INTRODUÇÃO
Nesta semana, a terceira lição da Escola
Dominical (CPAD) terá como assunto: ESPERANDO A VOLTA DE JESUS. É uma
oportunidade para o professor explicar os eventos que envolvem a segunda vinda
de Cristo, como o arrebatamento e o seu retorno em glória. Como bem enfatizei
no comentário anterior, a vinda de Jesus para arrebatar os escolhidos não é
precedido de sinais específicos. Portanto, no momento do arrebatamento haverá
uma grande surpresa, não para aqueles que estão aguardando esse dia, mas para
os que não estão levando a sério esta promessa, assim como fizeram os
antediluvianos (Mateus
24 : 37 – 39). Por isso, Jesus exorta-nos à vigilância porque esse
dia virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. (Lucas 21 : 35).
A lição está dividida em três tópicos com seus
sub-tópicos. O primeiro é:
I - AGUARDANDO A
VOLTA DO SENHOR.
1. Com fé e
vigilância. Sem dúvida a vigilância precisa ser constante, uma vez que não
sabemos o dia em que a trombeta soará anunciando a vinda do Senhor para
ressuscitar os santos e arrebatar os que estiverem preparados (1Tessalonicenses
4 : 16 , 17). E acrescento que essa vigilância deva ser acompanhada
de fé e de paciência que são virtudes fundamentais para aquele que espera o
cumprimento da grande promessa, como diz: "Porque necessitais de paciência, para que, depois de
haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa." (Hebreus 10 : 36);
“Sede pois,
irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso
fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e
serôdia. Sede vós também pacientes,
fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima”
(Tiago 5 : 7
, 8).
E quanto a fé, esta é sinônimo de fidelidade.
Fidelidade é o oposto de infidelidade, que é a falta de fé e incredulidade. Por
isso que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11 : 6). No capítulo
três da carta aos Hebreus, o escritor sacro traz a lembrança o que aconteceu
com o povo de Israel no deserto a caminho da terra prometida. Eles haviam saído
da escravidão no Egito e iam a busca de alcançar a promessa na terra que manava
leite e mel, assim como aguardamos a promessa de entrarmos nos céus, pelo
arrebatamento. Mas uma grande maioria do povo escolhido endureceu o coração e
provocaram ao Senhor com sua falta de fé. Deus se indignou com estes que
morreram no deserto. “E vemos que não puderam entrar por causa da sua
incredulidade” (Hebreus 3 : 19). Que não aconteça o mesmo
conosco.
2. Cheio do
Espírito Santo. O que é um crente cheio do Espírito Santo? Infelizmente a
concepção que se tem de um crente cheio do espírito Santo é daquele que fala
língua estranha, profetiza e revela o oculto. Confundem ser cheio com o ser
batizado no Espírito Santo, pois algumas igrejas só separam obreiros se estes possuem
o dom de falar em línguas. Ora, João o batista era cheio do Espírito Santo
desde o ventre materno, mas nunca se ouviu que ele tenha falado em línguas (Lucas 1 : 15).
Não entrarei em mais detalhes quanto a isso, mas o crente cheio do Espírito
Santo é aquele que produz o fruto do Espírito em sua vida e não aquele que
possui dons espirituais. Há crentes que possuem dons espirituais, mas que
ficarão de fora do reino de Deus (Mateus 7 : 21 – 23). Já o crente cheio do
Espírito manifesta em sua vida o fruto deste que é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. (Gálatas 5 : 22). Ser cheio do Espírito é viver
no amor e na prática da justiça (equidade), procurando em tudo agradar ao
Senhor. “Porque
o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade; aprovando o
que é agradável ao Senhor” (Efésios 5 : 9 , 10).
3. Em santidade e
amor. A todos os que
almejam serem arrebatados a encontrar o Senhor nos ares, precisam ter uma vida
de santificação e, sobretudo viver em paz com todas as pessoas, como diz: "Segui a paz
com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;" (Hebreus 12 : 14).
Viver em paz, é obedecer o maior mandamento que Jesus nos legou – o amor a Deus
e ao próximo. Ele, como nosso mestre demonstrou esse amor dando sua vida em
nosso favor.
E ser santo significa ser separado de tudo
aquilo que agride e fere a santidade de Deus. Escrevendo aos Coríntios, Paulo
ensina que um conceito de santidade é se apartar de tudo aquilo que entristece
e provoca a ira de Deus, sendo uma delas a idolatria em todas as suas formas (1Corintios 6 ;
14 – 18 ; 7 : 1). Mas escrevendo aos Tessalonicenses, ele ensina que
a santificação está relacionada ao cuidado com o nosso corpo que é o templo e a
habitação do Espírito Santo, que de alguma maneira não deve ser violado ou
profanado pela prostituição. "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que
vos abstenhais da prostituição;" (1Tessalonicenses 4 : 3); "Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em
santificação e honra;" (1Tessalonicenses 4 : 4). Por
isso, na vinda do Senhor para levar os santos, só irão aqueles que se estiverem
santificados em tudo; espírito, alma e corpo (1Tessalonicenses 5 : 23). Muitos
crentes não levam a sério isso, por ainda entenderem que os templos feitos
pelas mãos dos homens são casas de Deus. Por isso, tatuam seus corpos e
deformam-no com mutilações aplicando piercings e outros objetos, mas crendo que
Deus não levará em conta essas bizarrices cometida contra o corpo. Paulo
ensinou: "Se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus,
que sois vós, é santo." (1Coríntios 3 : 17).
II – ATITUDES ERRÓNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS
1. Ignorar a vinda de Jesus. Chamo a atenção dos leitores, alunos
e professores para o comentário deste tópico. O comentarista cita Mateus 24 :
45 a 47, sobre cujo texto se diz que Jesus apresenta o exemplo de dois servos,
o servo fiel e prudente e o mau servo. Mas na verdade é só um servo. Um grande
problema que hoje temos são as inúmeras versões da bíblia, onde em algumas
delas existem alterações em textos que mudam totalmente o sentido que Deus quer
nos ensinar. Certamente o comentário deste tópico foi embasado na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada), cujo texto dá a entender que eram
dois servos, um bom e outro mau. Mas, analisando o mesmo texto de Mateus em uma
bíblia fiel ao texto original e comparando com o que escreveu Lucas no seu
evangelho sobre o mesmo tema, vamos ver que se trata apenas de um tipo de servo.
Outro detalhe
importante a se observar nesta passagem, é que Jesus não está falando para o
rebanho (igreja) propriamente, mas para aqueles que têm a responsabilidade de
guia-lo e ensiná-lo, que, de acordo com o Novo Testamento seriam os presbíteros
(1Timóteo 5
: 7 ; Tito 1 : 5), mas no caso das igrejas de hoje, são pastores ou
bispos. Vejamos o que diz Mateus 24 : 45 a 47:
“45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu
senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? 46 Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor,
quando vier, achar servindo assim. 47 Em
verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens”.
Quem seria esse
servo que foi constituído sobre sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
Certamente que o texto alude a líderes. E quanto a Sua casa, entenda que não se
refere a templos, mas a grupo de pessoas que se reúnem em Nome de Jesus não
importando o lugar. O escritor aos Hebreus faz uma comparação entre Moisés e
Jesus. Na antiga aliança Moisés foi fiel sobre a sua casa que era a nação de
Israel e na Nova Aliança mostra Cristo sendo fiel sobre a sua casa que é a
igreja. “E, na
verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar; Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria
casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a
glória da esperança até ao fim” (Hebreus 3 : 5 ,
6). Assim como Cristo, os líderes precisam ser fiéis sobre a igreja.
Como é esta
fidelidade? Em relação ao momento de Sua vinda, Jesus cobrará dos líderes da
igreja fidelidade no que diz respeito ao sustento que eles devam dar as Suas
ovelhas.
Que sustento
seria esse? Vejamos o evangelho de Lucas que também citou a mesma passagem,
porém, chamando para o servo prudente de mordomo. “E disse o SENHOR: Qual é, pois, o mordomo fiel
e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a
ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar
fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá”
(Lucas 12 :
42 – 44). E no lugar de SUSTENTO temos RAÇÃO, o que deixa entendido
que os líderes precisam ser fiéis na doutrina da Palavra, que é o alimento que
sustenta e fortalece a igreja. O sustento ou a ração (doutrina) precisa ser
dado a quem tem fome. Jesus disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque eles serão fartos;" (Mateus 5 : 6). E em relação aos
últimos dias, Daniel falou da recompensa àqueles que ensinarem a justiça: "Os que forem
sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos
ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente." (Daniel 12 : 3).
Quando Jesus
voltar para arrebatar os seus, espera encontrar sua noiva preparada, bem como
aquele servo que Ele constituiu sobre Sua casa (presbítero/pastor) cuidando do
que é mais precioso para Ele, nós, a Sua igreja, cujo resgate custou um preço
muito alto, o seu próprio sangue. Grande recompensa tem o Senhor para o servo
que quando Ele voltar o encontrar fazendo assim.
Mas o texto segue
dizendo: “Mas se
aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde virá; E começar a espancar os seus conservos, e a
comer e a beber com os ébrios, Virá o
senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe,
E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e
ranger de dentes” (Mateus 24 : 48
– 51).
Comparemos a mesma parábola em Lucas 12 : 45 , 46: “45 Mas,
se aquele servo disser em seu coração: O meu senhor tarda em vir; e
começar a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a
embriagar-se, 46 Virá o senhor daquele
servo no dia em que o não espera, e numa hora que ele não sabe, e separá-lo-á,
e lhe dará a sua parte com os infiéis”. Atente que o Senhor está
falando do mesmo tipo de servo. Agora mostrando que se ele relaxar no cuidado
da Sua vinda, achando que o Senhor ainda vai demorar; e por conta disso começar
a maltratar as ovelhas de Cristo e a viver de forma indigna e contrária a
vontade de Deus. Virá o Senhor e dará a sua parte com os infiéis. Muitos
pastores poderão ficar na vinda de Jesus e enfrentar o período mais difícil da
história humana que será a grande tribulação se não cuidarem bem da noiva do
Cordeiro.
Você que é um pastor
tem tido o cuidado com a igreja do Senhor, alimentando-a com
sã doutrina, pura e sem misturas? Tem procurado visitar as ovelhas, trazendo e
resgatando a que se perdeu, curando a que ficou enferma e ligando a que se
quebrou? Ou tem dominado sobre elas com rigor e dureza espancando-as? (Ezequiel 34 : 4).
Pastores, Jesus está vindo e vai pedir contas do rebanho que a Ele pertence e
que está sob vosso cuidado. Tiago diz: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos
mais duro juízo” (Tiago 3 : 1).
E Lucas completa dizendo: “...E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e
ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12 : 48).
2. Escarnecer das Profecias. Iguais aos tempos de Noé, também vivemos em
um tempo em que muitos escarnecem da Palavra de Deus, principalmente no que
concerne a vinda do Senhor. Pedro falou sobre eles (2Pedro 3 : 3 , 4). Mas Judas, um
dos irmãos do Senhor fala mais claramente em sua epístola sobre como os
escarnecedores agiriam nos últimos dias: "Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria
escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências." (Judas 1 : 18).
Judas relaciona
uma lista de como esses escarnecedores agiriam. Observe que os escarnecedores
não são os pecadores que não conhecem a Deus, mas ímpios. E, quando a bíblia
fala de ímpios se refere na sua maioria aqueles que conhecem a Deus e professam
segui-lo, mas não fazem a sua vontade e nem praticam a justiça (Números 16 : 26
; Salmo 1 : 1 ; Jeremias 5 : 23):
a) Eles são os que se
introduziriam no meio da igreja e converteriam em dissolução a graça do Senhor,
negando a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo (verso 4);
b) São aqueles que
estando adormecidos espiritualmente contaminam a sua carne pela prostituição,
adultério, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades, isto é, não
respeitam as autoridades constituídas (Verso 8);
c) São aqueles que
falam mal daquilo que não sabem e, como animais irracionais se corrompem (Verso
10);
d) São os que
entraram pelo caminho de Caim (homicidas), foram enganados pelo prêmio de
Balaão (amor ao dinheiro) e que pereceram na contradição de Coré (Verso 11).
Coré queria ser sacerdote sem possuir os requisitos para isso;
f) São aqueles que
mancham as festas de amor da igreja e que se apascentam a sí mesmos sem nenhum
temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são
como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas (Verso
12);
g) Estes são
murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências,
e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do
interesse (Verso 16) e por fim,
h). Estes são os que
causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito (Verso 19).
III – ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR
1. Ter uma vida irrepreensível. Uma vida irrepreensível é aquela em
que não damos ocasião para o adversário escarnecer e zombar de nossa fé. Confirmando
o que foi falado no segundo tópico, quando a bíblia fala de vida
irrepreensível, o novo testamento mais uma vez alude aqueles que aspiram
posições eclesiásticas (1Timóteo 3 : 2 : Tito 1 : 6 , 7 ; 2 : 8). Isto
não quer dizer que os demais membros devam relaxar no que concerne a ser
irrepreensível, pois Cristo se entregou a sí mesmo a fim de santificar a igreja,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra., "Para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível." (Efésios 5 : 26, 27).
2. Não dar lugar a carne. Só existe uma maneira de não dar lugar a
carne. É viver segundo o Espírito (Gálatas 5 : 25). Aos romanos Paulo ensina que
a inclinação as desejos da carne gera a morte, mas a inclinação as coisas do
Espírito é vida e Paz (Romanos 8 : 6). E continua dizendo que a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e,
os que estão na carne não podem agradar a Deus (Romanos 8 : 7 , 8).
3. Dar frutos. Como igreja, fomos escolhidos para dar frutos para o reino de
Deus (João
15 : 16). O povo judeu também foi escolhido para esse fim, mas como
não deram, Jesus disse que o reino seria tirado deles e dado a uma nação que o
produzisse. "Portanto,
eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê
os seus frutos." (Mateus 21 : 43). Essa nação somos nós sua
igreja, geração eleita, povo adquirido, nação santa (1Pedro 2 : 9).
Quais os frutos
que devemos apresentar a Deus? Além das almas que ganhamos e ajudamos a se
libertar mediante o conhecimento da Palavra da verdade, Deus quer que sejamos
cheio de frutos de justiça. "Cheios dos
frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de
Deus." (Filipenses 1 : 11). A justiça será o diferencial
quando Jesus voltar, assim como foi na vida de Noé. "Depois disse o SENHOR a Noé: Entra tu e
toda a tua casa na arca, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta
geração." (Gênesis 7 : 1).
CONCLUSÃO
Jesus virá outra
vez. Ele virá primeiro para a sua igreja. Ele não vem buscar uma igreja, mas a
Sua igreja santa, imaculada que Ele comprou com seu sangue e que vive na
prática da justiça e do amor. Ele não atentará para placa de igrejas, mas para
aqueles que lavam suas vestes no seu sangue (Apocalipse 22 : 12); Ele virá
buscar os fiéis da terra para que estejam com Ele (Salmo 101 ; 6). Levará aqueles
que santificam suas vidas para Deus e, sobretudo, praticam o amor a Deus e ao
próximo como Ele pediu aos seus santos. Estejamos alertas e vigilantes, pois o
que há de vir virá e não tardará (Hebreus 10 : 37).
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do
Pará
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