Neste
texto vou exemplificar em apenas três aspectos que demonstram
claramente que o Jesus que dizemos ser o pai do cristianismo, se
encontra a quilômetros de distancia de nossos ideais de fé
contemporâneos. O mais interessante é que se formos fazer uma analise
com base nos relatos sobre Jesus descritos nos evangelhos, estes que são
como um testemunho de sua pessoa e feitos, encontramos um Jesus bem
diferente do ideal que todos nós estamos acostumados a ver todos os dias
nos lábios afoitos de tantos Cristãos, católicos como também
evangélicos.
Nos evangelhos encontramos um Jesus que passou
grande parte de sua vida trabalhando e ajudando seu pai José, em suma:
Um Jesus que trabalhou. Hoje maioria dos cristãos quando assume qualquer
tipo de função eclesiástica logo como forma de não precisar mais buscar
sustento e passa a viver das ofertas e dízimos de suas igrejas e
instituições. Logo então se cria uma série de cargos e hierarquias que
compões esta estrutura religiosa, que funciona como um organismo onde os
indivíduos que dependem desta organização para sobreviver. Logo os mais
poderosos passam a burocratizar poder, pois poder significa dinheiro e
sobrevivência, em suma; ter poder na instituição significa ter controle
nas decisões, e este controle tem como base um sistema de benesses.
Nisso
podemos ver uma série de "pastorzinhos" e padres, cumprindo protocolos
como parasitas institucionais, tudo por medo de perder o único meio de
sobrevivência que lhes é possível. Nem vou devagar muito sobre os
porquês as instituições religiosas normalmente não incentivam as
profissões e estudo em suas congregações e templos. Já diziam os Cezares
em Roma, “ofereçam diversão e entretenimento ao povo, pois estes assim
entretidos não pensam e aceitam nossas decisões.” A ignorância também é
uma forma de manter o controle e o poder.
Nos evangelhos também
encontramos um Jesus que tinha envolvimento direto com ladrões,
enfermos, vagabundos e prostitutas. Em suma: Jesus só andava com a “nata
podre” da sociedade. Indivíduos estes que nem preciso dizer que estão a
quilômetros de nossas igrejas e templos. Pessoas as quais não teriam um
assento e nem a palavra em quaisquer organizações religiosas
reconhecidas e ditas “cristãs” na atualidade. Fiz um pequeno paralelo
falando da sociedade nos tempos de Cristo, mas se formos contemporizar
para nossa realidade posso pensar o seguinte; Será que hoje seria
possível ter em nossos assentos “amadeirados” ou “almofados” de nossas
comunidades, assentados e aceitos de forma natural travestis ou
prostitutas? Será que em nossas igrejas perfeitas, haveria hoje espaço
para os homossexuais? Ou talvez para os usuários de drogas e portadores
de doenças de ordem sexual? Será que eu seria capaz de aceitar a
convivência com alguma destas pessoas sem querer sufocá-la com meus
conceitos religiosos? Aceitaria eu conviver com estas pessoas apenas na
esperança de que em minha vida haja suficiente diferencial, para que
estas tenham a oportunidade de estando em minha convivência, sentir-se
amadas indiferente as discordâncias de meus conceitos religiosos? Será
que somos capazes de aceita-las sendo humilde o suficiente para crermos
que é possível Deus estar e falar com as mesmas?
Seria eu capaz de não ver somente suas falhas e defeitos, mas encontrar o ser - humano por traz dos meus preconceitos? Este era O Jesus dos evangelhos, o que conversava com samaritanos e prostitutas, e mais! Dava aos mesmos a voz em suas suplicas e duvidas. Já ouvi argumentos hipócritas de que Deus não comunga com pecadores, no momento que ouvi pensei: Será que somos perfeitos? Não temos nós também pecado?
Seria eu capaz de não ver somente suas falhas e defeitos, mas encontrar o ser - humano por traz dos meus preconceitos? Este era O Jesus dos evangelhos, o que conversava com samaritanos e prostitutas, e mais! Dava aos mesmos a voz em suas suplicas e duvidas. Já ouvi argumentos hipócritas de que Deus não comunga com pecadores, no momento que ouvi pensei: Será que somos perfeitos? Não temos nós também pecado?
E por fim vemos um Jesus
mendigo, um Jesus sem casa e nem um lugar para encostar a sua cabeça e
descansar. O filosofo das ruas, o amigo do sujinho e mau vestido. O que
partia o pouco pão com os famintos e esfomeados. Aquele que não tinha
sobre o corpo o cheiro dos lírios, mas carregava sobre si o perfume de
gente. Não possuía roupagem nova, antes andava todos os dias com a mesma
túnica. Um exemplo de miséria do seu tempo, sempre comendo na casa
alheia ou partindo pão em praças. O Jesus da “não-prosperidade”, aquele
que com seu exemplo transcendeu as conquistas e riquezas deste mundo,
revelando aos homens uma existência que transpôs todos os conceitos e
valores até então vistos. Um Jesus muito diferente do discurso
televisivo carregado de bênçãos, proferido pelos tele-evangelistas. Um
Jesus que descobriu muito maior riqueza na convivência e amizade de seus
companheiros. Um Jesus que via gente, cheirava a gente e amava gente.
Entendemos
um Jesus que nos foi dado como herança via Europa-américa, um Jesus
centrifugado, processado, um Jesus ocidentalizado, um Jesus capitalista,
o Jesus que mede pessoas por suas posses, o Jesus das elites.
Em
uma conferência de história a qual participei, me chamou a atenção uma
frase dita por um especialista em oriente, e ela resumiu todos os
argumentos em apenas um dizer:
O maior líder da maior religião
Ocidental era um oriental, Jesus. Os cristãos que se dizem seguidor
deste Jesus, o idealizaram um ocidental, e não conseguem entender que
ele era o Jesus Oriental.
A grande verdade que posso dizer é que
nós cristãos nem temos definida uma identidade, muito menos conhecemos o
tão falado Jesus. Criamos um ideal distorcido, criamos nossas religiões
e encaixamos Jesus em nossas deformações, e a tudo isso nomeamos de
Cristianismo. Por estes exemplos e conceitos posso afirmar
tranquilamente em poucas palavras, Jesus não era um Cristão.
Meus desejos de bem e Paz a todos!
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