Páginas

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O arrebatamento da Igreja


INTRODUÇÃO

"E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (João 14 : 3).

Cristo prometeu voltar outra vez. Pela bíblia, entendemos que a volta de Cristo apresenta duas finalidades que dar-se-á em dois eventos distintos. Em um dos eventos que envolvem sua volta, encontra-se a doutrina do arrebatamento da igreja que ao longo dos séculos foi a mola propulsora para que a mensagem da salvação, pelo Espírito Santo, rompesse os continentes e chegasse até aos confins da terra (Atos 1 : 8). Muito embora o novo testamento fale claramente sobre esse tão esperado momento, o arrebatamento da igreja não é uma doutrina unânime entre os que se dizem seguidores de Cristo. Há alguns que até no início creram, mas que pela aparente demora em Jesus voltar, perderam a fé e passaram a crer que isso não acontecerá. Esses tais ainda passaram a escarnecer desse ensino e até daqueles que acreditam na vinda do Senhor (2Pedro 3 : 3 , 4). Mas, entre aqueles que acreditam também há os que se divergem no tempo em que ocorrerá o arrebatamento. Neste comentário estarei abordando sobre isso.

I – TODOS OS SALVOS SERÃO ARREBATADOS.

1. A reunião dos salvos no encontro com Cristo. "Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1Tessalonicenses 4 : 17). O arrebatamento é uma doutrina genuinamente bíblica que ensina que os crentes vivos, por ocasião deste evento, subirão a encontrar o Senhor nos ares, para assim estarem para sempre com o Senhor, sem nunca mais se separarem. Infelizmente, há alguns crentes que discordam e há outros que acreditam que o arrebatamento se dará conforme a interpretação que tiveram das escrituras. Daí surgiu três doutrinas quanto ao arrebatamento da igreja que são: a) Arrebatamento pré-tribulacional; b) Arrebatamento meso-tribulacional ou midi-tribulacional e; c) Arrebatamento pós tribulacional.

a) Arrebatamento pré-tribulacional: É a doutrina que ensina que a igreja será arrebatada antes da grande tribulação. Este é o ensino defendido pela maioria dos cristãos, porque se harmoniza perfeitamente com as profecias escatológicas. Por ela, entendemos que a igreja do Senhor não passará pela grande tribulação pelos seguintes motivos:

1. A grande tribulação será o período mais negro da história humana, pois será o tempo onde Deus irá derramar a sua ira sobre aqueles que deliberadamente blasfemam contra Seu santo Nome e aceitam o plano de Satanás na pessoa do anticristo (Apocalipse 14 : 10). A igreja do Senhor é formada de judeus, mas na sua maioria de gentios que pela fé foram justificados no sangue de Jesus. Por esta fé a igreja será salva da ira (Romanos 5 : 1 - 9).

2. Como gentios, pela fé nos convertemos dos ídolos a Deus para servirmos o Deus vivo e verdadeiro. Assim, agora estamos esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1Tessalonicenses 1 : 10).

3. Temos a promessa do próprio Senhor de não sofrermos a grande tentação que virá sobre todos os que habitam na terra (Apocalipse 3 : 10).

4. O período da grande tribulação é um plano de Deus para com Israel exclusivamente, como profetizou Daniel: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo." (Daniel 9 : 24). A igreja remida não faz parte desse plano que terá seu cumprimento na grande tribulação e que será consumado quando Jesus vier em glória visivelmente; momento em que Israel reconhecerá aquele a quem rejeitaram, matando-o numa cruz (Apocalipse 1 : 7).

5. A igreja, pelo arrebatamento antes da grande tribulação entrará na glória primeiro que Israel, por ela haver aceitado o plano da salvação que por eles foi rejeitado. “E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus. E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros” (Lucas 13 : 29 – 30).

6. O arrebatamento pré-tribulacional é a prova do grande amor de Deus revelado ao mundo na pessoa de Seu filho Jesus (João 3 : 16).

7. Jesus mesmo ensina sobre esse evento, exortando a Sua igreja a vigilância e ao preparo quando diz: “Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mateus 24 : 40 – 42).

Esta é a doutrina na qual eu também acredito, na qual Jesus virá antes da grande tribulação para aqueles que o aguardam e amam a sua vinda. "E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda." (1João 2 : 28).

b) Arrebatamento meso-tribulacional: É a doutrina defendida por um grupo de cristãos em que o arrebatamento se dará em meio ao último período da grande tribulação, ou seja, no meio dos últimos três anos e meio. Segundo este ensino, a Igreja passaria pela ira e a perseguição do anticristo na primeira metade da Tribulação. A doutrina meso-Tribulacionista se embasa na profecia das duas testemunhas em Apocalipse 11 : 12 para apontar que o arrebatamento ocorreria no meio da Tribulação, como diz: “E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram”. O termo "Subi para aqui" seria o momento do Arrebatamento da Igreja, mas nesse versículo fica claro que quem sobe são somente as duas testemunhas, e não a Igreja como um todo.

c) Arrebatamento pós-tribulacional. É a doutrina que ensina que a igreja só será arrebatada após a tribulação, quando Jesus vier em glória. Os defensores desta doutrina colocam a igreja e Israel no mesmo patamar e consideram os santos da grande tribulação como se fossem a igreja (Apocalipse 13 ; 7). Mas esses santos são aqueles que se converterão nesse período, pois o evangelho será pregado pelos 144.000 judeus e pelos anjos (Apocalipse 14 : 6 , 7). Essa tese ainda defende que a fé da igreja terá de ser provada pela grande provação sob o domínio do anticristo e que somente os que perseverarem até o fim é que serão salvos ou arrebatados. Tal ensino vai de encontro as profecias que mostram Jesus retornando em glória acompanhado dos santos que é a sua igreja. Judas cita que Enoque profetizou esse dia: "E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;" (Judas 1 : 14).

Os defensores das doutrinas meso e pós-tribulacionistas condenam a doutrina pré-tribulacionista alegando não haver base escrituristica para tal. Dizem que ela foi inventada em meados de 1800 por um inglês chamado John Nelson Darby e que se tornou febre entre os protestantes devido a comentários de rodapé da bíblia Scofield. Mas nossa fé não é baseada em comentários de rodapé de bíblias, mas na revelação divina das Escrituras. "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;" (2Timóteo 3 : 16).

2. Quem será arrebatado. Certamente que aqueles que acreditam e que purificam suas vidas, como dizem as Escrituras: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1João 3 : 2 , 3). O arrebatamento será a ocasião em que se verá a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve (Malaquias 3 : 18 ; Mateus 7 : 21 – 23). Atualmente o justo e o ímpio ocupam o mesmo espaço, assim como o joio está entremeado entre o trigo (Mateus 13 : 24 – 41). O ímpio não é o pecador alienado da comunhão e da presença de Deus como muitos pensam. Não, o ímpio, assim como o justo, professam servir a Deus. Muitos deles oram, profetizam, expulsam demônios, falam em línguas e até operam maravilhas em Nome de Jesus. Mas cometem injustiça contra o próximo que é a prática da iniquidade. A estes o Senhor dirá: "E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7 : 23). Estes não serão arrebatados, mas somente aqueles que praticam a justiça e amam o seu próximo, pois o Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade (2Timóteo 2 : 19).

II – O ARREBATAMENTO E A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

1. A ignorância acerca dos mortos. "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança." (1Tessalonicenses 4 : 13).

Paulo havia instruído as igrejas sobre a doutrina da ressurreição, pois, por onde passou, ele nunca deixou de ensinar todo o conselho de Deus (Atos 20 : 27). Mas na sua ausência os falsos cristos distorceram seus ensinos levando o povo a duvidar das promessas de Deus. Como exemplo temos Himeneu e Fileto que na igreja em Éfeso desviaram a fé de alguns, asseverando que a ressurreição já havia acontecido. “E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns” (2Timóteo 2 : 17 , 18). Esses falsos ensinos se disseminaram pelas igrejas a ponto de levar Paulo novamente a exortá-las quanto a essa gloriosa promessa. Tal ensino permissivo chegou a igreja de Corinto, onde Paulo chama de bestas àqueles que espalharam heresias a respeito da ressurreição em Éfeso e em Corinto: Vejam o que Paulo diz: “Se, como homem, combati em Éfeso contra as bestas, que me aproveita isso, se os mortos não ressuscitam? Comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa” (1Corintios 15 : 32 – 34).

Semelhantemente nos dias de hoje, há muita ignorância a respeito de vários assuntos pertinentes a nossa salvação, por culpa de ensinos distorcidos de falsos mestres agindo no seio da igreja.

2. A primeira e a segunda ressurreição. "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." (1Tessalonicenses 4 : 16).

A bíblia nos fala de duas ressurreições; uma para os salvos e outra para os perdidos. Daniel profetizou: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." (Daniel 12 : 2). Muitos entendem que haverá apenas uma ressurreição simultânea de salvos e perdidos, assim como interpretam a segunda vinda de Cristo como sendo apenas uma. Isso porque interpretam erroneamente o que Jesus disse: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5 : 28 , 29). Mas a Paulo a quem o Senhor escolheu como apóstolo dos gentios, foi revelado àquilo que ficou oculto aos judeus. E é Paulo quem nos fornece detalhes sobre a doutrina da ressurreição, conforme a vemos no capítulo 15 de 1Corintios. No Apocalipse João alude a duas ressurreições (Apocalipse 20 : 5 , 6).

Porque a ressurreição? Ao entrar na eternidade, todos entrarão vivos; tanto na eternidade ao lado de Deus como longe dele. A entrada no reino dos céus se dará com pessoas vivas, assim como no juízo final todos deverão comparecer vivos na presença do juiz do trono branco (Apocalipse 20 : 13).

3. A transformação dos crentes que estiverem vivos quando Jesus voltar. "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;"  (1Coríntios 15 : 51).

A carne e o sangue não herdarão o reino de Deus. Por isso, por ocasião do arrebatamento, ante o toque da trombeta conclamando os salvos a se reunirem com o Senhor, os corpos dos crentes que estiverem vivos passarão por uma radical transformação. Aquilo que é mortal se tornará imortal, o que corruptível se tornará incorruptível. Nosso corpo se tornará glorioso semelhante ao do Senhor, pois assim como Ele é nós seremos (1João 3 : 2). Para entrar na cidade santa que está nos céus, nosso corpo deverá ser igual ao do Senhor e Ele mesmo será quem efetuará essa transformação. “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses 2 : 20 , 21).

III – ANTES DO ARREBATAMENTO E DEPOIS DELE

1. Antes, é preciso vigilância. Como foi bem enfatizado nos comentários das lições anteriores, enquanto Jesus não vem é preciso cuidado e muita vigilância. Lucas registrou as palavras do Senhor no seu evangelho que diz que esse dia virá como um laço sobre os que habitam na terra. Além de vigilância, o Senhor nos pede cautela em algumas áreas da vida.

“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra.  Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21 : 34 – 36).

2. Depois viveremos felizes para sempre. Não é um conto de fadas, mas depois de vencido os embates da vida, enfim, estaremos para sempre com o Senhor. Como igreja, por amor de Jesus sofremos as mais diversas aflições. Por pregarmos Sua Palavra, muitas vezes somos incompreendidos. Por amor de seu nome amigos e até parentes se afastam e nos desprezam. Mas, enquanto esse dia não chega àquele que nos prometeu o reino dos céus nos conforta:Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5 : 10).

CONCLUSÃO

Jesus arrebatará a Sua igreja. Não uma igreja, mas a Sua igreja. Aquela que lhe foi fiel e suportou as adversidades e perseguições por causa de seu Nome. No arrebatamento estaremos com o Senhor e também com nossos entes queridos que ora domem no seio de Abraão. Quando a trombeta tocar o Senhor descerá dos céus. Trará consigo aqueles que nEle dormem e os ressuscitará. Simultaneamente nosso corpo será transformado e juntos subiremos a encontrar o Senhor nos ares. Essa é a nossa esperança.

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Esteja Alerta e Vigilante, Jesus Voltará!



INTRODUÇÃO

Dando seguimento ao estudo sobre escatologia, a lição desta semana trás como tema: “Esteja Alerta e Vigilantes, Jesus Voltará”. Na introdução da revista o comentarista enfatiza que Jesus alertou várias vezes sobre a natureza súbita de sua vinda, mas que mesmo assim, muitos crentes estão descuidados e envolvidos com os afazeres desta vida e não preparados para o grande momento em que Jesus voltará. Realmente, a grande maioria dos crentes está mais preocupada com bênçãos, prosperidade e vitórias, mas não com a volta do Senhor. De quem é a culpa em parte? Na lição anterior, comentei a respeito do servo fiel e prudente, mostrando que esta parábola citada por Jesus ser refere a liderança da igreja (Mateus 24 : 45 – 47 ; Lucas 12 : 42 – 46). A estes, foi dada a responsabilidade de dar ao rebanho o sustento a seu tempo, que é o ensino da Palavra, para que quando o Senhor voltar, não encontre um povo despreparado. O líder, seja pastor, bispo, presbítero ou como se intitule, precisa cuidar da igreja do Senhor como a meninos novamente nascidos, dando-lhe o alimento adequado na hora certa (1Pedro 2 : 2). Quando Jesus aqui voltar deseja encontrar os líderes fazendo o que lhes foi confiado e o rebanho bem alimentado, isto é, preparado para recebê-lo. Eis porque a razão do Senhor alertar: "Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim."  (Mateus 24 : 46 ACF).

I – A VINDA REPENTINA DE JESUS.

1. Como um relâmpago. "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem." (Mateus 24 : 27ACF ). 

Quando se forma uma tempestade com, relâmpagos, raios e trovões é aconselhável procurar abrigo e se proteger. Isto porque, todos sabem que um raio pode cair a qualquer momento, mas não se sabe precisar o exato momento. A mesma coisa acontece com o relâmpago que inesperadamente ilumina os céus e rapidamente desaparece. Jesus comparou sua vinda desta maneira com o fim de levar a Sua igreja. Os tempos em que vivemos são turbulentos, comparados a uma tempestade com raios e trovões e relâmpagos. Assim, como um relâmpago, Jesus pode surgir e nos levar daqui num abrir e fechar de olhos.

Mas, e sobre o que Ele disse: "E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. Não vades, nem os sigais;" (Lucas 17 : 23 ACF)? Sabendo que Jesus virá como um relâmpago, pode ocorrer de alguém ainda ser enganado? Sim, e não são poucos. Na lição nº 2 foi falado a respeito do surgimento de falsos cristos e falsos profetas que viriam em nome de Jesus e assim enganariam a muitos. Repito aqui que os falsos cristos são aqueles que em nome de Jesus se apresentam nas igrejas como “ungidos de Deus”, uma vez que o termo “cristo” no novo testamento é o mesmo que “ungido” no antigo testamento. Fazendo o povo acreditar que são ungidos (cristos), eles podem facilmente enganar as massas dizendo que Cristo está exclusivamente na vida deles, operando curas, libertações e maravilhas. Ou ainda que Jesus esteja presente lá nas igrejas que eles dirigem, como uma maneira de atrair o povo até eles. Quem nunca ouviu propaganda de determinadas igrejas alardeando que Jesus está alí e que está operando e quem for lá receberá a sua bênção? Quantos pregadores não tem se apresentado nas igrejas realizando sinais e maravilhas? Estes, geralmente se apresentam nas igrejas como aquele quem tem uma unção especial e realizam campanhas de dois ou três dias, conforme a presença e o gosto do público. Mas no final se percebe o engano, quando começam a distribuir envelopes, levando o crente enganado a realizar desafios com Deus para ser abençoado. Os falsos cristos e falsos profetas nunca fazem nada de graça, pois sempre cobram por seus feitos.

Atente para o que Jesus disse aos religiosos que queriam saber sobre a chegada do reino de Deus. “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós” (Lucas 17 : 20 , 21 ACF).

Jesus ainda disse que aquele que nEle cresse faria as obras que Ele fez e as faria ainda maiores, pois Ele iria para o Pai (João 14 : 12). Mas o que vemos? Crentes que quando passam por situações difíceis em algumas áreas da vida e até mesmo de enfermidades, esquecem que o reino de Deus está entre eles. Em vez de entrarem na presença de Deus em oração, sabendo que o Pai responderá toda petição que for feita em o Nome de Jesus, os tais vão a busca de soluções nos templos, achando que só lá Deus irá lhes responder; isso quando não, procuram aqueles que possuem o dom de profecia e de revelação.

2. Como um ladrão. "Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa." (Mateus 24 : 43 ACF). Porque Jesus comparou a sua vinda com a ação de um ladrão? É por que o ladrão quando vai agir ele não manda aviso. Assim Jesus virá, pois o arrebatamento não será precedido de sinais. Mas, e os sinais que Jesus falou? Os sinais mencionados no sermão escatológico do monte apontam para a vinda de Jesus em glória que se dará sete anos após a igreja ter sido arrebatada, quando ele virá visivelmente assim como subiu ao céu (Atos 1 : 11 ; Apocalipse 1 : 7). Logo, precisamos dobrar a vigilância sabendo que a vinda de Jesus está muito mais perto que imaginamos.

Atente que Jesus também falou sobre a ação do ladrão que se dará em alguma vigília da noite. A noite aqui tem um sentido espiritual, pois vivemos em um mundo imerso em trevas. Na parábola das dez virgens, o clamor sobre a chegada do noivo se deu a meia-noite (Mateus 25 : 6). Paulo também profetizou sobre isso: "Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite;"  (1Tessalonicenses 5 : 2 ACF). Da mesma maneira Pedro se expressou: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite...” (2Pedro 3 : 10a ACF). Assim, convém estarmos vigilantes e não dormirmos, como nos exorta as Escrituras: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios” (1Tessalonicenses 5 : 4 – 6 ACF).

Quanto a esse dia, Jesus requer vigilância da Sua igreja e principalmente daqueles que a lideram: "Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei." (Apocalipse 3 : 3 ACF).

II – COMO FOI NOS DIAS DE NOÉ

1. Comiam e bebiam; 2. Casavam e davam-se em casamento. "Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos."  (Lucas 17 : 27 ACF).

A expressão comer, beber, casar e dar-se em casamento não se constitui um sinal que identifique a vinda do Senhor. Quando o Senhor se expressou dessa maneira, aludindo sobre o que acontecia no tempo de Noé, Ele quis dizer que as pessoas naquela época estavam vivendo normalmente, realizando seus afazeres e suas necessidades diárias, sem levarem em conta que o mundo em que viviam prazerosamente em breve seria destruído pelas águas do dilúvio. Eles foram avisados, pois o justo Noé, incessantemente pregou sobre esse dia por 120 anos. Mas, deliberadamente decidiram não crer e foram surpreendidos quando as águas cobriram o planeta destruindo tudo o que era vivo.

Assim também nos dias em que vivemos. Muito embora se apregoe que Jesus está voltando e se mostre os sinais que são evidentes, muitos ignoram e até zombam achando que a vinda do Senhor é uma utopia. Os tais também serão surpreendidos e lamentarão amargamente.

III – A CORRUPÇÃO GERAL NA TERRA

1. Toda a terra estava corrompida e violenta“A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gênesis 6 : 11 , 12 ACF). 

Quando Jesus disse que os dias anteriores a sua vinda seriam semelhantes aos dias de Noé, Ele quis chamar nossa atenção ao que ocorreria na terra nos últimos dias. Quais fatores levaram Deus a destruir o mundo no tempo de Noé? CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA! Não é o que estamos presenciando atualmente na sociedade? No meio político e até no religioso vemos a corrupção desenfreada. No mundo religioso, muitos homens por amor ao dinheiro estão se desviando da fé e traspassando-se a sí mesmo com muitas dores (1Timóteo 6 ; 10 ACF). 

No cenário político presenciamos, em particular, o nosso Brasil mergulhar numa crise sem precedentes, por causa da ganancia daqueles que foram eleitos para dirigir este país.
E quando se fala em violência, vemos que nem dentro das casas as pessoas tem segurança. Aqueles que precisam se locomover diariamente de suas casas para o trabalho ou escolas, andam apreensivos por medo de serem assaltados, seja nas ruas ou nos coletivos.

2. O juízo de Deus sobre a corrupção geral. Diante destas atrocidades, as pessoas se revoltam, fazem protestos e cobram posições dos governantes. Mas estamos vivendo os dias semelhantes aos de Noé, onde só uma intervenção divina porá fim ao caos em que o mundo ora está imerso. Enquanto isso, oremos e vigiemos. "Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem."  (Lucas 21 : 36 ACF).

IV – COMO FOI NOS DIAS DE LÓ

1. Dias de intensa corrupção; 2. A corrupção mundial; “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar” (Lucas 21 : 28 – 30 ACF).

Assim como nos dias de Noé, Jesus ilustrou que os dias anteriores a sua vinda seriam semelhantes aos dias em que Ló viveu em Sodoma. Quando falamos nos dias de Ló, logo vem a mente a corrupção moral em que Sodoma e Gomorra se afundaram. Sodoma e as cidades circunvizinhas, Gomorra, Admá e Zeboim foram devastadas pelo fogo divino assim que Ló saiu de lá e se refugiou em Zoar. Judas, o irmão do Senhor diz: "Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."  (Judas 1 : 7 ACF). Sim, a depravação e a corrupção moral foi um dos fatores que levaram Deus a condenar àquelas cidades a destruição pelo fogo. Quando Judas menciona que havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne”, está se referindo a prática do homossexualismo em que a sociedade daquelas cidades se atolaram. Mas, não foi somente por isso que aquelas cidades foram destruídas. Há outro fator que muitos desconhecem, mas que está bastante evidente no meio cristão, como um dos sinais da vinda do Senhor – a INIQUIDADE.

Em Mateus 24 : 12, Jesus disse que por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria. O que seria a iniquidade? Geralmente se confunde a iniquidade com o pecado, por isso, muitos não se dão conta que podem estar cometendo-a. Segundo o dicionário, pecado é toda a transgressão contra a lei de Deus e iniquidade é “maldade”, “perversidade”. Mas, segundo a bíblia, iniquidade é a injustiça praticada contra o semelhante, falta de amor e de respeito. O profeta Ezequiel quando denunciou a prevaricação de Judá, citou como exemplo o que aconteceu com Sodoma que a levou a destruição: "Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado."  (Ezequiel 16 : 49 ACF). Sodoma tinha muita fartura, mas não olhava para quem tinha necessidades.

Quando a igreja do Senhor nasceu no dia de Pentecostes, toda a comunidade de crentes vivia na equidade, que é a prática da justiça e do amor. "Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos."  (Atos 4 : 34 ACF). Tudo o que a igreja fazia era em prol do bem de todos, pois todos viviam no amor que ensinou Jesus. Os líderes da igreja recebiam as contribuições dos irmãos e as administravam em benefício do bem comum de todos. Mas, com o aumento da iniquidade, o amor de muitos esfriou, a ponto de estarmos vivendo os dias semelhantes aos de Ló. Apesar de Ló viver nessas cidades corrompidas moralmente e pela iniquidade, ele preservou sua justiça. Assim como Noé, esse foi o diferencial que fez Ló escapar da destruição daquelas cidades. Ló é um exemplo da igreja fiel que pratica a justiça e que será arrebatada.

Pedro também se reportou sobre o ocorrido naquelas cidades: “E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas); Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados” (2Pedro 2 : 6 – 9 ACF).

3. A destruição da família. O comentário do tópico assevera que a família tradicional esta sendo destruída por causa de projetos malignos como a “ideologia do gênero”. Certamente que isso tem confrontado o modelo divino estabelecido para a família. Porém, muitos ignoram que existe um mal ainda maior destruindo famílias e até no meio religioso – o DIVÓRCIO. O divórcio tem sido como um câncer nestes últimos dias, pois ele, além de separar casais, atinge diretamente os filhos que não estão preparados para conviver com a ausência dos pais. Na maioria dos casos, com raras exceções, a parte repudiada e os filhos são os que mais sofrem onde muitos deles entram para o submundo do crime, da prostituição e das drogas. As recentes leis elaboradas têm facilitado casais que não desejam mais viver juntos. Não seria o diabo também por trás disso destruindo as famílias?

O modelo que Deus estabeleceu para a família é o casamento monogâmico, de um macho com uma fêmea e que só pode ser diluído pela morte (Romanos 7 : 3). E, muito embora Deus se mostre totalmente contrário a essa prática, chegando a dizer que odeia o divórcio, muitos crentes preferem seguir na contramão de Sua vontade em busca de uma felicidade egoísta (Malaquias 2 : 16). Recentemente uma igreja de renome alterou seu estatuto para permitir que seus obreiros se divorciem e casem de novo para poderem permanecer no ministério cristão. A mídia divulgou que certo pastor se divorciou de sua esposa e anunciou seu novo casamento, mostrando inclusive o convite ao público.

Ainda que muitos aprovem essa prática, inclusive igrejas evangélicas, a palavra de Deus continua fiel quando diz: "Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também." (Lucas 16 : 18 ACF). "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará."  (Hebreus 13 : 4 ACF).

CONCLUSÃO

Os fatos que ora presenciamos, são mais que claros mostrando que Cristo está voltando. Certamente que a paciência divina está chegando a seu limite, pois Deus, que é santo e justo, não poderá tolerar mais a violência, a corrupção moral e religiosa e a iniquidade no seu mais alto grau. Não podemos ficar indiferentes aos acontecimentos, mas, semelhantes a Noé e Ló, não devemos nos conformar com o que ocorre ao nosso redor. É nosso dever falar e, se possível denunciar o erro, mas tendo o cuidado de preservar nossa integridade e agir com justiça. Enquanto Jesus não vem, preguemos a justiça e falemos a verdade, ainda que sejamos rejeitados, pois nosso dever é batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Judas 1 : 3). Maranatha, ora vem Senhor Jesus!

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Esperando a Volta de Jesus


INTRODUÇÃO

Nesta semana, a terceira lição da Escola Dominical (CPAD) terá como assunto: ESPERANDO A VOLTA DE JESUS. É uma oportunidade para o professor explicar os eventos que envolvem a segunda vinda de Cristo, como o arrebatamento e o seu retorno em glória. Como bem enfatizei no comentário anterior, a vinda de Jesus para arrebatar os escolhidos não é precedido de sinais específicos. Portanto, no momento do arrebatamento haverá uma grande surpresa, não para aqueles que estão aguardando esse dia, mas para os que não estão levando a sério esta promessa, assim como fizeram os antediluvianos (Mateus 24 : 37 – 39). Por isso, Jesus exorta-nos à vigilância porque esse dia virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra.  (Lucas 21 : 35).

A lição está dividida em três tópicos com seus sub-tópicos. O primeiro é:

I - AGUARDANDO A VOLTA DO SENHOR.

1. Com fé e vigilância. Sem dúvida a vigilância precisa ser constante, uma vez que não sabemos o dia em que a trombeta soará anunciando a vinda do Senhor para ressuscitar os santos e arrebatar os que estiverem preparados (1Tessalonicenses 4 : 16 , 17). E acrescento que essa vigilância deva ser acompanhada de fé e de paciência que são virtudes fundamentais para aquele que espera o cumprimento da grande promessa, como diz: "Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa."  (Hebreus 10 : 36); “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.  Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5 : 7 , 8).

E quanto a fé, esta é sinônimo de fidelidade. Fidelidade é o oposto de infidelidade, que é a falta de fé e incredulidade. Por isso que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11 : 6). No capítulo três da carta aos Hebreus, o escritor sacro traz a lembrança o que aconteceu com o povo de Israel no deserto a caminho da terra prometida. Eles haviam saído da escravidão no Egito e iam a busca de alcançar a promessa na terra que manava leite e mel, assim como aguardamos a promessa de entrarmos nos céus, pelo arrebatamento. Mas uma grande maioria do povo escolhido endureceu o coração e provocaram ao Senhor com sua falta de fé. Deus se indignou com estes que morreram no deserto. “E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hebreus 3 : 19). Que não aconteça o mesmo conosco.

2. Cheio do Espírito Santo. O que é um crente cheio do Espírito Santo? Infelizmente a concepção que se tem de um crente cheio do espírito Santo é daquele que fala língua estranha, profetiza e revela o oculto. Confundem ser cheio com o ser batizado no Espírito Santo, pois algumas igrejas só separam obreiros se estes possuem o dom de falar em línguas. Ora, João o batista era cheio do Espírito Santo desde o ventre materno, mas nunca se ouviu que ele tenha falado em línguas (Lucas 1 : 15). Não entrarei em mais detalhes quanto a isso, mas o crente cheio do Espírito Santo é aquele que produz o fruto do Espírito em sua vida e não aquele que possui dons espirituais. Há crentes que possuem dons espirituais, mas que ficarão de fora do reino de Deus (Mateus 7 : 21 – 23). Já o crente cheio do Espírito manifesta em sua vida o fruto deste que é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.  (Gálatas 5 : 22). Ser cheio do Espírito é viver no amor e na prática da justiça (equidade), procurando em tudo agradar ao Senhor. “Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade; aprovando o que é agradável ao Senhor” (Efésios 5 : 9 , 10).

3. Em santidade e amor. A todos os que almejam serem arrebatados a encontrar o Senhor nos ares, precisam ter uma vida de santificação e, sobretudo viver em paz com todas as pessoas, como diz: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;" (Hebreus 12 : 14). Viver em paz, é obedecer o maior mandamento que Jesus nos legou – o amor a Deus e ao próximo. Ele, como nosso mestre demonstrou esse amor dando sua vida em nosso favor.

E ser santo significa ser separado de tudo aquilo que agride e fere a santidade de Deus. Escrevendo aos Coríntios, Paulo ensina que um conceito de santidade é se apartar de tudo aquilo que entristece e provoca a ira de Deus, sendo uma delas a idolatria em todas as suas formas (1Corintios 6 ; 14 – 18 ; 7 : 1). Mas escrevendo aos Tessalonicenses, ele ensina que a santificação está relacionada ao cuidado com o nosso corpo que é o templo e a habitação do Espírito Santo, que de alguma maneira não deve ser violado ou profanado pela prostituição. "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição;" (1Tessalonicenses 4 : 3); "Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra;"  (1Tessalonicenses 4 : 4). Por isso, na vinda do Senhor para levar os santos, só irão aqueles que se estiverem santificados em tudo; espírito, alma e corpo (1Tessalonicenses 5 : 23). Muitos crentes não levam a sério isso, por ainda entenderem que os templos feitos pelas mãos dos homens são casas de Deus. Por isso, tatuam seus corpos e deformam-no com mutilações aplicando piercings e outros objetos, mas crendo que Deus não levará em conta essas bizarrices cometida contra o corpo. Paulo ensinou: "Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo." (1Coríntios 3 : 17).

II – ATITUDES ERRÓNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS

1. Ignorar a vinda de Jesus. Chamo a atenção dos leitores, alunos e professores para o comentário deste tópico. O comentarista cita Mateus 24 : 45 a 47, sobre cujo texto se diz que Jesus apresenta o exemplo de dois servos, o servo fiel e prudente e o mau servo. Mas na verdade é só um servo. Um grande problema que hoje temos são as inúmeras versões da bíblia, onde em algumas delas existem alterações em textos que mudam totalmente o sentido que Deus quer nos ensinar. Certamente o comentário deste tópico foi embasado na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada), cujo texto dá a entender que eram dois servos, um bom e outro mau. Mas, analisando o mesmo texto de Mateus em uma bíblia fiel ao texto original e comparando com o que escreveu Lucas no seu evangelho sobre o mesmo tema, vamos ver que se trata apenas de um tipo de servo.

Outro detalhe importante a se observar nesta passagem, é que Jesus não está falando para o rebanho (igreja) propriamente, mas para aqueles que têm a responsabilidade de guia-lo e ensiná-lo, que, de acordo com o Novo Testamento seriam os presbíteros (1Timóteo 5 : 7 ; Tito 1 : 5), mas no caso das igrejas de hoje, são pastores ou bispos. Vejamos o que diz Mateus 24 : 45 a 47:

“45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? 46  Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. 47  Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens”.

Quem seria esse servo que foi constituído sobre sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Certamente que o texto alude a líderes. E quanto a Sua casa, entenda que não se refere a templos, mas a grupo de pessoas que se reúnem em Nome de Jesus não importando o lugar. O escritor aos Hebreus faz uma comparação entre Moisés e Jesus. Na antiga aliança Moisés foi fiel sobre a sua casa que era a nação de Israel e na Nova Aliança mostra Cristo sendo fiel sobre a sua casa que é a igreja. “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim” (Hebreus 3 : 5 , 6). Assim como Cristo, os líderes precisam ser fiéis sobre a igreja.

Como é esta fidelidade? Em relação ao momento de Sua vinda, Jesus cobrará dos líderes da igreja fidelidade no que diz respeito ao sustento que eles devam dar as Suas ovelhas.

Que sustento seria esse? Vejamos o evangelho de Lucas que também citou a mesma passagem, porém, chamando para o servo prudente de mordomo. “E disse o SENHOR: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (Lucas 12 : 42 – 44). E no lugar de SUSTENTO temos RAÇÃO, o que deixa entendido que os líderes precisam ser fiéis na doutrina da Palavra, que é o alimento que sustenta e fortalece a igreja. O sustento ou a ração (doutrina) precisa ser dado a quem tem fome. Jesus disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;" (Mateus 5 : 6). E em relação aos últimos dias, Daniel falou da recompensa àqueles que ensinarem a justiça: "Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente." (Daniel 12 : 3).

Quando Jesus voltar para arrebatar os seus, espera encontrar sua noiva preparada, bem como aquele servo que Ele constituiu sobre Sua casa (presbítero/pastor) cuidando do que é mais precioso para Ele, nós, a Sua igreja, cujo resgate custou um preço muito alto, o seu próprio sangue. Grande recompensa tem o Senhor para o servo que quando Ele voltar o encontrar fazendo assim.

Mas o texto segue dizendo: “Mas se aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde virá;  E começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios,  Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 24 : 48 – 51). 

Comparemos a mesma parábola em Lucas 12 : 45 , 46: “45  Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, 46  Virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis”. Atente que o Senhor está falando do mesmo tipo de servo. Agora mostrando que se ele relaxar no cuidado da Sua vinda, achando que o Senhor ainda vai demorar; e por conta disso começar a maltratar as ovelhas de Cristo e a viver de forma indigna e contrária a vontade de Deus. Virá o Senhor e dará a sua parte com os infiéis. Muitos pastores poderão ficar na vinda de Jesus e enfrentar o período mais difícil da história humana que será a grande tribulação se não cuidarem bem da noiva do Cordeiro.

Você que é um pastor tem tido o cuidado com a igreja do Senhor, alimentando-a com sã doutrina, pura e sem misturas? Tem procurado visitar as ovelhas, trazendo e resgatando a que se perdeu, curando a que ficou enferma e ligando a que se quebrou? Ou tem dominado sobre elas com rigor e dureza espancando-as? (Ezequiel 34 : 4). Pastores, Jesus está vindo e vai pedir contas do rebanho que a Ele pertence e que está sob vosso cuidado. Tiago diz: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tiago 3 : 1). E Lucas completa dizendo: “...E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12 : 48).

2. Escarnecer das Profecias. Iguais aos tempos de Noé, também vivemos em um tempo em que muitos escarnecem da Palavra de Deus, principalmente no que concerne a vinda do Senhor. Pedro falou sobre eles (2Pedro 3 : 3 , 4). Mas Judas, um dos irmãos do Senhor fala mais claramente em sua epístola sobre como os escarnecedores agiriam nos últimos dias: "Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências." (Judas 1 : 18).

Judas relaciona uma lista de como esses escarnecedores agiriam. Observe que os escarnecedores não são os pecadores que não conhecem a Deus, mas ímpios. E, quando a bíblia fala de ímpios se refere na sua maioria aqueles que conhecem a Deus e professam segui-lo, mas não fazem a sua vontade e nem praticam a justiça (Números 16 : 26 ; Salmo 1 : 1 ; Jeremias 5 : 23):

a) Eles são os que se introduziriam no meio da igreja e converteriam em dissolução a graça do Senhor, negando a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo (verso 4);
b) São aqueles que estando adormecidos espiritualmente contaminam a sua carne pela prostituição, adultério, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades, isto é, não respeitam as autoridades constituídas (Verso 8);
c) São aqueles que falam mal daquilo que não sabem e, como animais irracionais se corrompem (Verso 10);
d) São os que entraram pelo caminho de Caim (homicidas), foram enganados pelo prêmio de Balaão (amor ao dinheiro) e que pereceram na contradição de Coré (Verso 11). Coré queria ser sacerdote sem possuir os requisitos para isso;
f) São aqueles que mancham as festas de amor da igreja e que se apascentam a sí mesmos sem nenhum temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas (Verso 12);
g) Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse (Verso 16) e por fim,

h). Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito (Verso 19).

III – ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR

1. Ter uma vida irrepreensível. Uma vida irrepreensível é aquela em que não damos ocasião para o adversário escarnecer e zombar de nossa fé. Confirmando o que foi falado no segundo tópico, quando a bíblia fala de vida irrepreensível, o novo testamento mais uma vez alude aqueles que aspiram posições eclesiásticas (1Timóteo 3 : 2 : Tito 1 : 6 , 7 ; 2 : 8). Isto não quer dizer que os demais membros devam relaxar no que concerne a ser irrepreensível, pois Cristo se entregou a sí mesmo a fim de santificar a igreja, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra., "Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível."  (Efésios 5 : 26, 27).

2. Não dar lugar a carne. Só existe uma maneira de não dar lugar a carne. É viver segundo o Espírito (Gálatas 5 : 25). Aos romanos Paulo ensina que a inclinação as desejos da carne gera a morte, mas a inclinação as coisas do Espírito é vida e Paz (Romanos 8 : 6). E continua dizendo que a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e, os que estão na carne não podem agradar a Deus (Romanos 8 : 7 , 8).

3. Dar frutos. Como igreja, fomos escolhidos para dar frutos para o reino de Deus (João 15 : 16). O povo judeu também foi escolhido para esse fim, mas como não deram, Jesus disse que o reino seria tirado deles e dado a uma nação que o produzisse. "Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos." (Mateus 21 : 43). Essa nação somos nós sua igreja, geração eleita, povo adquirido, nação santa (1Pedro 2 : 9).

Quais os frutos que devemos apresentar a Deus? Além das almas que ganhamos e ajudamos a se libertar mediante o conhecimento da Palavra da verdade, Deus quer que sejamos cheio de frutos de justiça.  "Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus." (Filipenses 1 : 11). A justiça será o diferencial quando Jesus voltar, assim como foi na vida de Noé. "Depois disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração." (Gênesis 7 : 1).

CONCLUSÃO

Jesus virá outra vez. Ele virá primeiro para a sua igreja. Ele não vem buscar uma igreja, mas a Sua igreja santa, imaculada que Ele comprou com seu sangue e que vive na prática da justiça e do amor. Ele não atentará para placa de igrejas, mas para aqueles que lavam suas vestes no seu sangue (Apocalipse 22 : 12); Ele virá buscar os fiéis da terra para que estejam com Ele (Salmo 101 ; 6). Levará aqueles que santificam suas vidas para Deus e, sobretudo, praticam o amor a Deus e ao próximo como Ele pediu aos seus santos. Estejamos alertas e vigilantes, pois o que há de vir virá e não tardará (Hebreus 10 : 37).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará