“MEUS irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3:1).
Julguei
por necessário escrever este artigo por algo que lí há poucos dias e que me
chamou a atenção, publicado na revista Norte Americana Forbes (link abaixo), onde ela apresentou uma pesquisa
que foi realizada pela Universidade de Chicago, sobre os DEZ profissionais mais
felizes do mundo, em comparação com as dez carreiras mais infelizes. Um dos
pontos interessantes da pesquisa é justamente o número 1 do ranking das
profissões mais felizes, quais são membros do Clero, como: padres, bispos,
pastores e diáconos!
Confira a matéria na íntegra: http://www.forbes.com/sites/stevedenning/2011/09/12/the-ten-happiest-jobs/
Achei
um tanto exagerado tal conotação, pois o Episcopado não é e nunca será
profissão, contudo, na época atual, muitos clérigos tem profissionalizado a
vocação. E, em face dessa realidade o Episcopado é hoje um dos ofícios mais
concorridos e disputados e muitos não consideram que esta responsabilidade será
um dia requerida pelo Senhor da seara. Paulo, o apóstolo dos gentios declarou
que aquele que almeja o episcopado, excelente obra deseja (1Tm 3:1). Sim, é da vontade de Deus que haja na sua Igreja,
homens com capacidade de liderança; que sejam íntegros, idôneos e
principalmente, com chamada Divina para assumirem importante e nobre tarefa,
qual é cuidar e zelar por algo que é de propriedade exclusiva dEle – A IGREJA -
o povo que Jesus comprou com seu próprio sangue (1Pe 5:2).
É
importante que o bispo, presbítero, pastor ou qualquer um que deseje assumir o
ofício episcopal tenha em mente que além de suas próprias vidas, estes
prestarão contas do rebanho que lhes foi confiado (Hb 13:17). Esse trabalho não deve ser tido como um fardo, pois
é um privilégio cuidar daquilo que é do Senhor, contudo, tal deva ser feita
acima de tudo por voluntariedade, o que descaracteriza essa chamada como uma
profissão.
(1Pe 5:2) "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;"
Por
essa razão que Tiago, o irmão do Mestre amado orienta os que postulam tais
cargos, alertando que para estes o juízo será mais severo (Tg 3:1). Apesar das advertências sobre o iminente juízo
que virá para aqueles que forem relaxados, parece que poucos se dão conta que
isso acontecerá de fato e, a cada novo dia, surgem novos proponentes a estes
ofícios e outros ainda se auto-intitulando bispos, apóstolos, profetas, pastores
sem possuírem os requisitos necessários que a Palavra exige. Ao que tudo
indica, hoje, o título de obreiro parece exercer um poder mágico de sedução,
onde há alguns que vivem até a mudar de denominação em busca de reconhecimento
eclesiástico, não se conformando em serem apenas servos, não se dando conta que
o obreiro é um servo com dupla responsabilidade (1Tm 4:6).
Ao
obreiro cabe entender que não é o homem que o separa para a obra, mas esta é
uma escolha do Espírito Santo. E, esta escolha ou separação não mais é como
acontecia na antiga aliança, onde os mesmos eram ungidos com azeite pelos
homens. Não vemos Jesus fazendo esse ritual com aqueles que Ele separou e nem
seus apóstolos. Vemo-los sim, orando, pedindo direção ao Espírito Santo, pois
essa chamada é antes de tudo um dom de Deus. (Ef
4:11). Dom é dádiva, presente, ou seja: bons obreiros são presentes de
Deus para a Sua igreja que quer o aperfeiçoamento dos santos. E é a igreja,
como coluna e apoio da verdade que reconhece esse chamado (At 13:2,3). Também é preciso salientar que aquele que é separado
para a obra não tem uma unção especial que o diferencie dos demais assim como
acontecia no antigo concerto. “Nem
vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior
dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será
humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23:10-12).
Infelizmente, não são poucos, que tomando exemplos de pessoas
ungidas no antigo concerto, acreditam serem mais especiais que os demais em
virtude da posição que ocupam e assim querem de alguma forma se
"blindar" contra opiniões contrárias as suas e estar acima dos demais
por erroneamente se julgarem “ungidos do Senhor”, quando na verdade esta unção
é de todos os que pela fé recebem ao Senhor Jesus (1João
2:20;27). O
próprio Cristo alerta seus discípulos a não desejarem isso, dando Ele próprio o
exemplo: “Então Jesus, chamando-os para junto de si,
disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os
grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo
aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer
que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; Bem como o Filho do
homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em
resgate de muitos” (Mateus 20:25-28).
Nas cartas que Ele enviou às igrejas de Éfeso e Pérgamo na Ásia, ele manifesta seu descontamento, por essa situação estar ocorrendo lá. Jesus chega a dizer que odeia os nicolaítas (Apocalipse 2:6;15). Os nicolaítas não eram uma seita, mas uma qualidade de pessoas que queriam se sobrepujar sobre as demais pela autoridade eclesiástica que julgavam possuir. Diótrefes é um perfeito exemplo de nicolaíta (3João 1:9). (Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo).
Nas cartas que Ele enviou às igrejas de Éfeso e Pérgamo na Ásia, ele manifesta seu descontamento, por essa situação estar ocorrendo lá. Jesus chega a dizer que odeia os nicolaítas (Apocalipse 2:6;15). Os nicolaítas não eram uma seita, mas uma qualidade de pessoas que queriam se sobrepujar sobre as demais pela autoridade eclesiástica que julgavam possuir. Diótrefes é um perfeito exemplo de nicolaíta (3João 1:9). (Nikolaitwn (nicolaítas) composto destas duas palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que dominam o povo).
Também
não é um diploma ou conhecimento teológico que fará um bom obreiro, mas os
frutos que necessariamente ele precisa ter (Gl
5:22), obedecendo aos critérios que a Bíblia, como Palavra de Deus
exige para o exercício do cargo. No terceiro capítulo da primeira carta de
Paulo a Timóteo vemos as diretrizes impostas pelo Espírito Santo a quem deseja
o cargo:
“ESTA
é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1Tm 3:1).
Faz-se
necessário esclarecer que No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e
presbítero não é uma hierarquia de posições na igreja como se acredita, mas
estes são os mesmos homens (Atos
20:17,28; 1Pedro 5:1-3; Tito 1:5-7). Eles devem servir em congregações locais, cuidando
do rebanho de Deus, conforme o Senhor da Seara pede.
Convém, pois, que o bispo seja:
1) Irrepreensível: Que não merece censura; em que não há nada a repreender;
homem de conduta irrepreensível.
2)
Marido de uma mulher: Parece
inviável que na Nova Aliança possa acontecer de um obreiro ser casado com mais
de uma mulher, visto sabermos que essa prática é condenável nas Escrituras.
Contudo, infelizmente há sim casos e não são fatos isolados, pois sabemos que
há igrejas evangélicas que não somente apoiam o divórcio, como
permitem que o divorciado contraia segundas núpcias e isso até mesmo entre
obreiros para que o tal permaneça exercendo seu ofício. Nesse caso, tal obreiro
descumpre o mandamento do Senhor, pois, ainda que divorciado pelas leis dos
homens, o mesmo está perante Deus casado com sua primeira mulher, e, casando
uma segunda vez, estando a primeira viva, este obreiro passa a ter duas
mulheres, visto que a Bíblia ensina que só a morte pode dissolver
o matrimonio (Rm 7:2,3).
3)
Vigilante: Alguém
que é cuidadoso, atento, zeloso.,
5)
Sóbrio: Discreto, moderado, parcimonioso,
6)
Honesto: De uma probidade irrepreensível: um homem honesto, casto,
pudico, virtuoso, probo, honrado.
7)
Hospitaleiro: Que hospeda por bondade ou caridade. Que acolhe (visitas,
hóspedes) com satisfação (Hb 13:2).
8)
Apto para ensinar: É uma obrigação inegociável do obreiro conhecer
consideravelmente a Palavra e que seja capaz de manejá-la bem para o ensino e correção da igreja. A
igreja é governada por Jesus Cristo mediante a Sua Palavra. Se os líderes não
sabem manejá-la bem, não serão capazes de dirigir o povo de Deus.
9) Não dado ao vinho: O Obreiro precisa ser o exemplo dos fiéis em tudo (1Tm 4:12).
10)
Não espancador: O
obreiro precisa entender que ele é um mordomo de Deus, responsável por aquilo
que é mais precioso para Ele do que o ouro ou a prata, que são as vidas que Ele
resgatou com seu próprio sangue. E, como tal, é dever do obreiro exercer essa
mordomia com fidelidade e prudência. “Mas,
se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e começar a
espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se, virá o
senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe,
e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis” (Lc 12:45,46).
11)
Não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado: Bispos, pastores, presbíteros precisam conduzir o rebanho de Deus, motivados
pelo amor a Ele e ao Seu povo, não pelo dinheiro (1Pe 5:2). Um líder que está no ministério por dinheiro revela um
coração posto no mundo, não nas coisas de Deus (Mt 6:24; 1Jo 2:15). A avareza e a cobiça são as a principais características
dos falsos mestres (Tt 1:11; 2Pe 2:1-3, 14; Jd 11). O
ministério de Paulo não foi assim (At 20:33; 1Co 9:1-16; 2Co 11:9; 1Ts 2:5).
13)
Não contencioso: E ao
servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto
para ensinar, sofredor; (2Tm
2:24).
14)
Não avarento: Não amante do dinheiro, não avarento ou cobiçoso de lucro
vergonhoso; isto é, alguém que queira lucrar desonestamente, adaptando o
ensinamento aos ouvintes a fim de ganhar dinheiro deles (1Tm 6:5).
15) Que governe bem a sua própria casa,
tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia: Porque, se alguém não sabe
governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?): Decerto
que não haveriam muitos problemas na igreja se esta orientação fosse levada a
sério. O reformador Calvino enfatiza o quanto é interessante que o
homem seja casado e tenha filhos para criar para que possa aprender a lidar com
seres humanos. Se ele o faz bem na família, tem grande chance de fazê-lo na
igreja. Paulo ainda ensina que, se
alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a
fé, e é pior do que o infiel (1Tm
5:8).
16 Não neófito, para que,
ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Muitos ministérios cristãos sofrem por não terem atentado
para essa admoestação genuinamente bíblica. Infelizmente, basta alguém falar em
línguas estranhas para ser separado para uma obra sem ao menos ter experiência
e muito menos conhecimento de Bíblia e/ou hermenêutica. O escritor cristão
Matthew Henry enfatiza que é um verdadeiro perigo colocar homens que são novos
na fé ou que, mesmo com muito tempo de igreja nunca deixaram de ter um
entendimento superficial da fé. Todo líder corre o risco de cair na armadilha
do orgulho, mas com neófitos isso é praticamente certo que acontecerá.
17)
Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia
em afronta, e no laço do diabo. O obreiro deve ter boa reputação
entre os seus vizinhos, e não estar sob nenhuma reprovação por comportamentos
anteriores; porque o diabo fará uso disso para enlaçar outros e operar neles
uma aversão pela doutrina de Cristo pregada por aqueles que não tiverem um bom
registro de vida (Matthew Henry). “PORTANTO
nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos
com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12:1).
Na
parábola dos talentos (Mt
25:14-30), Jesus ensina como será o julgamento daquele que for fiel ou
infiel em cuidar daquilo que é do Seu Senhor. Muitos levam este ensino para o
lado das finanças sem levar em conta que Deus já é o dono do ouro e da prata (Ag 2:8) e
não será por isto que julgará seus mordomos, mas sim pelo que estes fizeram ou
deixaram de fazer, ou mesmo na maneira como trataram e tratam o Seu
rebanho que é a Sua Igreja. Como aquele que recebeu cinco e o outro que recebeu
dois e multiplicaram, assim é dever do obreiro que é chamado por Deus fazer que
é multiplicar o rebanho e assim entregá-lo ao seu Senhor e não fazer como
terceiro que enterrou seu talento e não apresentou nenhum resultado, o qual
causou a ira do Senhor.
A
semelhança de Paulo que foi um grande imitador de Cristo (1Cor 11:1), o obreiro de igual modo precisa sê-lo, uma vez que
Cristo em tudo foi o exemplo, inclusive de bom pastor que deu Sua vida pelas
ovelhas (João
10:1-18).
"Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: SENHOR, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas." (João 21:17).
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará
Muito edificante este estudo, fui muito abençoado, e que Deus te use mais vezes Reginaldo barbosa, toda honra e toda glória ao nosso Deus!
ResponderExcluirÉ muito bom nos depararmos com artigos como este. Enriquecedor. Edificante. Inspirado nas escrituras. Que Deus continue te usando, Reginaldo!
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