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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Existem levitas na igreja?






É comum ouvirmos de alguns que louvam na igreja que possuem o ministério de levitas da casa do Senhor. Talvez essa idéia tenha nascido e se disseminado no meio cristão, porque o rei Daví que era músico e compositor atribuiu a alguns levitas a responsabilidade musical (2Cro 5:12; 34:12). Porém, Daví não era levita e não se deve creditar costumes do judaísmo no cristianismo por fatos isolados nas Escrituras. Crenças dessa natureza e outros absurdos que presenciamos, só encontram respaldo unicamente por falta de conhecimento das sagradas escrituras (Mt 22:29). Infelizmente, uma grande parcela de crentes, inclusive pregadores da palavra ainda não tem discernimento da abissal diferença que há entre o Antigo e o Novo Testamento (Hb 8:13).

Justamente por não atentarem para isso, é que muitas igrejas cristãs, principalmente as do segmento pentecostal ainda hoje seguem tradições, costumes e até algumas regras que foram mandamentos para um povo exclusivo, numa época de padrões e culturas diferentes das nossas, e que, por Cristo foram cumpridas e abolidas na instituição da Nova Aliança que Ele estabeleceu pelo Seu próprio sangue (Mt 26:28).



Certa vez ao ministrar em um culto de jovens, lancei a pergunta aos presentes sobre o que seriam os levitas e todos foram unânimes em afirmar que eram aqueles que cantavam na igreja. De fato, os que acham que possuem esse ministério têm o entendimento que isto seja exclusivo da área do louvor. Porém, a bíblia ensina que o ministério levita é algo muito mais abrangente.

QUEM ERAM OS LEVITAS?

Os levitas eram assim chamados por serem descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó com Lia (Gn 29:34). Levi viveu cento e trinta e sete anos e gerou três filhos, quais foram: Gerson, Coate e Merari (Gn 46:11), cuja geração destes foi separada para o serviço na tenda da congregação, quando do estabelecimento do tabernáculo (Nm 4:1-49).

Aos descendentes de Levi (levitas), aqueles que foram separados para assistirem no tabernáculo quanto as coisas santíssimas, foi-lhes vetada a participação nas guerras (Nm 1:45-48), bem como o possuírem herdades, quando a terra prometida fosse conquistada e repartida (Dt 18:1,2).  Deus seria a única herança destes (Verso 2b). O cuidado com o tabernáculo era algo que precisava ser efetuado com muito zelo, dedicação e temor e não poderia ser realizado por qualquer judeu.

O TABERNÁCULO

Quando saíram do Egito, a caminho da terra prometida, Deus instruiu seu povo sobre muitas coisas que deveriam observar, principalmente na maneira como deveriam lhe prestar adoração. No capítulo 20 do livro de êxodo, vemos Deus entregando a Lei para o povo de Israel, que não consistia apenas no decálogo (dez mandamentos), mas em muitas outras normas que deveriam ser observada pelo povo escolhido. No capítulo 25 deste mesmo livro, vemos as orientações do SENHOR, quanto à construção do tabernáculo, que seria o lugar de adoração e a manifestação da presença de Deus enquanto o povo peregrinasse no deserto. Para a construção deste o SENHOR orienta aos filhos de Israel trazer uma oferta alçada, isto é, voluntária, de todo o homem, cujo coração se movesse voluntariamente (verso 1). Esta oferta alçada tinha um propósito específico, pois visava exclusivamente a construção do tabernáculo e a aquisição de tudo o que viesse a fazer parte deste, como: a arca, o propiciatório, as cortinas, as tábuas, o altar dos holocaustos e etc., bem como o pagamento dos que haviam de construí-lo. O tabernáculo foi construído por homens a quem Deus capacitou com sabedoria e inteligência, tendo como mestres dessa obra Bezalel da tribo de Judá e Aoliabe da tribo de Dã (Ex 35:30-35).

 A ESCOLHA PARA O SACERDÓCIO E O CUIDADO DO TABERNÁCULO


No antigo concerto o povo de Deus era Israel somente e a vontade do Pai era que Israel também fosse um reino sacerdotal (Êxodo 19:6). Deus tinha um projeto em fazer toda a nação de Israel um povo sacerdotal, onde todo hebreu pudesse se achegar a Deus e servi-lo de coração como é hoje com a igreja. Mas algo aconteceu que fez o Senhor mudar seus planos em relação a fazer de Israel um reino sacerdotal. Em vez de toda a nação, Deus separa apenas uma tribo – a tribo de Levi, como segue:


E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi” (Êxodo 32:25,26).


Diante de tal vexame, Moisés pergunta quem estaria disposto a zelar pela causa do Senhor. Apenas os filhos de Levi se prontificaram e assim, eles foram separados para exercerem o sacerdócio, pois com a quebra da aliança, Israel perdeu o privilégio de ser uma nação e um reino sacerdotal. Agora, em vez de uma nação, apenas uma tribo dentre as doze exerceria o ofício sacerdotal em Israel.

Para ministrar sobre o tabernáculo, Deus escolhe Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar que eram da tribo de Levi (Ex 28:1) . Estes, e suas gerações exerceriam o sacerdócio no meio de Israel, pois somente eles foram consagrados (ungidos) para entrarem no santo dos santos e oferecerem sacrifícios pelo povo (Nm 3:1-3). Arão e seus filhos foram consagrados sacerdotes por Moisés, que segundo a determinação de Deus, os ungiu com azeite, santificando-os para este ministério (Lv 8:1-30)


A perpetuação do sacerdócio entre os filhos de Arão se consolidou quando Finéias que era filho de Eleazar e neto de Arão reagiu com extremo zelo pela Palavra do SENHOR, ao fazer um ato de expiação, exterminando a Zimri e a Cosbi. Zimri era príncipe da tribo de Simeão que se prostituiu com Cosbi que era filha de um dos príncipes dos midianitas (Nm 8:1-15). A atitude de Finéias agradou sobremaneira o SENHOR, que em seguida fez com ele uma aliança de paz (Nm 8:12; Ml 2:4-7), prometendo que ele e sua descendência teriam a aliança do sacerdócio perpétuo, porque teve zelo por Deus e Sua Palavra. A princípio, Arão e seus filhos como sacerdotes eram auxiliados pelos primogênitos de todos os filhos de Israel, quais Deus pediu que se lhes consagrassem (Ex 13:2). Mais tarde, estes primogênitos foram substituídos pelos levitas, como veremos a seguir (Nm 3:12;41).

A ESCOLHA DA TRIBO DE LEVI COMO TRIBO SACERDOTAL

Em substituição aos primogênitos de Israel, todos os levitas então, são separados para auxiliarem Arão e seus filhos no serviço de adoração e interseção pelo povo (Nm 3:12). O próprio SENHOR orienta a Moisés a enumerar todos os filhos de Levi e também distribuir entre estes as tarefas do serviço no tabernáculo, sendo que a principio, só poderiam assumir tais tarefas, homens com a idade mínima de trinta anos e indo até aos cinqüenta (Nm 4:3). Todos os levitas contados foram vinte e dois mil (Nm 3:39). Mais tarde, quando essa tribo foi consagrada, o limite de idade diminuiu para a idade mínima de vinte e cinco anos. E, ao completarem a idade dos cinqüenta anos, eram dispensados do ministério e assumiriam tarefas mais leves, como auxiliar a guarda do tabernáculo, porém, o ministério não assumiriam nunca mais (Nm 8:24,26).

A FUNÇÃO DOS LEVITAS

Após a enumeração dos filhos de Levi, pelo mandado do SENHOR; assim foram distribuídas as tarefas e os cargos aos levitas, conforme segue:

a)      Aos filhos de Coate (Coatitas): “E a sua guarda será a arca, e a mesa, e o candelabro, e os altares, e os utensílios do santuário com que ministram, e o véu com todo o seu serviço. E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de Arão, o sacerdote; terá a superintendência sobre os que têm cuidado da guarda do santuário” (Nm 3: 31-32). Ainda em Números 4:4-20, vemos detalhadamente o ofício dos coatitas.

Aos coatitas foi dado a tarefa mais importante e delicada que era levar aos ombros o santuário (Nm 7:9). Qualquer descuido da parte deles poderia lhes custar a vida. O próprio Deus orienta a Moisés quanto ao cuidado que Arão e seus filhos deveriam ter no momento de cobrir o santuário (Nm 4:18-20).  De toda a geração dos coatitas foi contado oito mil e seiscentos homens e estes deveriam armar suas tendas ao lado do tabernáculo da banda do sul (Nm 4:29).

b)     Aos filhos de Gerson (gersonitas): “Levarão, pois, as cortinas do tabernáculo, e a tenda da congregação, e a sua coberta, e a coberta de peles de texugos, que está por cima dele, e a cortina da porta da tenda da congregação, E as cortinas do pátio, e a cortina da porta do pátio, que está junto ao tabernáculo, e junto ao altar em redor, e as suas cordas, e todos os instrumentos do seu ministério, com tudo o que diz respeito a eles, para que sirvam. Todo o ministério dos filhos dos gersonitas, em todo o seu cargo, e em todo o seu trabalho, será segundo o mandado de Arão e de seus filhos; e lhes designareis as responsabilidades do seu cargo.  Este é o ministério das famílias dos filhos dos gersonitas na tenda da congregação; e a sua guarda será debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote” (Nm 4:25-28).

De toda a geração dos gersonitas foi contado sete mil e quinhentos homens e estes deveriam montar suas tendas atrás do tabernáculo, ao ocidente (Nm 3:22,23).

c)      Aos filhos de Merari: “Esta, pois, será a responsabilidade do seu cargo, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação: As tábuas do tabernáculo, e os seus varais, e as suas colunas, e as suas bases; Como também as colunas do pátio em redor, e as suas bases, e as suas estacas, e as suas cordas, com todos os seus instrumentos, e com todo o seu ministério; e contareis os objetos que ficarão a seu cargo, nome por nome.  Este é o ministério das famílias dos filhos de Merari, segundo todo o seu ministério, na tenda da congregação, debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote” (Nm 4:25-28).

De toda a geração dos filhos de Merari, foi contado seis mil e duzentos homens, devendo estes montar suas tendas ao lado do tabernáculo, na banda do norte (Nm 3: 34,35).

Quanto a Moisés e Arão, estes fixariam suas tendas à entrada do tabernáculo, ao oriente e, dessa forma, os levitas guardariam o acesso ao tabernáculo. Essa medida visava proteger, não o tabernáculo, mas o restante do povo, para que nenhum que não fosse levita pudesse se achegar a ele e assim morrer (Nm 3:38).

O SUSTENTO DOS LEVITAS E DOS SACERDOTES

Como vimos, aos levitas foi designado toda a responsabilidade que envolvia o cuidado com o tabernáculo de adoração nos seus mínimos detalhes por determinação do próprio Deus. Eles não poderiam jamais se ocupar com outras tarefas. Uma vez que deveriam fixar habitação ao redor do tabernáculo, estes não poderiam adquirir bens e muito menos propriedades. Com a conclusão do tabernáculo, as demais tribos enviaram suas ofertas as quais Deus ordenou que se lhes dessem aos levitas, o que nos leva a crer que enquanto eles não se fixassem na terra prometida, seriam sustentados dessa maneira (Nm 7:5). Após conquistarem a terra que manava leite e mel, o SENHOR determina que as demais tribos os sustentem, entregando-lhes uma vez ao ano os dízimos, a décima parte de toda a colheita e as primícias do rebanho que ali produziriam (Nm 18:21-24). Uma vez estabelecidos na terra, os dízimos deveriam ser levados ao lugar que era determinado por Deus e estes não poderiam ser em dinheiro. Se, por ocasião da entrega dos dízimos, o judeu morasse longe do local da entrega estabelecido por Deus e, dessa forma se tornasse inviável ao mesmo levar seu dízimo; que consistia em cereais e gado, então este deveria vendê-lo e com o dinheiro adquirido da venda prosseguir viagem e, ao chegar no local estabelecido, comprar com aquele dinheiro tudo o que sua alma desejasse e assim adorar ao SENHOR com seu dízimo (Deut. 14:22-29).

Convém salientar que, nesse tempo os dízimos e as ofertas não eram levados à casa do tesouro, pois não existia esta parte no tabernáculo. Somente depois que o templo foi construído e já no reinado de Ezequias, no momento de um grande avivamento que aconteceu depois de um período de grande apostasia em Israel é que a casa do tesouro foi construída, por determinação do rei Ezequias, onde seriam depositados os dízimos e as ofertas do povo (2Cro 31:1-16).

Os levitas receberiam todo o dízimo, pois somente a eles foi autorizado o judeu entregar os dízimos (Nm 18:21-24; Ne 13:5; Hb 7:5). De todo o dízimo recebido, os levitas tirariam a décima parte, que é o dízimo dos dízimos e as dariam ao sacerdote. Os dízimos dos dízimos também se chamavam ofertas alçadas, que de uma forma voluntária os levitas a entregavam ao sacerdote (Nm 18:26-28; Ne 13:15). Da parte do dízimo, esse era o quinhão do sacerdote, que também ficava com o que sobejava das ofertas de manjares e dos sacrifícios pacíficos, conforme o SENHOR determinara, quando da escolha e consagração dos sacerdotes (Lv 2:3;10; 6:14-18). Além do sustento dos levitas, o dízimo também era para ser repartido com os que não tinham possibilidades de dar o dízimo como os órfãos, viúvas e, também, àqueles que pela lei não eram obrigados a dar dízimos como os estrangeiros (Deut 26:12). Por essa razão que não entregar o dízimo que servia para o sustento dos levitas e aos que deles dependiam, equivalia roubar ao SENHOR, pois este nunca foi dinheiro e sim mantimento (Ml 3:8-10).

O MINISTÉRIO SACERDOTAL NA NOVA ALIANÇA

O ministério dos levitas que era um ministério sacerdotal não prevaleceu na Nova Aliança, pelas razões a seguir:

“E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer... Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre” (Hb 7:23;28).

Ano a ano, os levitas cumpriam o ritual de expiação, onde, pelos sacerdotes levitas, eram oferecidos animais como oblação pelo pecado do povo (Hb 10:1-3). Alí, somente o sacerdote da linhagem de Arão poderia ter acesso ao santo dos santos para interceder pelo povo (Hb 9:1-7). O ministério dos levitas que foi estabelecido na lei cumpriu a sua função até a vinda do Cristo que estabeleceu pelo Seu sangue a Nova Aliança, desta feita não somente com os judeus, mas com toda a raça humana (Gl 4:4,5). Na instituição da Nova Aliança o ministério levita cessou, pois este era uma sombra do ministério sacerdotal de Cristo que na sua morte aboliu todos os sacrifícios que estes apresentavam a Deus por expiação do pecado do povo. Jesus, o Cordeiro de Deus a si mesmo se ofereceu como oferta expiatória pelo pecado da humanidade (Ef 5:2).

CRISTO É O FIM DA LEI E O NOSSO SUMO SACERDOTE ETERNO

Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,  Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb 9:11,12).

Sendo Cristo a consumação de toda a lei, cumpriu e pagou nEle mesmo toda a dívida que essa nos exigia (Col 2:14), rasgando o véu do santuário e dando-nos o livre acesso à presença de Deus, onde hoje, todos somos feitos sacerdotes, tendo a Jesus Cristo como o sumo sacerdote perfeito (Ap 1:6; 5:10; Hb 7:26,27). Sendo o seu próprio corpo o perfeito tabernáculo (não feito por mãos humanas), não é mais necessário trazer ofertas e fazer sacrifícios pelo pecado: “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste;  Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.  Então disse: Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), Para fazer, ó Deus, a tua vontade.  Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).  Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb 10:5-10).

Pelo seu próprio sangue, Jesus estabeleceu um Novo Concerto que dispensa o ritual de sacrifícios e cerimoniais, visto que o seu sacrifício na Cruz, foi perfeito, eficaz e definitivo (Hb 9:25-28). Os que tentam se justificar por obras da lei, querendo aplicar à igreja ordenanças e rituais do antigo concerto que em Cristo foram cumpridos e abolidos; atraem maldições sobre sí e acabam por difundir heresias de perdição no seio da Noiva do Cordeiro (2Pe 3:1; Gl 3:10). E, por assim tentarem impor à igreja suas crenças e tradições, de certa forma invalidam todo o sacrifício que Jesus fez pela humanidade, e acabam por separar-se dEle, como também aqueles que neles acreditam (Mc 7:8,9: Gl 2:21; 5:4).

CONCLUSÃO

Assim, pelo que foi exposto neste estudo, concluímos que não existem levitas e muito menos ministério destes na igreja, uma vez que o ministério destes cessou, pois que pela morte foram impedidos de continuar (Hb 9:1). Aqueles que ainda insistem em achar que possuem o ministério de levitas, estão se pondo debaixo das obras da lei. Estes precisam conhecer a Palavra na sua essência e viver a lei que Cristo estabeleceu para nós que é a lei do amor fraternal e da liberdade (Rm 13:9; Tg 1:25). Hoje, pela fé em Cristo que nos justificou, somos ministros e sacerdotes de uma nova aliança (2Cor 3:6). Com esta responsabilidade, somos instados a intercedermos uns pelos outros, exortando-nos mutuamente para que ninguém se endureça pelo engano do pecado, pois estamos vivendo num período de grande apostasia (1Tm 4:1-3; Hb 3:13).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Não sigam outro evangelho


Não sigam outro evangelho (1:1-9). Paulo começa a sua carta às igrejas da Galácia abordando a questão de autoridade. Sua própria autoridade como apóstolo veio diretamente de Jesus (1:1). A autoridade de Jesus era a autoridade de Deus, que foi provada na ressurreição (1:1; veja Mateus 28:18 e Atos 17:30-31). O evangelho que Paulo pregou falou sobre a graça de Cristo, que se entregou pelos nossos pecados “para nos desarraigar deste mundo perverso” (1:4).

Contudo, alguns perturbavam os gálatas, pregando “outro evangelho” (1:6). De fato, não existe outro evangelho, mas estes estavam pervertendo “o evangelho de Cristo” (1:7). Perverter o evangelho quer dizer acrescentar (ou diminuir) sem a autoridade de Cristo. Paulo disse que qualquer pessoa que “vos pregue evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” — mesmo se for um apóstolo ou um anjo do céu (1:8-9)! “Anátema” quer dizer “separado para ser destruído”. Qualquer pessoa que não ensina o evangelho que Cristo entregou não tem a autoridade de Cristo e será destruída (veja 2 João 9).

A fonte do evangelho (1:10-24). Paulo afirmou enfaticamente que o evangelho que ele ensinava não veio do homem. Primeiro, se viesse dos homens, seria mais agradável a eles. Mas, Paulo está sendo perseguido por seu evangelho, até pelos próprios gála-tas! (Veja 4:16 e 5:11). Está sendo perseguido porque ele procura agradar a Cristo, não ao homem (1:10; veja Mateus 6:24).

Quando Paulo recebeu o evangelho de Cristo (1:11-12), ele não foi para Jerusalém para ser instruído pelos outros apóstolos. Antes, ele foi diretamente para Arábia e Damasco, pregando o evangelho que tinha recebido (1:15-17; veja Atos 9:1-22). Três anos passaram antes de Paulo encontrar os apóstolos em Jerusalém (1:18). Os irmãos na Judéia não o conheciam, mas apenas ouviram que ele estava pregando a mesma fé que anteriormente tentava destruir (1:22-23). O ponto dele é este: sem conhecer os outros, como ele poderia ter recebido o evangelho deles?

Paulo perante os falsos mestres (2:1-10). Quando Paulo voltou a Jerusalém 14 anos mais tarde, ele comunicou aos líderes da igreja o evangelho que ele havia pregado entre os gentios (2:1-2). Ele viajava com um gentio chamado Tito. Alguns “falsos irmãos” tentaram convencê-lo a ser circuncidado. Mas Paulo não se submeteu a eles por “nem uma hora” quando queriam avançar seu acréscimo (e perversão) do evangelho, “para que a verdade do evangelho permanecesse” (2:3-5).


Quando Tiago, Cefas e João viram que Deus estava trabalhando em Paulo como também trabalhava em Pedro, eles lhe ofereceram “a destra de comunhão”, aceitando-o porque Deus o havia aceitado (2:6-9). Eles reconheceram que a sua glória era de Cristo, e eles não pediram que ele mudasse algum ensinamento. Pediram apenas que ele lembrasse dos pobres, como já o fazia (2:10).

por Carl Ballard em Estudos da Bíblia

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Episcopado, Vocação ou Profissão?





“MEUS irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3:1).


Julguei por necessário escrever este artigo por algo que lí há poucos dias e que me chamou a atenção, publicado na revista Norte Americana Forbes (link abaixo), onde ela apresentou uma pesquisa que foi realizada pela Universidade de Chicago, sobre os DEZ profissionais mais felizes do mundo, em comparação com as dez carreiras mais infelizes. Um dos pontos interessantes da pesquisa é justamente o número 1 do ranking das profissões mais felizes, quais são membros do Clero, como: padres, bispos, pastores e diáconos! 

Achei um tanto exagerado tal conotação, pois o Episcopado não é e nunca será profissão, contudo, na época atual, muitos clérigos tem profissionalizado a vocação. E, em face dessa realidade o Episcopado é hoje um dos ofícios mais concorridos e disputados e muitos não consideram que esta responsabilidade será um dia requerida pelo Senhor da seara. Paulo, o apóstolo dos gentios declarou que aquele que almeja o episcopado, excelente obra deseja (1Tm 3:1). Sim, é da vontade de Deus que haja na sua Igreja, homens com capacidade de liderança; que sejam íntegros, idôneos e principalmente, com chamada Divina para assumirem importante e nobre tarefa, qual é cuidar e zelar por algo que é de propriedade exclusiva dEle – A IGREJA - o povo que Jesus comprou com seu próprio sangue (1Pe 5:2).


É importante que o bispo, presbítero, pastor ou qualquer um que deseje assumir o ofício episcopal tenha em mente que além de suas próprias vidas, estes prestarão contas do rebanho que lhes foi confiado (Hb 13:17). Esse trabalho não deve ser tido como um fardo, pois é um privilégio cuidar daquilo que é do Senhor, contudo, tal deva ser feita acima de tudo por voluntariedade, o que descaracteriza essa chamada como uma profissão. 

(1Pe 5:2) "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;" 


Por essa razão que Tiago, o irmão do Mestre amado orienta os que postulam tais cargos, alertando que para estes o juízo será mais severo (Tg 3:1).  Apesar das advertências sobre o iminente juízo que virá para aqueles que forem relaxados, parece que poucos se dão conta que isso acontecerá de fato e, a cada novo dia, surgem novos proponentes a estes ofícios e outros ainda se auto-intitulando bispos, apóstolos, profetas, pastores sem possuírem os requisitos necessários que a Palavra exige. Ao que tudo indica, hoje, o título de obreiro parece exercer um poder mágico de sedução, onde há alguns que vivem até a mudar de denominação em busca de reconhecimento eclesiástico, não se conformando em serem apenas servos, não se dando conta que o obreiro é um servo com dupla  responsabilidade (1Tm 4:6).


Ao obreiro cabe entender que não é o homem que o separa para a obra, mas esta é uma escolha do Espírito Santo. E, esta escolha ou separação não mais é como acontecia na antiga aliança, onde os mesmos eram ungidos com azeite pelos homens. Não vemos Jesus fazendo esse ritual com aqueles que Ele separou e nem seus apóstolos. Vemo-los sim, orando, pedindo direção ao Espírito Santo, pois essa chamada é antes de tudo um dom de Deus. (Ef 4:11). Dom é dádiva, presente, ou seja: bons obreiros são presentes de Deus para a Sua igreja que quer o aperfeiçoamento dos santos. E é a igreja, como coluna e apoio da verdade que reconhece esse chamado (At 13:2,3). Também é preciso salientar que aquele que é separado para a obra não tem uma unção especial que o diferencie dos demais assim como acontecia no antigo concerto. “Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo.  E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23:10-12).


Infelizmente, não são poucos, que tomando exemplos de pessoas ungidas no antigo concerto, acreditam serem mais especiais que os demais em virtude da posição que ocupam e assim querem de alguma forma se "blindar" contra opiniões contrárias as suas e estar acima dos demais por erroneamente se julgarem “ungidos do Senhor”, quando na verdade esta unção é de todos os que pela fé recebem ao Senhor Jesus (1João 2:20;27). O próprio Cristo alerta seus discípulos a não desejarem isso, dando Ele próprio o exemplo: “Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:25-28)

Nas cartas que Ele enviou às igrejas de Éfeso e Pérgamo na Ásia, ele manifesta seu descontamento, por essa situação estar ocorrendo lá. Jesus chega a dizer que odeia os nicolaítas (Apocalipse 2:6;15). Os nicolaítas não eram uma seita, mas uma qualidade de pessoas que queriam se sobrepujar sobre as demais pela autoridade eclesiástica que julgavam possuir. Diótrefes é um perfeito exemplo de nicolaíta (3João 1:9). (Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo).

Também não é um diploma ou conhecimento teológico que fará um bom obreiro, mas os frutos que necessariamente ele precisa ter (Gl 5:22), obedecendo aos critérios que a Bíblia, como Palavra de Deus exige para o exercício do cargo. No terceiro capítulo da primeira carta de Paulo a Timóteo vemos as diretrizes impostas pelo Espírito Santo a quem deseja o cargo:


 “ESTA é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja (1Tm 3:1).


Faz-se necessário esclarecer que No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero não é uma hierarquia de posições na igreja como se acredita, mas estes são os mesmos homens (Atos 20:17,28; 1Pedro 5:1-3; Tito 1:5-7). Eles devem servir em congregações locais, cuidando do rebanho de Deus, conforme o Senhor da Seara pede.


Convém, pois, que o bispo seja:


1) Irrepreensível: Que não merece censura; em que não há nada a repreender; homem de conduta irrepreensível.


2)  Marido de uma mulher: Parece inviável que na Nova Aliança possa acontecer de um obreiro ser casado com mais de uma mulher, visto sabermos que essa prática é condenável nas Escrituras. Contudo, infelizmente há sim casos e não são fatos isolados, pois sabemos que há igrejas evangélicas que não somente apoiam o divórcio, como permitem que o divorciado contraia segundas núpcias e isso até mesmo entre obreiros para que o tal permaneça exercendo seu ofício. Nesse caso, tal obreiro descumpre o mandamento do Senhor, pois, ainda que divorciado pelas leis dos homens, o mesmo está perante Deus casado com sua primeira mulher, e, casando uma segunda vez, estando a primeira viva, este obreiro passa a ter duas mulheres, visto que a Bíblia ensina que só a morte pode dissolver o matrimonio (Rm 7:2,3).


3) Vigilante: Alguém que é cuidadoso, atento, zeloso.,


5) Sóbrio: Discreto, moderado, parcimonioso,


6) Honesto: De uma probidade irrepreensível: um homem honesto, casto, pudico, virtuoso, probo, honrado.


7) Hospitaleiro: Que hospeda por bondade ou caridade. Que acolhe (visitas, hóspedes) com satisfação (Hb 13:2).


8) Apto para ensinar: É uma obrigação inegociável do obreiro conhecer consideravelmente a Palavra e que seja capaz de manejá-la bem para o ensino e correção da igreja. A igreja é governada por Jesus Cristo mediante a Sua Palavra. Se os líderes não sabem manejá-la bem, não serão capazes de dirigir o povo de Deus.


9)  Não dado ao vinho: O Obreiro precisa ser o exemplo dos fiéis em tudo (1Tm 4:12).


10) Não espancador: O obreiro precisa entender que ele é um mordomo de Deus, responsável por aquilo que é mais precioso para Ele do que o ouro ou a prata, que são as vidas que Ele resgatou com seu próprio sangue. E, como tal, é dever do obreiro exercer essa mordomia com fidelidade e prudência. “Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis” (Lc 12:45,46).


11) Não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado: Bispos, pastores, presbíteros precisam conduzir o rebanho de Deus, motivados pelo amor a Ele e ao Seu povo, não pelo dinheiro (1Pe 5:2). Um líder que está no ministério por dinheiro revela um coração posto no mundo, não nas coisas de Deus (Mt 6:24; 1Jo 2:15). A avareza e a cobiça são as a principais características dos falsos mestres (Tt 1:11; 2Pe 2:1-3, 14; Jd 11). O ministério de Paulo não foi assim (At 20:33; 1Co 9:1-16; 2Co 11:9; 1Ts 2:5).


13) Não contencioso: E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; (2Tm 2:24).


14) Não avarento: Não amante do dinheiro, não avarento ou cobiçoso de lucro vergonhoso; isto é, alguém que queira lucrar desonestamente, adaptando o ensinamento aos ouvintes a fim de ganhar dinheiro deles (1Tm 6:5).


15)  Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia: Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?): Decerto que não haveriam muitos problemas na igreja se esta orientação fosse levada a sério. O reformador Calvino enfatiza o quanto é interessante que o homem seja casado e tenha filhos para criar para que possa aprender a lidar com seres humanos. Se ele o faz bem na família, tem grande chance de fazê-lo na igreja. Paulo ainda ensina que, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel (1Tm 5:8).


16 Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Muitos ministérios cristãos sofrem por não terem atentado para essa admoestação genuinamente bíblica. Infelizmente, basta alguém falar em línguas estranhas para ser separado para uma obra sem ao menos ter experiência e muito menos conhecimento de Bíblia e/ou hermenêutica. O escritor cristão Matthew Henry enfatiza que é um verdadeiro perigo colocar homens que são novos na fé ou que,  mesmo com muito tempo de igreja nunca deixaram de ter um entendimento superficial da fé. Todo líder corre o risco de cair na armadilha do orgulho, mas com neófitos isso é praticamente certo que acontecerá.


17) Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo. O obreiro deve ter boa reputação entre os seus vizinhos, e não estar sob nenhuma reprovação por comportamentos anteriores; porque o diabo fará uso disso para enlaçar outros e operar neles uma aversão pela doutrina de Cristo pregada por aqueles que não tiverem um bom registro de vida (Matthew Henry). “PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12:1).


Na parábola dos talentos (Mt 25:14-30), Jesus ensina como será o julgamento daquele que for fiel ou infiel em cuidar daquilo que é do Seu Senhor. Muitos levam este ensino para o lado das finanças sem levar em conta que Deus já é o dono do ouro e da prata (Ag 2:8) e não será por isto que julgará seus mordomos, mas sim pelo que estes fizeram ou deixaram de fazer, ou mesmo  na maneira como trataram e tratam o Seu rebanho que é a Sua Igreja. Como aquele que recebeu cinco e o outro que recebeu dois e multiplicaram, assim é dever do obreiro que é chamado por Deus fazer que é multiplicar o rebanho e assim entregá-lo ao seu Senhor e não fazer como terceiro que enterrou seu talento e não apresentou nenhum resultado, o qual causou a ira do Senhor.

A semelhança de Paulo que foi um grande imitador de Cristo (1Cor 11:1), o obreiro de igual modo precisa sê-lo, uma vez que Cristo em tudo foi o exemplo, inclusive de bom pastor que deu Sua vida pelas ovelhas (João 10:1-18).

"Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas."
  (João 21:17).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pregador, chega de historinha, pregue a Palavra

Pr. Ciro Sanche Zibordi

Resolvi atender ao insistente pedido de um leitor para assistir a um vídeo de um famoso pregador (pregador?) que gosta de fazer gracejos, contextualizar narrativas bíblicas ao extremo e manipular auditórios — não me pergunte o nome dele! Ele divagou por mais de uma hora, "fundamentando" a sua mensagem na afirmação de que Filipe, o apóstolo (Mt 10.3), foi invejado pelos outros apóstolos, que, por causa disso, o rebaixaram a diácono.

Os obreiros do púlpito e o povo presente, de modo geral, vibraram com a mensagem, haja vista o pregador ter enfatizado que — mesmo sem o título de apóstolo — Filipe fez muitos milagres, e seu ministério foi mais abençoado em Samaria do que o dos figurões em Jerusalém. Entretanto, quem examina as Escrituras neotestamentárias com cuidado sabe que o Filipe apóstolo não é o mesmo Filipe diácono!


Em Atos 1.13, Filipe, o apóstolo, é mencionado entre Pedro, Tiago, João, André e os outros. Em Atos 6.2,3 está escrito: “E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio”.


Como se vê, o Filipe apóstolo — uns dos doze — não era um dos sete diáconos escolhidos dentre a multidão, sob a orientação dos doze. Entre os escolhidos havia outro servo do Senhor chamado Filipe: “e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe” (At 6.5). Segue-se que o apóstolo Filipe não foi rebaixado, visto que o diácono mencionado é outra pessoa com o mesmo nome do primeiro.


Moral da história: muitos pregadores famosos (alguns são até idolatrados) estão mais preocupados em animar auditórios, fazer gracejos, dar espetáculo e gerar emoção do que estudar as Escrituras com cuidado e expô-las com graça e verdade. Lembremo-nos do que a Palavra do Senhor assevera em 2 Timóteo 4.2 (ARA): “Prega a Palavra”.


Amém?


Ciro Sanches Zibordi
http://cirozibordi.blogspot.com.br/2012/12/pregador-chega-de-historinha-pregue.html

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Apóstolos e Profetas, o que a Bíblia diz?

Pr. Carlos Garcia.


Anseio partilhar com a Igreja de Deus a pergunta que me foi enviada por e-mail acreditando que sua resposta edificará a muitos nestes dias de transformação e mudança do velho para o novo odre. A Palavra de Deus possui as respostas para toda incerteza sobre a realidade ou sobre a verdade de um fato. "Ultimamente tenho visto essa febre de ministério apostólico (o homem nunca para de querer cargos e posições - auto-exaltação) e a nova o­nda do ministério profético. Gostaria de saber do irmão quais são as bases bíblicas para tais fatos". Grato. (Sola Scriptura!) GRAÇA E PAZ!


Se desejarmos ser instruídos pela verdade (e Jesus é a verdade) é necessário baixarmos nossas armas de defesa (conceitos e pré-conceitos) para conhecer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).

A Igreja está passando por mudanças desde seus primeiros anos. Toda mudança traz algum certo desconforto, principalmente quando mexe diretamente em alguma área de segurança (o vinho velho: organizações, tradições, costumes e doutrinas). 

A pesar do vinho velho ser excelente (Lc 5:39) por causa da sua tradição (sabor) e estrutura física (consistência), Jesus veio trazer o vinho novo e para entrar no novo é preciso mudar os odres (Lc 5:38). Neste período de mudança é necessário agirmos e falarmos com amor ágape para não sermos achados lutando contra Deus (At 5:38, 39).

Erros e exageros irão acontecer até que as coisas caminhem em seu curso normal. Lembrando que muitas coisas são novidades para nós. Os pais da Igreja, os reformadores e avivalistas tiveram seus erros e acertos e nem por isso os consideramos anátemas. Isso faz parte do crescimento, afinal, quem nunca errou que atire a primeira pedra.

Os cincos ministérios descritos na carta do Apóstolo Paulo aos Efésios não são "posições ou cargos de auto-exaltação", são postos de autoridade eclesiástica delegados por Deus para um fim proveitoso e por isso são irrevogáveis (Rm 11:29). 

Em uma empresa, por exemplo, existem cargos e funções a serem exercidos na sua administração. Se algum cargo não está sendo ocupado não significa que ele não exista, apenas está em aberto. Da mesma maneira, Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres são postos de autoridade instituídos por Deus para a gestão da Igreja (Leia Ef 4:11, 12 / Rm 12:6). Nestes últimos dias o SENHOR os levantará para edificar a Igreja no fundamento dos apóstolos e profetas (Ef 2:20).

Os santos só serão aperfeiçoados para exercerem o sacerdócio real (1Pe 2:9) e conseqüentemente o corpo de Cristo edificado (Ef 5:27) quando os cinco ministérios de Efésios 4:11 estiverem operando na Igreja em unidade. Apóstolos e Profetas são tão bíblicos como Evangelistas, Pastores e Mestres. É preciso reconhecer esta verdade. 

MINISTÉRIOS de HOMENS ou de DEUS?

Quem chamou, constituiu e consagrou Samuel, Jeremias, Isaías e João Batista como Profetas? Jerônimo Savonarola foi Monge, Wyclif foi Capelão, João Huss foi Padre, Martinho Lutero foi Padre, quem então chamou, constituiu e consagrou o primeiro Pastor, o primeiro Evangelista e o primeiro Mestre após a reforma da Igreja? Será que temos autoridade para usar estes títulos ou exercer suas funções?

"O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada" (Jo 3:27). O Senhor Jesus, como supremo apóstolo, profeta e pastor da Igreja (HB 3:1; 13:20), é quem chama, constitui e consagra seus apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Jr 1:5).

O Apóstolo Paulo tinha a plena certeza que o seu apostolado não foi entregue da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai. Leia: Rm 1:1 / 1Co 1:1 / 2Co 1:1 / Gl 1:1 / 1Tm 2:7 / Tt 1:1.

APÓSTOLOS e PROFETAS

- São fundamentos da Igreja (Ef 2:20)
- Apóstolos e Profetas são autoridades constituídas por Deus ainda hoje (1Co 12:28)
- Apóstolos são alvo de critica e perseguição (Lc 11:49 / 1Co 4:9)
- O Apóstolo Paulo foi desacreditado (2Co 9:2) - Na categoria dos dons estão em primeiro lugar (1Co 12:28)
- Apóstolos no NT além dos 12 discípulos: Matias (At 1:26); Barnabé e Paulo (AT 14:14); Andronico e Júnias (Rm 16:7)

FALSO ou VERDADEIRO

Quando a Bíblia trata das coisas falsas ela não faz acepção de pessoas. Assim, nós também não devemos fazer acepções. Existem falsos cristos (Mt 24:24), falsos apóstolos (2Co 11:13), falsos profetas e mestres (2Pe 2:1), falsos pastores (Jo 10:12) e falsos irmãos (Gl 2:4). 

Conhecemos a árvore pelo seu fruto (Mt 3:8; 12:33 / Lc 6:43). É o fruto do Espírito na vida dos ministros que os confirmam em seus ministérios: a bondade, a justiça, a verdade e a sabedoria (Gl 5:22 / Ef 5:9 / Pv 1:7). Este fruto é superior à obra humana, porque ninguém será justificado por obras, mas pela fé. A obra é recompensada e a fé legitimada (Rm 2:6 / Gl 2:16). 

Apóstolos e Profetas sempre existiram e até que Jesus volte continuarão a existir. Reconhece-los é um sinal de maturidade cristã, humildade e submissão a toda autoridade eclesiástica instituída por Deus. É crer e praticar o que a Bíblia diz (Tg 1:22). "A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova" (Rm 14:22).

Pr. Carlos Garcia Costa
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