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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O que significa NÃO ABANDONAR A NOSSA CONGREGAÇÃO?




O autor da carta aos judeus convertidos a Cristo (hebreus) aconselha: “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hebreus 10.25).

Uma leitura superficial e desatenta do texto, pode levar o leitor a entender que o crente não deve abandonar a denominação ou o lugar (prédio) onde congregam. De fato, é exatamente isso que os muitos religiosos entendem. Mas, na época em que a carta foi escrita não haviam denominações, cada uma com seus templos e nomenclaturas. Havia uma igreja, formada inicialmente de judeus e que era perseguida por falar no Nome de Jesus. Por isso, estes viviam fugindo e se escondendo dos seus algozes. Não possuíam bens, casas e muito menos um lugar fixo para se reunirem em Nome de Jesus. Então, o que significava “não abandonar a nossa congregação?”.

A palavra congregação é citada 343 vezes em toda a bíblia, de acordo com a versão Almeida Corrigida Fiel (ACF). Só no Antigo testamento quando nem igreja havia, a palavra congregação é citada 340 vezes. E, no Novo Testamento onde nasceu a igreja, a palavra é mencionada somente 3 (três) vezes. Então, a palavra congregação na bíblia não remete a lugar e/ou espaço físico, mas a pessoas reunidas, da mesma forma que a palavra igreja no Novo Testamento se refere a pessoas reunidas em o Nome de Jesus, independente do lugar onde se reúnam ou estejam. A seguir, vou colocar alguns textos do antigo testamento que corroboram essa verdade:

"Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família."  (Êxodo 12.3). É importante salientar que neste tempo nem tabernáculo existia, pois este só foi fabricado a partir do capitulo 25 de Êxodo.

"E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto."  (Êxodo 16.2). Aqui fica bem claro que a congregação era o povo.

Mas, quando o tabernáculo foi construído, este foi chamado de TENDA DA CONGREGAÇÃO (Êxodo 27.21). Mas não era permitido o povo entrar nele para adorar a Deus. Somente os da tribo de Levi tinham permissão para entrar no tabernáculo e os que não fossem levitas morreriam (Números 18.7). O mesmo era no templo que substituiu o tabernáculo, onde nem mesmo Jesus pode entrar. O máximo que Jesus ia era no pátio do templo, onde o povo se aglomerava. Jesus ia ali para ensinar, curar e libertar as pessoas, mas quando precisava orar, se dirigia ao monte das Oliveiras.

Assim, o conselho do autor aos hebreus em 10.25 era referente a crentes que estavam desistindo da caminhada cristã e voltando aos velhos rudimentos da lei, negligenciando a graça salvadora. Estes, corriam um grave perigo de se perderem eternamente, pois voluntariamente estavam abandonando a comunhão da congregação (povo/igreja) e servindo de tropeço, pisando o Filho de Deus e profanando o sangue da aliança que no madeiro foi derramado e fazendo agravo ao Espírito Santo, como diz os versos 28,29: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hebreus 10.28,29)

Reginaldo Barbosa.
Santa Bárbara do Pará



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