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segunda-feira, 12 de maio de 2014

A diferença entre o justo e o ímpio


Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve. (Malaquias 3 : 18).

INTRODUÇÃO

Assim como o joio no meio do trigo os ímpios congregam junto com os justos. Como saber a diferença entre justos e ímpios; entre os que servem a Deus e os que não servem?

Por muito tempo julgamos aqueles que não comungam da mesma fé que a nossa ou não frequentam nenhuma igreja chamando-os de ímpios. Sim, há os ímpios que não conhecem a Deus e a Bíblia os trata assim (Salmo 10: 1 - 4). Porém, a pior classe de ímpios se encontra infiltrados no arraial dos santos, pois estes oram, cantam, conhecem e pregam a palavra, mas não põe em prática aquilo que ensinam. São ímpios porque conhecem a vontade de Deus, mas não se submetem a ela e principalmente na pratica da justiça. Esses ímpios também são conhecidos como injustos ou aqueles que praticam a iniquidade e que se ficarão de fora do reino de Deus se não mudarem de atitude. 

No sentido etimológico, ímpio é aquele que não pratica a piedade; é injusto; é desumano; é iníquo. No estudo de hoje veremos a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve.

I – A DIFERENÇA ENTRE JUSTOS E ÍMPIOS PECADORES

1 Entendendo a posição do salmista: O salmo 1 começa com o aconselhamento: Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”. Quem seriam esses ímpios? Pecadores de fora dos círculos religiosos como beberrões, homossexuais, assassinos, ladrões? Não! Esses ímpios de que trata o salmista são aqueles que estão em nosso meio, mas que não vivem uma vida de piedade e temor ao Senhor. São crentes que andam com a bíblia debaixo do braço, pregam e até se colocam como conselheiros de outros, mas que não vivem ou não praticam o que o santo livro ensina. Paulo escrevendo a Timóteo, fala que a atuação destes ímpios nos últimos dias resultaria em tempos trabalhosos para a igreja e nos aconselha a nos afastarmos destes, pois eles: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te" (2Timóteo 3:5).

2 No exemplo de Noé e sua família: A bíblia diz que Noé eram homem justo em sua geração, pois ele andava com Deus (Gênesis 6:9 ; 7:1). Quando os filhos de Deus se envolveram com as filhas dos homens geraram filhos ímpios. Por causa disso a maldade do homem se disseminou sobre a terra corrompendo-a e enchendo de violência. Então o Senhor determinou exterminar todos os viventes, mas Noé encontrou graça aos olhos de Deus. Por sua integridade e justiça diante de Deus, Noé foi preservado junto com sua família do cataclismo que exterminou a vida no planeta (2Pedro 2:5).

3 No exemplo de Ló: Ló era sobrinho de Abrão e, por muito conviver com seu tio aprendeu a viver na prática da justiça. Ló escolheu habitar em uma cidade que mais tarde se corrompeu e sofreu o juízo divino pelo fogo. Quando Deus determinou exterminar os ímpios moradores daquelas cidades, Abrão lhe questionou se Ele destruiria o justo com o ímpio. Deus lhes respondeu que se houvesse cinquenta justos pouparia toda a cidade por amor aos justos. Por intercessão de Abrão, o Senhor declarou que se encontrasse dez justos na cidade não a destruiria por amor aos dez, mas só havia Ló e sua filhas (Genesis 18 : 23 – 32). Pedro declarou em sua segunda epístola que o que aconteceu em Sodoma ficaria como exemplo para quem quisesse viver impiamente, mas que livraria os justos assim como livrou Ló (2Pedro 2: 6 - 15).

4 No exemplo de Daniel (Daniel 6: 1 - 28): Daniel encontrava-se em Babilônia, onde fora levado cativo por Nabucodonosor, quando este destruiu Jerusalém. Quando Dario o persa assumiu o reino, decidiu constituir cento e vinte príncipes e sobre eles três presidentes, entre eles Daniel. Por sua justiça e fidelidade Deus o exaltou a ponto de Daniel se sobrepujar sobre os demais, levando o rei a pensar em constituí-lo sobre todo o seu reino. Isso causou a inveja dos outros dois que então procuraram ocasião para acusar Daniel de algum crime, mas não encontraram nele culpa alguma. Então, ardilosamente procuraram algo na própria lei de Deus que Daniel defendia. Aproveitando a vaidade do rei elaboraram um decreto, onde todo aquele que durante trinta dias fizesse alguma petição a algum deus que não fosse para o rei, este deveria ser lançado na cova dos leões. Sem saber que isto era uma armadilha contra o fiel Daniel o rei assinou o decreto. Embora fosse um edito real, Daniel não obedeceu e por causa disso foi condenado a morte na cova dos leões. Mas Deus honrou sua fidelidade e fechou a boca daquelas feras durante toda a noite. Pela manhã o rei foi a cova e viu o milagre de Deus na vida do justo Daniel. Então ordenou que se trouxessem os acusadores de Daniel com suas famílias e estes foram jogados na cova. Os leões nem deixaram estes cair no chão e foram logo os despedaçando.

II ÍMPIOS NO MEIO DO POVO DE DEUS

1 A prevaricação de Judá (Jeremias 5: 1 - 9). A tribo de Judá estava prestes a sofrer o juízo de Deus por causa de suas prevaricações. O capítulo cinco do livro do profeta Jeremias mostra a indignação de Deus contra o seu povo que se desviou da verdade e da justiça. A situação estava tão séria que o Senhor chega a fazer um apelo para que se procure pelas ruas e pelas praças de Jerusalém alguém que praticasse a justiça e a verdade, pois Ele estava disposto a dar-lhe o perdão. Não tinha nenhum. Deus então vai falar com os grandes, isto é, entre os reis, sacerdotes e profetas, mas estes juntamente quebraram o jugo, e romperam as ataduras (Verso 5). Por eles haverem tomado o caminho da impiedade, o juízo seria inevitável. “Deixaria eu de castigar por estas coisas, diz o SENHOR, ou não se vingaria a minha alma de uma nação como esta?” (verso 9).

2 Porque ímpios se acham entre o meu povo (Jeremias 5 : 26). Mesmo com inúmeras advertências e promessas de punição, o povo mantém-se rebelde a voz do Senhor e então, Deus mostra-lhes seus pecados e afirma que ímpios se acham entre o seu povo. Em seguida, o Senhor declara a ação destes: a)  Armavam laços e armadilhas para prenderem os homens (Verso 26). Jesus falou que esses tipos de ímpios até visitam os necessitados, mas com segundas intenções (Marcos 12 : 40). E Paulo confirma as palavras de Jesus (2Timóteo 3 : 6). b) Enganam as pessoas com o fim de enriquecerem e se engrandecerem (Verso 27). c) Com isso engordavam-se e manchavam suas vestes (tornavam-se nédios), ultrapassavam até os feitos dos malignos (pecadores de fora) e nisso prosperavam, mas não praticavam a justiça divina, que consistia em julgar a causa das viúvas e atender o direito dos necessitados (Verso 28). Este também foi o pecado dos sacerdotes no tempo de Malaquias (Malaquias 3 : 5).

Deus considera a ação desses ímpios como coisa espantosa e horrenda e promete castigar, punir e vingar os justos que são vítimas dos tais. O texto termina mostrando que a ação desses ímpios é fortalecida pelas mensagens dos falsos profetas, pelos quais os sacerdotes dominavam e o povo assim acreditava. (versos 30, 31).

3 Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio (Malaquias 3 : 18). Por intermédio de Malaquias o Senhor estava dando uma resposta ao questionamento de alguns judeus que  haviam tomado o caminho da impiedade, primeiramente pelo mau exemplo dos sacerdotes e depois se embasando na vida de pecadores que não obstante levarem uma vida desregrada e alheia a vontade de Deus prosperavam (Malaquias 3 : 15). Asafe certa vez se sentiu assim ao ponto de quase desviar-se (Salmo 73 : 2, 3). Mas entre os infiéis, haviam aqueles que eram justos e temiam ao Senhor e mutuamente se aconselhavam e o Senhor atentou para eles, prometendo que eles seriam seu tesouro particular e que no dia do juízo vindouro seriam poupados como um pai poupa a seu filho (Malaquias 3 : 16, 17). O escritor aos hebreus nos aconselha a fazermos o mesmo:  "Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado" (Hebreus 3 : 11, 12).


CONCLUSÃO

O evangelista Mateus registrou as palavras de Jesus no que diz respeito a diferença entre o que serve a Deus e o que não serve, conforme esta no capítulo 7 e versos 21 a 23 que diz:

21  Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22  Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
23  E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

Atualmente muitos professam o nome de Cristo e alegam servi-lo. Em parte julgamos se isso é assim mediante os frutos que produzem. Mas existem outros que somente se verá a diferença no momento em que a igreja for arrebatada, pois os justos subirão, mas os ímpios ficarão.

Deus nos ajude em nossa caminhada a sermos justos e praticarmos a justiça para não sermos confundidos naquele glorioso dia. Amém.
  
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará