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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Spurgeon, os apóstolos brasileiros e as suas manias por títulos


Por Renato Vargens

Charles Haddon Spurgeon (1834-92) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século dezenove. Spurgeon converteu-se em Colchester em 6 de janeiro de 1850, e foi batizado no Rio Lark em Isleham em 3 de maio de 1850. Pregou seu primeiro sermão na cidade de Cottage, neste mesmo ano.  Em 1854, apenas quatro anos após sua conversão,  então com apenas vinte anos, se tornou pastor da famosa Igreja Batista de New Park Street em Londres (anteriormente pastoreada pelo grande teólogo John Gill). A congregação rapidamente cresceu mais do que seu prédio poderia comportar, mudando-se então para o Exeter Hall, e de lá para o Surrey Music Hall. Nestes locais Spurgeon freqüentemente pregava para audiências com mais de 10.000 pessoas. Em 1861 a congregação se mudou definitivamente para o recém construído Tabernáculo Metropolitano.

Os sermões do Spurgeon foram e ainda são amplamente distribuídos e  traduzidos em muitas línguas. O conjunto dos trabalhos impressos de Spurgeon do denomindao principe dos pregadores é volumoso.

As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam consideraçơes sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasiăo, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem. Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.

Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda săo muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhă e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino. Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasiăo em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixăo o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.

Caro leitor,  por acaso você sabia que esse grande homem de Deus recusou a ordenação pastoral, como também o título de Reverendo? Spurgeon dizia que reverência deveria ser dada somente ao Senhor.

Pois é, a atitude de Spurgeon é tão diferente dos pastores, e apóstolos dos nossos dias não é verdade?  Lamentavelmente em nosso país existem inúmeros líderes cristãos que desejam ostentação e títulos. Outro dia fiquei sabendo de um pastor que  numa cerimônia suntuosa foi "coroado" apóstolo". Há pouco,  relatei o episódio ocorrido a um pastor de em Niterói, que da noite pro dia virou bispo presidente.

Prezado amigo, duvido que qualquer um desses apóstolos, bispos e pastores tenham feito mais pelo Reino do que Spurgeon. Confesso que essa mania tupiniquim por títulos eclesiásticos me assusta profundamente.

Com lágrimas nos olhos sou obrigado a concordar com o fato de que essa corja apostólica não está preocupada com a glória de Deus e sim exclusivamente com a exaltação de seus nomes, os quais acreditam sejam célebres e magnânimos.

http://renatovargens.blogspot.com.br/2012/05/spurgeon-os-apostolos-brasileiros-e-as.html

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O teste da Graça


O Evangelho é simples e certamente você já deve ter ouvido isso em algum momento da caminhada. Apesar dessa simplicidade, há uma insistência em torná-lo complicado. E isso se dá por vários caminhos, sendo o principal a religião. Muitos não satisfeitos com a proposta bíblica de salvação, acrescentam a ela suas idéias, tradições, opiniões e dogmas, acorrentando pessoas em um sistema imundo de religiosidade, gerando apenas cavalos encabrestados.

Não é difícil admitir que o Evangelho cause escândalo em sua proposta. De todas as religiões existentes – e são incontáveis – o cristianismo é o único que oferece a salvação completa do homem exigindo somente sua fé e não suas obras. Em qualquer outra que você possa imaginar, o merecimento é requisito fundamental para se alcançar a salvação, que assume várias conotações nas demais religiões: evolução espiritual, mudança de carma, etc.

É nisso que reside a simplicidade do Evangelho: você não precisa chegar-se a Deus com suas mãos cheias de obras e méritos, mas plenamente vazia, confiando somente em seu amor e graça, plenamente manifestados na cruz. E mais: é somente assim que se obtém salvação. “Pela fé” não é uma opção, é uma condição. E o fato de ter fé não se constitui uma obra. A fé é o meio para se alcançar a salvação (Ef 2:8-9).

Isto posto, inevitavelmente surge uma pergunta e a ela chamo de o Teste da Graça. É possível saber se estamos ou não na graça, se estamos ou não vivendo pela fé? Em uma pergunta mais dramática, será que estamos realmente salvos?

As respostas para essas perguntas são subjetivas e há uma forma indireta de se chegar a elas. O que te motiva a viver a vida cristã? Por que você estuda a Bíblia, freqüenta os cultos, jejua, ora, evangeliza, visita os necessitados e dá seu dízimo? É por teu amor a Deus, que é fruto do Seu amor por nós, ou é por medo, por competição com o próximo ou mesmo por interesse, de forma a tentar melhorar tua imagem perante Ele e ser considerado “bom” perante Ele e os demais irmãos?

A resposta é contigo, mas antes deixo uma reflexão: a Graça nos liberta do desejo por desempenho religioso. Nela, todas as disciplinas espirituais – que eu citei anteriormente – são resultados de um amor santo e divino por Deus. Não o amor que o mundo entende, mas o amor que é resultado do amor do Pai por nós, aquele que nos é derramado no coração pelo Espírito Santo (Rm 5). Por amarmos a Deus, buscamos sua vontade e obediência.

Penso que é isso que determina a felicidade, a segurança e a plena satisfação em Deus em nossa trajetória cristã. Somente confiando em sua graça e na transformação que ela opera em nós. A falta dessa confiança explica a multidão de crentes inseguros, tristes e agarrados à performance religiosa para agradar a um deus, eles pensam, cruel e injusto. São crentes que acordam achando-se salvos e vão dormir arrasados dando como certa sua entrada no inferno; que após um jejum se acham próximos de Deus e após assistir uma partida de futebol, acham-se seu inimigo. Esse tipo de comportamento é extremamente prejudicial e apenas indica a falta de uma genuína conversão.

Faça o teste. Ore como Davi e peça a Deus que esquadrinhe teu coração e verifique o que há de errado e promova o remédio. E o remédio é, sem dúvidas, a Graça. Ela lança fora o medo e a insegurança. Ela põe em nossos corações a convicção de que somos filhos de Deus e nos dá as boas obras, como evidência externa de conversão.

Paz para sua vida!

“Diante de Ti, Jesus, nada em minhas mãos trago; somente em Tua cruz me agarro” – Autor desconhecido.

“Algumas vezes penso que a própria essência de toda a posição cristã e o segredo de uma vida espiritual de êxito estão em reconhecer apenas duas coisas: preciso ter confiança completa e absoluta em Deus e nenhuma confiança em mim mesmo” – D. Martyn Lloyd-Jones

Fontes:
Tiago Lino Henriques – Editor do Blog do Lino

www.tiagolinno.wordpress.com