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terça-feira, 30 de junho de 2009

FAMÍLIA - PROJETO DE DEUS

Vivemos os tempos dificeis que o Espírito Santo revelou a Paulo. É com muito pesar que vejo a banalização daquilo que é sagrado, que foi instituído por Deus como o casamento, bem como a inversão dos valores até mesmo por aqueles que se dizem cristãos e servos do Deus vivo.

A família foi a primeira instituição estabelecida por Deus e, creio que como seus filhos devemos lutar com todas as nossas forças para preservá-la. Afinal, fazemos parte de uma igreja santa e a igreja é formada por famílias.

Malaquias 2: 10-17

"10 Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais?
11 Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao SENHOR dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
16 Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.
17 Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?”


Talvez o texto acima seja menosprezado por alguns defensores do divórcio, pelo mesmo se encontrar arraigado no Velho Testamento. Contudo, analisando o casamento à Luz da hermenêutica genuinamente bíblica, vamos entender que o casamento é uma aliança que teve a sua legitimidade no Antigo Testamento e continua no Novo Testamento sem perder a sua essência. Por ser uma aliança, que é um compromisso firmado perante Deus e a sociedade, somente a morte será capaz de quebrar esse acordo.

Jesus foi enfático quanto a posição do divórcio: “o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Marcos 10.9).Existem três instituições que Deus estabeleceu na esfera humana; a família, a nação e a igreja. A família foi a primeira a ser criada; as outras duas dependem dela.

O casamento ou matrimônio foi criado por Deus, confirmado por Jesus; é explanado pela Bíblia e efetuado pela Igreja e pela sociedade.

O QUE É O CASAMENTO?

Segundo o ensino geral da Sagradas Escrituras, o casamento é individualmente uma escolha. Se essa não for dirigida por Deus, os conjugues poderão ter sérios problemas pelo resto da vida.

Daí, a necessidade de se esperar em Deus e orar em busca do parceiro(a) ideal, como o fizeram os santos do passado.

Do ponto de vista social, o casamento é um contrato ou uma aliança feito entre um homem e uma mulher, na presença do Senhor, da família e da sociedade.

A FAMÍLIA COMO O ALICERCE DA IGREJA DE DEUS (Ef 5.29-32).

Observamos neste texto que a família cristã aparece como destaque e a Igreja é mencionada cinco vezes e, portanto ela deve ser a escola do lar por excelência. Antes de Deus estabelecer a Igreja historicamente, Ele constituiu a família. Na realidade, a Igreja, no aspecto atual e terreno, procede do lar, ou seja: da família e sem família não há igreja.

PERIGOS QUE AMEAÇAM A FAMÍLIA E A IGREJA

a) - Casamento misto: (Ed 9.1,2 1Co 7.39. 2Co 6.14).
b) - Divórcio:

Por que o divórcio torna-se um perigo para a família e a igreja?

O Divórcio arranca os alicerces do casamento quebrando a aliança firmada por dois seres, que passaram a ser uma só carne perante o Senhor.

A bíblia não encobre nem defende erros humanos, ainda que cometidos involuntariamente.

O divórcio é condenado por Deus e também o deve ser pelos ministros do Evangelho, constituídos por Ele aqui na terra para defenderem a ortodoxia da sua Palavra (Ml 2.16).

Deus não criou o divórcio nem ordenou a sua prática (Mt. 19.3-4). Ele tem contribuído para a separação entre pais e filhos, e a destruição da personalidade humana.

O divórcio torna os filhos do casal traumatizados e desajustados moral e espiritualmente. Ele não é regra nem exceção; é transgressão.

O divórcio geralmente é uma opção por casais que estão atravessando problemas conjugais, como sendo o caminho mais fácil. Porém a determinação do Senhor aos casais problemáticos, dada por intermédio de Paulo é: “ Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher” (1Corintios 7.10,11).

Deus nunca ordenou a prática do divórcio, ao contrário; seu preceito em relação ao casal é: “O que Deus ajuntou, não o separe o homem”(Mt.19.6).

O divórcio é uma profanação (Ml 2.10,11). Repudiar o cônjuge e casar com outro não é permitido na Dispensação da Graça (1Co 7.10,11)

DEVE O CRISTÃO SE DIVORCIAR E CASAR NOVAMENTE?

Não! Apesar de ser um direito social adquirido, legislado, sancionado através de leis em vigor em quase todo o mundo inclusive no Brasil; no entanto, não devemos esquecer que a Igreja constitui um povo diferente (1Co 10.32); uma nação santa (1Pe 2.9). Suas leis não foram inspiradas por homens profanos, mas pelo próprio criador e escritas por santos de Deus (2Pe 1.21).

“Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada, também comete adultério”(Mt.19.9).

Para um cônjuge contrair um segundo casamento, é necessário que o outro consorte esteja morto (Rm 7.2; 1Cor 7.39).

POR QUE DEUS CONDENA O DIVÓRCIO?

Por que ele é contrário ao plano que Deus estabeleceu para a família; é cruel para o cônjuge rejeitado, e injusto para os filhos (Mt 19.3). Se o divórcio se tornou maldição no tempo de Malaquias, também o é nos dias de hoje.

O casamento foi instituído por Deus, com o propósito de preservar o casal unido, consagrado e santificado. Entretanto, essas leis foram violadas pelos homens que buscam seus próprios interesses.

Nunca esqueça que o divórcio entrou no mundo pela dureza do coração dos homens, mais não pela vontade de Deus (Mt 19.8).

segunda-feira, 1 de junho de 2009

HERÓIS DA FÉ

Neste espaço, quero prestar minha homenagem a quem dedicou sua vida a traduzir a Palavra de Deus, que muito tem colaborado para o conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo

JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA

Entre a grande maioria dos evangélicos do Brasil, o nome de João Ferreira de Almeida está intimamente ligado às Escrituras Sagradas. Afinal, é ele o autor (ainda que não o único) da tradução da Bíblia mais usada e apreciada pelos protestantes brasileiros.

Disponível aqui em duas versões publicadas pela Sociedade Bíblica do Brasil - a Edição Revista e Corrigida e a Edição Revista e Atualizada - a tradução de Almeida é a preferida de mais de 60% dos leitores evangélicos das Escrituras no País, segundo p
esquisa promovida por A Bíblia no Brasil.


Se a obra é largamente conhecida, o mesmo não se pode dizer a respeito do autor. Pouco, ou quase nada, se tem falado a respeito deste português da cidade de Torres de Tavares, que morreu há 300 anos na Batávia (atual ilha de Java, Indonésia).

O que se conhece hoje da vida de Almeida está registrado na "Dedicatória" de um de seus livros e nas atas dos presbitérios de Igrejas Reformadas (Presbiterianas) do Sudeste da Ásia, para as quais trabalhou como pastor, missionário e tradutor, durante a segunda metade do século XVII.

De acordo com esses registros, em 1642, aos 14 anos, João Ferreira de Almeida teria deixado Portugal para viver em Málaca (Malásia). Ele havia ingressado no protestantismo, vindo do catolicismo, e transferia-se com o objetivo de trabalhar na Igreja Reformada Holandesa local.

Tradutor aos 16 anos

Dois anos depois, começou a traduzir para o português, por iniciativa própria, parte dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol. Além da Versão Espanhola, Almeida usou como fontes nessa tradução as Versões Latina (de Beza), Francesa e Italiana - todas elas traduzidas do grego e do hebraico.

Terminada em 1645, essa tradução de Almeida não foi publicada. Mas o tradutor fez cópias à mão do trabalho, as quais foram mandadas para as congregações de Málaca, Batávia e Ceilão (hoje Sri Lanka). Mais tarde, Almeida tornou-se membro do Presbitério de Málaca, depois de escolhido como capelão e diácono daquela congregação.

No tempo de Almeida, um tradutor para a língua portuguesa era muito útil para as igrejas daquela região. Além de o português ser o idioma comumente usado nas congregações presbiterianas, era o mais falado em muitas partes da Índia e do Sudeste da Ásia. Acredita-se, no entanto, que o português empregado por Almeida tanto em pregações como na tradução da Bíblia fosse bastante erudito e, portanto, difícil de entender para a maioria da população.

Essa impressão é reforçada por uma declaração dada por ele na Batávia, quando se propôs a traduzir alguns sermões, segundo palavras, "para a língua portuguesa adulterada, conhecida desta congregação".

Perseguido pela Inquisição, ameaçado por um elefante

O tradutor permaneceu em Málaca até 1651, quando se transferiu para o Presbitério da Batávia, na cidade de Djacarta. Lá, foi aceito mais uma vez como capelão, começou a estudar teologia e, durante os três anos seguintes, trabalhou na revisão da tradução das partes do Novo Testamento feita anteriormente.

Depois de passar por um exame preparatório e de ter sido aceito como candidato ao pastorado, Almeida acumulou novas tarefas: dava aulas de português a pastores, traduzia livros e ensinava catecismo a professores de escolas primárias.

Em 1656, ordenado pastor, foi indicado para o Presbitério do Ceilão, para onde seguiu com um colega, chamado Baldaeus. Ao que tudo indica, esse foi o período mais agitado da vida do tradutor.

Durante o pastorado em Galle (Sul do Ceilão), Almeida assumiu uma posição tão forte contra o que ele chamava de "superstições papistas", que o governo local resolveu apresentar uma queixa a seu respeito ao governo de Batávia (provavelmente por volta de 1657).
Entre 1658 e 1661, época em que foi pastor em Colombo, ele voltou a enfrentar problemas com o governo, o qual tentou, sem sucesso, impedi-lo de pregar em português.

O motivo dessa medida não é conhecido, mas supõe-se que estivesse novamente relacionado com as idéias fortemente anti-católicas do tradutor.

A passagem de Almeida por Tuticorin (Sul da Índia), onde foi pastor por cerca de um ano, também parece não ter sido das mais tranqüilas. Tribos da região negaram-se a ser batizadas ou ter seus casamentos abençoados por ele. De acordo com seu amigo Baldaeus, o fato aconteceu porque a Inquisição havia ordenado que um retrato de Almeida fosse queimado numa praça pública em Goa.

Foi também durante a estada no Ceilão que, provavelmente, o tradutor conheceu sua mulher e casou-se. Vinda do catolicismo romano para o protestantismo, como ele, chamava-se Lucretia Valcoa de Lemmes (ou Lucrecia de Lamos).

Um acontecimento curioso marcou o começo de vida do casal: numa viagem através do Ceilão, Almeida e Dona Lucretia foram atacados por um elefante e escaparam por pouco da morte. Mais tarde, a família completou-se, com o nascimento de um menino e de uma menina.

Idéias e personalidade

A partir de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala portuguesa da Batávia, onde ficou até o final da vida. Nesta nova fase, teve uma intensa atividade como pastor.

Os registros a esse respeito mostram muito de suas idéias e personalidade. Entre outras coisas, Almeida conseguiu convencer o presbitério de que a congregação que dirigia deveria ter a sua própria cerimônia da Ceia do Senhor.

Em outras ocasiões, propôs que os pobres que recebessem ajuda em dinheiro da igreja tivessem a obrigação de freqüentá-la e de ir às aulas de catecismo. Também se ofereceu para visitar os escravos da Companhia das Índias nos bairros em que moravam, para lhes dar aulas de religião - sugestão que não foi aceita pelo presbitério - e, com muita freqüência, alertava a congregação a respeito das "influências papistas".

Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da Bíblia, iniciado na juventude. Foi somente então que passou a dominar a língua holandesa e a estudar grego e hebraico. Em 1676, Almeida comunicou ao presbitério que o Novo Testamento estava pronto.

Aí começou a batalha do tradutor para ver o texto publicado - ele sabia que o presbitério não recomendaria a impressão do trabalho sem que fosse aprovado por revisores indicados pelo próprio presbitério. E também que, sem essa recomendação, não conseguiria outras permissões indispensáveis para que o fato se concretizasse: a do Governo da Batávia e a da Companhia das Índias Orientais, na Holanda.

Exemplares destruídos

Escolhidos os revisores, o trabalho começou e foi sendo desenvolvido vagarosamente. Quatro anos depois, irritado com a demora, Almeida resolveu não esperar mais - mandou o manuscrito para a Holanda por conta própria, para ser impresso lá. Mas o presbitério conseguiu parar o processo, e a impressão foi interrompida.

Passados alguns meses, depois de algumas discussões e brigas, quando o tradutor parecia estar quase desistindo de apressar a publicação de seu texto, cartas vindas da Holanda trouxeram a notícia de que o manuscrito havia sido revisado e estava sendo impresso naquele país.

Em 1681, a primeira edição do Novo Testamento de Almeida finalmente saiu da gráfica. Um ano depois, ela chegou à Batávia, mas apresentava erros de tradução e revisão. O fato foi comunicado às autoridades da Holanda e todos os exemplares que ainda não haviam saído de lá foram destruídos, por ordem da Companhia das Índias Orientais.

As autoridades Holandesas determinaram que se fizesse o mesmo com os volumes que já estavam na Batávia. Pediram também que se começasse, o mais rápido possível, uma nova e cuidadosa revisão do texto.

Apesar das ordens recebidas da Holanda, nem todos os exemplares recebidos na Batávia foram destruídos. Alguns deles foram corrigidos à mão e enviados às congregações da região (um desses volumes pode ser visto hoje no Museu Britânico, em Londres). O trabalho de revisão e correção do Novo Testamento foi iniciado e demorou dez longos anos para ser terminado.

Somente após a morte de Almeida, em 1693, é que essa segunda versão foi impressa, na própria Batávia, e distribuída.

Ezequiel 48.21

Enquanto progredia a revisão do Novo Testamento, Almeida começou a trabalhar com o Antigo Testamento. Em 1683, ele completou a tradução do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Iniciou-se, então, a revisão desse texto, e a situação que havia acontecido na época da revisão do Novo Testamento, com muita demora e discussão, acabou se repetindo. Já com a saúde prejudicada - pelo menos desde 1670, segundo os registros --, Almeida teve sua carga de trabalho na congregação diminuída e pôde dedicar mais tempo à tradução. Mesmo assim, não conseguiu acabar a obra à qual havia dedicado a vida inteira.

Em 1691, no mês de outubro, Almeida morreu. Nessa ocasião, ele havia chegado até Ezequiel 48.21. A tradução do Antigo Testamento foi completada em 1694 por Jacobus op den Akker, pastor holandês. Depois de passar por muitas mudanças, ela foi impressa na Batávia, em dois volumes: o primeiro em 1748 e o segundo, em 1753.

Fonte: A Bíblia no Brasil, nº. 160, 1992, p. 14.

http://pastoralexandrefarias.blogspot.com/2008/04/heris-da-f-joo-ferreira-de-almeida.html