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quarta-feira, 26 de março de 2014

O legado de Moisés


Definição de Legado: Herança, disposição feita por testamento em benefício de alguém; aquilo que uma pessoa deixa quando morre.

Moisés foi o grande legislador de Israel, escolhido por Deus para libertar seu povo da escravidão do Egito e conduzi-lo a terra de Canaã, onde pudessem adorar ao Senhor em liberdade. Para os judeus Moisés foi o maior profeta que já existiu e, quando de sua morte, Deus precisou esconder o seu corpo, visto que até o próprio diabo requereu a posse deste, certamente para fazer dele um ídolo (Judas 1:9).

A vida e o ministério de Moisés foram marcados por desafios de fé e pelo sobrenatural de Deus. Quando do seu nascimento havia um decreto de morte para todos os meninos hebreus e o primeiro desafio era conservá-lo com vida, uma vez que a ordem do rei não podia ser desobedecida (Êxodo 1:16). O primeiro desafio de fé partiu de seus pais que não temeram o mandado do rei e o esconderam por três meses (Hebreus 11:23). Certamente que não foi somente o amor pelo filho que fez com que os pais de Moisés agissem assim, pondo em risco suas próprias vidas, mas a fé que aquele menino seria um instrumento nas mãos de Deus os impulsionou a fazerem isso. Isso mostra que o relacionamento de amor em família é o elemento essencial para a formação de bom líder.

Certamente que Moisés como homem teve suas falhas e fraquezas, mas Deus o escolheu para cumprir os seus desígnios na vida de faraó e mostrar a sua glória aos egípcios. Veremos algumas qualidades que evidenciaram sua chamada e ministério, quais devemos ter com um legado deixado por ele para as futuras gerações.

FIDELIDADE.

“E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar (Hebreus 3:5).

Moisés foi aquele em quem Deus confiou para liderar seu povo, entregando-lhe as leis que regeriam aquela nação (Gálatas 3:19,20). Como medianeiro, Moisés não poderia aumentar ou diminuir nada do que Deus lhe outorgara. Moisés, como servo foi fiel em cumprir e em ensinar a lei ao povo eleito de Israel. De igual modo, hoje, todo aquele que é chamado e escolhido a guiar o povo de Deus precisa fazê-lo na condição de servo e fiel. A fidelidade do ministro consiste essencialmente em alimentar o rebanho de Deus com a Palavra genuína e sem mistura. Fazendo assim, o tal será grandemente galardoado, pois os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.  (1Timóteo 5:17)

FÉ!

Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado;” (Hebreus 11:24,25).

A fé é uma virtude indispensável a quem é chamado a liderar. Ao ser recolhido do rio Nilo, a filha de Faraó adota o menino como seu filho e dá-lhe o nome de Moisés, cujo significado é “tirado das águas”. Mesmo na condição de filho adotivo, Moisés galga a posição de príncipe do Egito, tendo o direito a todas as regalias da família real. Como príncipe, Moisés freqüentou as melhores faculdades da época, sendo instruído na ciência dos egípcios. Conhecendo suas origens, Moisés recusou o título de filho da filha de Faraó, isto é, não aceitou o título de príncipe em uma nação idolatra e abominável, preferindo sofrer como um servo de Deus. 

Eis aqui um grande exemplo para muitos líderes da atualidade que juram que tem a chamada divina, mas que não possuem fé suficiente para realizarem a obra para a qual alegam terem sido chamados. Quando chega o pleito eleitoral alguns até abandonam o rebanho para concorrerem a cargos públicos na justificativa de representarem o povo de Deus na política. Moisés fez justamente o contrário, pois aqueles que são verdadeiramente chamados por Deus não se embaraçam com negócios desta vida, pois seu objetivo é agradar àquele que o alistou para a guerra.  (2Timóteo 2:4).

Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hebreus 11:26).

Sabemos que o Egito hoje representa o mundo com seus prazeres e riquezas. A cobiça por posição, fama e principalmente por dinheiro têm se constituído em um grande embaraço na vida de muitos ministros na atualidade (1Timóteo 6:10). Não foi assim com Moisés, pois ele pode enxergar além do que os olhos podiam ver e alicerçou sua esperança na recompensa divina que não está fundamentada em bens materiais, mas em algo muito melhor e superior, sabendo que as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.  (1Coríntios 2:9). A recusa de Moisés em ser chamado filho da filha de Faraó, para sofrer como servo de Deus e com os seus, evidencia a fé em um Deus que prometeu cuidar de todo aquele que é chamado a servi-lo pela fé, pois o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.  (Hebreus 10:38).

MANSIDÃO

“E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12:3).

Definição de Mansidão: Estado de espírito de alguém que tem controle e domínio sobre seu temperamento e atitudes; calma, paciência; controle da situação; domínio próprio.

Pode se dizer que Moisés cultivava em sua vida o fruto do Espírito. Moisés aprendera a lidar com diversas situações sem perder o controle de suas emoções. Quando confrontado pelo povo, não revidava mas buscava o Senhor em oração e obtinha dele a resposta. Mansidão é uma virtude necessária a vida do ministro do evangelho, pois ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor  (2Timóteo 2:24). Jesus nos conclama a imitá-lo dizendo: aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:29), pois somente os mansos herdarão a terra (Mateus 5:5).

MOISÉS SEPARA SEU SUCESSOR
“E chamou Moisés a Josué, e lhe disse aos olhos de todo o Israel: Esforça-te e anima-te; porque com este povo entrarás na terra que o SENHOR jurou a teus pais lhes dar; e tu os farás herdá-la” (Deuteronômio 31:7).

Ninguém é insubstituível. Moisés também não era. Com 120 anos de idade, Moisés reconhece que devido sua avançada idade já não poderia continuar liderando o rebanho de Deus e que também, devido sua desobediência Deus não o permitiria entrar na terra prometida. Ele próprio testemunhou isso, dizendo: Da idade de cento e vinte anos sou eu hoje; já não poderei mais sair e entrar; além disto o SENHOR me disse: Não passarás o Jordão (Deuteronômio 31:2). Por isso, antes de morrer ele reúne o povo e o anima a tomar posse da terra que lhes foi prometida. Chama a Josué e o nomeia como seu sucessor, dando-lhe palavras de coragem e ânimo. Em seguida chama os sacerdotes e lhes entrega o livro da lei, tendo o cuidado de orientá-los a obedecerem a mesma quando tomassem posse da terra. Josué é escolhido, não por que ele bajulava Moisés, mas pelo zelo que tinha pela obra.

Que maravilhoso exemplo a ser seguido. Hoje, quando alguns obreiros são trocados e enviados a outros campos, sequer tem a consideração de passar o cajado a quem o vai suceder e muito menos a animar a igreja a permanecer na fé, como Moisés fez com Josué e o povo de Israel.

MOISÉS VÊ A TERRA PROMETIDA E MORRE

“Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está em frente a Jericó e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã... E disse-lhe o SENHOR: Esta é a terra que jurei a Abraão, Isaque, e Jacó, dizendo: À tua descendência a darei; eu te faço vê-la com os teus olhos, porém lá não passarás” (Deuteronômio 34:1;4).

Moisés conversava com Deus face a face e realizava muitos milagres mas mesmo assim ele foi proibido por Deus de entrar na terra prometida. Qual o motivo de Deus privá-lo dessa tão grande bênção? Moisés como homem falhou em não atentar para a ordenança divina. Quando mais uma vez o povo murmurou, ele clamou e o Senhor lhe respondeu dizendo: “Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais” (Números 20:8). Mas num descuido por causa da murmuração do povo, Moisés fere duas vezes a rocha em vez de falar a ela. Não foi somente o ato de desobediência que o fez ficar de fora da terra prometida, mas principalmente o fato de que aquela rocha representava a Cristo (1Corintios 10:4). Isso nos leva a refletir sobre o cuidado em se obedecer a Palavra de Deus na forma como Ele ordenou, não aumentado e nem diminuindo (Deuteronômio 12:32).

Que além disso, tomemos também o exemplo que Cristo continua sendo a rocha (Atos 4:11). E Cristo hoje é representado pela Sua igreja a qual Ele mesmo constituiu e deu seu Espírito Santo para guiá-la até que Ele volte para buscá-la. Ele mesmo constitui líderes para pastoreá-las, mas a nenhum deles deu poder para dominar sobre esta e muito menos maltratá-la. A semelhança de Moisés eles foram escolhidos para cuidar do rebanho do Senhor, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4:11; 1Pedro 5:1-4).

“Mas, se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis” (Lucas 12:45,46).

Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Sta. Bárbara do Pará

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