Texto Áureo:
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes
estabelecemos a lei” (Romanos 3 :
31).
Verdade Prática:
O Senhor Jesus definiu de maneira clara a relação entre o Antigo e
Novo Testamento, entre a Lei eo Evangelho.
INTRODUÇÃO
No decorrer deste trimestre, aprendemos que
a Lei de Deus não se resume apenas ao decálogo, mas é todo o conjunto de 613
preceitos que se encontram no Pentateuco, isto é, nos cinco livros escritos por
Moisés, também conhecidos como os livros da lei que são: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio. Muito embora alguns teólogos tenham dividido a
lei em moral, cerimonial, civil e outros, contudo na bíblia não encontramos
essa divisão. O que encontramos são os princípios morais, cerimoniais, civis,
de saúde e outros que compõe toda a lei, mas a lei em sí é una e santa, pois
foi estabelecida por Deus que é santo. Faz-se necessário saber que quem formou
a bíblia como a temos hoje foi a igreja romana, e também foi ela quem
inicialmente fez essa divisão na lei, além de mudar alguns mandamentos, como o
sábado para o domingo e o dízimo que na lei era alimento para dinheiro na
atualidade. Os que seguem essa tradição romana da divisão da lei, o fazem para
assegurar a observância de alguns mandamentos que julgam serem necessários ao
ser humano como a abstinência de alguns alimentos, a guarda do dia de sábado e
a cobrança do dízimo como essencial a manutenção do serviço religioso.
É necessário também avisar os crentes que
fazem isso que as Escrituras dizem que: "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para
fazê-las." (Gálatas 3 : 10). Alguns que observam uns
mandamentos em detrimento dos demais tentam se justificar afirmando que o que
foi abolida foi somente a lei cerimonial que consistia em festas e sacrifícios,
enquanto que a lei moral contida nos dez mandamentos continua eterna, por ter
sido escrita pelo dedo de Deus. Outros ainda vão mais longe dividindo a lei em
LEI DE DEUS e LEI DE MOISÉS. Os tais afirmam que os dez mandamentos são a lei
de Deus e os demais 603 preceitos são a lei de Moisés, quais foram abolidos. Mas
Tiago, o irmão do Senhor confirma o que o apóstolo dos gentios falou em Gálatas
3 : 10:
"Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos." (Tiago 2 : 10). Toda a lei
aqui é todo o conjunto de 613 preceitos, incluindo os dez mandamentos e nenhum
foi abolido, mas cumprido.
A lei foi dada diretamente a Moisés no
Monte Sinai, mas este não a dividiu. Jesus, o filho de Deus que veio para
cumpri-la também não a dividiu e, quando Ele, nos seus ensinos se referia à
lei, falava dela como um todo. Vamos aprender nesta lição que nenhuma lei foi
abolida, mas continua em vigor até porque ela foi dada a um povo específico que
são os judeus que enquanto o céu e a terra não passam, deverão observá-las. A
lei foi estabelecida como uma aliança entre Deus e Israel, com o fim de fazer
de Israel o povo peculiar e exclusivo de Deus: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a
minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade
peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha." (Êxodo19 : 5).
"Disse mais
o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas
palavras tenho feito aliança contigo e com Israel." (Êxodo 34 :
27).
I – O QUE SIGNIFICA CUMPRIR A LEI?
1-Completar a revelação; Cumprimento das profecias e O centro
das Escrituras:
Jesus disse que não veio abolir a lei, mas cumpri-la
(Mateus 5
: 17 -19). De fato, as Escrituras e a lei não teriam nenhum
sentido se Cristo não tivesse vindo ao mundo. Ele é o centro e o cumprimento de
toda profecia relacionada à salvação encontrada na Bíblia desde Gênesis a
Apocalipse. Em Gênesis encontramos a primeira promessa de redenção relacionada
a Jesus: "E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gênesis 3 :
15). Em Apocalipse que encerra o cânon sagrado da revelação, o
próprio Jesus fala de sí mesmo dizendo: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o
primeiro e o derradeiro." (Apocalipse 22 : 13). Toda a vida de Jesus
desde o seu nascimento foi em função do cumprimento da lei. Paulo aos Gálatas
diz: “Mas, vindo
a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de
filhos” (Gálatas 4 : 4 , 5).
Toda a lei composta de 613 preceitos
tornara se impossível a um mortal comum observá-la na sua totalidade. Na carta
aos romanos, Paulo explica o porquê dessa impossibilidade: "Porque bem sabemos que a lei é
espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado." (Romanos 7 :
14). Logo, somente alguém plenamente espiritual e sem pecado
poderia cumpri-la em lugar do pecador. Jesus foi esse homem que além de
espiritual, também era da linhagem israelita, isto é era um judeu. E, como um
judeu, cujo povo a quem foi dada a lei pode cumpri-la na sua totalidade. Quando
o Senhor ressuscitou de entre os mortos e apareceu aos discípulos, disse: "E disse-lhes:
São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e
nos Salmos." (Lucas 24 : 44). A lei de Moisés citada
aqui por Jesus é a própria lei de Deus, pois não há divisão ou diferença de
ambas. Ao cumprir a lei, Jesus pagou toda a dívida que essa nos induzia: "Havendo
riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma
maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz."
(Colossenses
2 : 14). Aleluia!
Quanto ao cumprimento da lei, explicarei
com mais detalhes nos seguintes tópicos.
II-O SENHOR JESUS VIVEU A LEI.
Preceitos cerimoniais; Preceitos civis e Preceitos morais.
O que são preceitos senão a própria lei em
sí? Tomo como exemplo o texto a seguir
que fala de Zacarias e sua esposa Isabel, que esclarece essa verdade: "E eram ambos
justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos
do Senhor." (Lucas 1 : 6). Discordar de quem defende a
divisão da lei em moral, cerimonial e civil, e afirmar que o que existe são
preceitos morais, cerimoniais e civis dá no mesmo. O que existe é claro, são
princípios inseridos dentro de toda a lei. É, no cumprimento da lei, Jesus, por
seu judeu precisou observá-la, obedecendo aos seus princípios, tanto
cerimonial, como civil e moral. Vejamos a seguir:
Segundo a lei, Jesus foi circuncidado, obedecendo
aos princípios cerimoniais da lei: Como foi dito acima, Jesus nasceu sob a lei
(Gálatas
4 : 4). Oito dias após nascido, Jesus foi circuncidado conforme
a lei exigia. “E,
quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o
nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido” (Lucas 2 : 21).
Segundo a lei, Jesus foi levado ao templo quando os dias da purificação de sua
mãe Maria se completaram que era de 40 dias. Alí ele foi apresentado conforme a
lei exigia e também foi dado uma oferta pela purificação de sua mãe. Por serem
pobres essa oferta foi um par de rolas ou dois pombinhos: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei
de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (Segundo o que está escrito na lei do Senhor:
Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); E para darem a oferta
segundo o disposto na lei do SENHOR: Um par de rolas ou dois pombinhos”
(Lucas 2
: 22 – 24).
O que dizia a lei sobre o primogênito: "Porque todo o
primogênito é meu; desde o dia em que tenho ferido a todo o primogênito na
terra do Egito, santifiquei para mim todo o primogênito em Israel, desde o
homem até ao animal: meus serão; Eu sou o SENHOR." (Números 3 : 13) O que lei dizia sobre a oferta de purificação
da mãe: "E,
quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará
um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação
do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote." (Levítico 12 : 6). Eu fiz questão de
enfatizar que a oferta era dada pela purificação da mãe e não pela apresentação
da criança, porque há igrejas que cobram ofertas por apresentação de crianças, como
também oferta de santificação por cada de primogênito nascido. Isto fazem, sob
a alegação que se está escrito na bíblia é para se obedecer.
Quando adulto Jesus realizou milagres,
curando, libertando e ressuscitando. Mas no tocante a cura de leprosos, Jesus
ao curá-los ordenava que esses fossem ao templo apresentar-se ao sacerdote,
pois a lei assim dizia: “Quando no homem houver praga de lepra, será levado ao
sacerdote” (Levítico 13 : 9 ; Mateus 8 : 2 - 4).
Eu poderia citar muitos outros exemplos de
cumprimento da lei por Jesus como: participação dos festejos dos judeus, como
páscoa, tabernáculos, pentecostes e outros. Mas quero encerrar este tópico,
falando da morte do Salvador que foi no cumprimento da lei. Em Romanos 6 : 23,
Paulo diz: "Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus nosso Senhor." Em 1Corintios 15 : 56, reitera que:
"Ora, o
aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei." Sabemos
perfeitamente que Jesus não tinha pecados, mas, pela lei que exigia a morte do
pecador, Ele precisou morrer para pagar o salário de nossos pecados.
Na lei, Deus determinou um ritual para a
purificação do pecador, onde um animal puro, sem manchas e sem defeito era
levado para ser sacrificado no altar por expiação pelo pecado do homem (Levítico 4 :
28 -35). Como um cordeiro para expiar nossos pecados
definitivamente, Jesus foi sacrificado no altar da cruz (Marcos 15 : 32). Na carta
aos Hebreus diz: "E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e
sem derramamento de sangue não há remissão." (Hebreus 9 :
22). O sangue de Jesus derramado na cruz foi para cumprir a lei
(Levítico
4 : 5 – 7). Na lei, o animal morto em expiação dos pecados deveria
ser queimado fora do arraial (Levítico 9 : 11). Jesus, como sacrifício
perfeito foi morto fora do arraial, isto é fora das portas de Jerusalém: “E por isso também
Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos,
pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério” (Hebreus 13
: 1 , 12). Enfim, Jesus
viveu a lei e a cumpriu em sua totalidade. E quanto aos privilégios que Jesus
na sua morte transferiu de Israel à igreja (Mateus 21 : 43), dizem
respeito a missão de anunciar o seu evangelho a toda a criatura, coisa que até
os anjos anelaram fazer (1Pedro 1 : 12).
III - A LEI NÃO PODE SER
REVOGADA
Jesus revela seu pensamento; Até que o céu e a terra passem e O
menor mandamento:
Aqueles que pensam que uma parte da lei foi
abolida e outra não precisam rever seus conceitos, pois Jesus foi bem claro
quando disse que enquanto os céus e a terra não passarem, nenhum jota ou um til
se omitirá da lei sem que tudo se cumpra (Mateus 5 : 18). Interessante que somente
Mateus registra esta afirmação de Jesus. O motivo: Mateus escreveu seu
evangelho aos judeus, povo que tem até hoje a obrigação de observar a lei. No
entanto, se a lei não pode ser revogada, também não pode ser adaptada ou
mudada, como alguns querem. Quanto a esse fato, Jesus também foi incisivo
quando disse: "Qualquer,
pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos
homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e
ensinar será chamado grande no reino dos céus." (Mateus 5 :
19). Não obstante essa advertência do próprio Senhor, a lei não
só foi mudada, como também adaptada para atender os interesses de uns poucos. E
o pior é que tais preceitos que são puramente humanos são ensinados nas igrejas
tal qual os fariseus faziam, invalidando assim os mandamentos de Deus, pelas
suas tradições (Marcos 7 : 9).
Sabemos que a lei não pode ser revogada, mas no evangelho
escrito por Lucas, temos um texto que parece contradizer este ponto. O texto é
esse: "A lei e os profetas duraram até
João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força
para entrar nele." (Lucas
16 : 16). Na verdade, Lucas parece
contradizer Mateus 5 : 17 que disse: "Não cuideis que vim destruir a lei
ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir." (Mateus
5 : 17). Alguns cristãos se valem de Lucas 16
: 16, para afirmarem que a lei não está mais em vigor, enquanto que os céticos
e opositores da Bíblia aproveitam textos como estes para criticar a bíblia como
contraditória e cheia de erros. Mas, o que Jesus quis dizer no evangelho de
Lucas 16 : 16? Estava Jesus a dizer que a lei e os profetas só valeram até João
o Batista e que depois dele ambos não têm mais nenhum valor? É lógico que não!
Crer nessa tese é afirmar também que não existem mais profetas na graça. Mas,
para entender isso, vamos nos valer da exegese e retroceder alguns capítulos do
evangelho de Lucas. No capítulo 7 está escrito: "E eu vos digo que, entre os
nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor
no reino de Deus é maior do que ele." (Lucas 7 : 28).
Jesus estava afirmando que João o Batista foi o último dos profetas
veterotestamentários.
João o Batista foi o último dos profetas do antigo concerto
a profetizar na Lei, porém, foi o mais privilegiado de todos, porque preparou o
caminho para o Salvador. O evangelista Lucas enfatizou no primeiro capítulo de
seu evangelho que João o Batista veio na virtude e no poder de Elias, um dos
profetas mais contundentes do antigo concerto: "E irá adiante dele no espírito e
virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes
à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem
disposto." (Lucas 1 : 17). A tradução King James, sobre Lucas 16 : 16 diz: “A Lei e os
Profetas PROFETIZARAM até João. Dessa época em diante estão sendo pregadas as
Boas Novas do reino de Deus, e todos tentam conquistar sua entrada no Reino”. A carta aos Hebreus que foi escrita aos judeus que se
convertiam ao evangelho da graça, fala disso: "Havendo Deus antigamente falado
muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos
nestes últimos dias pelo Filho," (Hebreus
1 : 1). É bom compreender que muito embora
os evangelhos façam parte do compendio do Novo Testamento, este só teve início
após a morte de Jesus, como diz as Escrituras: “Porque
onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador.
Porque um testamento tem força onde houve morte; ou terá ele algum valor
enquanto o testador vive?” (Hebreus 9 : 16, 17).
Resumindo: a Lei não foi abolida em João o Batista e nem os profetas.
Em algumas das lições que passamos, foi
falado a respeito da adaptação de certos mandamentos à graça. Porém,
nada da Lei foi adaptado a graça e sim cumprido. Jesus ao cumprir a lei nos deu
um NOVO MANDAMENTO. "Um novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos
ameis." (João 13 : 34). Ele mesmo disse: "Destes dois mandamentos dependem
toda a lei e os profetas." (Mateus
22 : 40). Paulo confirma as Palavras do Senhor
dizendo: "Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos
mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um
novo homem, fazendo a paz," (Efésios
2 : 15).
IV-A LEI E O EVANGELHO
O papel da Lei; Jesus e Moisés estão do mesmo lado e A Justiça
dos fariseus
"Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas
pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos
justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras
da lei nenhuma carne será justificada." (Gálatas 2 : 16). É bom
salientar que as obras da lei são diferentes das obras de misericórdia, qual
Tiago ensina ser essências acompanharem nossa fé (Tiago 2 : 24). Obras
essas que justificam a nossa fé. Mas, o que seria essas obras da lei? Todas
aquelas ordenanças que quando a lei foi promulgada no Sinai, foram nela
inseridas. Até mesmo os mandamentos que Deus deu antes da lei, como a
observância do dia de sábado e a circuncisão, passaram a ser obra da lei,
quando esta passou a vigorar. Em Neemias 10 : 28 a 39 é citado uma lista de
ordenanças que são obras da lei, onde algumas delas são praticadas e ensinadas
na igrejas cristãs, justamente por haverem sido adaptadas à graça, sem
consentimento do seu autor. Na carta aos Gálatas, que é considerada por muitos
cristãos, como a carta magna da liberdade dos crentes, Paulo diz que: “...a lei nos
serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos
justificados." (Gálatas 3 :
24). Isto é, o papel da lei foi preparar o caminho para a
chegada do Messias que é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12 : 2).
Jesus e Moisés estão do mesmo lado. A respeito de
Jesus, Moisés falou: “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18 : 15).
Moisés, como profeta que teve o privilégio de falar face a face com Deus, sabia
que a lei que ele como medianeiro deu ao povo de Israel era transitória (2Corintios 3
: 7). Deus lhe revelara que a lei teria o seu cabal cumprimento
na vida de Seu unigênito filho, que remiria os crentes de debaixo do jugo da
lei (Gálatas
4 : 5). No cumprimento da lei, conforme já expliquei acima,
Jesus falou de Moisés, ordenando que os judeus atentassem para aquilo que
Moisés havia designado em lei, como a oferta pela purificação do leproso: "Disse-lhe
então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e
apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho."
(Mateus
8 : 4), bem como aconselhou aos escribas e fariseus continuarem entregando
os seus dízimos, conforme Moisés havia determinado em lei que era em produtos
da terra e não em dinheiro (Mateus 23 : 23 ; Lucas 11 : 42).
E, quanto a nossa justiça exceder a dos escribase dos fariseus, não significa
fazer o que os fariseus faziam ou além do que faziam, como muitos supõe. É
fazer exatamente o contrário, pois os fariseus não eram justos e sim
hipócritas. Basta uma leitura atenciosa no capítulo 23 de Mateus e entender
como agiam. No verso 3 Jesus aconselha seus discípulos: “Todas as coisas, pois, que vos disserem que
observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as
suas obras, porque dizem e não fazem” (Mateus 23 : 3). Entre
outras coisas, os escribas e fariseus, quando faziam alguma obra era com o
intuito de serem vistos pela sociedade (verso 5); gostavam de serem reconhecidos pelos
títulos eclesiásticos (verso 6); pelo legalismo exacerbado fechava a porta do
reino dos céus às pessoas (verso 13); visitavam as viúvas e cobravam
pelas longas orações que faziam (Verso 13); davam o dízimo que a lei exigia,
mas não exerciam misericórdia, justiça e fé (verso 23). Enfim, nada do que
faziam contava com a aprovação do Senhor, por isso, Jesus disse: "Porque vos
digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo
nenhum entrareis no reino dos céus." (Mateus 5 : 20).
CONCLUSÃO
"Concluímos,
pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei." (Romanos 3 : 28). A
fé cristã não é contra a lei, mas entende que ela exerceu o seu papel que foi
servir de tutor até a chegada Cristo que nos justificou pela fé, sendo Ele
próprio o autor e consumador desta (Gálatas 3 : 24 ; Hebreus 12 : 2) . A lei não foi revogada, mas continua em pleno vigor, mas
para o povo a quem foi dada – Os judeus. A Lei veio revelar o pecado, mas não
trouxe a solução, mas Cristo sim, pela graça. E, quanto à igreja, o próprio
Espírito Santo conduziu os primeiros líderes a tomarem uma decisão bastante
importante no que concerne as obras da lei, conforme está no capítulo 15 do
livro de Atos:
“Agora, pois, por
que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos
pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do
Senhor Jesus Cristo, como eles também... Por isso julgo que não se deve
perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.Mas escrever-lhes
que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é
sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada
cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas... Na verdade pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas
coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do
sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se
vos guardardes. Bem vos vá” (Atos 15 : 10
,11 ; 19 – 21; 28 , 29).
A igreja do Senhor é salva pela graça sem as obras da Lei. Porém,
existem alguns que por falta de conhecimento acham que devem cumprir alguns
cerimoniais da lei que é próprio dos judeus. A estes que não são judeus, mas
que se passam por judeus, Jesus os chama de Sinagoga de Satanás (Apocalipse 2
: 9 ; 3 : 9).
"Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;" (Gálatas
3 : 13)
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.