser necessário conhecermos sobre este assunto, uma vez que o mesmo está relacionado a escatologia que é o tema deste trimestre. No comentário que fiz sobre a lição anterior que tratou do Tribunal de Cristo e os Galardões, eu falei sobre o pensamento de alguns teólogos que afirmam que o Tribunal de Cristo será simultâneo ao evento das Bodas do Cordeiro. Porém, atentando cuidadosamente para a exegese bíblica, entendo que não será assim. Atente o professor e aluno que o texto áureo da lição está em Apocalipse 19 : 9: “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Lendo o livro de Apocalipse, observando a ordem dos eventos escatológicos, vamos perceber que até o final do capítulo três a igreja ainda se encontra na terra, onde os anjos (presbíteros) das sete igrejas são exortados pelo Senhor quanto as suas responsabilidades diante da noiva do Cordeiro. A partir do capítulo quatro vemos os eventos que ocorrerão, tanto na terra como nos céus, pela sua ordem, até o último capítulo.

Observe que o capítulo 19, começa assim: “E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus”. No Apocalipse encontramos cinco vezes a expressão “Depois destas coisas” (Apocalipse 4 : 1 ; 7 : 1 ; 7 ; 9 ;  18 : 1 e 19 : 1); e sempre depois de grandes acontecimentos. Mas no capítulo 19, a expressão diz respeito aos eventos que acontecerão no capítulo 18 que fala sobre a condenação da grande religião, representada por Babilônia que reinou e enriqueceu enganando os moradores da terra. Fatos que aconteceram no decorrer dos séculos e que se consumará no período da grande tribulação enquanto a igreja fiel está nos céus no Tribunal de Cristo. Pela ordem dos eventos apocalípticos, podemos entender que as Bodas do Cordeiro só acontecerá perto do final da grande tribulação. Apocalipse 19 revela que depois do julgamento e condenação da grande prostituta, houve júbilo nos céus de adoração a Deus (Apocalipse 19 : 1 – 6). Após isso vemos a ordem de regozijar-se e alegrar-se por ter chegado o momento das Bodas do Cordeiro. Este momento ímpar e aguardado nos céus, não poderá acontecer simultaneamente ao julgamento do Tribunal de Cristo.

A prontidão da igreja para este evento é caracterizada por sua vestimenta de linho puro e resplandecente que representa a justiça dos santos (Versos 7 e 8), e felizes aqueles que são convidados a participarem desta festa (Verso 9). João fica extasiado com esta revelação que se lança pela primeira vez aos pés do anjo para o adorar e é por este impedido (Verso 10). Na continuação da revelação João contempla um cavalo branco e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça (Verso 11). João contempla o Senhor dos Senhores, Jesus, retornando em glória para julgar as nações e destruir a besta, o falso profeta e seus seguidores. Junto ao Senhor vem o seu exército também montado em cavalos brancos. Atente para o verso 14 que diz: “E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro”. A quem foi dado vestir-se de linho fino, branco e puro? Sem dúvida a sua igreja, que agora acompanha seu esposo, pois ela também, ao lado do Senhor, julgará o mundo (1Corintios 6 : 2).

Judas, em sua epístola fez referência a esse dia mencionando uma profecia de Enoque. "E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;" (Judas 1 : 14). Paulo aconselhando a igreja em Tessalônica a viver em santidade e a crescer em amor uns para com os outros, fala desse glorioso dia: "Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo com todos os seus santos."  (1Tessalonicenses 3 : 13). Comentarei mais sobre isso na lição nº 9 que tratará sobre a Vinda de Jesus em Glória.

CONCLUSÃO

Depois do arrebatamento, as bodas do Cordeiro deve ser o momento mais aguardado pela igreja. Por isso, deve haver o cuidado de cada crente em santificar-se e apartar-se do mal, pois a noiva do Cordeiro é pura e imaculada (2Corintios 11 : 2). Somente os santos e justos serão arrebatados e participarão desta gloriosa festa. Pregar a justiça e vivê-la é não se conformar com os padrões de injustiça deste mundo que valoriza o material em detrimento do ser humano, ainda que sejamos penalizados por isso (Mateus 5 : 6 , 10). A igreja como noiva do Cordeiro não é uma instituição humana, dirigida por homens que na maioria das vezes criam seus próprios estatutos e normas e se alienam dos princípios divinos. Não, a igreja como noiva do Cordeiro é santa, imaculada e fiel a Deus e à Sua Palavra e que sofre por amor do Nome do Senhor. Mas ela será grandemente recompensada neste glorioso Dia.

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.