Natural de Santa Bárbara do Pará, pequena cidade do Norte do país, nasci num lar de tradição católica romana. Fui batizado quando criança em uma igrejinha na localidade de Candeua, na capela de São Miguel Arcanjo. Desde pequeno minha mãe me ensinou o caminho da piedade religiosa e, aos 11 anos fiz a minha primeira comunhão. Dificilmente faltava às missas e aos 15 anos fui crismado (que segundo a fé católica é a renovação do batismo e a infusão do Espírito Santo).
Aos 16 anos recebi a responsabilidade de liderar o movimento jovem da paróquia que me congregava - Paróquia de São Sebastião - Padroeiro da Cidade de Santa Bárbara do Pará. A mim, coube a tarefa de dar um nome ao movimento que até então não tinha. Aí batizamos o movimento de MOJOSB - Movimento Jovem de Santa Bárbara.
A partir daí, minha responsabilidade aumentou na paróquia, sendo autorizado pelo padre Luiz Rocco, na sua ausência a celebrar o culto dominical, que era uma espécie de missa sem a celebração da eucaristia, pois não tinha poderes para tal.
Com sede de conhecer mais a fundo as coisas sagradas, solicitei ao padre uma Bíblia. Atendido no meu pedido, iniciei a leitura da mesma.
Minha vida começou a mudar aí. Uma noite, voltando da novena, dobrei os meus joelhos para rezar e pedir a Deus orientação para minha vida. Acredito que fui atendido, pois, após as minhas preces uma grande luz entrou no quarto onde eu dormia com mais dois irmãos pequenos. Fiquei paralisado mas com os olhos abertos. Vi como que uma tela se montar na parede do quarto. Ali eu me contemplei vestido com uma camisa de punho e a bíblia em mãos. Caminhei ao longo da rodovia, parei em frente ao templo da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, onde comecei a testemunhar para pessoas que estavam ali. Essa visão durou cerca de uns cinco minutos, então a luz desapareceu e eu voltei ao estado normal pensando no que poderia significar aquela visão.
Tirei uma conclusão que Deus queria que eu fosse um crente, mas como minha formação religiosa não aceitava isso, descartei a possibilidade até porque havia feito um juramento solene para com minha mãe. Parece engraçado, mas minha convicção religiosa era tão grande que plantei no quintal de casa uma árvore conhecida como “cuieira” (foto) que produz um fruto arredondado e que é usado para fazer “cuia” que é um utensílio muito usado pela população da Amazônia. O juramento que fiz foi o seguinte: Mamãe! O dia que a senhora me flagrar com um cigarro ou falando como um crente, a senhora pode tirar um galho da cuieira e me dar uma surra para eu nunca mais esquecer”.
O primeiro juramento eu nunca quebrei, mas no segundo, confesso que fiquei com medo. Mas, Deus trabalhou no coração de minha mãe e ela aceitou o fato e hoje sou o conselheiro espiritual de toda a minha família.
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