Quando
o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se
reunissem em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles
como supervisores (bispos) e lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar,
apascentar) a igreja (Atos 20:28). Com esses termos aprendemos muito sobre os
presbíteros e sobre a natureza de sua tarefa.
São
“anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já
tiveram tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6).
Como supervisores, eles “governam” a igreja local como um homem
“governa” a sua própria família (1 Timóteo 5:17; 3:5,12). Isso inclui,
claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é autorizado por
Deus, embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1
Pedro 5:3). Como pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas
para o rebanho. Por isso, eles alimentam com a palavra de Deus, ajudando o
rebanho a crescer espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de
erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho. Não
somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada, mas eles também
precisarão advertir ou admoestar os
insubmissos, consolar os desanimados, amparar
os fracos e ser longânimo para com todos
(1 Tessalonicenses 5:14).
Muitos
cristãos novos não conhecem os perigos que enfrentam, desconhecendo também a
plenitude de suas necessidades espirituais. Cristo providenciou para que esses
presbíteros “velam por vossa alma” (Hebreus
13:17). Todos os que se tornam cristãos devem fazer questão de que “acateis
com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos
admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do
trabalho que realizam” (1 Tessalonicenses 5:12-13).
Os
presbíteros qualificados servirão de exemplo para o rebanho quanto ao caráter,
à atitude e ao decoro (1 Pedro 5:3). Quando vemos o ensino de Cristo
exemplificado na prática, fica mais fácil segui-lo. Essa é uma das maneiras
dos cristãos seguirem a orientação dos presbíteros. Além disso, quando a
experiência deles com a palavra os leva a um discernimento mais claro de como
aplicar devidamente a palavra de Deus à nossa vida individual ou ao
funcionamento coletivo da igreja, devemos ser receptivos para com os seus esforços
de nos conduzir através do ensino. Isso não significa simplesmente nos
entregarmos à fé deles, mas deixar que eles nos orientem no desenvolvimento de
nossa própria fé, pela qual ficamos de pé ou caímos diante do Senhor.
Não
só os irmãos devem procurar conhecer os seus presbíteros, estimá-los
devidamente e seguir o seu exemplo e ensinamento à medida que eles seguem
Cristo, mas são ordenados que: “Obedecei
aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma”
(Hebreus 13:17). Quando eles tomam as decisões que estão em harmonia
com a vontade de Deus, os irmãos devem unir-se e com um só propósito
trabalhar em harmonia em relação à liderança do presbítero. Quando
reconhecemos o caráter, a maturidade e a experiência deles e reconhecemos também
que eles se esforçam para evitar um governo arbitrário (governando antes para
o bem da obra do Senhor), podemo-nos entregar mais facilmente à opinião deles,
ainda que as nossas próprias opiniões divirjam das deles.
Devemos
cultivar um espírito de submissão para que fique mais fácil nos entregar e
obedecer. Se entendermos a oração que Cristo fez pedindo a unidade do corpo,
também veremos a necessidade de nos submeter (João 17:17). Se acontecer de
alguma vez o presbítero conduzir a igreja erroneamente a um ato contrário ao
que Cristo autorizou, a obrigação do cristão é bem clara:
“Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos
5:29).
O
plano de Deus é que haja vários presbíteros em cada igreja local (Atos 14:23;
Filipenses 1:1). Os homens designados como presbíteros devem estar de acordo
com a descrição que Deus fornece nas Escrituras (1 Timóteo 3:1-7; Tito
1:5-9). Os presbíteros cuidam do rebanho de Deus, no meio que estão, exercendo
a supervisão dele (1 Pedro 5:1-2). Deve-se ressaltar que os presbíteros não
cuidam de rebanhos (plural) de Deus, mas do rebanho (singular) de Deus, no meio
que estão. A supervisão deles se limita a uma igreja local em que foram
nomeados. Embora é comum a idéia de que um bispo esteja a frente de uma
diocese composta de várias igrejas, a palavra diocese nem se encontra nas
Escrituras e a supervisão dos bispos e presbíteros é sobre a igreja local em
que são ordenados. Devemos nos ater à organização que Deus estabeleceu para
a sua igreja e não fazer dos presbíteros algo que o Senhor jamais quis.
H. Dave Bradford - Estudos da Bíblia
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