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quinta-feira, 21 de abril de 2016

A Lei, a Graça e as Três Obras




INTRODUÇÃO

As lições da escola dominical deste segundo trimestre de 2016 aborda o tema “Maravilhosa Graça”, com base na carta de Paulo aos Romanos. O tema é oportuno e extremamente importante, pois nesta carta o Apóstolo Paulo ensina a respeito da justiça de Deus que neste tempo da graça se manifestou a todos os povos(judeus e gentios), por intermédio da pregação do evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crer (Romanos 1 . 16).  Por isso, é necessário a todo mestre e aluno saber discernir entre Lei e Graça e conhecer o que a bíblia sobre as três obras, como: obras da Lei, obras da carne e as boas obras ou obras de justiça.

Sobre a Lei e a Graça. "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo."(João 1 : 17).

Muitos crentes têm dificuldades em entender a grande diferença entre Lei e Graça. Muitos, inclusive, defendem a observância da Lei em plena dispensação da Graça, levando em conta a expressão de Jesus em Mateus 5 :17, que diz: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”. O que Jesus quis dizer com essa palavra? Que Ele foi o único capacitado a cumprir a lei; o que nenhum ser humano foi capaz de fazê-lo. De seu nascimento até sua morte Jesus cumpriu toda a Lei; não somente a Lei, mas também toda a justiça de Deus (Mateus 3 : 15). Na sua infância, Jesus foi apresentado e circuncidado conforme a Lei (Lucas 2 : 21 , 23). Na sua vida, no seu ministério e na sua morte Ele cumpriu toda a Lei se oferecendo como perfeita oferta e derramando seu sangue para remir-nos, pois segundo a Lei sem derramamento de sangue não o haveria remissão (Hebreus 9 : 22).

Também é preciso levar em conta que para cumprir a Lei Jesus precisava ser judeu e Ele era um judeu. A Lei foi o concerto que Deus firmou com esse povo quando este peregrinava no deserto do Sinai em direção à terra prometida. Quando se fala em Lei, muitos pensam tratar-se apenas dos Dez Mandamentos. Mas Deus deu a Moisés um total de 613 leis, dez deles escritos por Deus em tábuas de pedras e 603 foram escritos por Moisés como se vê nos capítulos 19 a 31 de Êxodo. Alguns defendem a divisão da Lei em moral, cerimonial, civil, religiosa, de saúde, etc; onde estes mesmos acreditam e ensinam que as demais foram abolidas e que somente a Lei moral, que no caso é o decálogo continua em vigor. Mas a bíblia não faz essa divisão na Lei, como é defendida por algumas igrejas. Em relação a esta Lei, Jesus também disse: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. (Mateus 5 : 18). O que isso quer dizer? Quer a Lei - toda a Lei - continua vigorando, pois o céu e a terra ainda não passaram (2Pedro 3 : 10).

Mas, se está em vigor, então precisamos cumpri-la? Depende! Se você leitor for um judeu, então terá de cumpri-la, pois a Lei foi uma aliança entre Deus e o povo judeu (Êxodo 19 : 5). Porém, se você igual a mim é um gentio, então você não está debaixo da Lei, porque todos os que são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da Lei (Gálatas 5 : 18).

Porém, se você sendo um gentio e entender que tem que seguir a Lei de Moisés, então você precisa primeiro se circuncidar. E após se circuncidar precisa guardar toda a Lei (Gálatas 5 : 3). Mas entenda que você não pode escolher entre os 613 mandamentos sobre quais deve e não deve observar. Ou guarda toda a Lei ou responderá em juízo por todos eles. "Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos." (Tiago 2 : 10).

Então, isto quer dizer que a graça anula a Lei? De maneira nenhuma! A graça é seguida mediante a fé e a fé é o único meio de justificação do crente (Romanos 3 : 24 ; 5 : 1). Mas de maneira alguma ela anula a Lei, pelo contrário, a confirma, com diz Paulo: "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei." (Romanos 3 : 31). Mas isto não quer dizer que devemos seguir a Lei? Como escrevi acima, isto vai depender da sua etnia. Se você for judeu, deverá sim observá-la, como Paulo diz: “Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Romanos 10 : 3). Mas se é gentio e crê no Senhor não, pois Cristo, como justiça de Deus cumpriu a lei por você. "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê." (Romanos 10 : 4). Somos justificados pela fé e não pela Lei.

As três obras

Outra grande dificuldade que alguns crentes têm é sobre as obras que a bíblia cita. Nas escrituras encontramos três tipos de obras, que são: a) Obras da Lei; b) Obras da Carne e c) Boas Obras ou Obras de Justiça.

As obras da Lei: As obras da Lei se referem aos mandamentos, costumes e cerimoniais praticados pelos judeus, principalmente os que não aceitam a messianidade de Jesus. Paulo que foi um zeloso praticamente da Lei fala com muita propriedade sobre este assunto. Em Romanos 3 : 20 ele ensina: "Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei."  (Romanos 3 : 20 , 28). O que seriam as obras da Lei? Se você leitor tiver paciência, leia no livro de Neemias no capítulo 10 dos versos 28 a 39, lá encontrará uma lista de algumas das obras que faziam parte da Lei. Naquele tempo os judeus haviam apostatado da Lei, mas pelo zelo de Neemias, toda a nação foi incentivada a assumir uma posição de observá-la, se comprometendo sob pena de maldição se não as cumprisse (Neemias 10 : 19).

A Lei exerceu a sua função até a chegada da fé, pela qual somos justificados (Gálatas 3 : 24). Como foi enfatizado na lição anterior pelo comentarista: “Qualquer tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor” (Pr Josué Gonçalves). Sim, nesse tempo da graça, cumprir qualquer obra da Lei se constitui num terrível agravo ao Espírito da graça, como diz: “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”(Hebreus 10 : 28 , 29).

Todos os que ainda tentam se justificar diante de Deus por alguma obra da Lei, além de pisarem no sangue de Jesus, atraem sobre sí grande maldição. "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las."  (Gálatas 3 : 10).

Obras da carne: As obras da carne são aquelas que deixarão muitos crentes de fora do reino de Deus. “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gálatas 5 : 19 ; 21).

Boas Obras ou Obras de Justiça: As boas obras são aquelas que devemos fazer, não para sermos salvos, mas porque somos salvos. As boas obras também cooperam com a fé para justificação. "Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé."(Tiago 2 : 21 ; 24). Muitos críticos da bíblia e até mesmo crentes fazem confusão sobre este assunto, deixando até mesmo a entender que Paulo e Tiago entraram em contradição sobre a prática das obras. Por isso, que mais uma vez afirmo que é necessário discernir sobre os três tipos de obras relatadas na bíblia. A obra pela qual Abraão foi justificado quando ofereceu Isaque foi a obra de justiça praticada pela fé que ele exercia em Deus.

Quando Paulo diz em Romanos 4 : 2 : “Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus”, Paulo está falando da circuncisão que a Abraão e à sua descendência carnal foi dado como mandamento. Mandamento este que na lei se tornou uma obra desta. Abraão viveu antes da lei e praticou algumas obras que mais tarde fizeram parte da lei. O dízimo e a circuncisão são exemplos dessas obras (Neemias 10 : 38 ; Gálatas 5 : 2). Mas Paulo é bem claro ao afirmar que não foi por essas obras que Abraão foi justificado e sim pela fé, isto é, por acreditar nas promessas de Deus, quando Ele o chamou para ser o pai de uma numerosa nação. Outro exemplo a ser tomado sobre esse assunto é sobre o que Paulo escreveu na carta aos Efésios 2 : 8 e 9 que diz: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. A obra que Paulo menciona nesses versos não é a respeito das boas obras que precisamos sim fazer. Nesses versos, Paulo faz um contraste entre a graça e a lei, ou às obras dessa quando diz que “não vem das obras, para que ninguém se glorie”. Quanto a respeito das boas obras que é uma ação natural na vida de quem já foi salvo e justificado pela fé, Paulo diz no verso seguinte:Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Verso 10).

Por isso, como já expliquei acima, as boas obras cooperam com a fé para a justificação. Quanto as obras que ninguém deve se gloriar como meio de justificação são as obras da Lei, como Paulo fartamente ensinou em suas cartas como aos Gálatas: "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada." (Gálatas 2 : 16). Por isso, não existe nenhuma contradição entre Paulo e Thiago em suas doutrinas sobre as obras. Ambos foram específicos e claros a respeito desse assunto. Paulo muito enfatizou sobre as obras da lei, enquanto que Tiago defendeu as boas obras que são as obras de justiça.

CONCLUSÃO

Infelizmente por ignorância e falta de discernimento entre o tempo da lei dado por Moisés e o da graça trazido por Jesus, muitos crentes ainda entendem que precisam praticam certas obras da lei, como meio de justificar-se perante Deus. Eles não somente as praticam como condenam aqueles que não andam segundo o entendimento deles, achando que os mesmos serão condenados por não a praticarem, assim como os judaizantes condenavam os crentes gentios no inicio da igreja (Atos 15 : 1). Mas Paulo condena as obras da Lei praticada pelos gentios e ainda diz que aqueles que as praticam estão se submetendo a maldição prescrita na lei. (Gálatas 3 : 10).

As obras da Lei que era uma dívida contra nós em suas ordenanças foi totalmente cumprida em Cristo que veio cumprir a lei e remir os que estavam debaixo da Lei (Mateus 5 : 17 – 19 ; Colossenses 2 : 14 : Gálatas 4 : 5). Que a Igreja de Cristo que foi comprada por Seu sangue possa ter o discernimento que: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;" (Gálatas 3 : 13).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará



quinta-feira, 14 de abril de 2016

A Lei e os Profetas dão testemunho da justiça de Deus


"Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;" (Romanos 3 : 21).

A terceira lição da Escola Dominical (CPAD) tem como tema “Justificação, somente pela fé em Jesus”. O primeiro tópico da lição fala sobre a “Justificação manifestada” e o primeiro sub-tópico tem como assunto: “um culpado que é inocentado”. Resolvi escrever sobre este tópico da lição, pois me chamou atenção o verso 21 do capítulo 3 da carta aos Romanos que é a base do estudo deste trimestre, onde o verso diz: "Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas". O que seria essa justiça e como ela era aplicada; estaria ela ficado de alguma forma oculta e de que maneira a lei e os profetas testemunharam dessa justiça de Deus na nova aliança?

No primeiro capítulo da carta aos romanos, Paulo ensina que a justiça de Deus a todos os homens (judeus e gentios) é revelada pela crença no evangelho, como diz: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Romanos 1 : 16 , 17).

Não é difícil de entender que essa Justiça de Deus foi manifestada por intermédio de seu próprio filho, Jesus Cristo quando veio ao mundo cumprir a vontade do Pai. Jesus não veio apenas cumprir a lei, mas toda a justiça de Deus (Mateus 3 : 15). Jesus é o início, o centro e o cumprimento das Escrituras. Certa vez Ele mesmo testificou assim. "E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos." (Lucas 24 : 44). Cristo, como justiça de Deus é a redenção de todos os povos, do passado, do presente e do futuro, pois as Escrituras dizem que: "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." (Hebreus 13 : 8). Sendo a justiça de Deus, nem mesmo na morte Ele descansou, pois foi pregar aos espíritos em prisão (1Pedro 3 : 18 – 20).

Como a justiça de Deus operou no antigo testamento e de que maneira a Lei e os profetas deram testemunho?

O Testemunho dos Profetas.

No antigo testamento todos os profetas testemunharam de Cristo como a justiça de Deus; de Moisés até Malaquias. No antigo testamento não encontramos o termo evangelho, pois evangelho significa “boas novas”. Somente Paulo diz que a Abraão foi pregado o evangelho antes da lei como uma maneira de demonstrar que os gentios (não judeus) seriam justificados pela fé (Gálatas 3 : 8). Mas, pelo fato de os judeus serem o povo eleito para guardar os oráculos de Deus (a Lei), era inconcebível a este povo a ideia de que Deus pudesse se achegar a outro povo que não fosse eles. Mas por intermédio do profeta Jonas, vemos Deus manifestar a sua justiça quando Ele envia-o a Nínive a anunciar Sua Palavra. Jonas, como judeu não tinha afinidade pelos ninivitas sabendo serem gentios e, na visão humana e exclusivista dele, os ninivitas não seriam dignos da misericórdia de Deus. Por isso, Jonas decide desobedecer a Deus e desvia sua rota indo para Társis (Jonas 1 : 3). 

Mas os planos de Deus não podem ser frustrados e então, Ele usa sua criação para realizar seu intento. Um grande peixe engole Jonas e o leva a Nínive a cumprir sua vontade (Jonas 1 : 17). Jonas prega a justiça de Deus e mesmo contra a sua vontade aquele povo crê e se arrepende do mal. Do rei ao mais humilde criado, todos se humilham na presença de Deus (Jonas 3 : 5 – 8). “Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez” (Jonas 3 : 10). Vemos que a justiça de Deus operou mediante a pregação de Jonas, pois “que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”.  (Romanos 10 : 17). Ao ver Deus perdoar esse povo, Jonas entra em depressão desejando a própria morte. Mas Deus fê-lo entender que a sua misericórdia está além dos caprichos dos homens. Esse exclusivismo do povo judeu se viu até mesmo entre os discípulos de Jesus, quando Pedro é enviado a Jope a pregar o evangelho (justiça de Deus) a um homem que não era judeu, mas gentio – Cornélio. Mas ao ver como Deus havia se revelado a Cornélio, Pedro exclama: “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (Atos 10 : 34 , 35).

O testemunho da Lei.

Na sua justiça, Deus não faz acepção de pessoas. Ao estabelecer a lei para os hebreus, o Senhor teve o cuidado em orientar as lideranças quanto a Sua justiça ser vivenciada em relação ao povo. A Lei assim diz: "Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas;" (Deuteronômio 10 : 17) ; "Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos."  (Deuteronômio 16 : 19). Aos sacerdotes no tempo de Malaquias, o Senhor repreende-os duramente por eles haverem transgredido a lei, sendo injustos com os próprios irmãos, com os necessitados até mesmo com seus cônjuges, quando eles trocaram suas esposas por mulheres estrangeiras, fazendo com que o altar do Senhor fosse coberto com lágrimas. "Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei." (Malaquias 2 : 9).

Na Lei, Deus manifestou a sua justiça a todas as classes de pessoas. Vemos isso quando Ele criou leis para proteger os órfãos, as viúvas e até os estrangeiros. Na distribuição dos dízimos que deveriam ser dados aos levitas por causa do trabalho que executavam no santuário; uma parte deveria ser repartida com os pobres como maneira de diminuir ou sanar a desigualdade social. Não cumprir essa lei em favor destas pessoas consistia em roubar a Deus e ser amaldiçoado (Malaquias 3 : 8 - 10). No novo testamento a igreja em seu início, seguiu o mesmo principio com as contribuições que a principio eram levadas aos pés dos apóstolos que distribuíam com os que tinham necessidades (Atos 4 ; 34). Jesus e os apóstolos ensinaram esse princípio com base na lei maior que é o amor, inclusive Paulo (2Corintios 9 : 1 – 15). Principio este que foi desvirtuado quando Roma institucionalizou a igreja e que infelizmente continua sendo até os dias de hoje, onde muitos já abandonaram o primeiro amor (Apocalipse 2 : 4).

Muitas igrejas que deveriam ser responsáveis em manifestar a justiça de Deus ao mundo, trilharam um caminho totalmente inverso à vontade Deus. Por amor ao dinheiro praticam a acepção de pessoas, recebendo e honrando em seus arraiais somente aqueles que contribuem conforme o desejo das lideranças, mas hostilizando e até expulsando os que não contribuem. Não levam em conta que seus pecados foram perdoados, mas o preço pago foi muito alto, para que pudessem ser justificados gratuitamente, isto é, sem terem que pagar nenhum preço, como diz: "Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." (Romanos 3 : 24).

A acepção de pessoas é um grave pecado como diz Thiago, o irmão do Senhor: "Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores."  (Tiago 2 : 9). Ela é também uma afronta a Deus que é justo que ama a todas as suas criaturas, indistintamente sem pedir nada em troca. Por isso que Paulo prega que no evangelho se revela a justiça de Deus, "Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas." (Romanos 2 : 11).

Além da santidade, uma grande característica da igreja do Senhor é a justiça, qual deve praticar enquanto aqui entre os homens aguarda a vinda do noivo nas núvens para arrebatá-la.

"Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o SENHOR." (Filipenses 4 : 5).

Em Cristo,

Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará