“E disse o SENHOR: Qual é, pois, o
mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes
dar a tempo a ração?" (Lucas 12:42).
Geralmente quando se fala em
mordomia cristã, sabemos ser esta uma responsabilidade em cuidar de tudo aquilo
que pertence ao SENHOR. O dicionário Aurélio define o mordomo: Chefe
dos criados de uma grande casa. / Administrador dos bens de um estabelecimento.
/ Aquele que trata dos negócios de uma irmandade ou confraria e administra seus
bens. / Administrador dos interesses internos de um palácio.
De
fato, é isso mesmo, pois o papel do mordomo na antiguidade e no seio das
famílias abastadas, consistia nisso, pois a este era confiada a administração
de todos os bens de seu senhor. O primeiro exemplo de mordomo na Bíblia
encontramos na pessoa de Adão, o primeiro homem criado. A este o SENHOR
confiou-lhe, não apenas o cuidado do jardim, mas de tudo aquilo que Ele criou (Gn 2:15-20). Outro exemplo disso vemos na família
do patriarca Abraão, onde os cuidados de sua casa estava sob a responsabilidade
de um homem de Damasco, chamado Eliezer (Gn 15:2).
José também, pela sua honestidade e temor a Deus alcançou essa posição quando
foi adquirido pelo oficial de Faraó, chamado Potifar, o qual lhe confiou a
administração de sua casa e todos os seus bens (Ex
39:3-6).
Analisando
vários estudos de outros autores sobre o tema, observei que, quase por
unanimidade, quando se fala em mordomia cristã a ênfase que se dá sobre o
assunto sempre é (com raras exceções) em relação aos bens materiais e em
especial ao dinheiro, o qual, o mordomo deve administrá-lo de forma que este, primeiramente tem a obrigação de separar a parte que pertence a Deus. E, geralmente,
esse ensino tem como base os textos que falam sobre o dízimo, qual foi um
mandamento para o judeu no antigo concerto.
Não
quero polemizar e nem estar acima da verdade, contudo, ao estudarmos sobre o
assunto na Bíblia e, em especial no Novo Testamento, vamos encontrar um
conceito de mordomia totalmente diferente daqueles que se ensinam hoje em dia.
É
bem verdade que do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o
mundo e aqueles que nele habitam (Sl 24:1),
bem como a Ele pertence o ouro e a prata (Ag 2:8).
A
Palavra de Deus no Novo Testamento nos mostra que hoje, nós, os que pela fé
cremos em Jesus, somos mordomos, chamados de despenseiros e, como tais, Deus
requer de nós fidelidade com o trato com aquilo que lhe pertence (1Cor 4:2). Mas, o que na verdade Deus está
requerendo de nós, como mordomos? Seria apenas uma pequena parte daquilo que
Ele nos dá? Não! Ele requer tudo e com juros daquilo que confiou em nossas mãos
para cuidarmos.
“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora
da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens (Mt 25:14). E, chamando dez
servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha” (Lc 19:13).
É
bem verdade que mina aqui é dinheiro, assim como o talento, conforme a parábola
que Jesus ensinou registrada em Mateus 25:15-28. Porém, no contexto de ambas as
passagens, Jesus está se referindo a prestação de contas que haverá quando Ele
vier instaurar seu Reino (Mt 25:13: Lc 19:11).
Jesus sempre ilustrou o reino dos céus, por meio de parábolas que são
comparações de fatos fictícios com reais. Se ignorarmos a hermenêutica, vamos
admitir que de fato Jesus está aludindo que quando Ele instaurar seu Reino vai
requerer de nós dinheiro para a manutenção deste. Ou, por outro lado, Jesus
estaria dizendo que as igrejas que hoje falam no Nome dEle, precisam deste para
fazerem a obra missionária. Digo isto pois, por inúmeras vezes ouvi pregações
dessa natureza, mas Jesus ensinou o contrário. Ao enviar seus apóstolos para levar
a mensagem do Reino dos céus, aconselhou o seguinte: “Não possuais
ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, Nem alforjes para o caminho, nem
duas túnicas, nem alparcas, nem bordão; porque digno é o operário do seu
alimento” (Mt 10: 9,10). Apesar de o dinheiro ser
importante nas áreas da vida, Jesus não o pôs como coisa essencial à propagação
de Seu Reino e sim a obediência (Mc 16:15).
Logo, no que consiste esta prestação de contas e o
que ela se refere? Está escrito que Deus nos abençoou com toda a sorte de
bênçãos nos lugares celestiais (Ef 1:3). E,
estas benções, Deus espera que a administremos em Seu Reino aplicando-as a Sua
obra. Ressalto que a obra de Deus não é aquilo que se defende atualmente, pois
vemos uma inversão de valores neste particular, onde a verdadeira obra de Deus
é ignorada e, de certa forma, esta ainda é coagida a investir nas obras dos homens,
que são as construções intermináveis de templos, chamados de casas de orações
e/ou tabernáculos, uma vez que Deus não habita em templos feitos pelas mãos
humanas (At 7:48; 17:24). Não sou contra um
lugar onde a igreja se congregue e pratique a comunhão, contudo, é notório que nestes,
são gastos imensas fortunas com a justificativa que tais empreendimentos são obras de Deus e, depois de concluídos, passam a maior parte do tempo fechados e
vazios. A verdadeira obra de Deus são as vidas pelas quais, Deus enviou Seu
Filho amado para pagar com seu sangue o preço do resgate de cada uma delas (Rm 14:20; 1Pe 1:18). Sim, é nesta obra que Deus
espera nosso investimento, assim como a igreja primitiva fazia. No Novo
Testamento vemos os primeiros cristãos contribuindo com alegria, pois essa
contribuição não visava outra coisa, senão o cuidado pelos irmãos menos
favorecidos, pois nisto consiste o maior mandamento que é o amor de Deus (At 4: 32-37; 1Jo 3:17).
“Cada
um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus. Se alguém
falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre
segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus
Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém” (1Pe 10,11).
As minas e os talentos das parábolas, sem dúvidas,
fazem alusão aos dons que Deus nos repartiu pelo Seu Espírito, para que estes
sejam usados na edificação de Seu Reino e Sua Igreja (Ef
4:11). Como mordomos, precisamos administrá-los segundo o poder que Deus
nos dá, visando sempre a glória do Nome do SENHOR e não os nossos próprios
interesses. Cuidar da obra do SENHOR é manifestar amor pelas almas, sentindo
delas compaixão, seguindo o exemplo de nosso Mestre (Mt
9:36; 14:14; 15:32).
Precisamos nos conscientizar que o conceito de
mordomia dentro do cristianismo é diferente do que acontece fora dele. O
mordomo-mor de Candace, rainha da Etiópia administrava o tesouro particular
desta (At 8:27). Porém, o tesouro de Deus
não consiste em ouro ou prata, mas em algo que lhe é mais precioso, que são as
vidas que Ele mesmo criou. “E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele
dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei, como um homem
poupa a seu filho, que o serve” (Ml 3:17). A profecia de Malaquias apontava para o resultado do
penoso fruto do trabalho do SENHOR, qual se doou a sí mesmo e, pelo seu
sacrifício, conquistou milhões de almas para Seu Reino (Is
53:11). Sim, este é o tesouro do SENHOR, pelo qual chamará os seus
mordomos a prestarem contas, em especial àqueles que exclusivamente foram
chamados para esse fim (1Pe 5:2-4). Nas
coisas do SENHOR, todos somos mordomos, mais neste particular, existem aqueles
quais foram separados para, na ausência do SENHOR, cuidar de forma especial com
aquilo que é mais precioso para Ele – Sua Igreja. Ao mordomo que recebeu e negociou
multiplicando aquilo que é de seu senhor, será recompensado e entrará no gozo deste
(Mt 25:21;23). Essa multiplicação acontece
quando ele cuida, zela, alimenta, dando a ração (Ensino da Palavra) a seu
tempo. Mas aquele que enterrou e espancou, julgando que o SENHOR ainda tardaria
voltar, terá sua recompensa com os infiéis (Lc
12:46), pois aquele que muito for dado, mais lhe será cobrado e ao que
muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá (Lc
12:48).
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará
Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mt25:14-30) O REINO DE DEUS NÃO PRECISA DE PESSOAS INÚTEIS QUE DIFAMAM PASTORES , CALUNIAM E CAUSAM DIVISÕES NAS IGREJAS (1Cor1:10) (Rm16:17-19)
ResponderExcluirComo expliquei, a parábola dos talentos se reportava ao que é mais importante para Deus do que o ouro e a prata. Pastores que servem do rebanho do Senhor para extorquir-lhes a lã e a gordura que se preparem para enfrentar o juízo que com certeza virá.
Excluir2Pedro 2:1-3:
1 E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.
3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
Se tem alguém lhe extorquindo ligue vá a polícia e faça a sua denúncia Tel.190 O REINO DE DEUS NÃO PRECISA DE PESSOAS INÚTEIS QUE DIFAMAM PASTORES , CALUNIAM E CAUSAM DIVISÕES NAS IGREJAS (1Cor1:10) (Rm16:17-19)
ExcluirRESPOSTA PARA OS 100 IGREJA E 100 PASTOR https://www.youtube.com/watch?v=svTyDMMwpa8 https://www.youtube.com/watch?v=nWvdjjaM3ts
ExcluirMuito boa sua explanação da Palavra, irmão Reginaldo! Com sua permissão, vou estuda-la e ministra-la onde congrego. Quanto ao mais, existem pessoas que se escandalizam quando se refere à dinheiro, porquê seus corações estão no tesouro errado! Deus o abençoe!
ResponderExcluirObrigado Renato,
ExcluirFique à vontade.
Grande verdade, irmão Renato!
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