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sábado, 19 de outubro de 2013

Honrando ao Senhor com nossos bens



De que maneira podemos honrar ao Senhor com a nossa renda e o que temos de melhor?

Quando Salomão escreveu esse aconselhamento prevalecia o antigo concerto, onde, neste, era determinado que se levasse ao templo em Jerusalém as contribuições do povo na forma de dízimos e ofertas, como maneira de se honrar ao Senhor. A bênção de Deus voltaria para o ofertante se este cumprisse o mandamento na forma como foi determinado por Deus em entregar estas, que consistia no seguinte:

1 NA ANTIGA ALIANÇA

a) Dá-los a Arão e aos levitas (Números 18:1;6;12,13):  

"ENTÃO disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio...E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao ministério da tenda da congregação...Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá." 

Honrar a Deus com as fazendas e as primícias era suprir a necessidade daqueles que laboriosamente se dedicavam INTEGRALMENTE ao serviço do santuário, isto porque, Arão, seus filhos e seus auxiliares levitas foram proibidos por Deus de trabalharem na terra e/ou possuirem qualquer tipo de patrimônios, pois eles foram ungidos para o ministério sacerdotal entre o povo de Israel (Números 18:20-24).

b) Reparti-los com os necessitados (Deuteronômio 14:28,29): 

"Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas;  Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem".

Além dos levitas, as primícias (dízimos) deveriam ser compartilhados com os necessitados de Israel representados pelos órfãos, viúvas e até estrangeiros (não judeus). Fazer isso era a maneira de honrar a Deus e ser recompensado com as bênçãos divinas, pois Deus prometeu que abençoaria toda a obra que as mãos do contribuinte fizesse. Porém, fazer o contrário do que Deus estabeleceu era atrair maldição, como foi o caso dos sacerdotes que passaram a roubar a Deus nos dízimos e nas ofertas alçadas no tempo de Malaquias (Malaquias 3:8-10). 

"AGORA, ó sacerdotes, este mandamento é para vós.  Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração" (Malaquias 2:1,2).

Os sacerdotes passaram a desonrar a Deus na medida em que os mesmos passaram a roubá-lo, por primeiramente oferecer ao Senhor ofertas defeituosas que eram animais doentes e aleijados e, principalmente por se apossarem de algo que não lhes pertencia - os dízimos - pois estes eram dos levitas e necessitados. Dos sacerdotes eram somente as ofertas alçadas (Dízimo dos dízimos), quais os levitas deveriam entregá-los, mas estes nem os dízimos estavam recebendo e como poderia dar o dízimo dos dízimos? (Números 18:19; Neemias 13:10)

2 NO NOVO TESTAMENTO

Honrar ao Senhor com nossos bens no Novo Testamento significa tão somente obedecer aquilo que Jesus e os apóstolos nos legaram nas Escrituras.

a) O cuidado com os pobres

Em Lucas 18:18-25 vemos um jovem rico procurar Jesus para saber o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Após alguns questionamentos de Jesus sobre a observância dos mandamentos, o jovem declarou observá-los todos desde sua meninice, ao que Jesus ponderou que ainda faltava-lhe uma coisa, que seria a essencial: "vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me" (Verso 22). 

Infelizmente esse jovem achou difícil obedecer ao Mestre, pois seu coração estava firmado nas riquezas deste mundo. Mas, com Zaqueu foi diferente, pois este ao ouvir as palavras de Jesus se adiantou dizendo: "E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado."  (Lucas 19:8).

Na vida da igreja primitiva também observamos esta prática, pois a igreja era doutrinada na lei real que é a do amor ao próximo (Tiago 2:8). Alí os crentes eram instruídos a compartilhar o que tinham com aqueles que nada tinham, honrando assim ao Senhor com seus bens (Atos 4:32-37). Essa era a doutrina dos apóstolos.

Nas cartas paulinas vemos este apóstolo ensinar aos crentes gentios observarem essa prática, onde ele doutrinou sobre o principio da semeadura, quando disse: "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará...Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre."  (2Coríntios 9:6-9). Paulo aprendeu e também ensinou que a bênção de Deus na vida do contribuinte, deve-se ao fato de observar este princípio que é semear nossos bens (semente) no solo certo que a vida do necessitado.

b) O cuidado com os obreiros do Senhor.

Tal qual os levitas do antigo concerto, a igreja deve valorizar a vida dos obreiros verdadeiramente chamados por Deus. Para isso ela precisa notar o esforço e dedicação do mesmo na obra de Deus e assim, repartir com ele as suas bênçãos, como diz:

"Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;"  (1Timóteo 5:17).

"E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui."  (Gálatas 6:6).

Fazendo assim estaremos honrando ao Senhor com aquilo o qual Ele nos tem abençoado, na certeza de que nos abençoará mais ainda.

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.