INTRODUÇÃO
"Mas
tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois
todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo." (Romanos 14 : 10).
Após o arrebatamento a igreja adentrará a glória na companhia do seu
amado Senhor. Por sete anos ela estará nos céus, enquanto na terra se cumprem
os juízos divinos na grande tribulação. Nos céus acontecerá a premiação dos
salvos, por ocasião do Tribunal de Cristo e as bodas do Cordeiro. Alguns teólogos
acreditam que ambos os eventos serão simultâneos, pelo fato de que, segundo a
tradição judaica, as bodas são comemoradas por uma semana, e no céu, a igreja
passará sete anos que corresponde a uma semana profética. A lição desta semana
nos abre a oportunidade de entender que no Tribunal de Cristo haverá um
julgamento de obras diferenciado. a) o julgamento das obras dos crentes que se
dará mediante o que ele fez na terra por meio do corpo e, b) o julgamento das
obras dos ministros que exercem a liderança na igreja que será mais rigoroso.
Comentarei sobre isso nessa lição.
I – O TRIBUNAL DE CRISTO E OS CRENTES.
1. O julgamento. "Pois tu tens
sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal,
julgando justamente;"(Salmos 9 : 4).
No tribunal de Cristo o julgamento não será por causa de nossos pecados.
Esse juízo aconteceu na cruz, quando Jesus foi condenado em nosso lugar, pois
pelo pecado, estávamos condenados a morte. (Romanos 6 : 23). Jesus tomou
essa condenação morrendo em nosso lugar (Romanos 5 : 8).
Quando se fala em tribunal, a ideia que se tem é de um lugar com juiz,
júri e o reú que será julgado. Mas não será assim no Tribunal de Cristo. O
termo Tribunal tem duas definições no original grego. A primeira é “Helieia” (Ήλιαία) que era o tribunal
supremo da antiga Atenas. Esse tribunal era realizado em uma área aberta, ao
sol (helios). A “Helieia” também era
chamada de “Grande Eclésia” (grande
assembleia) e inicialmente designava o local onde as audiências eram convocadas.
Os juízes que a integravam eram chamados de “heliastas” (Ήλιασταί). O tribunal
era composto de 6.000 membros, escolhidos localmente por sorteio entre todos os
cidadãos com mais de 30 anos de idade. Neste tribunal os réus eram julgados,
sendo condenados ou absolvidos.
A segunda definição de tribunal em grego é “bema”. Diferente da “Helieia”,
“Bema” era uma espécie de plataforma elevada, onde o juiz sentava-se num
assento chamado “bema”. Este ficava na linha de chegada da competição. O
objetivo do juiz era determinar em que lugar os corredores tinham chegado (primeiro
lugar, segundo lugar, etc.), para depois entregar os respetivos prêmios aos
vencedores. O conceito “bema” vem das
Olimpíadas antigas que Paulo conhecia muito bem. "Não sabeis vós que os que correm no
estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal
maneira que o alcanceis." (1Coríntios 9 : 24). Foi essa definição (bema)
que Paulo usou para designar o Tribunal de Cristo, onde serão galardoados ou
premiados os crentes que realizaram as obras conforme a vontade de Deus. Alí,
alguns serão recompensados, mas muitos não.
2. Quando se dará? "Eis que presto venho:
Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro."
(Apocalipse 22 : 7).
Acredita-se que o Tribunal
de Cristo acontecerá logo após a vinda de Cristo para arrebatar a Sua igreja.
Como já foi dito acima, esse tribunal será instaurado, não para condenar os
crentes, mas para premiá-los conforme as obras que aqui realizaram ou não.
Neste tribunal, os crentes serão julgados por aquilo que fizeram aqui neste
mundo por intermédio do corpo, ou bem ou mal (2Corintios
5 : 10). Observe a ênfase que Paulo dá “por
meio do corpo”. O que isso significa?
Paulo nos ensina e até
roga pela compaixão de Deus que nossos corpos devam ser apresentados a Deus
como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, como um culto racional (Romanos 12 : 1). Certamente que seremos
cobrados se fizemos assim ou não. Paulo também ensina que nosso corpo hoje é o
templo vivo de Deus, onde Ele habita por meio do Espírito Santo (1Corintios 6 : 19). Sendo nosso corpo a morada
de Deus, temos que ter o cuidado de não profaná-lo ou manchá-lo. Como pode
acontecer isso? Uma das maneiras é pelo pecado da lascívia que provém do uso de
vestes indecorosas, bem como marcas feitas no corpo, como tatuagens, piercings
e outras coisas que podem descaracterizar a imagem de Deus em nós. Mas,
sobretudo, devemos ter o zelo e a vigilância de não expormos nossos corpos a
prostituição. Paulo diz: “Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do
corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis
que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente
de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Corintios
6 : 18 , 19). Isto quer dizer que qualquer forma de prostituição que
é o pecado cometido pelo corpo, é um pecado cometido contra a casa de Deus. Por
isso, seremos julgados se não levarmos em conta essa grande advertência.
Alguém pode pensar que esse tipo de
pecado poder ser mais freqüente entre os jovens que são solteiros e que os
adultos e casados podem estar isentos de cometer esse pecado. Mas veja o que escritor
aos hebreus nos exorta: "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem
mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os
julgará." (Hebreus 13 : 4). O
pecado contra o corpo que é a prostituição e o adultério é tão grave, que Paulo
chegou a entregar um jovem que cometeu esse delito nas mãos do diabo, para que
sua carne fosse destruída, a fim de que o espírito fosse salvo no Dia do Senhor
(1Coríntios
5 : 5). Jovens que não se guardam puros
para o casamento, serão julgados por isso, uma vez que a Palavra já os
advertira sobre isso (1Corintios 7 : 8 , 9). Jesus vem buscar uma igreja que se purificou no corpo,
na alma e no espírito (1Tessaloniceses 5
: 23). Paulo, como um excelente obreiro,
teve muito zelo quanto esse cuidado na igreja. "Porque estou zeloso de vós com zelo de
Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um
marido, a saber, a Cristo." (2Coríntios 11 :
2). Infelizmente muitos crentes não atentam para
isso e acham que o que fazem ou deixam de fazer com seus corpos não terá
nenhuma implicância quanto a salvação. Mas o Senhor cobrara-nos quanto a isso
no seu Tribunal.
Além do que fizermos no corpo, também prestaremos
contas de nossas ações, principalmente pela maneira como tratamos nossos
semelhantes. "Mas tu, por que julgas teu irmão?
Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer
ante o tribunal de Cristo." (Romanos 14 : 10). A base do julgamento em
relação ao próximo será o amor que Jesus nos deixou como o maior dos mandamentos
(João 15 : 12). Amor esse que precisa
ser imparcial e sem exibicionismos, como muitos gostam de fazer (Lucas 6 : 31 – 36 ; Romanos 14 : 10). A
omissão em poder fazer algo pelo próximo aqui nesta vida, será levado em conta
neste Tribunal. "Porque somos feitura sua,
criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas."(Efésios 2 :
10).
3. Quem será o Juiz? “Ó Deus, dá ao rei os teus
juízos, e a tua justiça ao filho do rei.Ele julgará ao teu povo com justiça, e
aos teus pobres com juízo”. (Salmo 72 : 1 , 2).
O juiz será o próprio Senhor Jesus, pois a Ele
foi concedido pelo pai exercer todo o juízo (João
5 : 22). Jesus julgará a Sua igreja (2Corintios
5 : 10 ; Romanos 14 : 10); julgará as nações, separando os bodes das
ovelhas por ocasião da sua vinda em glória (Mateus
25 : 31 – 46 ; 2Timóteo 4 : 1); e julgará o mundo no juízo final
assentado no Trono Branco (1Pedro 4 : 5 ;
Apocalipse 20 : 11 – 15). No julgamento dos crentes, após o
arrebatamento, Seu julgamento será com justiça e sem parcialidade, pois Ele
reconhecerá e recompensará ou não todo o serviço que foi feito em favor de Seu
reino. "Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso
trabalho não é vão no Senhor." (1Coríntios
15 : 58).
II – AS OBRAS DO CRENTE E O JULGAMENTO DE CRISTO
1. A precisão do julgamento.
Na introdução deste estudo eu salientei que no Tribunal de Cristo o
julgamento será diferenciado para crentes e obreiros (ministros). Neste tópico
estarei explicando o motivo, usando a exegese bíblica.
Para o entendimento sobre esse tema, é necessário atentar para o
contexto da leitura em classe, começando no capítulo 2 e indo até o capítulo 4
da primeira carta que Paulo escreveu aos Coríntios. A leitura em classe, como
base desta lição está na primeira carta aos Coríntios capítulo 3 e versos 11 a
15, que diz:
11 Porque
ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
12 E, se
alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno, palha,
13 A obra
de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14 Se a
obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
15 Se a
obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia
como pelo fogo.
Analisando cuidadosamente este texto com o seu contexto, vamos ver que
Paulo está falando com aqueles que exercem posições eclesiásticas na igreja,
como: apóstolos, bispos, pastores, presbíteros, etc. Como foi dito acima, os
crentes como membros da igreja serão julgados pelo que fizerem por meio do
corpo e sobre suas ações para com o próximo (2Corintios 5 : 10). Mas com
aqueles que exercem liderança na igreja o julgamento será diferenciado e mais
rigoroso. Jesus fala sobre isso: “E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se
aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;
Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será
castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que
muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” (Lucas 12 : 47 ,
48).
No segundo sub-tópico da lição que consta na revista, o comentarista
explica o significado do ouro, da prata e das jóias preciosas que são obras que
permanecerão, bem como da madeira, do feno e da palha que são obras que não
passarão pelo fogo de Deus (1Corintios 3 : 12 – 15). Ensina-se que estas
são as obras de todos crentes que serão julgadas. Mas estas obras não são
realizadas pelos crentes comuns e sim por àqueles que foram constituídos sobre
a casa de Deus como mordomos, responsáveis pela edificação da igreja (Mateus 24 : 45
; Lucas 12 : 42).
No texto de 1Corintios 3, Paulo está falando a igreja de Corinto, sobre
a responsabilidade do obreiro em relação a igreja do Senhor. Ele, inclusive
alude a sua própria pessoa e seu companheiro Apolo que o ajudou a edificar a
igreja naquela cidade. “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”
(1Corintios
3 : 6). Nos versos que seguem, Paulo exclui qualquer tipo de
pretensão quanto a ter fundado o trabalho do Senhor alí. Ao contrário de muitos
hoje, ele atribuiu toda a glória a Deus. “Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega,
mas Deus, que dá o crescimento” (verso 7). Mas em seguida, Ele
fala da recompensa daquele que faz o trabalho como o Senhor ordenou. “Ora, o que planta
e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu
trabalho”(Verso 8). Observe que o galardão (prêmio,
recompensa) será dado ao obreiro segundo o seu trabalho realizado em favor da
igreja. Ressalto que este galardão não se refere aos crentes como membros, mas
a obreiros. No verso 9, Paulo fala de sí e de Apolo como cooperadores de Deus,
com responsabilidades sobre a igreja. “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de
Deus e edifício de Deus” (verso 9). Agora, observe com atenção como
Paulo se expressa no verso 10. “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio
arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como
edifica sobre ele” (verso 10).
Paulo havia recebido de Deus uma missão especial que foi trabalhar com
os incircuncisos gentios, pregando a salvação pela graça e pela fé, sem as
obras da lei (Atos
20 : 24 ; Efésios 3 : 8). Pelas cidades por onde passou, Paulo
deixou uma comunidade de crentes alicerçada na fé em Jesus. E o fundamento das
igrejas locais que ele plantou era o próprio Senhor que nos trouxe a salvação
pela graça. (Efésios
2 : 5 ; 8). Paulo, como desbravador não poderia ficar nas igrejas
que plantou, por isso, aconselhou àqueles que presidiriam essas igrejas que ele
iniciou na maneira como tratar a eleita de Deus. Paulo teve o cuidado de
ensinar que “Porque
ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo” (1Corintios 3 : 11). Saliento que a igreja, ou igrejas aqui no contexto não se refere a prédios erguidos, porque os crentes naquela ocasião sofriam perseguição por parte de Roma e também dos judaizantes. Por isso, a igreja não se reunia em templos, visto ser este um costume do judaísmo de onde a igreja saiu. Eles se reuniam nas casas uns dos outros e às vezes, devido as circunstancias, nas cavernas e em outros lugares. Os templos só vieram a ser construído depois da era apostólica, com o surgimento da igreja romana no seculo III.
2. Ouro, prata e
pedras preciosas. 3. As obras que perecerão. “E, se
alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o
dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a
obra de cada um.” (1Coríntios 3 :
12 , 13).
Aqueles que substituiriam Paulo na direção do rebanho deveriam tomar o
cuidado de edificar um edifício (igreja/pessoas) sobre o fundamento fixado por ele (verso 12).
E, ressalto mais uma vez que edifício aqui não se refere a um templo feito por mãos humanas, mas de pedras
vivas que é a igreja como templo vivo de Deus. “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e
dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo
o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também
vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” (Efésios 2 : 20
– 22). Veja o testemunho de Pedro sobre a mesma doutrina ensinada
por Paulo. "Vós
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo,
para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo."
(1Pedro 2 :
5).
As obras como ouro, prata e pedras preciosas se referem ao trabalho
exercido na edificação da igreja de acordo com a vontade de Deus. Nenhum pastor
foi autorizado mudar o fundamento que é Jesus. É certo que a igreja Católica
Romana fez isso, quando colocou Pedro como esse fundamento interpretando
erroneamente Mateus 16 : 18. Mas os ministros de Cristo não devem seguir a
doutrina romana, pois a igreja do Senhor precisa ser edificada na doutrina
neotestamentária que valoriza o sacrifício de Cristo feito no Calvário, onde Ele
cumpriu toda a lei, pagando todas as dívidas que tínhamos com ela (Colossenses 2 :
14 - 17). Infelizmente assim como a igreja Católica, vemos muitas
igrejas evangélicas sendo edificadas sobre outro fundamento, como nos ensinos
de Moisés, dos profetas e nas obras da lei. Jesus foi bem claro, quando disse: "A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado
o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele." (Lucas 16 : 16). Mesmo assim, muitos líderes estão substituindo o fundamento da nova aliança pela
antiga. Algumas igrejas trocaram o fundamento Jesus por ritos do judaísmo, por
campanhas diversas e até objetos ungidos, como forma de obterem bênçãos e
proteção. Estas são algumas das obras de madeira, feno e palha que não
resistirão ao fogo e que deixará muitos líderes envergonhados naquele Dia. Todo
aquele que faz a obra de Deus a troco de recompensas materiais, ou para serem
visto pelos homens, seja obreiro, seja cantor, já recebeu aqui o seu galardão (Mateus 6 : 2).
“...na
verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará
qual seja a obra de cada um” (1Corintios 3 : 13). O fogo aqui representa a justiça divina da qual
ninguém escapará, "Porque o nosso Deus é
um fogo consumidor." (Hebreus 12 : 29). Infelizmente,
as obras de muitos
líderes não serão aprovadas, contudo, estes serão salvos como que pelo fogo.
Segundo o comentário de rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal, “salvo como que
pelo fogo”, significa: “como que por um triz”. Muitos hoje brigam por ocuparem
uma posição eclesiástica, principalmente a de pastor, sem se preocuparem que o
julgamento pra eles será mais severo, como Tiago nos exorta. "Meus irmãos,
muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo."
(Tiago 3 : 1).
Continuando esse ensino tão profundo e sério sobre
a recompensa ou não do obreiro, veja o que Paulo diz nos versos 16 e 17 de
1Corintios 3: “16 Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 17 Se alguém destruir o
templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é
santo”. Aqui mais uma
vez Paulo mostra que a igreja e não os templos é a casa de Deus. Muitos líderes
estão mais preocupados com a arquitetura e a aparência de seus templos do que
com a verdadeira casa de Deus. Gastam enormes fortunas em construções, reformas
e revitalizações destes edifícios e, como se não bastasse, ainda jogam para a
igreja as despesas destes empreendimentos. Mas dificilmente se preocupam com a
necessidade de um membro, como os apóstolos faziam no inicio da igreja (Atos 4 : 34).
Mas, voltando aos textos, como um
líder pode destruir o templo de Deus? Agindo da mesma maneira que os sacerdotes
do tempo de Oséias. Naquele tempo, o povo de Deus que era Israel foi destruído
porque lhes faltou o conhecimento (Oséias 4 : 6). Os sacerdotes deixaram de
passar o conhecimento da Palavra de Deus ao povo, pois descobriram que manter o
povo na ignorância lhes rendia um bom lucro (Oséias 4 : 8). Assim, enquanto
eles enriqueciam, o povo era destruído pelo pecado, por não conhecerem a
vontade de Deus, que era da responsabilidade dos sacerdotes lhes ensinar (Malaquias 2 : 7).
Da mesma forma hoje, se um líder de igreja, seja apóstolo, pastor, bispo ou
presbítero, não ensinar ao povo as verdades divinas, o mesmo será julgado e suas
obras não passarão pelo fogo de Deus.
Concluindo este tema, Paulo ensina que
a base do julgamento para o ministro do evangelho será a fidelidade. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e
despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que
cada um se ache fiel” (1Corintios 4 : 1 , 2). No que consiste essa
fidelidade? No sustento dado a igreja no devido tempo (Mateus 24 : 45 ; Lucas 12 : 42 –
48).
"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." (1Pedro 4 : 10). Os mistérios de Deus são os ensinos sacros, que é a doutrina que alimenta, sustenta e fortalece a igreja. Neste texto, Paulo usa a figura do despenseiro para ilustrar a pessoa do ministro (pastor). Quem era o despenseiro? Na antiga aliança era o que cuidava da despensa do templo responsável pela distribuição do mantimento àqueles que trabalhavam nele e para os necessitados. O despenseiro era o mesmo que tesoureiro ou mordomo (Isaías 22 : 15). A despensa no caso, era a casa do tesouro, também chamado de câmaras, donde eram levados os dízimos e as ofertas como mantimento na Casa do Senhor (2Crônicas 31 : 11 , 12 ; Malaquias 3 : 10). O despenseiro que alí administrava precisava ser fiel, pois tratava com algo que não lhe pertencia. No livro de Neemias 13 vemos o caso do sacerdote Eliasibe que como despenseiro presidia a casa do tesouro. Ele não fiel a sua função e acabou por se apossar daquilo que não lhe pertencia, deixando os levitas e os que faziam a obra sem o sustento diário que provinha dos dízimos e das ofertas. Por isso que Deus se sentiu roubado (Malaquias 3 : 8).
"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." (1Pedro 4 : 10). Os mistérios de Deus são os ensinos sacros, que é a doutrina que alimenta, sustenta e fortalece a igreja. Neste texto, Paulo usa a figura do despenseiro para ilustrar a pessoa do ministro (pastor). Quem era o despenseiro? Na antiga aliança era o que cuidava da despensa do templo responsável pela distribuição do mantimento àqueles que trabalhavam nele e para os necessitados. O despenseiro era o mesmo que tesoureiro ou mordomo (Isaías 22 : 15). A despensa no caso, era a casa do tesouro, também chamado de câmaras, donde eram levados os dízimos e as ofertas como mantimento na Casa do Senhor (2Crônicas 31 : 11 , 12 ; Malaquias 3 : 10). O despenseiro que alí administrava precisava ser fiel, pois tratava com algo que não lhe pertencia. No livro de Neemias 13 vemos o caso do sacerdote Eliasibe que como despenseiro presidia a casa do tesouro. Ele não fiel a sua função e acabou por se apossar daquilo que não lhe pertencia, deixando os levitas e os que faziam a obra sem o sustento diário que provinha dos dízimos e das ofertas. Por isso que Deus se sentiu roubado (Malaquias 3 : 8).
Neemias ao retornar da Babilônia restaura
a ordem em Judá e ordena trazer de volta os levitas e pede ao povo a voltar a
dizimar e ofertar. Ele destituiu Eliasibe do cargo e colocou no lugar dele
quatro despenseiros que foram achados fiéis. “Então todo o Judá trouxe os dízimos do
grão, do mosto e do azeite aos celeiros. E por tesoureiros pus sobre os
celeiros a Selemias, o sacerdote, e a Zadoque, o escrivão e a Pedaías,
dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de Zacur, o filho de Matanias;
porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou a eles a distribuição
para seus irmãos” (Neemias 13 : 12 , 13). Você pastor, como
ministro e despenseiro de Deus, está sendo fiel na ministração da palavra e na
distribuição dos recursos da igreja para os irmãos? Lembre-se que no Tribunal
de Cristo isto será julgado.
III – A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO CRENTE E OS GALARDÕES
1. Os pastores darão conta dos seus rebanhos. "Obedecei a vossos
pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles
que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque
isso não vos seria útil." (Hebreus 13 : 17).
Justiça seja feita. Aos
que são verdadeiramente pastores que cumprem suas chamadas com responsabilidade
e de acordo com os padrões divinos estabelecidos, receberão de Deus a devida recompensa,
"Porque Deus não é injusto para se esquecer da
vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto
servistes aos santos; e ainda servis." (Hebreus
6 : 10). O
escritor aos hebreus exorta aos crentes à obediência a seus pastores, lembrando
que eles haverão de dar contas das ovelhas que lhes foram confiadas. Aquele que
é verdadeiramente pastor sabe disso e cuida do rebanho de Deus com o mesmo amor
com o qual Jesus amou os seus. Pedro exorta-os também cuidarem das ovelhas do
Senhor, na promessa de que quando o Senhor vier, os tais receberão a
incorruptível coroa de glória. “Apascentai o rebanho de
Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a
herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível
coroa da glória” (1Pedro 5 : 2 –
4). Esse é o padrão divino dado aos pastores, como exemplo do
próprio Senhor – o Bom Pastor (João 10 : 1). Porém, uma grande maioria, sem
exagero, segue o exemplo dos pastores de Ezequiel 34.
2. Crentes
darão conta de seu talento. “Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra,
chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um
segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe” (Mateus 25
: 14 , 15).
Caro aluno, professor e mestre. Se você pode perceber nesta lição, os
textos relativos a julgamento e recompensa dos crentes no Tribunal de Cristo
dão mais ênfase àqueles que lideram as igrejas do que aos próprios crentes.
Isto porque, como bem enfatizou Jesus. “E, a qualquer que muito for dado, muito se
lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”
(Lucas 12 : 48b).
Assim, este último tópico também irá abordar este assunto. Leia com carinho a
parábola dos talentos em Mateus 25 do verso 14 a 30 e descubra que nesta
parábola, Jesus está mais uma vez tratando com os que exercem funções
eclesiásticas.
Na parábola que Jesus ensina, os talentos foram dados a três tipos de
servos, conforme a capacidade que cada um tinha de administrá-los. Isso mostra
que Deus não nos dá responsabilidades que não tenhamos condições de cumpri-las.
Os três servos da parábola representam os pastores e os talentos representam os
membros de Sua igreja. O talento era a maior das unidades hebraicas de peso e de valor monetário. Era
valioso por ser de ouro puro ou prata, os metais mais caros (Êxodo 38 : 29;
2Samuel 12 :3 0; 1Reis 10 : 10). Jesus certamente usou a figura do talento de sua época, por ser a moeda
mais valiosa, pois naquele tempo, um talento pesava 58,9 Kg, o equivalente a
130Lbs. O valor do talento é uma figura do valor que temos para Deus, que por
seu filho nos comprou com um preço muito mais valioso (1Pedro 1 : 8).
Os talentos aqui na parábola não se referem a dons, qualidades ou a boas
obras dos crentes, mais a valores. Não valores monetários, mas valores humanos,
pois para Deus uma vida vale mais que todo ouro ou prata. Por isso, aqueles que
receberam os talentos deveriam negociá-los a fim de ganharem mais talentos para
apresentarem ao seu dono quando este voltasse de viagem. Observe o que Jesus
disse: “Porque
isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus
servos, e entregou-lhes os seus bens...” (Mateus 25 : 15a). Jesus ao ascender aos céus partiu
literalmente para “fora da terra”, mas prometeu voltar outra vez. Os bens que
Ele entregou ao cuidado de seus servos são as suas ovelhas. Compare com o servo
fiel e prudente de Mateus 24 : 45 e com o mordomo fiel de Lucas 12 : 42. Todos
se referem a lideres com responsabilidades para com o rebanho.
No ato de sua iminente volta, Jesus tratará com todos os crentes
indistintamente. Porém, tratará diferenciadamente com os pastores e mestres a requerer
aquilo que de fato lhe pertence – nós, as suas ovelhas. Dois dos servos
souberam a vontade de seu Senhor e trabalharam e multiplicando os talentos. Mas
um deles não fez caso e acabou por enterrar o único talento que recebeu para
cuidar. Quantos talentos não estão sendo enterrados por causa da administração
de pastores irresponsáveis que só valorizam o membro por aquilo que ele tem e
pode dar-lhes. Quantos talentos de Deus não estão sendo tratados com
indiferença nas igrejas e outros até expulsos das congregações?
Pastor, atente para o fato que seu trabalho frente ao rebanho do
Senhor não é julgar, não é condenar e muito menos expulsar a ovelha do redil,
mas amar e protegê-la. O seu trabalho é multiplicar os talentos ganhando almas
para o reino de Deus. Se por exemplo, Deus lhe confiou um rebanho com dez
ovelhas, seu papel será apresentar a este quando voltar pelo menos vinte. É
dito que na matemática de Deus não é aceita a divisão e nem subtração. Seu
papel como obreiro fiel é a multiplicação, mas multiplicação com
responsabilidade.
CONCLUSÃO
No Tribunal de Cristo todos, indistintamente seremos julgados. Os
crentes o serão por meio do que fizeram pelo corpo, ou bem ou mal. Mas os
ministros, responsáveis pela obra de Obra de Deus, serão pelo que fizeram a
igreja e com os recursos desta.
Que o Senhor nos ajude a ser fiéis para não sermos envergonhados naquele Dia.
“Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando
vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (Lucas 12 : 43 , 44).
Em Cristo,
Reginaldo Barbosa
Santa Bárbara do Pará.
Cada dia que passa vejo a casa de Deus mais cheia 1cor10;32 , 14;33 , 1tm3;15
ResponderExcluirE é pra ser mesmo. Por isso os ministros irão prestar contas diante de Deus, conforme enfatizei aqui.
ExcluirAbraços.
A paz irmão,
ResponderExcluirAssisti seu vídeo no Facebook e que benção!
Creia que o alcance é muito maior do que se estivesse no púlpito, como fazem os religiosos, que falam sobre coisas vãs e não ensinam o Evangelho e a volta do Senhor.
Me alegro muito em ter conhecido o irmão fazer parte desta família que será resgate pelo Senhor da IGREJA brevemente!
Em Cristo,
***Lucy Jorge***
P.S. Estou sentindo falta de suas visitas no "meu" espaço.
Obrigado pela visita.
ExcluirPerdoe-me pela ausência. Me aguarde.
Abraços.
Olá irmão Reinaldo , eu acho que vi um texto seu a respeito de ungido , anti cristo. essas coisas ,mas não consigo mais encontra , se você tem esse estudo pode mandar pra mim , queria mostra a uma amiga . gosto muito de ler seus estudo e de extrema importância e sabedora para nossas vidas. Obrigada.
ResponderExcluirVou procurar e mandar sim.
ExcluirDeus abençoe