"E
a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os
homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens." (Números 16 : 32).
INTRODUÇÃO
Muitos ensinam assim nas igrejas |
QUEM ERA CORÉ
Coré, com o apoio de Datã e Abirão liderou um grupo de
duzentos e cinquenta homens em oposição a liderança de Moisés e Arão. Coré era
levita, do clã de Coate, um dos três filhos de Levi (Gênesis 46.11 ;
Números 3.17). Os “coatitas” como eram assim
chamados, eram os responsáveis pelas coisas santíssimas do santuário (Números 4.4). Como levita, Coré era ministro no santuário auxiliando
os sacerdotes nos serviços do santuário. Sendo da tribo de Levi, Coré deveria
auxiliar o sacerdote e isto deveria ser para ele uma honra, pois Deus escolheu
os levitas para sí em lugar de todos os primogênitos em Israel. "E eu,
eis que tenho tomado os levitas do meio dos filhos de Israel, em lugar de todo
o primogênito, que abre a madre, entre os filhos de Israel; e os levitas serão
meus." (Números 3.12).
Mas Coré tinha desejo de poder e de dominar sobre o povo, assim como agem os
nicolaítas na igreja atualmente. Isso foi a sua ruína e de seus companheiros.
O MOTIVO DA INSSURREIÇÃO DE CORÉ E
SEU BANDO
É inegável que Coré e seus aliados tenham de fato se
levantado contra a liderança de Moisés e Arão. Porém, não foi essa a única razão
pela qual a ira de Deus se derramou contra aqueles homens matando-os de forma
incomum, como veremos mais a frente. Coré que era o líder do grupo ambicionava
a posição de sacerdote em Israel. Pelo tempo em que passaram no Egito, Coré
aprendeu que ser sacerdote era promissor, pois naquela terra, os sacerdotes
gozavam de prestígios políticos, sendo protegidos pelo faraó e também eram
proprietários de grandes áreas de terra, o que lhes proporcionava grandes
riquezas (Gênesis 47.22-26).
O que Coré, não sabia é que em Israel, o papel dos sacerdotes seria totalmente
diferente. No meio do povo de Deus o sacerdote deveria servir e não ser
servido. Somente depois da tragédia que lhe custou a vida é que Deus determinou
em Lei que os sacerdotes levitas não teriam nenhum tipo de beneficio material. "Disse
também o SENHOR a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles,
nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de
Israel."
(Números 18.20). Assim, Coré
ambicionou o sacerdócio, intentando obter vantagens e prestigio como acontecia
entre os sacerdotes no Egito. Ele não levou em consideração que a escolha de
Moisés como líder e Arão seu irmão como sacerdote em Israel partiu do próprio
Deus. Moisés e Arão não foram escolhidos por um conclave, um concílio ou
eleição convencional. Por isso, murmurar contra esses homens, era o mesmo que
murmurar contra o próprio Deus que os escolheu (Êxodo 16.7).
A ATITUDE DE MOISÉS.
Ao perceber a maléfica intenção de Coré, Moisés
prostrou-se na presença de Deus, como sempre costumava fazer quando murmuravam
contra ele (Números 16.4).
Certamente orientado por Deus que sempre falava com ele, Moisés propôs a Coré e
sua congregação aliada apresentarem-se perante Deus portando cada um incensários.
Esta seria a maneira de Deus mostrar aqueles homens insubordinados quem era o
escolhido de Deus (Números 16.6,7). Como
um autentico líder, que se preocupa com seus liderados, Moisés não deixa de
advertir Coré, sabendo do mal que ele estava atraindo para sí, sua família e seus companheiros.
“Disse mais Moisés a Coré: Ouvi
agora, filhos de Levi: Porventura pouco para vós é que o Deus de Israel vos
tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, e
administrar o ministério do tabernáculo do SENHOR e estar perante a congregação
para ministrar-lhe; E te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi,
contigo? ainda também procurais o sacerdócio?” (Números 16.8-10).
Ao desejar o sacerdócio, Coré estava de fato se levantando
contra e Arão e também contra o Senhor, e não propriamente contra Moisés, o
líder do povo de Israel. “Assim tu e todo o teu grupo estais contra o SENHOR; e
Arão, quem é ele, que murmureis contra ele?” (Números 16.11). Arão
como sacerdote ungido era o único que podia mediar as causas dos homens para
com Deus, queimando incenso e oferecendo oblações e holocaustos sobre o altar. O
sacerdote era o mesmo que príncipe no arraial dos santos. Qualquer falta de
respeito contra o sacerdote, era uma afronta ao próprio Deus. "A Deus
não amaldiçoarás, e o príncipe dentre o teu povo não maldirás." (Êxodo 22.28).
Porém, conforme a ordem de Deus, somente Arão e posteriormente os seus
descendentes diretos é que poderiam assumir o sacerdócio em Israel. “E vestirás
a Arão as vestes santas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre
o sacerdócio. Também farás chegar a seus filhos, e lhes vestirás as túnicas, E
os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a
sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas suas gerações” (Êxodo 40.13-15). Nenhum outro, embora fosse levita, mas não sendo da
família de Arão poderia ser sacerdote. Por isso repito, levantar-se contra o
sacerdote da linhagem de Arão, era o mesmo que opor-se a soberania de Deus.
De igual modo, assim como admoestou Coré, Moisés mandou
chamar Datã e Abirão a sua presença para também aconselhá-los, mas estes não
quiseram vir. E ainda protestaram contra Moisés, acusando-o de querer se fazer
príncipe sobre eles (Números 16.13,14).
Isto causou o furor de Moisés que orou ao Senhor pedindo que não recebesse a
oferta de suas mãos (Números 16.15).
A MORTE DE CORÉ E SEU GRUPO.
Sabendo que não poderia mudar a opinião daqueles homens,
Moisés pede para que eles se apresentem a porta do santuário trazendo
incensários com incensos. Eles assim o fizeram. “Tomaram, pois, cada um o seu
incensário, e neles puseram fogo, e neles deitaram incenso, e se puseram
perante a porta da tenda da congregação com Moisés e Arão” (Números 16.18).
Imediatamente a ira de Deus se manifestou e o Senhor disse a Moisés. “Apartai-vos
do meio desta congregação, e os consumirei num momento” (Números 16.21). É importante frisar que não apenas Coré e seu grupo
seriam exterminados, mas toda a congregação israelita. Isto mostra a gravidade
dos fatos. Porém, Moisés e Arão humilharam-se diante da face de Deus e
intercederam em favor da congregação de Israel. O Senhor então mandou que
Moisés pedisse ao povo que se afastassem de perto da tenda de Coré, Datã e Abirão.
Assim Moisés e Arão fizeram em obediência a Deus. Moisés então salientou que o
que iria acontecer com aquelas famílias era um sinal que eles haviam irritado o
Senhor (Números 16.28-30). Então,
terra se abriu e vivos desceram ao abismo Coré, Datã, Abirão e tudo o que lhes
pertencia. Em seguida, saiu fogo do altar e consumiu os duzentos e cinquentas
homens de posição que se aliaram com Coré (Números 16.35).
O MOTIVO DA TRAGÉDIA
Se Coré e seu bando apenas tivessem questionado somente a liderança
de Moisés e Arão, certamente eles sofreriam algum tipo de penalidade, como
maneira de reparar seu erro. Talvez até morressem por alguma praga como
aconteceu com alguns que também se rebelaram um dia após essa tragédia (Números 16.41-50). Talvez até mesmo fossem perdoados mediante a intercessão de Moisés que
era homem mui manso e por muitas vezes pediu pelo povo. “Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a
grandeza da tua misericórdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra
do Egito até aqui. E disse o SENHOR: Conforme à tua palavra lhe perdoei” (Números 14.19,20). Mas este não foi o caso de Coré e seu bando. Eles foram
mais além e irritaram o Senhor. Mas de que maneira eles irritaram o Senhor?
Queimando incenso sem serem santificados ou consagrados para este fim. Apenas o
sacerdote descendente de Arão deveria queimar incenso ao Senhor. Quem não fosse
da família de Arão morreria por essa ousadia. "Mas a Arão e a seus filhos
ordenarás que guardem o seu sacerdócio, e o estranho que se chegar
morrerá."
(Números 3.10).
É bom lembrar que da mesma maneira procedeu também Uzias,
rei de Judá, muito tempo mais tarde, quando se exaltou em seu coração,
transgredindo contra o Senhor ao queimar incenso, não sendo ele sacerdote e nem
descendente de Arão.
“Mas, havendo-se já fortificado,
exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR seu
Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do
incenso. Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, e com ele oitenta
sacerdotes do SENHOR, homens valentes. E
resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar
incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são
consagrados para queimar incenso; sai do santuário, porque transgrediste; e não
será isto para honra tua da parte do SENHOR Deus. Então Uzias se indignou; e tinha o incensário
na sua mão para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes,
a lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na casa do SENHOR, junto ao
altar do incenso” (2Crônicas 26.16-19).
E a recompensa do rei Uzias, foi vexatória adquirindo a
pior enfermidade do seu tempo que era a lepra. E assim morreu o ungido rei de
Judá.
CONCLUSÃO
Como vimos, Coré, Datã e Abirão não morreram por
questionar a autoridade de Moisés e Arão, como tem sido ensinado. Ressalto que
eles morreram de maneira excepcional por irritarem ao Senhor, queimando
incenso, o que não lhes era permitido fazer, pois somente Arão e seus filhos
foram ungidos para esse fim. Não é demais advertir que aqueles que utilizam
esse fato ocorrido com Coré, Datã e Abirão, com o fim de se blindarem e não
terem suas ações questionadas pelos fiéis; estes é que estão irritando a Deus,
por deturparem Sua Palavra, ensinando o que não convém. Graças a Deus que
vivemos o tempo da graça, senão muitos já teriam sido extirpados. Mas é conveniente
lembrar que o julgamento começará pela casa de Deus que é a igreja (1Pedro 4.17); principalmente aos que ocupam a posição de mestres
entre o povo do Senhor (Tiago 3.1). E
também, no atual tempo da graça, inaugurada pelo sangue do Cordeiro de Deus,
não existem sacerdotes ungidos e muito menos homens com autoridade para dominar
sobre o rebanho de Deus (igreja), como foram Moisés e Arão sobre Israel. Todos
nós, os que cremos, somos sacerdotes juntos com Cristo, nosso sumo sacerdote. E
como sacerdotes, todos podemos queimar incenso a Deus, pois o incenso são as
nossas orações (Apocalipse 5.8).
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.
Fontes: Bíblia Sagrada
Almeida Corrigida Fiel (ACF)
Recomendação aos Líderes das Igrejas:
ResponderExcluirEsta é uma declaração digna de todo crédito: Se alguém almeja o episcopado, de fato, deseja algo excelente.(1Tm3:1)
Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.(At20:28)
Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.(Hb13:17)
Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel. (1co4:1-2) pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas também aos olhos dos homens.(2 Cor8:21)
Tenham pesos e medidas exatos e honestos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá.(Dt25:15) Deus tem ódio das balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer!(Pv11:1)
Saudai a todos os vossos líderes espirituais, bem como todos os demais santos.(Hb13:24)
Oi Marcelo, obrigado pela audiência, rsrsrsr
ExcluirSe prestou atenção, o assunto postado aqui não é tirar o mérito de quem é verdadeira líder com um chamado vocacional, pois sei muito bem que existem homens e mulheres com esse chamado, muito embora sejam poucos.
A postagem é com o intuito de desfazer o engodo que a religião criou, ensinando que Coré, Datã e Abirão morreram por questionar a autoridade de Moisés. Os textos deixam claro que não foi exatamente isso.
Como disse, eu não estou questionado quanto a obediência e submissão aos que são verdadeiramente líderes. Você tem um líder que cuida e zela pela sua alma e quer vê-lo no reino dos céus? Cuide dele, zele por ele e o obedeça no Senhor. Eu tenho um pastor que ama as ovelhas e quer vê-las no seu reino e eu sou submisso a Ele.
Paz.
Maravilhoso esse estudo,fico muito feliz,muito bom penso da mesma forma,que Deus te abençoe.
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