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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os ungidos do Senhor, quem são eles?


Quem são os ungidos do Senhor na Nova Aliança? Existe uma classe de pessoas seletas as quais é dada uma unção especial, assim como foram  os reis e sacerdotes do Antigo Concerto? Quem pode atribuir a sua pessoa este privilégio, a ponto de ser considerado ungido do Senhor?

O pastor Ciro Sanches Zibordi, da Assembleia de Deus em Cordovil-RJ é escritor, editor, articulista e autor de vários livros, discorre com muita clareza sobre este assunto.

Confira:

NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS

Pr. Ciro Sanches Zibordi


A frase bíblica “Não toqueis nos meus ungidos” (Sl 105.15) tem sido empregada para os mais variados fins. Maus obreiros e falsos profetas se valem dela para ameaçar seus críticos; crentes mal-orientados usam-na para defender certos “ungidos”; e outros ainda a empregam para reforçar a idéia de que não cabe aos servos de Deus julgar ou criticar heresias e práticas anti bíblicas.

Quando examinamos o contexto da frase acima, vemos que ela está longe de ser uma regra geral. Uma leitura atenta do Salmo 105 não nos deixa em dúvida: os ungidos mencionados são os patriarcas Abraão, Isaque, Jacó (Israel) e José (vv.9-17). Ademais, o título “ungido do Senhor” refere-se tipicamente, no Antigo Testamento, aos reis de Israel (1 Rs 12.3-5; 24.6-10; 26.9-23; Sl 20.6; Lm 4.20) e aos patriarcas, em geral (1 Cr 16.15-22).

Conquanto a frase não encerre um princípio geral, podemos, por analogia, afirmar que Deus, na atualidade, protege os seus ungidos assim como cuidou dos seus servos mencionados no Salmo 105. Mesmo assim, não devemos presumir que todas as pessoas que se dizem ungidas de fato o sejam. Lembre-se do que o Senhor Jesus disse acerca dos “ungidos”: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).

É claro que a Bíblia apóia e esposa o pensamento de que o Senhor cuida dos seus servos e os protege (1 Pe 5.7; Sl 34.7). Mas isso se aplica aos que verdadeiramente são ungidos, e não aos que parecem, pensam ou dizem sê-lo (Mt 23.25-28; Ap 3.1; 2.20-22). Afinal, “O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade” (2 Tm 2.19).

Quando Paulo andou na terra, havia muitos “ungidos” ou que aparentavam ter a unção de Deus (2 Co 11.1-15; Tt 1.1-16). O imitador de Cristo nunca se impressionou com a aparência deles (Cl 2.18,23). Por isso, afirmou: “E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram” (Gl 2.6).

Aparência, popularidade, eloqüência, títulos, status, anos de ministério... Nada disso denota que alguém esteja sob a unção de Deus e imune à contestação à luz da Palavra de Deus. Muitos enganadores, ao serem questionados quanto às suas pregações e práticas antibíblicas, têm citado a frase em análise, além do episódio em que Davi não quis tocar no desviado rei Saul, que fora ungido pelo Senhor (1 Sm 24.1-6). Mas a atitude de Davi não denota que ele tenha aprovado as más obras daquele monarca.

Se alguém, à semelhança de Saul, foi um dia ungido por Deus, não cabe a nós matá-lo espiritualmente, condená-lo ao Inferno. Entretanto, isso não significa que devamos silenciar ou concordar com todos os seus desvios do evangelho (Fp 1.16; Tt 1.10,11). O próprio Jônatas reconheceu que seu pai turbara a terra; e, por essa razão, descumpriu, acertadamente, as suas ordens (1 Sm 14.24-29).

O texto de Salmos 105.15 em nenhum sentido proíbe o juízo de valor, o questionamento, o exame, a crítica, a análise bíblica de ensinamentos e práticas de líderes, pregadores, milagreiros, cantores, etc. Até porque o sentido de “toqueis” e “maltrateis” é exclusivamente quanto à inflição de dano físico.

É curioso como certos “ungidos”, ao mesmo tempo que citam o aludido bordão em sua defesa — quando as suas práticas e pregações são questionadas —, partem para o ataque, fazendo todo tipo de ameaças. O show-man Benny Hinn, por exemplo, verberou: “Vocês estão me atacando no rádio todas as noites — vocês pagarão e suas crianças também. Ouçam isto dos lábios dum servo de Deus. Vocês estão em perigo. Arrependam-se! Ou o Deus Altíssimo moverá sua mão. Não toqueis nos meus ungidos...” (citado em Cristianismo em Crise, CPAD, p.376).

Quem são os verdadeiros ungidos, os quais, mesmo não se valendo da frase citada, têm de fato a proteção divina, até que cumpram a sua vontade? São os representantes de Deus que, tendo recebido a unção do Santo (1 Jo 2.20-27), preservam a pureza de caráter e a sã doutrina (Tt 1.7-9; 2.7,8; 2 Co 4.2; 1 Tm 6.3,4). Quem não passa no teste bíblico do caráter e da doutrina está, sim, sujeito a críticas e questionamentos (1 Tm 4.12,16).

Infelizmente, muitos líderes, pregadores, cantores e crentes em geral, considerando-se ungidos ou profetas, escondem-se atrás do bordão em análise e cometem todo tipo de pecado, além de torcerem a Palavra de Deus. Caso não se arrependam, serão réus naquele grande Dia! Os seus fabulosos currículos — “profetizamos”, “expulsamos”, “fizemos” — não os livrarão do juízo (Mt 7.21-23)

Portanto, que jamais aceitemos passivamente as heresias de perdição propagadas por pseudo-ungidos, que insistem em permanecer no erro (At 20.29; 2 Pe 2.1; 1 Tm 1.3,4; 4.16; 2 Tm 1.13,14; Tt 1.9; 2.1). Mas respeitemos os verdadeiros ungidos (Hb 13.17), que amam o Senhor e sua Santa Palavra, os quais são dádivas à sua Igreja (Ef 4.11-16).

Quanto aos que, diante do exposto, preferirem continuar dizendo — presunçosamente e sem nenhuma reflexão — “Não toqueis nos meus ungidos”, dedico-lhes outro enunciado bíblico: “Não ultrapasseis o que está escrito” (1 Co 4.6, ARA). Caso queiram aplicar a si mesmos a primeira frase, que cumpram antes a segunda!

Fonte: Ciro Sanches Zibordi

http://cirozibordi.blogspot.com.br/2008/07/no-toqueis-nos-meus-ungidos.html

sábado, 12 de janeiro de 2013

Abrindo as janelas do céu

Por: Pr. Hernandes Dias Lopes

Em tudo vos dei o exemplo de que deveis trabalhar assim, a fim de socorrerdes os doentes, recordando as palavras do próprio Senhor Jesus: Dar é mais bem-aventurado que receber” (Atos 20.35)

A filosofia que rege o mundo é diametralmente oposta àquela estabelecida por Jesus. O filho de Deus ensina o que o mundo rejeita e reprova o que o mundo aplaude.
Numa cultura em que a lei régia é levar vantagem em tudo, ganhar tudo o que puder, por todos os meios, de todas as formas, em todo, e de todas as pessoas, para o seu próprio deleite, o ensino de Jesus de que mais bem-aventurado é der que receber parece um contrassenso.
Na verdade, ninguém é tão pobre que não possa dar é nem tão rico que não possa receber. Todos podem experimentar essa bem-aventurança. O dar não é tanto uma questão de quanto dinheiro temos nas mãos, mas quanto amor temos no coração. Nós sempre somos ricos em relação a alguém. Sempre haverá alguém mais necessitado do que nós. Somos sempre desafiados a repartir um pouco do que temos. Essa bem-aventurança de dar não é restrita apenas aos ricos.
A Bíblia não condena a riqueza. Se granjeada com honestidade e trabalho e usada com generosidade e altruísmo, a riqueza é uma bênção. O problema não é ser rico, mas avarento. O problema não é possuir dinheiro, mas é ser possuído por ele. O problema não é ganhar dinheiro, mas retê-lo com usura. O problema do mundo moderno não é escassez de provisão, mas injusta distribuição. Enquanto uns têm de sobra, outros passam necessidade. Enquanto uns morrem de comer, outros morrem de fome. O que é jogado fora da mesa de uns, falta na mesa de outros. O problema da fome não é falta de alimento, mas falta de amor.
A parábola do samaritano (Lc 10.25-37) aponta-nos três tipos de atitudes que estão presentes na sociedade. A primeira atitude é a dos ladrões e salteadores que saquearam o viajante, deixando-o semimorto à beira do caminho. Esses são aqueles que vivem para fazer o mal. São de todo corrompidos. Maquinam o mal, tramam a violência e executam-na sem compaixão. Em vez de trabalhar e ganhar o pão com o suor do próprio rosto, não respeitam a vida nem os bens do próximo.
A segunda atitude é representada pela omissão do sacerdote e do levita, que ao verem o homem ferido à beira do caminho, passaram de largo. Esses são aqueles que vivem para si mesmos. Estão muito ocupados com os seus próprios negócios e não têm tempo nem amor para cuidar dos necessitados.
A terceira atitude é a do samaritano, que ao ver o moribundo abandono à sua própria sorte, olha, aproxima-se, cura, levanta, carrega e investe na vida do necessitado, sem se importar com sua nacionalidade ou religião.
O amor não tem preconceitos nem fronteiras. Ele é altruísta. O amor pensa nos outros mais do que em si mesmo. O amor tem mais prazer em dar que em receber. Na verdade, perdemos o que retemos e possuímos o que damos. A semente que comemos ou guardamos não pode se multiplicar. O que damos, porém, é como uma sementeira que se multiplica. Quanto mais damos, mais recebemos. Quanto mais semeamos, mais colhemos. O princípio de Jesus é “[...] Dar é mais bem-aventurado que receber.” (Atos 20.35) Vejamos alguns ensinos práticos sobre esse postulado de Jesus:
1. Precisamos entender que a riqueza não é para ser acumulada, mas distribuída (Atos 20.35)
Jesus disse que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Na verdade, é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico ser salvo. Contudo, o que para os homens é impossível, é possível para Deus (Lucas 18.24-27). O rico não pode fazer do dinheiro o seu deus nem pôr a sua confiança na instabilidade das riquezas (1Tm 6.17). Os ricos têm um grande ministério: ajudar os pobres. Eles precisam ser generosos no dar. Eles precisam aprender a repartir os seus bens. Zaqueu, ao se converter a Cristo, resolveu destronar o "deus Mamom" do seu coração. A generosidade foi a primeira evidência da sua conversão (Lc 19.8). Jesus fala sobre um rico avarento que se regalava em suas festas sem se apiedar de Lázaro, faminto à sua porta. Sua riqueza tornou-se o combustível da sua própria ruína. Ele morreu e foi para o inferno, porque amou mais o dinheiro do que a Deus e ao próximo. Ele não foi para o inferno por ser rico, mas por ser avarento (Lc 16.19-31).
2. Precisamos entender que quando damos aos pobres, é como se estivéssemos dando ao próprio Deus (Mt 25.40).
No dia do juízo, os homens serão julgados segundo as suas obras (Mt 25.31-46). Certamente, pelas obras ninguém pode ser salvo (Ef 2.8-9). Não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras (Ef 2-10). As nossas boas obras não nos levam para o céu, mas nós as levamos para o céu (Ap 14.13). Jesus disse que quando damos pão ao faminto, água ao sedento, vestes ao nu, abrigo ao forasteiro e visitamos os presos e doentes, é como se fizéssemos essas coisas a Ele (Mt 25.40). Temos de ver Deus no rosto do nosso próximo. Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1Jo 4.20). Negligenciar a generosidade aos pobres e aflitos é como sonegar a Jesus um gesto de socorro. Deixar de dar pão a quem tem fome é o mesmo que negar um prato de comida ao Filho de Deus.
3. Precisamos entender que quando damos aos pobres, emprestamos a Deus (Pv 19.17).
Deus é o dono de todas as coisas (Sl 24.1). Somos apenas mordomos dos bens que eles nos confiou (1Co 4.1). Somos administradores dos bens alheios. Nada trouxemos para este mundo, nem dele vamos levar coisa alguma (1Tm 6.7). Não há bolsos em mortalhas nem caminhão de mudança em enterros. Nossos tesouros não podem acompanhar-nos nem nos valer na viagem que faremos para a eternidade. Contudo, quando socorremos os aflitos com os bens que o próprio Deus nos confiou, isso é como um empréstimo a Deus (Pv 19.17). Ele nunca fica devendo a ninguém. Ele é a fonte de todo bem. Ele é quem nos dá a vida, a saúde, a inteligência e nos capacita para adquirirmos riquezas (Dt 8.18). Ele é quem abre as janelas dos céus e derrama sobre nós bênçãos sem medida (Ml 3.10). Sua Palavra é clara: “Dai, e vos será dado, recebereis uma boa medida, cheia, generosa e transbordante; pois sereis medidos com a mesma medida com que medis.” (Lc 6.38) Jesus disse que até um copo de água fria que você der a alguém em seu nome não ficará sem recompensa. Sim! Mais bem-aventurado é dar que receber. Enquanto damos coisas materiais, recebemos recompensas materiais e, sobretudo, espirituais. Deus é o supremo galardoador!
4. Precisamos entender que quando damos aos pobres, o nome de Deus é glorificado e o Evangelho ganha credibilidade (2Co 9.13).
Quando os homens veem as boas obras da igreja, eles glorificam a Deus (Mt 5.16). Quando a igreja compartilha as necessidades dos santos, as portas se abrem para o testemunho do Evangelho. O apóstolo João diz que o amor verdadeiro não é apenas de palavras, mas traduz-se em obras, em ajuda ao necessitado (1Jo 3.17-18). João Batista disse que o verdadeiro arrependimento é repartir comida com quem tem fome e vestes com quem está nu (Lc 3.11). Na igreja primitiva, as pessoas tinham tudo em comum (At 2.44;4-32). O apóstolo Paulo nunca separou a pregação do Evangelho da assistência social. Ele se preocupava com os pobres (Gl 2.10). Quando a igreja demonstra amor aos necessitados, isso redunda em glória ao nome de Deus e credibilidade para o Evangelho: “Ao aprovarem essa ministração, eles glorificam a Deus por causa da obediência que confessais quanto ao Evangelho de Cristo e por causa da generosidade da vossa contribuição para com eles e para com todos.” (2Co 9.13).
5. Precisamos entender que a generosidade no dar é o caminho da verdadeira felicidade (At 20.35).
Jesus disse que dar não é um peso, mas uma grande alegria (At 20.35). Ofertar não é um ato que deve ser praticado com tristeza, pois Deus ama a quem dá com alegria (2Co 9.7). Receber algo de alguém é uma grande bênção e nos proporciona uma grande felicidade, mas Jesus disse que a alegria de dar é maior ainda do que a alegria de receber. Há muitas recompensas para aqueles que têm o coração generoso. A primeira recompensa é que a generosidade promove a glória de Deus (2Co 9.11-13). Em segundo lugar, ela supre a necessidade do próximo (2Co 9.12). Em terceiro lugar, o generoso faz bem a si mesmo (Pv 11.17). Em quarto lugar, a generosidade produz prosperidade (Pv 11.24-25; 2Co 9.10-11). Em último lugar, àquele que acode ao necessitado, Deus liberta no dia da aflição, preserva do inimigo, conforta na enfermidade e faz feliz na Terra (Sl 41.1-3). Mesmo que sejamos pobres, podemos ser ricos em bondade. A Palavra de Deus diz: “Há quem se torne rico sem nada possuir, e quem se torne pobre, tendo grande riqueza.” (Pv 13.7) Que mesmo em nossa pobreza possamos ser generosos no repartir, assim como o apóstolo ensinou: “… pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo.” (2Co 6.10)
Pr. Hernandes Dias Lopes 
Fonte: http://www.lagoinha.com/ibl-vida-crista/abrindo-as-janelas-do-ceu/

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Igreja segundo o coração de Deus





Esta semana passei por uma rua e chamou-me a atenção os dizeres na frente de um galpão onde funcionava uma igreja. Ao que tudo indica, é mais uma nova igreja, já que se tornou comum a prática de se fundar igrejas (denominações) em nosso país, algumas até com nome bastante esquisito. Abaixo da nomenclatura que ficava ao centro, estava um painel que tomava toda a largura do prédio, onde estava a inscrição: “Uma igreja segundo o coração de Deus”.
De certa forma aquela frase me levou a refletir sobre o que seria verdadeiramente uma igreja segundo o coração de Deus. Sabemos que Deus é um ser santo e perfeito e tudo que lhe diz respeito também deva ser santo e perfeito (1Pe 1:15,16). Quando o povo de Israel desejou ter um rei, não era a vontade de Deus que tal acontecesse, contudo, o SENHOR permitiu que fosse realizada a vontade do povo já que este assim queria e, assim foi lhe dado um rei – Saul (1Samuel 8:5-7). Saul começou bem, mas não obedeceu a vontade do SENHOR e, por isso foi rejeitado. Indo contra toda a perspectiva humana, Deus então escolhe um rei segundo o seu coração e, dessa forma, ordena Samuel ungir o pequeno pastor Davi como rei de Israel - um rei segundo o seu coração (1Samuel 16:1-12).

A Bíblia também nos mostra que Deus estabeleceu dois povos para sua glória. O primeiro foi Israel que foi formado a partir da chamada de Abraão e que este povo deveria obedecê-lo e amá-lo sobre todas as coisas (Gênesis 12:1; Deuteronômio 6:5). Apesar de sua eleição esse povo não levou a sério os propósitos divinos e nem mesmo reconheceu o seu Messias quando este veio para libertá-lo (João 1:11). Por causa disso o reino lhe foi tirado e foi entregue a outro povo para que este produzisse frutos (Mateus 21:43). Este povo é a igreja.

Convém salientar que a igreja não surgiu como um plano “B” nos projetos divinos, pelo contrário, a igreja foi um projeto que nasceu no coração de Deus desde a fundação do mundo (Efésios 3:9,10). A igreja foi estabelecida para cumprir os desígnios divinos em relação a salvação dos perdidos, dando prosseguimento a obra de Deus que Jesus iniciou até o tempo em que ela venha ser tirada deste mundo (Mateus 28:19,20; Marcos 16:15; João 14:2).

O QUE É A IGREJA

Igreja (do grego εκκλησία [ekklesia] e latim ecclesia) cujo significado é chamados para fora. Isto nos faz lembrar o amor de Jesus por Sua Igreja que para santificá-la, padeceu fora da porta e por isso, a igreja segundo o coração de Deus é conclamada a sair fora dos arraiais e levar seu vitupério, isto é: ser também participante dos sofrimentos de Cristo (Hebreus 13:12,13; 2Corintios 1:7; 1Pedro 4:7). A igreja segundo o coração de Deus não é uma organização, mas um organismo vivo. Também, não é um prédio construído com cimento, tijolo, ferro e madeira, mas um edifício construído com pedras vivas Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Esta é a casa que verdadeiramente Deus habita.

Diferentemente das muitas que existem, a igreja segundo o coração de Deus é aquela que vive na prática do amor. Ela foi gerada pelo próprio amor que é Jesus, o Deus homem. Por amor, Ele a sí mesmo se entregou por ela (Efésios 5:25-27). Da mesma forma a igreja retribui esse amor obedecendo e vivendo o maior mandamento que Jesus lhe outorgou que é amar a Deus e a seu próximo como a sí mesmo (João 15:12-17).

A igreja segundo o coração de Deus, pertence a Ele, pois foi comprada por bom preço (1Coríntios 6:20; 7:23; 1Pedro 1:18,19). Ela não compactua com o erro e nem se compraz com a injustiça, pois ela é guiada pelo Espírito de Deus sob a autoridade de homens que Ele mesmo ungiu e responsabilizou-os para dela cuidar, como sendo a coisa mais preciosa para Ele (João 21:17; Efésios 4:11; 1Pedro 5:7). É da vontade de Deus que Sua igreja seja guiada por homens que sigam o exemplo do bom pastor que dá Sua vida pelas ovelhas (João 10:1-12).

A igreja segundo o coração de Deus não é conhecida por nome, nem pela idade ou quantidade de membros que possui, mas pelo exemplo que ela herdou de Seu Criador, que incondicionalmente amou este mundo de tal maneira (João 3:16), e, principalmente pela unidade que ela mantém com Cristo e com seus membros (João 17:23).

A igreja segundo o coração de Deus é aquela que perdoa até aqueles que a maltratam e não faz acepção de pessoas em seu seio (Marcos 11:25; Tiago 2:1). Ela prega a verdade e por isto é perseguida, mas não abandona sua cruz (Mateus 5:10). Ela é a noiva do Cordeiro, a Igreja amada do Pai que em breve estará com Ele, pois assim é a vontade daquele que a criou.

"E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também... Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo” (João 14:3; 17:24).

A que igreja você pertence?

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Uma dura advertência à liderança

Por Thiago Ibrahim


Hoje trago para vocês um comentário sobre um livro da Bíblia que não costumo ver exposto na igreja: o livro do profeta Malaquias. A leitura mais atenciosa desse livro me fez buscar conhecer o contexto do profeta, as pessoas para quem escreveu, além de me fazer refletir muito sobre o que é ser um líder separado por Deus e a tamanha responsabilidade que decorre dessa função.

O livro de Malaquias é o último dos profetas menores. Ele é dividido em 4 capítulos e fecha o Antigo Testamento, tendo sido escrito por volta do ano 430 a.C. O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras e Neemias, no período pós-exílio  na Babilônia. O profeta foi usado por Deus na condução dos israelitas da apatia religiosa ao retorno aos princípios da lei. Os temas tratados na obra são o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado do povo e a vinda do Senhor. O objetivo deste texto é falar sobre um tema muito relevante para os dias de hoje: o pecado dos sacerdotes.

O sacerdote, juntamente com os levitas, era o responsável pelo culto e os sacrifícios, primeiro no tabernáculo, depois no Templo de Jerusalém. De acordo com a tradição bíblica, apenas os descendentes de Arão, irmão de Moisés, poderiam ser elevados ao cargo. Era deles também a responsabilidade de colher as ofertas (e também os dízimos) do povo e distribuir de forma correta aos que necessitavam, como por exemplo, as viúvas, os órfãos e os forasteiros.

No contexto do livro de Malaquias, o pacto que Deus tinha feito com Levi havia sido quebrado pelos responsáveis por manter a nação em ordem e agora Deus chama a atenção dos líderes de Israel para que se arrependam da maneira como estavam governando o povo. Convido você, a partir daqui, a refletir comigo sobre o objetivo da função “sacerdote”; a forma como estavam exercendo a função na época de Malaquias; e a advertência feita por Deus aos líderes do povo.

No capítulo 2 Malaquias começa uma dura advertência aos sacerdotes:
"E agora esta advertência é para vocês, ó sacerdotes. Se vocês não derem ouvidos e não se dispuserem a honrar o meu nome”, diz o Senhor dos Exércitos, “lançarei maldição sobre vocês, e até amaldiçoarei as suas bênçãos. Aliás já as amaldiçoei, porque vocês não me honram de coração. “Por causa de vocês eu vou destruir a sua descendência; esfregarei na cara de vocês os excrementos dos animais oferecidos em sacrifício em suas festas e lançarei vocês fora, juntamente com os excrementos. Então vocês saberão que fui eu que lhes dei esta advertência para que a minha aliança com Levi fosse mantida". Malaquias 2:1-4
Uma dura advertência aos homens que eram responsáveis por trabalhar pela Justiça de Deus, mantendo o perfeito funcionamento da nação e que agora estavam distantes da justiça e sendo parciais em seu trato com a nação de Israel. Deus deixa claro aqui que está disposto a manter a aliança e exatamente por isso está fazendo a pesada advertência.

Nos versículo 7 e 8 Deus, por meio do profeta, fala como deve ser o procedimento do sacerdote e logo depois acusa-os de terem quebrado a aliança que o Soberano havia feito com o Levi.
"Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos esperam a instrução na lei, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vocês se desviaram do caminho e pelo seu ensino causaram a queda de muita gente; vocês quebraram a aliança de Levi”, diz o Senhor dos Exércitos". Malaquias 2:7-8
Logo em seguida Deus parte para a sentença:
"Por isso eu fiz que fossem desprezados e humilhados diante de todo o povo, porque vocês não seguem os meus caminhos, mas são parciais quando ensinam a lei" . Malaquias 2:9
Como vimos no relato bíblico, a realidade decadente da liderança religiosa e institucional do povo na época de Malaquias era tamanha a ponto de fazer com que Deus os advertisse duramente, chegando ao ponto de dizer que esfregaria excremento da própria oferta na cara deles e depois os rejeitaria tal qual se faz com o dejeto dos animais.

Com Deus não se brinca (Gl 6:7,8). Não que Deus seja um perverso que quer fazer o mal a qualquer preço, mas Ele é um Deus zeloso e que guarda sua aliança, como fez com Levi e tantos outros. Lembre-se de que Ele é o Soberano e tem tudo sob seu domínio, tanto na Terra como no Céu. Aqui fica o alerta para que não quebremos o pacto com o nosso Deus, sob pena sermos desprezados e humilhados diante de todo o povo, tal qual os sacerdotes em Israel. Se você tem um chamado de liderança, exerça-o com zelo e entendimento. Um ministério que agrada a Deus requer uma vida de oração e disposição pra lutar pela justiça do Reino e contra tudo que se opõe à Sã Doutrina.

A minha oração é que Deus tenha misericórdia da liderança cristã brasileira e a faça retornar ao caminho que é o evangelho puro e simples de nosso Senhor Jesus Cristo. Que todos os dias nos conscientizemos sobre qual o sentido do verdadeiro evangelho, lutando pelo Reino e Justiça de Deus.

Thiago Ibrahin

http://www.napec.org/heresias-igreja/uma-dura-advertencia-a-lideranca/#more-2167

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O justo viverá pela fé


“ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”. (Hebreus 11:1).

Fé (do latim fides, fidelidade e do Grego  pistia ) é a firme opinião de que algo é verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão.

Fazemos parte de um povo a qual Deus escolheu e chamou para viver em função desta. Somos a Sua Igreja, cujo povo é formado por todos aqueles que, sem distinção de língua, povo, cor ou raça, recebe ao Filho de Deus como Senhor e Salvador. Somos um povo que sem merecimento recebeu a sua justificação pela fé, como está escrito: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5:1,2)Antes de Deus estabelecer a igreja, Ele escolheu um povo, qual também separou das demais nações para ser seu povo exclusivo. Este era Israel, a nação eleita. Com este povo Deus fez uma aliança, chamada de Antigo Testamento ou Antiga Aliança, pela qual Ele entregou as leis. Tais leis deveriam ser obedecidas mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20).

Deus chamou a Israel para que este povo vivesse pela fé, Isto é: na total confiança e dependência de Deus, mas infelizmente não foi isso que aconteceu, com raras exceções. E, justamente, por essa falta de fé, uma geração inteira pereceu no deserto, pois apesar de contemplarem as obras de Deus, preferiram por Deus a prova, provocando-o (Hebreus 3:7-10).

Viver pela fé é confiar na auto-suficiência de Deus, na certeza de que Ele suprirá todas as nossas necessidades por Cristo Jesus (Fp 4:19). Abraão ao ser chamado de sua nação para uma terra que Deus lhes mostraria, não questionou com o SENHOR sobre o que iria fazer ou do que iria viver. Simplesmente obedeceu e em tudo foi abençoado (Gn 12:1-2). Abraão, um homem de fé, é um exemplo para todos os que neste tempo da graça são chamados e comissionados à realizarem a obra a qual o Senhor Jesus iniciou e   confiou, na certeza de que Ele há de cuidar, não deixando nada faltar àqueles a quem chamou.

SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS (Hb 11:6).

Tudo o quanto viermos fazer para Deus se não for acompanhado de fé tornar-se-á inútil, porque tudo o que não provém de fé se torna pecado (Rm 14:23). Devemos lembrar que ao nos escolher como seu povo exclusivo, o SENHOR prometeu cuidar de nós e pediu que não andássemos ansiosos pelo que haveríamos de comer ou vestir, pois essa preocupação é própria daqueles que não tem esperança (Lc 12:22-30). Jesus por várias vezes repreendeu seus discípulos pela falta de fé deles, mas da sua igreja Ele espera que ela vivencie essa fé, durante o tempo que aqui viver, confiando absolutamente nas suas promessas e que a esta fé sejam acrescentadas virtude, ciência, temperança, paciência, amor fraternal, e, sobretudo caridade (2Pe 1:5-7). Essas virtudes necessariamente precisam acompanhar nossa fé, para que ela não se torne morta em sí (Tg 2:26).

Jesus Cristo é o autor e consumador de nossa fé (Hb 12:2) e essa fé que temos nEle deve operar em nós pelo amor (Gl 5:6). Por esta fé, adentraremos as mansões celestiais e herdaremos a nova terra que Ele, segundo sua promessa nos preparou (2Pe 3:13). Pela fé, primeiramente aguardamos Jesus que prometeu voltar para buscar o seu povo. (Jo 14:3). Contudo, é importante lembrarmos que a medida que nos aproximamos do dia de sua vinda essa fé torna-se-à escassa, pois o Espírito Santo já nos advertira que nos últimos dias apostatarão alguns da fé (1Tm 4:1), sendo o nosso dever lutar e batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos (Jd 1:3).

Quando nossa fé quiser fraquejar a ponto de nos fazer desistir de nossa missão, possamos nos lembrar das Palavras do SENHOR que diz: "Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Hb 10:38)

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A mordomia cristã segundo a Bíblia

 

“E disse o SENHOR: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?" (Lucas 12:42).

Geralmente quando se fala em mordomia cristã, sabemos ser esta uma responsabilidade em cuidar de tudo aquilo que pertence ao SENHOR. O dicionário Aurélio define o mordomo: Chefe dos criados de uma grande casa. / Administrador dos bens de um estabelecimento. / Aquele que trata dos negócios de uma irmandade ou confraria e administra seus bens. / Administrador dos interesses internos de um palácio.

De fato, é isso mesmo, pois o papel do mordomo na antiguidade e no seio das famílias abastadas, consistia nisso, pois a este era confiada a administração de todos os bens de seu senhor. O primeiro exemplo de mordomo na Bíblia encontramos na pessoa de Adão, o primeiro homem criado. A este o SENHOR confiou-lhe, não apenas o cuidado do jardim, mas de tudo aquilo que Ele criou (Gn 2:15-20). Outro exemplo disso vemos na família do patriarca Abraão, onde os cuidados de sua casa estava sob a responsabilidade de um homem de Damasco, chamado Eliezer (Gn 15:2). José também, pela sua honestidade e temor a Deus alcançou essa posição quando foi adquirido pelo oficial de Faraó, chamado Potifar, o qual lhe confiou a administração de sua casa e todos os seus bens (Ex 39:3-6).

Analisando vários estudos de outros autores sobre o tema, observei que, quase por unanimidade, quando se fala em mordomia cristã a ênfase que se dá sobre o assunto sempre é (com raras exceções) em relação aos bens materiais e em especial ao dinheiro, o qual, o mordomo deve administrá-lo de forma que este, primeiramente tem a obrigação de separar a parte que pertence a Deus. E, geralmente, esse ensino tem como base os textos que falam sobre o dízimo, qual foi um mandamento para o judeu no antigo concerto.

Não quero polemizar e nem estar acima da verdade, contudo, ao estudarmos sobre o assunto na Bíblia e, em especial no Novo Testamento, vamos encontrar um conceito de mordomia totalmente diferente daqueles que se ensinam hoje em dia.

É bem verdade que do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1), bem como a Ele pertence o ouro e a prata (Ag 2:8).

A Palavra de Deus no Novo Testamento nos mostra que hoje, nós, os que pela fé cremos em Jesus, somos mordomos, chamados de despenseiros e, como tais, Deus requer de nós fidelidade com o trato com aquilo que lhe pertence (1Cor 4:2). Mas, o que na verdade Deus está requerendo de nós, como mordomos? Seria apenas uma pequena parte daquilo que Ele nos dá? Não! Ele requer tudo e com juros daquilo que confiou em nossas mãos para cuidarmos.

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens (Mt 25:14). E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha” (Lc 19:13).

É bem verdade que mina aqui é dinheiro, assim como o talento, conforme a parábola que Jesus ensinou registrada em Mateus 25:15-28. Porém, no contexto de ambas as passagens, Jesus está se referindo a prestação de contas que haverá quando Ele vier instaurar seu Reino (Mt 25:13: Lc 19:11). Jesus sempre ilustrou o reino dos céus, por meio de parábolas que são comparações de fatos fictícios com reais. Se ignorarmos a hermenêutica, vamos admitir que de fato Jesus está aludindo que quando Ele instaurar seu Reino vai requerer de nós dinheiro para a manutenção deste. Ou, por outro lado, Jesus estaria dizendo que as igrejas que hoje falam no Nome dEle, precisam deste para fazerem a obra missionária. Digo isto pois, por inúmeras vezes ouvi pregações dessa natureza, mas Jesus ensinou o contrário. Ao enviar seus apóstolos para levar a mensagem do Reino dos céus, aconselhou o seguinte: Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu alimento” (Mt 10: 9,10). Apesar de o dinheiro ser importante nas áreas da vida, Jesus não o pôs como coisa essencial à propagação de Seu Reino e sim a obediência (Mc 16:15).

Logo, no que consiste esta prestação de contas e o que ela se refere? Está escrito que Deus nos abençoou com toda a sorte de bênçãos nos lugares celestiais (Ef 1:3). E, estas benções, Deus espera que a administremos em Seu Reino aplicando-as a Sua obra. Ressalto que a obra de Deus não é aquilo que se defende atualmente, pois vemos uma inversão de valores neste particular, onde a verdadeira obra de Deus é ignorada e, de certa forma, esta ainda é coagida a investir nas obras dos homens, que são as construções intermináveis de templos, chamados de casas de orações e/ou tabernáculos, uma vez que Deus não habita em templos feitos pelas mãos humanas (At 7:48; 17:24). Não sou contra um lugar onde a igreja se congregue e pratique a comunhão, contudo, é notório que nestes, são gastos imensas fortunas com a justificativa que tais empreendimentos são obras de Deus e, depois de concluídos, passam a maior parte do tempo fechados e vazios. A verdadeira obra de Deus são as vidas pelas quais, Deus enviou Seu Filho amado para pagar com seu sangue o preço do resgate de cada uma delas (Rm 14:20; 1Pe 1:18). Sim, é nesta obra que Deus espera nosso investimento, assim como a igreja primitiva fazia. No Novo Testamento vemos os primeiros cristãos contribuindo com alegria, pois essa contribuição não visava outra coisa, senão o cuidado pelos irmãos menos favorecidos, pois nisto consiste o maior mandamento que é o amor de Deus (At 4: 32-37; 1Jo 3:17).

“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém” (1Pe 10,11).

As minas e os talentos das parábolas, sem dúvidas, fazem alusão aos dons que Deus nos repartiu pelo Seu Espírito, para que estes sejam usados na edificação de Seu Reino e Sua Igreja (Ef 4:11). Como mordomos, precisamos administrá-los segundo o poder que Deus nos dá, visando sempre a glória do Nome do SENHOR e não os nossos próprios interesses. Cuidar da obra do SENHOR é manifestar amor pelas almas, sentindo delas compaixão, seguindo o exemplo de nosso Mestre (Mt 9:36; 14:14; 15:32).
Precisamos nos conscientizar que o conceito de mordomia dentro do cristianismo é diferente do que acontece fora dele. O mordomo-mor de Candace, rainha da Etiópia administrava o tesouro particular desta (At 8:27). Porém, o tesouro de Deus não consiste em ouro ou prata, mas em algo que lhe é mais precioso, que são as vidas que Ele mesmo criou. “E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve” (Ml 3:17). A profecia de Malaquias apontava para o resultado do penoso fruto do trabalho do SENHOR, qual se doou a sí mesmo e, pelo seu sacrifício, conquistou milhões de almas para Seu Reino (Is 53:11). Sim, este é o tesouro do SENHOR, pelo qual chamará os seus mordomos a prestarem contas, em especial àqueles que exclusivamente foram chamados para esse fim (1Pe 5:2-4). Nas coisas do SENHOR, todos somos mordomos, mais neste particular, existem aqueles quais foram separados para, na ausência do SENHOR, cuidar de forma especial com aquilo que é mais precioso para Ele – Sua Igreja. Ao mordomo que recebeu e negociou multiplicando aquilo que é de seu senhor, será recompensado e entrará no gozo deste (Mt 25:21;23). Essa multiplicação acontece quando ele cuida, zela, alimenta, dando a ração (Ensino da Palavra) a seu tempo. Mas aquele que enterrou e espancou, julgando que o SENHOR ainda tardaria voltar, terá sua recompensa com os infiéis (Lc 12:46), pois aquele que muito for dado, mais lhe será cobrado e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá (Lc 12:48).
Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim (Lc 12:43).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará