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sábado, 30 de novembro de 2013

O que é e o que faz um diácono




Quando eu fiz parte do ministério da Assembleia de Deus, presenciei uma cena um tanto fora do comum, quase que cômica, quando da escolha de novos obreiros para o quadro ministerial desta instituição. Um irmão novo convertido que eu e minha esposa havíamos conquistado para o Senhor foi separado para o diaconato. Este ao aceitar a Jesus na congregação que trabalhávamos como dirigente, dedicou-se ao trabalho de Deus e à oração incessante. Deus o dotou de dons espirituais e logo, começou a falar em outras línguas. Isso foi o suficiente para que o ministério o indicasse como candidato ao diaconato, sem atentarem para os requisitos necessários, quais Deus exige na sua Palavra (1Timóteo 3 : 8 - 13).

Ele, após ser consagrado veio até mim com uma expressão de espanto e dúvidas, me perguntando: - E agora irmão, o que eu faço? Fui consagrado a diácono e não sei o que é isso. O que é que vou fazer agora?

Eu o aconselhei a se acalmar e ficar tranqüilo, pois Deus o ajudaria a cumprir seu ministério. Antes de ser consagrado ou melhor, separado, ele já exercia esse ministério na congregação onde trabalhamos. Alí, voluntariamente ele saía colhendo doações entre os comerciantes para distribuir entre os necessitados sendo crentes ou não e cooperava comigo na obra que realizávamos.

Tal ocorrido me fez refletir sobre o critério de separação ao ministério, praticado por muitas igrejas. Iguais a este irmão, existem muitos que são separados e outros que até se orgulham dos títulos que galgam nas igrejas e querem estar acima dos demais membros, mas que não sabem pra que de fato foram separados, ou pra que estão ali e nem mesmo se preocupam com isso.

Neste pequeno estudo, vamos conhecer o que é um diácono e qual a finalidade de a igreja criar este ministério. De antemão quero dizer que a indicação de um membro ao diaconato precisa partir da igreja e não do ministério ou pastor. Ministério e pastores apenas precisam aprovar a escolha daquela.

O que é um diácono?

A palavra "diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) . "Diácono" quer dizer "atendente" ou "servente". Deste termo deriva diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). O termo ainda se refere a escravos, empregados e obreiros voluntários

A razão da escolha.

Jesus não escolheu diáconos, assim como escolheu os apóstolos. O diaconato surgiu a partir de uma necessidade ministerial, quando a igreja já estava consolidada. O livro de Atos dos Apóstolos conta a história da igreja a partir de sua edificação que se deu em Jerusalém, no dia de Pentecostes. Igreja esta que nasceu e se fortaleceu na doutrina dos Apóstolos, que era a prática do amor fraternal, conforme os apóstolos haviam aprendido de seu Mestre e Senhor, durante o tempo em que foram seus discípulos (Atos 2 : 42 - 46).

Na prática dessa doutrina, todos os crentes viviam uma comunhão plena, onde todos compartilhavam o que possuíam, para que nada faltasse àqueles que nada tinham. Tal ação por parte dos irmãos, fez com que a Igreja caísse na graça do povo e, todos os dias Deus acrescentava à Igreja aqueles que seriam salvos (Atos 2 : 47).

Pessoas de várias classes, línguas e povos abraçaram a nova doutrina e, dessa forma a igreja cresceu em quantidade e qualidade. Contudo, esse crescimento trouxe alguns problemas, principalmente em relação aqueles que não eram judeus, como vemos:

"Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano." (Atos 6 : 1).

Conforme dito acima, a igreja vivia no seu primeiro amor, e, neste amor, ela seguia o ensino que foi legado pelo Senhor que era o amor incondicional ao próximo. A princípio os apóstolos administravam a contribuição dos irmãos repartindo com os necessitados para que ninguém tivesse falta de nada, como diz: "Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos."  (Atos 4 : 34). Mesmo com esse cuidado e com o crescimento da igreja, começaram a surgir problemas, como foi o caso das viúvas gregas. Cientes do problema, os apóstolos imediatamente, tomaram posição para solucioná-lo. Estes, reunindo a igreja expuseram a situação, bem como apontaram a solução para o mesmo.

E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra”. (Atos 6 : 1 - 4). 

Notemos que até então era responsabilidade dos apóstolos receberem e administrar a coleta dos irmãos em favor dos demais. Então, eles passam a igreja, coluna e apoio da verdade a responsabilidade de escolher e eleger homens aptos para que os auxiliassem no ministério cristão e assumissem esta responsabilidade.

O critério para a separação

Os Apóstolos tinham ciência de suas responsabilidades quanto à oração e ao ensino da Palavra, quais eram essenciais para edificação da igreja, portanto, não podiam desviar sua atenção para outras causas. Por isso, eles delegaram à igreja a responsabilidade de escolherem entre si, aqueles que assumiriam aquilo que eles denominaram de importante negócio.

Coube a igreja a responsabilidade de separar homens capacitados para exercerem tal responsabilidade e assim foram separados setes homens: Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia (Atos 6 : 5).

Em relação a escolha daqueles que seriam separados para o diaconato, os Apóstolos tomaram o cuidado de orientar a igreja, quanto ao critério exigido pelo Espírito Santo. Os diáconos deveriam ser portadores das seguintes qualidades (Atos 6 : 3):

a) Homens de boa reputação: Isto é, homens com bom testemunho na sociedade, honestos e não avarentos. O Apóstolo Paulo instruindo a Timóteo, quando da escolha destes, orientou o seguinte: “Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;  Guardando o mistério da fé numa consciência pura”(1Timóteo 3 : 8 , 9). Estes não poderiam ser avarentos, pois teriam a responsabilidade de cuidar das finanças da igreja de forma a administrá-las em favor de todos aqueles que possuíam alguma necessidade. Existem hoje os que pensam que é tarefa do pastor cuidar das finanças da igreja, mas não é. Os diáconos é que receberam esse "importante negócio", pois os apóstolos não poderiam desviar sua atenção da oração e do ministério da Palavra.

b) Homens cheios do Espírito Santo. Algumas denominações evangélicas priorizam o fato de alguém ser batizado no Espírito Santo e principalmente de este falar em línguas estranhas, como requisito principal e essencial para o cargo. Não quero fazer apologia ao desprezo pela busca do batismo no Espírito Santo, pois sei ser este uma necessidade para o crente, mas, é preciso entender que existe diferença entre ser "cheio" e ser "batizado" com o Espírito Santo. João Batista não era batizado, contudo, era cheio do Espírito Santo desde o ventre materno e fez grandes obras para Deus. O próprio Jesus deu testemunho a favor dele, dizendo que dentre os nascidos de mulher não houve profeta maior que João (Lucas 7 : 28). Para ser um diácono é preciso obedecer aos critérios da Palavra e isto vai muito mais além do que simplesmente falar em línguas estranhas que também é um dom do Espírito Santo. 

c) Homens cheio de sabedoria: Não da sabedoria humana que se adquire nos seminários e faculdades, mas na busca do entendimento da Palavra, onde se descobre a vontade de Deus. Estevão foi um exemplo disso quando disputou com aqueles que queriam acusá-lo de blasfêmia: "E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava." (Atos 6 : 10). Paulo orava para que os colossenses fossem cheios de sabedoria e inteligência espiritual: "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus"  (Colossenses 1 : 9 , 10). A sabedoria é um dom divino e a falta deste na vida de muitos obreiros tem causado sérios transtornos, quando não escândalos no seio da igreja.

O conselho de Paulo

Ainda quanto a escolha para o diaconato, Paulo orienta quanto aos requisitos morais que estes devam possuir, onde o relacionamento familiar é o principal testemunho para a escolha destes. Paulo chega a aconselhar até mesmo quanto ao comportamento das esposas destes (I Timóteo 3 : 8 - 13).

8 Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância;
9  Guardando o mistério da fé numa consciência pura.
10  E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
11  Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
12  Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas.
13  Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.

Uma boa posição e muita confiança na fé em Jesus Cristo”. Foi o que aconteceu com os diáconos Estevão e Filipe que se destacaram no ministério da Palavra e na fé. Estevão foi martirizado por defender a ortodoxia (pureza) da palavra (Atos 6 : 8 - 15; 7 : 1 - 60). Filipe se destacou por promover um avivamento em Samaria pelo ensino da Palavra e realização de milagres e maravilhas em Nome de Jesus (At 8; 5 - 40). Ele, inclusive chegou a alcançar a posição de evangelista, um dos dos ministeriais dado a igreja para sua edificação (Atos 21 : 8 ; Efésios 4 : 11).

O que faziam os diáconos.

Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas”. Por essa afirmação dos Apóstolos, alguns entendem que a função dos diáconos é somente servir a ceia aos irmãos, quando no ato desta. Não! É muito mais que isso. Servir a mesa no contexto bíblico neotestamentário era atender as necessidades dos menos favorecidos na igreja, como era o caso das viúvas, pois, tal ação é a identidade da verdadeira igreja de Cristo na terra. Tiago, o irmão do Senhor deixou o ensino que: "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." (Tiago 1:27). 

O importante negócio de que os Apóstolos trataram, sobre o qual deveriam ser constituídos diáconos, era justamente isso. Não era somente cuidar das finanças da igreja, mas sobretudo procurar conhecer e atender a necessidade dos irmãos, para que os presbíteros pudessem se preocupar exclusivamente a oração e ao ministério da Palavra. O foco desse ministério jamais deveria ser desvirtuado para outros fins, mas é o que infelizmente vemos acontecer nos dias de hoje, quando o primeiro amor não mais se evidencia na vida da maioria dos crentes, inclusive líderes (Mateus 24: 12).

Existem muitos diáconos nas igrejas evangélicas, mas quase não existe ministério diaconal que é servir, seguindo o exemplo do maior diácono que existiu que é o próprio Senhor.


Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os fatos sobre o Halloween

No dia 31 de outubro muitas pessoas irão participar de festas de "Halloween", popularmente chamado de "Dia das Bruxas" no Brasil. Mas essa festa aparentemente inocente tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que muitos não percebam isso.

Sua origem data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro. Isso acontecia na cerimônia "Samhain" durante o festival de inverno, na qual eram oferecidos sacrifícios humanos. Essa prática ancestral foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A Igreja Católica posteriormente tentou cristianizar o "Samhain ", declarando o1º de novembro como o Dia de Todos os Santos e o 2 de novembro com o Dia de Finados, sendo que em ambas as datas os mortos eram lembrados.

Nos Estados Unidos essa festa é muito comum e tem forte apelo comercial, sendo também tema de vários filmes de horror. A imagem de crianças vestidas com fantasias "engraçadinhas" de bruxas, fantasmas e duendes, pedindo por doces e dizendo "gostosuras ou travessuras". Há algum tempo, o Brasil tem se deixado influenciar por muitos aspectos que não fazem parte de sua cultura e tem celebrado essa festa em escolas, clubes e até em shopping centers.

Diante dessa realidade, devemos nos questionar: Halloween está relacionado às práticas ocultistas modernas?

Mesmo que hoje em dia Halloween seja comemorado de uma maneira inocente por muitos jovens, ele é levado a sério pela maioria das bruxas, membros do movimento neo-pagão e ocultistas em geral. Antes de continuarmos, devemos destacar que a associação histórica e contemporânea do Halloween com o ocultismo causaram uma espécie de "efeito híbrido" na maior parte da sociedade, de modo que a comemoração do Halloween não é, necessariamente, uma prática totalmente inocente. Ao ler vários relatos sobre o Halloween, pode-se ficar impressionado com o grande número de práticas de superstições e de adivinhação envolvidas com ele. Algumas das superstições e todas as práticas estão relacionadas com o ocultismo.

É preocupante o quanto as superstições podem controlar ou dirigir a vida de uma pessoa de maneiras terríveis. Mais ainda, as verdadeiras práticas de adivinhação sempre trazem conseqüências. Na verdade, desde as décadas finais do século dezenove, o Halloween tem sido lembrado como um período "para se usar amuletos, lançar maldições e se fazer adivinhações"[1]. Como já dissemos, isso está relacionado aos antigos druidas, pois o "Samhain" marcava o início de ano novo, o que resultou num interesse em adivinhações e previsões sobre o que o próximo ano traria.

A origem do Halloween data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao"senhor da morte" em 31 de outubro.
No Halloween se cria (e ainda á assim em certos lugares) que seguir um ritual em particular pode fazer com que a imagem do seu futuro cônjuge apareça atrás de você: "Muitas crenças surgiram sobre como invocar a imagem do futuro esposo ou esposa de alguém. As garotas criam que caso alguém ficasse diante do espelho, comendo uma maçã, à meia-noite, a imagem de seu futuro esposo apareceria de repente diante dela. Se nenhuma imagem aparecesse, isso significava que a garota ficaria solteirona".[2]

No sul dos Estados Unidos há um costume baseado na crença dos druidas de que o desespero de uma vítima de sacrifício humano podia revelar previsões para o futuro. "Punha-se fogo numa tigela com álcool, e atirava-se no fogo ‘oferendas’ tais como figos, cascas de laranja, passas, castanhas e tâmaras envoltas em papel alumínio. A garota que tirasse a melhor das oferendas do meio do fogo iria conhecer seu futuro esposo dentro de um ano".[3]

A preocupação com tais atividades pode ser vista na seguinte declaração do Livro Americano dos Dias (American Book of Days): "Vários meios de adivinhação do futuro eram usados no Halloween e os resultados eram aceitos com toda seriedade"[4].

Em outras palavras, quando estamos lidando com tentativas sérias de adivinhar o futuro – seja em relação ao futuro em geral, ao futuro cônjuge, ou sobre a vida e a morte - as conseqüências na vida das pessoas podem ser muito maiores do que simples brincadeiras.

Hoje em dia outras práticas ocultistas estão presentes no Halloween. Em New Orleans o "Museu do Vodu apresenta normalmente um ritual de Halloween no qual as pessoas podem ver rituais de vodu reais"[5]. 

Na cidade de Salem, estado de Massachusetts, um festival de Halloween acontece de 13 a 31 de outubro incluindo uma mostra de parapsicologia.[6]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial. Um livro conhecido sobre o movimento neo-pagão relata o seguinte sobre esses dias importantes de celebração da bruxaria: "As grandes cerimônias de sabbat são: o ‘Samhain’ (Halloween), o Ano-Novo celta (nesses dias acredita-se que os portais entre os mundos estão enfraquecidos, e então ocorrem contatos com os ancestrais), ‘Oimelc’ (1º de fevereiro, festival da purificação de inverno)... ‘Beltane’ (1º de maio, o grande festival da fertilidade)... diferentes linhas da bruxaria... tratam esses festivais de maneiras diversas. Mas quase todas as linhas celebram pelo menos o ‘Semhain’ e o ‘Beltane’"[7]. Algumas bruxas tiram o dia de folga de seu trabalho para comemorarem essa data especial para elas, enquanto outras chegaram a tentar o fechamento das escolas para a comemoração desse grande sabbat.

Muitos grupos satânicos também consideram o Halloween uma noite especial, em parte porque ele "tornou-se o único dia do ano em que se acredita que o diabo possa ser invocado para revelar os futuros casamentos, problemas de saúde, morte, colheitas e o que acontecerá no próximo ano"[8]. Na verdade a bruxaria e o satanismo têm certas semelhanças[9]. Mesmo que sejam coisas distintas, e mesmo que se dê legitimidade às declarações do movimento neo-pagão que desdenha o satanismo, devemos lembrar o claro ensino bíblico de que o diabo é a fonte de poder por trás da bruxaria e de todas as formas de ocultismo[10]. A ex-bruxa Doreen Irvine declara: "a bruxaria negra não está distante do satanismo... Praticantes da bruxaria negra têm um grande poder e não devem ser subestimados... Eles podem até exumar covas recentes e oferecer os corpos em sacrifício à Satanás".[11]

Na bruxaria moderna o Halloween também é considerado uma noite especial.
Além disso tudo, o costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. Por exemplo, para os antigos druidas "os espíritos que se acreditava andarem de casa em casa eram recepcionados com uma mesa farta para um banquete. No final da refeição, os habitantes da cidade fantasiados e com máscaras representando as almas dos mortos iam em procissão até os limites da cidade para guiar os fantasmas para fora".[12] 

As máscaras e fantasias usadas no Halloween podem ser relacionadas também com a tentativa de certas pessoas de se esconderem para não serem vistas participando de cerimônias pagãs ou ,como no xamanismo e em outras formas de animismo, mudar a identidade de quem as usa para que possa se comunicar com o mundo espiritual. As fantasias podem ser usadas também para afugentar espíritos maus.

Depois de fazermos essas considerações sobre o assunto, tendo em vista que o Halloween está associado a práticas de bruxaria e ocultismo, devemos analisar qual deve ser nossa atitude em relação a essa festa, que mesmo sendo vista secularmente como um passatempo tem implicações sérias.
Devemos nos perguntar: Que princípios bíblicos devem ser usados para discernir esse assunto?

As Escrituras nos dizem que o homem espiritual julga todas as coisas e que no futuro irá também julgar os anjos. Então somos competentes o suficiente para julgar assuntos triviais agora (1 Coríntios 2,15; 6.3). Se julgarmos todas as coisas e retermos o que é bom, abstendo-nos de toda forma de mal, estaremos cumprindo com nossa obrigação (1 Tessalonicenses 5.21,22). Então vamos examinar esse assunto para chegarmos a uma posição bíblica sobre o Halloween.

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem referência às práticas de bruxaria, encantamentos, espiritismo, contatos com os mortos, adivinhações e assim por diante – e todas essas coisas estão potencialmente ligadas ao Halloween.

"Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 19.31).

"Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; ... Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10,11,14) .

Se na celebração de Halloween existem atividades envolvendo práticas genuinamente ocultistas, as Escrituras são claras em afirmar que devem ser evitadas.
"[Rei Manassés de Judá] queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira" (2 Crônicas 33.6).

Em nenhum lugar na Bíblia vemos essas coisas como sendo aceitáveis diante de Deus. À luz desses versículos, ninguém pode argumentar logicamente que a Bíblia apóia tais práticas.

Por: John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)

sábado, 19 de outubro de 2013

Honrando ao Senhor com nossos bens



De que maneira podemos honrar ao Senhor com a nossa renda e o que temos de melhor?

Quando Salomão escreveu esse aconselhamento prevalecia o antigo concerto, onde, neste, era determinado que se levasse ao templo em Jerusalém as contribuições do povo na forma de dízimos e ofertas, como maneira de se honrar ao Senhor. A bênção de Deus voltaria para o ofertante se este cumprisse o mandamento na forma como foi determinado por Deus em entregar estas, que consistia no seguinte:

1 NA ANTIGA ALIANÇA

a) Dá-los a Arão e aos levitas (Números 18:1;6;12,13):  

"ENTÃO disse o SENHOR a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio...E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao ministério da tenda da congregação...Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá." 

Honrar a Deus com as fazendas e as primícias era suprir a necessidade daqueles que laboriosamente se dedicavam INTEGRALMENTE ao serviço do santuário, isto porque, Arão, seus filhos e seus auxiliares levitas foram proibidos por Deus de trabalharem na terra e/ou possuirem qualquer tipo de patrimônios, pois eles foram ungidos para o ministério sacerdotal entre o povo de Israel (Números 18:20-24).

b) Reparti-los com os necessitados (Deuteronômio 14:28,29): 

"Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas;  Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem".

Além dos levitas, as primícias (dízimos) deveriam ser compartilhados com os necessitados de Israel representados pelos órfãos, viúvas e até estrangeiros (não judeus). Fazer isso era a maneira de honrar a Deus e ser recompensado com as bênçãos divinas, pois Deus prometeu que abençoaria toda a obra que as mãos do contribuinte fizesse. Porém, fazer o contrário do que Deus estabeleceu era atrair maldição, como foi o caso dos sacerdotes que passaram a roubar a Deus nos dízimos e nas ofertas alçadas no tempo de Malaquias (Malaquias 3:8-10). 

"AGORA, ó sacerdotes, este mandamento é para vós.  Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração" (Malaquias 2:1,2).

Os sacerdotes passaram a desonrar a Deus na medida em que os mesmos passaram a roubá-lo, por primeiramente oferecer ao Senhor ofertas defeituosas que eram animais doentes e aleijados e, principalmente por se apossarem de algo que não lhes pertencia - os dízimos - pois estes eram dos levitas e necessitados. Dos sacerdotes eram somente as ofertas alçadas (Dízimo dos dízimos), quais os levitas deveriam entregá-los, mas estes nem os dízimos estavam recebendo e como poderia dar o dízimo dos dízimos? (Números 18:19; Neemias 13:10)

2 NO NOVO TESTAMENTO

Honrar ao Senhor com nossos bens no Novo Testamento significa tão somente obedecer aquilo que Jesus e os apóstolos nos legaram nas Escrituras.

a) O cuidado com os pobres

Em Lucas 18:18-25 vemos um jovem rico procurar Jesus para saber o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Após alguns questionamentos de Jesus sobre a observância dos mandamentos, o jovem declarou observá-los todos desde sua meninice, ao que Jesus ponderou que ainda faltava-lhe uma coisa, que seria a essencial: "vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me" (Verso 22). 

Infelizmente esse jovem achou difícil obedecer ao Mestre, pois seu coração estava firmado nas riquezas deste mundo. Mas, com Zaqueu foi diferente, pois este ao ouvir as palavras de Jesus se adiantou dizendo: "E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado."  (Lucas 19:8).

Na vida da igreja primitiva também observamos esta prática, pois a igreja era doutrinada na lei real que é a do amor ao próximo (Tiago 2:8). Alí os crentes eram instruídos a compartilhar o que tinham com aqueles que nada tinham, honrando assim ao Senhor com seus bens (Atos 4:32-37). Essa era a doutrina dos apóstolos.

Nas cartas paulinas vemos este apóstolo ensinar aos crentes gentios observarem essa prática, onde ele doutrinou sobre o principio da semeadura, quando disse: "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará...Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre."  (2Coríntios 9:6-9). Paulo aprendeu e também ensinou que a bênção de Deus na vida do contribuinte, deve-se ao fato de observar este princípio que é semear nossos bens (semente) no solo certo que a vida do necessitado.

b) O cuidado com os obreiros do Senhor.

Tal qual os levitas do antigo concerto, a igreja deve valorizar a vida dos obreiros verdadeiramente chamados por Deus. Para isso ela precisa notar o esforço e dedicação do mesmo na obra de Deus e assim, repartir com ele as suas bênçãos, como diz:

"Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;"  (1Timóteo 5:17).

"E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui."  (Gálatas 6:6).

Fazendo assim estaremos honrando ao Senhor com aquilo o qual Ele nos tem abençoado, na certeza de que nos abençoará mais ainda.

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo - Subsídio para a lição





Introdução
Neste domingo estaremos estudando a lição nº 9 sobre como confrontar os inimigos da Cruz de Cristo. Quem são e o que fazem? Estão ainda agir no seio da noiva do Cordeiro? Quais armas podemos usar para combatê-los e assim não deixarmos minar suas doutrinas na seara do Mestre?

1-EXORTAÇÃO A FIRMEZA EM CRISTO

1.Imitando o exemplo de Paulo.
Paulo nutria uma preocupação em que todos os crentes o imitassem, face aos aproveitadores aos quais ele identifica como lobos devoradores e maus obreiros que na sua ausência surgiriam para tirar proveito das igrejas com palavras persuasivas (Atos 20:29; Colossenses 2:4). Note que ele também faz esse apelo aos crentes de Corínto (1Coríntios 4:6; 11:1). Paulo teve o cuidado de em tudo ser o exemplo do rebanho, assim como ele havia aprendido de Cristo (3:17). Este cuidado ele passou ao seu filho na fé Timóteo, a quem o instruiu a agir da mesma forma (1Timóteo 4:12). Paulo era imitador de Cristo em tudo, inclusive nos sofrimentos, onde, no seu próprio corpo trazia as marcas de Cristo, quais eram as feridas adquiridas por pregar o evangelho da graça, incompreendido por aqueles que ainda queriam se manter debaixo do regime da lei mosaica (Gálatas 6:17). Como imitador de Cristo, Paulo também se considerava um cooperador, procurando não dar escândalo em coisa alguma, para que o ministério que ele havia recebido do Senhor não fosse censurado (2Corintios 4:1-10;11:23-29). Que exemplo de obreiro foi Paulo.

2. O exemplo de outros obreiros fiéis
Além de Timóteo e Epafrodito que são referencias de obreiros, o escritor aos Hebreus aconselha os crentes a lembrarem-se de seus pastores imitando a fé deles, atentando para a maneira viver (Hebreus 13:7). Realmente, o maior exemplo e legado que um pastor pode passar para o rebanho é a fé e a maneira de viver sem ostentação, assim como viveram os apóstolos e muitos missionários que doaram suas vidas pela causa do reino, vivendo pela fé (Hebreus 10:38). 

3. Tendo outro estilo de vida.
O comentarista da lição Pr. Elienai Cabral ressalta a importância de se resgatar o ideal da reforma protestante que era mostrar que hoje diante de Deus todos somos sacerdotes, diferente daquilo que era no antigo concerto, onde somente os filhos de Levi exerciam tal função. Ali, apenas estes eram ungidos para o sacerdócio, mas hoje, essa unção é repartida com todos os crentes (1João 2:20;27; 1Pedro 2:9; Apocalipse 1:6; 5:10). Outro grande problema que existe nas igrejas evangélicas e que envolvem as lideranças de hoje, dá-se por conta do modelo de hierarquia herdado do catolicismo romano. Este modelo ela resgatou da antiga aliança na figura do sumo-sacerdote, sacerdotes e auxiliares. À igreja Jesus estabeleceu uma forma de governo totalmente diferente, mostrando que todos somos iguais. A nós crentes Jesus ensinou que: todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo (Mateus 20:26,27).


2- OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO

1   1. Os inimigos da cruz de Cristo.
    Quem eram esses inimigos e o que faziam? Ao referir-se a estes, Paulo o fez com lágrimas, isto é; com tristeza e também decepção. Para um melhor entendimento, basta fazer uma leitura cuidadosa da carta que ele escreveu aos Gálatas. Essa igreja enfrentou o mesmo problema da igreja em Filipos, pois esses inimigos da cruz não eram outros, senão os judaizantes. Estes eram judeus que haviam se convertido a fé cristã, mas que ainda se mantinham presos ao regime da lei mosaica com seus ritos, cerimoniais e costumes. Estes entendiam que somente a fé em Cristo não era o suficiente para o cristão herdar as bênçãos de Deus e a salvação (Atos 15:1). Até certo ponto é compreensível o raciocínio deles, visto que eles passaram milênios obedecendo as doutrinas vero-testamentárias que os rabinos lhes passaram e, sabemos que não é fácil mudar de opinião de uma hora pra outra, principalmente nesta questão de regras e doutrina. Eles não compreenderam que na cruz foram cumpridas todas as ordenanças da lei e pagas todas as dívidas que a lei exigia (Colossenses 2:14).
  
   A tristeza de Paulo consistia em ver aqueles que ele gerou em Cristo, voltarem aos rudimentos do mundo, tornando nulo o sacrifício de Cristo pela prática de ritos da lei, passando a crer num outro evangelho (Gálatas 1:6). 

   "Confio de vós, no Senhor, que nenhuma outra coisa sentireis; mas aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação" (Gálatas 5:10). O gnosticismo poderia ser sim um problema na igreja de Filipos, mas os judaizantes eram uma ameaça muito maior ao estabelecimento da graça, principalmente entre os crentes gentios que abraçaram a fé, pois estes não tinham e nem tem nenhuma obrigação em observar os preceitos e tradições que Deus entregou por Moisés ao povo judeu exclusivamente (Atos 15:28,29).

    1. O deus deles é o ventre.
    Em outra tradução ventre é estômago (koilia em grego). Os inimigos da cruz de Cristo se vangloriavam de serem observadores dos ritos mosaicos, entre eles a abstinência de determinados tipos de alimentos, quais a lei os considerava impuros, assim como a prática da circuncisão, conforme vimos na lição nº 07. Observando tais preceitos, julgavam que seriam justificados diante de Deus pelo cumprimento de tais obras. Porém, com essas atitudes eles  convertiam a graça de Deus em dissolução, negando o poderio do Senhor Jesus (Judas 1:4). Estes evidenciam claramente as obras da carne no seu quotidiano e não levam em conta que um dia prestarão contas de seus atos (Gálatas 5:19-21).

     2.  A glória deles.
     Os inimigos da Cruz tem uma glória transitória, visto que o coração deles está firmado nas coisas terrenas. Pra eles o que interessa é o “aqui e agora”. Essa glória é evidenciada pelo status, poder e fama a qual querem alcançar a qualquer custo. Estes são aqueles que acumulam tesouros aqui nesta terra e fazem da piedade uma fonte de lucro (Mateus 6:19-21; 1Timóteo 6:3-5). Porém, o fim deles é a perdição!
    
3   3- O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO
    
    1. Mas a nossa cidade está nos céus.   
    Após mostrar quem são os inimigos da Cruz de Cristo, como agem e qual será a recompensa deles, Paulo mostra aos crentes que devam pensar e agir diferente, pois nossa cidade está nos céus, ou seja: estamos aqui, mas não somos mais daqui. Jesus quando fez a oração sacerdotal disse a mesma coisa em relação aqueles que amariam a mensagem da Cruz. Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (João 17:6).
     
    Aos colossenses Paulo pediu: Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” (Colossenses 3:2-4).

1. Que transformará nosso corpo abatido.
     “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1João 3:2,3). Esta é a promessa que temos da parte do Senhor, que um dia nos recompensará tornando nosso corpo imortal e incorruptível assim como o dele é, pois é necessário que aquilo que é mortal se torne imortal e aquilo que é corruptível se torne incorruptível (1Corintios 15:53,54).

     Por essa razão, devemos cuidar do nosso corpo, pois este é hoje o tabernáculo do Espírito Santo. "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo."  (I Tessalonicenses 5:23)
     
     1. Vivendo em esperança.
 Sim, não há dúvidas que vivemos os tempos mais difíceis da história da igreja. Tempo este que Paulo profetizou que seriam trabalhosos, justamente porque os homens ditos religiosos haveriam de ter as seguintes qualidades: “amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.” (2Timóteo 3:1-9). Estes são aqueles que introduzem falsas doutrinas na igreja, com o único fim de se beneficiarem a sí mesmo (o próprio ventre). Mas nossa esperança está no autor e consumador da nossa fé, para o qual devemos estar com nosso olhar fixo (Hebreus 12:2)

Conclusão
Os inimigos da Cruz de Cristo estarão sempre infiltrados no meio do rebanho de Cristo. A semelhança do que aconteceu no período apostólico, estes sempre tentarão anular a obra salvifica de Cristo na Cruz, com ensinos permissivos de uma falsa santidade e humildade, cujo objetivo e tornar os crentes presas fáceis de tradições e regras que na cruz foram abolidas (Colossenses 2:14-26). A tática não mudou, pois vemos muitos desses querendo complementar a salvação com obras mortas, onde algumas assemelham-se até a rituais de umbanda. Além de vigiar e orar o crente precisa cada dia conhecer profundamente a Palavra de Deus, contida no antigo e no novo testamento. Somente assim poderemos combater os modismos e as heresias disfarçadas de doutrinas que os inimigos da Cruz de Cristo semeiam nos arraiais dos santos (2Corintios 11:13), bem como também não podemos ignorar os ardis de satanás, pois este se transfigura até em anjo de luz (2Corintios 11:14,15).

Lembremos que somos cristãos e a nossa religião precisa influenciar o mundo, inclusive o judaísmo e não permitir que o judaísmo influencie nossa fé, pois, infelizmente vemos isto acontecer em nossos dias, onde muitos inimigos da cruz tentam resgatar ritos judaicos fazendo muitos apostatarem da genuína fé em Cristo que consumou toda obra na Cruz (1Timóteo 4:1-4).


 Reginaldo Barbosa
Sta. Bárbara do Pará

sábado, 6 de julho de 2013

DÍZIMO - Uma obrigação ou uma questão de fé?


O dízimo é uma obrigação ou uma questão de fé? 

É impressionante a desinformação que muitos crentes ainda têm sobre essa doutrina. Neste blog já escrevi alguns artigos sobre este tema, usando textos e contextos, mas mesmo assim recebo questionamentos, até mesmo de pastores que me escrevem, tentando convencer-me que o dízimo é uma doutrina em vigor que não deve ser encarado como obrigação, mas como uma questão de fé. Outros ainda me acusam de herege e me perguntam sobre como as igrejas pagarão suas contas de água, luz, telefone e outras despesas; ou ainda como se manterão missionários e se expandirá a obra de evangelização sem o dízimo.

Diante de tais questionamentos, sinto-me no dever de esclarecer ainda mais sobre algo que por muitos anos me foi encoberto, assim como ainda o é para muitos. É claro que por tomar uma posição contrária a essa doutrina, fiz-me inimigos de muitos, perdendo meus privilégios como obreiro na denominação que ainda freqüento. Mas, diante do que a Bíblia claramente ensina sobre esse tema, eu digo a mesma coisa que Pedro e os apóstolos disseram às autoridades eclesiásticas que queriam proibi-los de ensinar a verdade do evangelho: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” (Atos 5:29).

DÍZIMO NA BÍBLIA ERA ALIMENTO E NUNCA FOI DINHEIRO.

Em toda a bíblia há 34 referencias direta ao dízimo, sendo 25 no Antigo Testamento e apenas 09 no Novo Testamento. Nenhuma dessas referencias mostra que o dizimo em algum momento foi entregue em dinheiro pelos judeus, povo a quem foi dada as leis, inclusive a do dízimo. O dizimo bíblico sempre foi alimento, mas alguns tentam justificar o pagamento em dinheiro na atualidade, alegando que os judeus eram pobres, cuja economia advinha da agropecuária, por isso davam dízimos do fruto da terra e do rebanho. Mas vejamos o que Deus promete a Abraão em relação aos judeus: "Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza." (Gênesis 15:13,14). O que Deus prometeu a Abrão cumpriu-se quando tirou os hebreus do Egito para levá-los a terra que manava leite e mel. “E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, Porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestes, as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios”(Êxodo 3:21,22). 

Como vimos, os judeus saíram do Egito ricos, pois Deus proveu riquezas pra eles, mas dessas riquezas não exigiu dízimos. Também, na caminhada de Israel do Egito à terra prometida durante 40 anos nenhum dizimo foi exigido do povo. Somente após eles tomarem posse da terra prometida e a partir do momento que a terra produzisse seus frutos era que os judeus haveriam de entregá-los (Deuteronômio 26;1,2).

Ao estabelecer a lei dos dízimos para Israel, o Senhor determinou que tudo fosse observado, conforme os preceitos que Ele entregou a Moisés. Em relação a entrega do dízimo, Deus estabeleceu regras a serem obedecidas. Assim sendo, o dízimo não poderia ser entregue em qualquer lugar, mas no lugar que o próprio Deus escolheria para ali fazer habitar o Seu Nome (Deuteronômio 12:11; 14;23). Esse lugar a principio foi Siló, onde o tabernáculo descansou por alguns anos até ser transferido para o monte Gibeom. Mais tarde seria Jerusalém, onde foi construído o templo por Salomão e posteriormente a casa do tesouro que eram câmaras ou depósitos de mantimentos anexos ao templo construídas por Ezequias (2Crônicas 31;11,12; Neemias 10:37-39; 13:9; Malaquias 3:10). 

O dízimo deveria ser levado a esse lugar uma vez ao ano, sendo que se algum judeu habitasse longe desse lugar e o mesmo ficasse impossibilitado pela distância de levar o dízimo, tal deveria vendê-lo e, com o dinheiro da venda prosseguir viagem até o local determinado pelo Senhor. Lá chegando, este deveria com aquele dinheiro comprar tudo o que sua alma desejasse e depois comê-lo, não esquecendo de dar a parte do levita a quem Deus tinha autorizado a receber os dízimos por eles não haverem recebido herança na terra prometida (Deuteronômio 14:22-27). Também, a cada três anos havia um dizimo especial, onde o judeu o ajuntaria na sua própria casa e lá iria o levita, o estrangeiro, a viúva e o órfão que habitassem nas proximidades. Ali, estes comeriam esse dizimo até se fartarem e, por essa ação viria a bênção de Deus sobre a vida do dizimista, que seria abençoado em toda a obra de suas mãos (Deuteronômio 14: 28,29). Observe que a promessa de prosperidade em relação ao dizimo estava condicionada ao ato de se repartir este e saciar a fome dos levitas com o necessitado e não no ato da entrega como defendem os proponentes da falsa teologia da prosperidade.

Deus ainda pediu que após a entrega dos dízimos o dizimista fizesse uma oração, onde em suas próprias palavras o dizimista confirmaria que fez tudo o que o Senhor pediu que se fizesse (Deuteronômio 26:2-15). O dizimista não poderia fazer o que bem entendesse com o dizimo, pois após determinar as regras, Deus admoesta os dizimistas a cumprirem fidedignamente seu mandamento: “Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Deuteronômio 12:32)... Neste dia, o SENHOR teu Deus te manda cumprir estes estatutos e juízos; guarda-os pois, e cumpre-os com todo o teu coração e com toda a tua alma (Deuteronômio 26:11).

Deus ordenou que seu mandamento em relação ao dízimo fosse cumprido à risca, não acrescentando ou diminuindo nada do que ele mandou. Por isso, os judeus nunca deram dízimos em dinheiro, porque Deus não aceitava, apesar de eles terem bastante dinheiro, pois Deus os tinha abençoado em tudo (Deuteronômio 2:6,7). Até mesmo no tempo de Jesus não se dava dizimo em dinheiro, pois vemos os fariseus dando-o em hortelã, endro, cominho, arruda e todas as hortaliças (Mateus 23:23; Lucas 11:42). Convém salientar que nestes textos Jesus em momento algum está ensinado a prática do dizimo na Nova Aliança, até por que o Novo Testamento só iniciou após a morte de Jesus (Hebreus 9:16,17). JESUS estava repreendendo os fariseus legalistas que tentavam se justificar diante de Deus pela prática do dízimo, mas esqueciam o que era mais importante para Deus como: exercerem a justiça, usarem de misericórdia e terem fé. E ainda, Jesus estava no cumprimento da lei, sob a qual ele nasceu para cumprir (Mateus 5;17: Gálatas 4:4), por isso, não poderia ser contra a prática dos fariseus dizimarem. O dizimo bíblico acabou na cruz, onde Cristo, pela Sua morte pagou toda a nossa dívida (Colossenses 2:14), isentando Sua igreja das obrigações da lei.

O DIZIMO NA NOVA ALIANÇA SE CONVERTEU EM DINHEIRO?


É o que a maioria das igrejas defendem, ensinam e cobram até com ameaça de maldição para os que não pagam. O dizimo não vigorou na Nova Aliança, assim como a circuncisão, o sábado, sacrifícios de animais para expiação dos pecados e as demais leis dadas ao povo judeu por Moisés que foram apenas sombra da realidade que é a graça. 

Mas, da forma como o dizimo é ensinado atualmente, parece que ele foi a única lei do antigo testamento que milagrosamente resistiu a cruz, onde, pela carne de Cristo rasgada foram abolidos as leis dos mandamentos (Efésios 2;15). Muitos insistem em dizer que o dízimo se faz necessário atualmente por causa das construções de templos e despesas oriundas destes, como; pagamentos de taxas de energia, água, telefone e até mesmo o salário de pastores. Porém, a Bíblia ensina que o dízimo nunca foi para custear construção do templo ou sua manutenção e muito menos para pagar salário de sacerdote. O dizimo era exclusivamente para atender a necessidade alimentícia do levita e dos necessitados. Somente os levitas tinham de Deus autorização para receberem os dízimos do povo. O sacerdote que presidia sobre os levitas recebia apenas a décima parte de todos os dízimos – o dízimo dos dízimos (Números 18:21-24).

Alguns ensinam também que sem os dízimos não tem como a obra missionária e de evangelização avançarem e alcançarem outros povos. Mas, quando olhamos para o ensino de Jesus concernente aos crentes levarem a mensagem das boas novas, vemo-lo ensinando os discípulos a agirem exatamente o contrário daquilo que os pregadores modernos ensinam: “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento (Mateus 10:5-10). Veja também o evangelho de Lucas capítulo 10.

A obediência às ordens do Mestre foi o suficiente para o evangelho sair de Jerusalém, passando pela Judéia e Samaria, cruzando as fronteiras e chegando até nós os confins da terra (Atos 1:8). Se Ele ordenou assim, porque não obedecer?

Outro questionamento é: E, quanto ao salário do obreiro, do que eles vão se manter se Jesus ordenou que aqueles que pregam o evangelho que vivam do evangelho? Quando Paulo aludiu a esta questão ele se referiu as palavras do próprio Cristo, conforme está em Mateus 10:10 que disse: “porque digno é o operário do seu alimento”. Mas no evangelho de Lucas 10:7, Cristo claramente afirma:  "E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa". Notemos que o salário do obreiro, conforme as palavras do Mestre que os comissiona, se refere a consideração daquele que é beneficiado pela palavra para com o pregador, que deve ser motivado a espontaneamente repartir dos seus bens com aquele que o instrui (Gálatas 6:6), conforme propuser em seu coração, não fazendo por constrangimento, mas por amor (2Corintios 9:7). É importante ressaltar que em 1Corintios 9, Paulo não está ensinando que o obreiro deva ser sustentado conforme eram os sacerdotes do antigo concerto, como muitos entendem e reivindicam. 

O apóstolo Pedro ao se referir sobre a sabedoria que foi dada a Paulo e da forma como ele ensinava discernindo a lei da graça, reconheceu que havia pontos difíceis de entender, mas que nisso os os indoutos e inconstantes torciam, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição (2Pedro 3:16). A primeira carta aos Corintios foi uma delas e que até hoje se deturpam seus ensinos, pois, Paulo estava admoestando os coríntios que estavam sustentando obreiros fraudulentos que os haviam enganado neste particular, onde ele, mostra pelo seu exemplo de dedicação a obra de Deus, que poderia sim ser sustentado pela igreja nesses moldes, mas que preferiu não sê-lo, para não escandalizar o evangelho. Se OUTROS participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, NÓS? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo (1Corintios 9:12).

Agora, se o obreiro se dedicar integralmente ao serviço de Deus, fazendo a obra pelo qual foi chamado, visitando, aconselhando, intercedendo, amando e resgatando aqueles que se afastaram do redil, certamente que seu trabalho será reconhecido pela igreja, sem que ele precise tá cobrando isto, pois a Palavra assim ordena: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;" (1Timóteo 5:17). Sendo o papel da igreja reconhecer o trabalho do obreiro, este jamais deva cobrar por seus serviços ou estabelecer seu próprio salário, muito menos usando o argumento do dízimo para esse fim. E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui” (Gálatas 6:6).

Outros chegam a dizer que o dizimo não é obrigatório para o cristão, pois este é uma questão de fé e que aquele que o dá precisa fazê-lo por FÉ. Ora, existe uma tremenda contradição nesta afirmação, pois, se o crente tem de dar dez por cento de seu salário (ao que chamam de dízimo), não podendo ser mais nem menos e ainda corre o risco de ser amaldiçoado se não o fizer, logo, isto é uma obrigação e não opção. E ainda, o dizimo era obra da lei e a lei não é da fé (Gálatas 3:12). Então, como pode ser este uma questão de fé?

Não sou contra a contribuição na igreja, pois eu mesmo sou um contribuinte. Mas que a igreja seja doutrinada e ensinada que a contribuição deva ser nos moldes que o Novo Testamento que foi firmado no sangue de Cristo nos ensina que, esta deva ser por prontidão de vontade com aquilo que temos: “Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem”. (2Corintios 8:12), e também com aquilo que propusermos no coração, fazendo com alegria, para que seja aceita por Deus: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Corintios 9:7).

Concluo enfatizando mais uma vez que o dizimo não existe na Nova Aliança. Nem por obrigação e muito menos por fé, pois se esta lei ainda estivesse em vigor, deveria ela ser aplicada pelo principio que foi estabelecido por Deus que era o sustento daqueles que nada receberam como os levitas e dos que nada tinham como os órfãos, viúvas e estrangeiros. Deus chegou a pedir para os judeus não acrescentar e nem diminuir aquilo que Ele determinou em relação ao dízimo (Deuteronômio 12:22). E por que razão o mudariamos?


Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará